Associação entre exposição à fototerapia neonatal e neoplasia infantil

Associação entre exposição à fototerapia neonatal e neoplasia infantil

Association Between Neonatal Phototherapy Exposure and Childhood Neoplasm. Bugaiski-Shaked A, Shany E, Mesner O, Sergienko R, Wainstock T.J Pediatr. 2022 Feb 1:S0022-3476(22)00077-4. doi: 10.1016/j.jpeds.2022.01.046. Online ahead of print.PMID: 35120988.

Realizado por Paulo R. Margotto.

.O objetivo do presente estudo foi explorar associações entre fototerapia para  hiperbilirrubinemia neonatal (recém-nascidos maior ou igual a 32 semanas  e o risco de neoplasia benignas  antes dos 18 anos de idade). A população do estudo foi acompanhada por uma mediana de 9,5 anos (variação, 0-18 anos). A fototerapia foi associada a um risco significativamente aumentado de malignidades infantis e tumores benignos (após ajuste para nascimento prematuro e taxa de risco para a idade materna: 1,89 [IC 95%, 1,35-2,67] para malignidades e 1,27 [IC 95%, 1,02-1,57] para neoplasias benignas tumores) Especificamente, a fototerapia foi associada a cânceres hematopoiéticos e leucemia (taxa de risco, 2,29 [IC 95%, 1,48-3,54; P  < 0,01] para cânceres hematopoiéticos e 2,51 [IC 95%, 1,52-4,14;  < 0,001] para leucemia), mas não com tumores sólidos  e linfoma. Assim, nesse grande estudo israelense de base populacional (342.172 bebês!) com seguimento de até 18 anos, os autores encontraram uma associação entre a exposição neonatal à fototerapia e o risco de desenvolver neoplasias, tanto benignas quanto malignas, e especificamente um maior risco de leucemia. A associação entre fototerapia e risco de malignidade pode estar relacionada a diversos mecanismos, principalmente processos envolvendo danos ao DNA causados ​​pela fototerapia, estando relacionado mais à DURAÇÃO do que a intensidade da fototerapia. O  presente  estudo e outros enfatizam a importância de seguir protocolos de tratamento de limiares para fototerapia, como conforme os critérios da Academia Americana de Pediatria,  para minimizar a exposição desnecessária à fototerapia. Nos casos em que a fototerapia for considerada necessária antes que os níveis de bilirrubina atinjam o limite das diretrizes, isso deve ser claramente documentado. Assim, a fototerapia pode não ser inofensiva e  os riscos, bem como os benefícios devem ser pesados ​​antes de ligar a fototerapia (principalmente se níveis de bilirrubina abaixo das diretrizes de tratamento atuais)