ZIKA VIRUS E MICROCEFALIA
Eric J. Rubin, Michael F. Greene, and Lindsey R. Baden.
Eric J. Rubin, Michael F. Greene, and Lindsey R. Baden.
De Vanoni F et al, Suiça, 2017, Apresentado pelo Dr. Paulo Henrique P Monteiro, R2 em Pediatria do Hospital Universitário de Brasília, sob Coordenação da Prof. Dra. Márcia Pimentel de Castro. A incidência de lupus eritematoso neonatal nos filhos de mães com perfil sorológico é de aproximadamente 2%, com taxa de recorrência em gravidez subsequentes é em torno de 20%, afetando ambos os sexos (menos de 5% dos bebês com lupus eritematoso neonatal desenvolvem lupus sistêmico na adolescência ou na idade de adulto jovem).Importante: Se houver uma gestação prévia complicada com síndrome do lupus neonatal, esse risco aumenta em 10x (20%), na próxima gestação. O diagnóstico sindrômico ocorre quando:presença dos autoanticorpos maternos e recém-nascido com bloqueio atrioventricular, rash típico ou manifestações hepáticas ou hematológicas sem outra explicação (vejam as imagens da lesões no artigo, muitas vezes confundidas com eczema, tocotraumatismo e infecção!). O bloqueio atrioventricular congênito (com coração normal) é a manifestações cardíaca mais comum e comumente se desenvolve entre a 18a e 26a semana de idade gestacional, podendo ocorrer depois de 26/30 semanas. Em 5-10% destes pacientes podem desenvolver cardiomiopatia.O desenvolvimento do lupus neonatal é independente de amamentação.Logo, em mães com presença dos autoanticorpos ou cujos filhos são afetados com lupus neonatal, a amamentação não deve ser desencorajada. Na prevenção da doença cardíaca, a hidroxicloroquina que não tem toxicidade fetal, diminui o risco do desenvolvimento do lupus neonatal cardíaco quando se tem história prévia: 450mg/dia via oral. Deve ser iniciada entre a 6ª e a 10ª semana de gravidez em mulheres que ainda não fazem uso de tratamento prévio
Dra Alessandra de Cássia G. Moreira, Dra Fernanda Miranda de Oliveira e Dr Paulo Roberto Margotto
Rizk MY, Lapointe A, Lefebvre F, Barrington KJ. Apresentação: Ricardo Tavares Borges, Gabriella Maria Lucena Viana, Maisa da SilvaDulci Medeiros. Foram estabelecidas diretrizes de tratamento para o tratamento do choque séptico para adultos e crianças, mas não há bons dados com os quais possa desenvolver diretrizes para o recém-nascido (RN), não existindo diretrizes para os RN pré-termo e não há orientação sobre o uso de inotrópico (condicionado à preferência do Centro Clínico!).Já é do nosso conhecimento que nos RN com sinais de choque que não respondem à administração de fluidos, requerem o uso de inotrópicos ou vasopressores para melhorar a perfusão.A partir de um banco de dados foram identificados os 30 RN<34 semanas que receberam norepinefrina (NE) entre 2009 e 2011. Hipotensão arterial foi definida por uma pressão arterial média (PAM) inferior ao percentil 10 para a idade gestacional e na presença de diurese inferior a 1mL/kg/h. Quando avaliados 8 horas após o término da infusão de NE, 24 pacientes (80%) tiveram reversão do choque (pressão arterial normal para a idade gestacional e diurese normal). Nenhum paciente precisou de dobutamina ou expansão de volume nas 8 horas após a suspensão da NE. O risco potencial de hipertensão pulmonar nestes bebês suscita preocupações com os efeitos pulmonares dos inotrópicos, como dopamina (além de aumentar a pressão arterial aumenta a resistência arterial pulmonar), o que não ocorre com a NE
Capítulo de autoria dos Drs. Paulo R. Margotto e Marta David Rocha de Moura, do Livro Assistência ao Recém-Nascid de Risco, Hospital de Ensino Materno Infantil de Brasília, SES/DF. 4a Edição, em preparação.
Enfatizamos que as medidas mais importantes são a prevenção. Segundo Duara, é surpreendente que ainda haja pessoas tão preparadas que não se lembram que não lavar as mãos, tocar o nariz, tocar os bebês em seguida é uma violação de técnica. Um conceito simples de LAVAR AS MÃOS ANTES E DEPOIS DE TOCAR UM BEBÊ DEVE SER MUITO DIFÍCIL para algumas pessoas entenderam, mas é fato. Como é difícil implantar estas técnicas na UTI Neonatal! É impressionante. Quando temos um paciente com microrganismo resistente é tão ruim como deixar um cateter ou outra coisa na barriga de alguém após uma operação. Temos que combater estas violações. Há prescrição exagerada de antibiótico. Ao tratar o paciente e as culturas chegam, temos que adequar o antimicrobiano para não sermos generosos demais. Muito cuidado com a prescrição de antimicrobianos. Nós médicos adoramos dar antibiótico. A enfermeira da Infecção deveria fornecer aos médicos uma lista de todos os bebês que estão recebendo antibióticos sem uma causa justificada. É um imenso desafio. É fácil dizer: ele não está com uma carinha boa, então vamos continuar com o antibiótico e esta decisão pode ser péssima. A higiene das mãos é simples, mas é difícil a adesão das pessoas. É preciso reformar os estofados velhos, renovar plantas antigas, limpar as superfícies planas, limpar ar condicionado. Alguém tem que controlar vigiar tudo que está sendo prescrito na sua Unidade. Resgatar as culturas colhidas. Mudar a CULTURA da Unidade. Higiene das mãos e do ambiente. Evite procedimentos invasivos. Aumentar a conscientização, mostrando que o contato casual com o paciente (um tapinha na bochecha) ou superfície pode contaminar as mãos por horas. Se você tocar um prontuário ou a mesa ANTES de lavar as mãos você criou uma situação naquele momento em que as pessoas inocentes que tocarem aquele prontuário naquele momento poderão prosseguir com a contaminação. Otimize o uso de antibióticos. Use espectros mais estreitos. Tente evitar a terapia empírica e se usar, no máximo até 48-72 horas. Se você continuar usando o antibiótico, você terá que ter uma boa Razão para fazê-lo. Tentar evitar os bloqueadores H2. A higiene das mãos é crítica. As luvas não substituem, a lavagem das mãos. A NÃO REMOÇÃO DAS LUVAS APÓS O CONTATO COM O PACIENTE facilita em muito a disseminação da infecção.
Oelberg et al, colocando um marcador no ganho do telefone, 8 horas após, 80% de amostras tinham o marcador a partir do telefone contaminado. Os locais mais consistentemente positivos para o marcador foram os analisadores de gasometria, mouse do computador, telefone, prontuários médicos, ventiladores, botões de controle de calor radiante, monitores dos pacientes, e mãos das pessoas, sala de estar da Enfermagem, Sala do Café dos Staffs, área de estar dos Residentes. Observem que uma pessoa que contamina um equipamento tem um potencial de disseminar em toda a Unidade. Basta que uma pessoa não respeite as técnicas para causar um surto de infecção!
Segundo o CDC o uso de álcool é tão bom quanto lavar as mãos com desinfetante por 3 minutos. Temos que espalhar entre os dedos, no antebraço e ser secado até chegar a um nível de desinfecção considerado adequado. As mãos não devem ser contaminadas com secreção e sangue. As unhas das mãos devem ser bem curtas. Não usar nenhuma jóia e unhas artificiais (associam-se a infecções fúngicas). Portanto, unhas curtas, sem unha artificial e fazer uma desinfecção correta com álcool.
Segundo Richtmann, evitar o uso abusivo de antibióticos (o melhor antibiótico é a prevenção): melhor é não usar o antibiótico. As bactérias levam vantagens pela rapidez e agilidade no desenvolvimento da resistência:
É obrigatória a Lavagem das Mãos ao ENTRAR na Unidade, ANTES e APÓS cada procedimento (”Mãos sujas são mãos assassinas!”). As mãos dos cuidadores tem sido responsáveis por surtos de Serratia marcescens.
Enquanto na Unidade de Neonatologia, retire anéis, pulseiras, relógios e outros
Atenção estrita aos protocolos de uso de cateteres venoso e arterial. A utilização de cateter percutâneo venoso central (PICC) para os RN de muito baixo peso, além de permitir o seu uso prolongado de 80 dias ou mais, o índice de infecção é inferior a 10%.
Atenção a antibioticoterapia empírica prolongada (mais de 3 dias!): O estudo mais recente da Rede Canadense de Neonatologia sobre o uso de antibioticoterapia empírica nos recém-nascidos de muito baixo peso com hemoculturas negativas mostrou aumento significativo de resultados adversos como, mortalidade, displasia broncopulmonar, enterocolite necrosante, hemorragia intraventricular, leucomalácia periventricular, retinopatia da prematuridade e infecção hospitalar (odds ratio de 1,24 com IC a 95% de 1,09-1,41).
Márcia Pimentel de Castro,
Marta David Rocha Moura,
Ligia Maria Suppo de Souza Rugolo,
Paulo Roberto Margotto
Kate Lívia R4/NEO,Lara Ramos R3/NEO.
Coordenadora: Dra Marta David Rocha de Moura.
Colaborador: Dr. Paulo R. Margotto.
Patologista: Melissa Iole Da Cás Vita.
Fernanda Lira
III Simpósio Internacional de Reanimação Neonatal, Rio de Janeiro, 27 a 29 de agosto de 2009-09-16
Realizado por Paulo R. Margotto, Prof. do Curso de Medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS)/SES/DF
Eduardo Juan Troster.
Coordenador do CTI-Pediátrico do Hospital Israelita Albert Einstein.
Professor Livre Docente do Departamento de Pediatria da FMUSP.
III. Congresso Centro Oeste de Terapia Intensiva em Goiânia-7-9 de maio de 2009