Categoria: Assistência ao Recém-nascido na Sala de Parto

Campanha de conscientização sobre uma doença chamada ASFIXIA PERINATAL (acomete 2 bebês por hora no Brasil!)

Campanha de conscientização sobre uma doença chamada ASFIXIA PERINATAL (acomete 2 bebês por hora no Brasil!)

Gabriel Variane (SP)

Prezados colegas segue uma Importante iniciativa do grupo da PBSF (Protegendo Cérebros Salvando Vidas) sob a Coordenação do nosso querido Gabriel Variane intitulado SETEMBRO VERDE ESPERANÇA, uma campanha importantíssima no sentido da conscientização da Asfixia Perinatal, uma das importantes causas de morte neonatal e de graves sequelas que não escolhe classe socioeconômica. UM GRAVE PROBLEMA DE SAUDE PÚBLICA. No mundo a Asfixia Perinatal atingi 1,15 milhão por ano (2 bebês por hora no Brasil!). Com a autorização desse grupo estamos participando na divulgação e solicitamos  também que faça aos seus pares (Paulo R. Margotto)

 

 

 

 

Caso Clínico: Síndrome de Aspiração Meconial/Encefalopatia Hipóxico-isquêmica

Caso Clínico: Síndrome de Aspiração Meconial/Encefalopatia Hipóxico-isquêmica

Apresentação:       Jamille Coutinho Alves

Coordenação:        Nathalia Bardal

Unidade de Neonatologia do HMIB/SES/DF

▪A presença de líquido amniótico tinto de mecônio é um sinal potencialmente sério de comprometimento fetal e está associado com aumento da mortalidade perinatal.

▪ Muitos autores acreditam que a causa da passagem de mecônio para o líquido amniótico (LA) seja devido à hipoxia que leva ao relaxamento do esfíncter anal.

▪ O comprometimento do bem estar fetal pode levar ao LA tinto de mecônio e este comprometimento pode ser devido à infecção, evidenciado pela corioamnionite. A infecção poderia aumentar a sensibilidade a hipóxia e poderia ser um fator contribuinte de sofrimento fetal durante o trabalho de parto.

Asfixia Perinatal

Asfixia Perinatal

Apresentação: Pollyana Alves Gouveia Assunção

Coordenação: Carlos Alberto Zaconeta.

Asfixia perinatal é uma injuria sofrida pelo feto ou pelo recém-nascido (RN) devido à má oxigenação (hipoxia) e/ou má perfusão (isquemia) de múltiplos órgãos. Associa-se a acidose láctica e, na presença de hipoventilação, a hipercapnia. A asfixia pode ser o resultado do insulto crónico, subagudo ou agudo sofrido pelo feto.

Realizar um diagnóstico bem fundamentado de  asfixia confirmando ou refutando a etiologia perinatal  é de extrema importância para a família e para os profissionais, pois um diagnóstico apressado pode acarretar sofrimento familiar e, cada vez com maior frequência,  repercussões médico-legais tanto para obstetras como para neonatologistas.

Contudo, definir asfixia não é simples e isto faz com que seja difícil comparar todos os trabalhos clínicos existentes, uma vez que com freqüência, as definições utilizadas são diferentes. Vários estudos têm evidenciado que o escore de Apgar é insuficiente, como critério único, para o diagnóstico de asfixia perinatal.  Uns  dos critérios mais usados para caracterizar a presença de asfixia são os da Academia Americana de Pediatria que reserva o termo asfixia para pacientes que apresentam os seguintes fatores associados:

  1. Acidemia metabólica ou mista profunda (pH<7,0) em sangue arterial de cordão umbilical;
  2. escore de Apgar de 0-3 por mais de 5 minutos;
  3. manifestações neurológicas neonatais (ex: convulsões, coma ou hipotonia);
  4. Disfunção orgânica multisistêmica (ex:  sistemas cardiovascular, gastrintestinal, hematológico, pulmonar ou renal).

 

COVID-19 EM RECÉM-NASCIDOS E ASSISTÊNCIA RESPIRATÓRIA: EVIDÊNCIAS ATUAIS E ABORDAGEM PRÁTICA

COVID-19 EM RECÉM-NASCIDOS E ASSISTÊNCIA RESPIRATÓRIA: EVIDÊNCIAS ATUAIS E ABORDAGEM PRÁTICA

XXVII Encontro Internacional de Neonatologia da Santa Casa de São Paulo (Versão Inédita Online).

 Guilherme Sant´Anna (Canadá).

Realizado por Paulo R. Margotto.Neurossonografista das UTI Neonatais do Hospital Santa Lúcia, da Maternidade Brasília e Hospital Materno Infantil de Brasília.pmargotto@gmail.com. www.paulomargotto.com.br.

Entre os destaques: não há confirmação convincente de que haja transmissão vertical da COVID-19 no atual momento, a maior parte dos bebês não apresentam problema algum e a transmissão horizontal precoce é possível. Assim, o desconforto respiratório logo após o nascimento não é causado pela COVID-19 e sim pela prematuridade e outras morbidades. Talvez o problema maior seja nos Profissionais de Saúde que estão trabalhando dentro da UTI e os pais. Quanto à abordagem respiratória: seguir as normas do Programa de Reanimação, com pequenas modificações comentadas a seguir, minimizar a exposição do Profissional (menor número de pessoas na Sala de Parto), encaminhar o RN à UTI numa incubadora pelo caminho mais curto. Quanto à transmissão: ocorre por gotículas de ar que não tem capacidade de ficar flutuando no ar a longa distância (manter a distância entre 1-2 metros), contato com superfícies, aerossóis (vírus pode permanecer viável e contagioso em aerossóis por horas). Os adultos transmitem pela fala, tosse e respiração (no caso do RN, quando chora). Não se conhece a quantidade de vírus que contém essas partículas, porque a carga viral é diferente em cada paciente. O grande problema é quando produzimos aerossol através do procedimento ventilação mecânica, ventilação não invasiva, aspiração oral, nasal e traqueal, cânula de alto fluxo, ambú e máscara. No entanto, esses procedimentos são pobres na produção de aerossóis e os modelos matemáticos demonstram que a chance do Profissional de Saúde pegar a infecção por aerossol é muito baixa. Os Profissionais de Saúde que usaram máscaras cirúrgicas ficaram tão protegidos quando a N95. Não há um quadro típico de SARS-COV-2 em RN. Revisão sistemática de ventilação manual, antes ou depois da intubação, não foi associada a um aumento do risco de transmissão viral. Já a intubação traqueal aumenta 3 vezes mais a chance de adquirir a infecção (essa deve ser realizada pelo colega de maior experiência nesse momento de pandemia) A dispersão  do ar em procedimentos geradores de aerossol no RN de 3Kg, em relação a do adulto, é 23 vezes menor (ao redor de 2 cm!). Assim  a idéia de não querer usar a ventilação com ambú e máscara para evitar a produção de aerossol, não é uma idéia correta, pois, como vimos a dispersão é pequena em adulto e muito menor ainda em recém-nascidos (é importante evitar escape pela máscara! Com operador inexperiente, o escape pode ocorrer em até 40%). Devem ser usados os filtros hidrofóbicos bacterianos/virais na parte expiratória do sistema (não colocar entre o ambú e o paciente, pelo risco do aumento do espaço morte e aumento do CO2, principalmente em bebês <1000g). Em CPAP selo d´agua colocar o filtro antes do ar entrar na água para não espalhar no ar!Lembrar que esses bebês não nascem com coronavirus. A transmissão vertical  é muito rara. Quanto à aspiração, revisão sistemática mostrou que a aspiração de secreção não se associou ao aumento do risco de transmissão.  Existe alguma evidência que se for entubar por estar próximo ao doente, fazer a aspiração de forma contínua. Sempre aspirar o tubo em um sistema fechado.Não há nenhuma evidência que haja novos modos de ventilação para os pacientes positivos ou suspeitos que possa diminuir a produção de aerossóis e melhorar o prognóstico do paciente. É bom você lembrar que o bebê é seu amigo, você é o maior inimigo dele

 

COVID-19 neonatal: poucas evidências e necessidade de mais informacões (Neonatal COVID-19: little evidence and the need for more information)

COVID-19 neonatal: poucas evidências e necessidade de mais informacões (Neonatal COVID-19: little evidence and the need for more information)

Renato Soibelmann Procianoy, Rita C. Silveira, Paolo Manzoni, Guilherme Sant’Anna. Neonatal COVID‐19: little evidence and the need for more information Jornal de Pediatria (Versão em Português), Volume 96, Issue 3, May–June 2020, Pages 269-272. Download PDF. Artigo Integral!

 

Com base nos relatos disponíveis (até o momento da redacão deste editorial) e nos dados científicos relatados pela China, Itália e pelos Estados Unidos, recém-nascidos parecem ser significativamente menos afetados pela COVID-19 do que os adultos. No entanto, a falta de evidências de alta qualidade para essa situacão e o ritmo constante de informacões novas e conflitantes têm sido um desafio geral para todas as especialidades médicas, inclusive a terapia intensiva neonatal. Em realidade, o conhecimento atual sobre infeccão por coronavírus 2 (SARS-CoV-2) na síndrome respiratória aguda grave neonatal é limitado. Portanto, várias perguntas permanecem sem resposta e, ao mesmo tempo, a comunidade neonatal precisa agir. Não é de surpreender que isso tenha causado um estresse significativo entre os prestadores de cuidados de saúde neonatal. Em todo o mundo, vários grupos importantes têm trabalhado diligentemente no desenvolvimento de protocolos e diretrizes para a COVID-19 neonatal.No Brasil, um número significativo de documentos sobre esse assunto foi produzido rapidamente por entidades nacionais como a Sociedade Brasileira de Pediatria, o Ministério da Saúde e o Programa de Reanimacão Neonatal. Sem dúvida, essas são etapas críticas e fundamentais na luta contra a COVID-19, mas, dada a constante atualizacão e algumas informacões conflitantes, os profissionais de saúde enfrentam dificuldades para determinar as melhores diretrizes locais. Para tornar as coisas ainda mais desafiadoras, notícias diárias (e muitas vezes não científicas) são divulgadas pela imprensa.

 

Recomendações para Assistência ao Recém-Nascido na sala de parto de mãe com COVID-19 suspeita ou confirmada

Recomendações para Assistência ao Recém-Nascido na sala de parto de mãe com COVID-19 suspeita ou confirmada

Sociedade Brasileira de Pediatria (do Grupo Executivo do Programa Nacional de Reanimação Neonatal)-Março de 2020

Coordenadoras gerais: Maria Fernanda B. de Almeida (SP) e Ruth Guinsburg (SP)
Membros: Danielle CB Brandão (PE), Gislayne CS de Nieto (PR), Jamil PS Caldas (SP), João Cesar Lyra (SP), José Dias Rego (RJ),
José Henrique S Moura (PE), José Roberto M Ramos (RJ), Leila DC Pereira (SC), Lêni M Anchieta (MG), Lícia MO Moreira (BA),
Lígia MSS Rugolo (SP), Lilian SR Sadeck (SP), Mandira D Kawakami (SP), Marcela DR de Castro (MG), Marcia GP Machado (MG), Marynéa S Vale (MA), Paulo JH Nader (RS), Rossiclei S Pinheiro (AM), Sérgio TM Marba (SP), Tatiana R Maciel (BA)

 

TRANSIÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA NEONATAL APÓS O NASCIMENTO

TRANSIÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA NEONATAL APÓS O NASCIMENTO

Jain Lucky (Atlanta, EUA) por ocasião do 22º Simpósio Internacional do Santa Joana, em São Paulo, entre 11-14 de setembro de 2019. Realizado por Paulo R. Margotto.

.”Nascer é prejudicial à saúde, porque não há no mundo nenhum ambiente mais controlado e confortável do que o útero materno. Mas como viver é um risco inevitável e necessário, é bom saber que tem gente empenhada em garantir maior qualidade ao  nascimento e à vida”(SBP). O nascimento é o momento mais importante da nossa vida. A oportunidade de fazer a transição neonatal na repercussão da mortalidade é de grande importância. É de extrema importância o entendimento da fisiologia dessa transição  para sermos mais gentis com esses bebês  e não rompermos a parede de seus pulmões! Ao nascer o fluido do alvéolo é trocado por ar para estabelecer a capacidade funcional residual (CFR) e uma respiração rítmica. O bebê tem um sofisticado processo de transição e não devemos negligenciar esse plano. Você aterrissaria um avião numa pista sem colocar o sistema de pouso para baixo antes? Você não gostaria de ter um aviso, um alerta que chegou o momento de pousar o avião, que o trem de pouso precisa ser posto em movimento para que você possa usar os freios quando necessário? O que estamos fazendo é não dar ao bebê a oportunidade de pensar e planejar essa transição após o nascimento.  É exatamente isso quando estudamos a fisiologia do pulmão na transição. Nos 2-3 dias antes do início do trabalho de parto espontâneo, tanto o bebê como a mãe já sabe que chegou a hora do nascimento e começar haver um desligamento da produção do líquido pulmonar. AGORA, PENSE NO NASCIMENTO POR CESARIANA ELETIVA! Não há nenhum tipo de alerta prévio, principalmente se a cesariana foi feita com 38 semanas, 38 semanas e meia de gestação, quando o canal de sódio epitelial não foi expresso na forma e na quantidade que precisa ser (35% do líquido pulmonar saem dias antes do nascimento!). A taxa de cesariana no Brasil é uma das maiores do mundo, constituindo uma comemoração na cultura brasileira! Essa troca de produção do líquido pulmonar fetal para o pulmão acontece em grande parte durante a gestação (39 semanas ou mais). tudo que  não aconteceu na historia da humanidade, aconteceu  nos últimos 20-30 anos. Perdemos 1 ou 2 semanas de gestação.  E NÃO É SURPREENDENTE? A expansão pulmonar é de vital importância, pois estabelece da capacidade funciona residual, melhora a bradicardia, faz o clearance do líquido pulmonar, aumenta o fluxo sanguíneo pulmonar. Estar atento a alta concentração de O2 levando à atelectasia pulmonar pela eliminação do nitrogênio que mantém os alvéolos abertos. Entre os erros no manejo da bradicardia, está o reflexo laríngeo ao tentarmos intubar um bebê e fazemos uma aspiração dessas bolhinhas e você o faz com um cateter na região perilaríngea veja o que ocorre: estimula o reflexo de proteção da laringe (através das fibras c) porque MÃE NATUREZA diz: se chegar alguma coisa perto da laringe a MÃE NATUREZA fecha essa abertura da traqueia. O reflexo laríngeo leva a um espasmo laríngeo, apneia, bradicardia e você tentar fazer a reanimação do bebê para interromper o processo de apneia e bradicardia e ao continuar fazendo a aspiração sem perceber que todas as vezes que fazemos essa aspiração perto da região da laringe nós mesmos estamos provocando esse reflexo. Portanto há muito que aprender, há muito a se descobrir. Em homenagem ao Dr. Henrique Rigatto, que teve enorme contribuição na Neonatologia Internacional, falecido aos 82 anos no dia 11/9/2019 e comunicado pelo Dr. Navantino Alves Filho, trouxemos belíssima Conferência sobre Doença da Membrana Hialina-A Evolução de uma ideia, ocorrida no XV Congresso Brasileiro de Perinatologia entre os dias 23 a 28 de Novembro/1996, Belo Horizonte (MG), assim como uma oportunidade de revermos A História da Neonatologia–Algumas Pérolas no Brasil. “Eu quase que nada não sei, mas desconfio de muita coisa”! FELIZ 2020! Compartilhem sempre os seus conhecimentos e descubram a Beleza do Saber! Reencontrar os colegas dos anos 80-90 que escreveram a Neonatologia de Brasília foi um acontecimento Marcante e Emocionante!

Relação entre o tempo de clampeamento do cordão umbilical e incidência de Icterícia Neonatal e níveis de hematócrito em recém-nascidos a termo saudáveis

Relação entre o tempo de clampeamento do cordão umbilical e incidência de Icterícia Neonatal e níveis de hematócrito em recém-nascidos a termo saudáveis

Relationship between umbilical cord clamping time and incidence of Neonatal Jaundice and
hematocrit levels in healthy term newborns.Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo, São Paulo, v. 64, n,2, p. 88-92, mai./ago. 2019.https://doi.org/10.26432/1809-3019.2019.64.2.088disponível em: Relação entre o tempo de clampeamento do cordão umbilical …

Apresentação:Apresentação: Taynara  Leonel Bueno; Coordenação: Miza Vidigal

Não há associação significativa desse procedimento com hiperbilirrubinemia neonatal, sendo inclusive demonstrada vantagem do atraso do clampeamento do cordão umbilical em aloimunização pelos globos vermelhos, com aumento de hemoglobina ao nascer, maior atraso antes da primeira transfusão neonatal e uma diminuição de exsanguineotransfusão sem mais complicações neonatais devido à hiperbilirrubinemia (nos complementos)

Clampeamento tardio do cordão é associado com melhora da dinâmica da autorregulação cerebral e diminuiu a incidência de hemorragia intraventricular nos recém-nascidos pré-termo

Clampeamento tardio do cordão é associado com melhora da dinâmica da autorregulação cerebral e diminuiu a incidência de hemorragia intraventricular nos recém-nascidos pré-termo

Delayed cord clamping is associated with improved dynamic cerebral autoregulation and decreased incidence of intraventricular hemorrhage in preterm infants.Vesoulis ZA, Liao SM, Mathur AM.J Appl Physiol (1985). 2019 Jul 1;127(1):103-110. doi:10.1152/japplphysiol.00049.2019. Epub 2019 May 2.PMID: 31046516.Similar articles.

Apresentação: Antonio Thiago de Souza Coelho. Coordenação:Nathália Bardal.

Um dos importantes achados do clampeamento tardio do cordão umbilical (CTC) nos pré-termo foi a redução de taxas de hemorragia intraventricular (HIV). No entanto, o mecanismo de efeito protetor permanece incerto apesar de muitas especulações. Nesse estudo os autores levantam a hipótese que o CTC (45 a 60 segundos)  possa exercer seu efeito através da estabilização da hemodinâmica cerebral, especificamente o sistema autorregulatório cerebrovascular. Os RN (28 semanas de idade gestacional) foram monitorados por 72 horas pelo   NIRS (near-infrared spectroscopy) a saturação de oxigênio tecidual cerebral  e pressão arterial média iniciando dentro das primeiras 24 horas. Os RN com CTC foram comparados com os RN com clampeamento imediato do cordão umbilical (CIC), controlando a severidade da doença,  sedação corioamnionite, inotrópicos, tipo de parto. O sistema autorregulatório cerebrovascular pode ser definido como uma “caixa preta”, que transforma flutuações na pressão sanguínea em fluxo sanguíneo cerebral suave e estável. A sua falha  tem um  impacto potencialmente devastador na lesão cerebral! O grau em que esse sistema amortece o fluxo sanguíneo sistêmico pode ser modelado matematicamente se a entrada e saída são conhecidas. Nesse estudo, a entrada é a Pressão Sanguínea Arterial e a saída é a Saturação de oxigênio tecidual cerebral (SctO2), representando o fluxo sanguíneo cerebral. Com essa tecnologia os autores demonstraram que os bebês prematuros com  CTC apresentaram  função autorregulatória cerebral dinâmica mais robusta e uma taxa significativamente menor de HIV, comprovando que o CTC exerce um efeito neuroprotetor em recém-nascidos prematuros, que é a estabilização do sistema cérebro-vascular e melhoria da resistência a flutuações da pressão arterial sistêmica. Os pré-termo com CIC apresentam  um alto grau de vasorreatividade na circulação cerebral. Quanto à ordenha do cordão, esses autores citam que ainda não está claro se tem um efeito semelhante, embora seja razoável supor um resultado semelhante, dado os resultados observados em estudos randomizados  mais recentes que  demonstraram diminuição da HIV. Nos complementos o melhor entendimento do mecanismo da ocorrência da HIV, no qual a deficiente autorregulação do fluxo sanguíneo cerebral desempenha primordial papel, assim como as repercussões da HIV, mesmo em baixos graus. O CTC evita 1 HIV para 15 bebês e assim, nos EUA, 3795 casos anuais de HIV poderiam ser evitados! Assim, NÃO ADOTAR A PRÁTICA DO ATRASO DO CLAMPEAMENTO DO CORDÃO: PODE EXPOR AS CRIANÇAS A UM RISCO DESNECESSÁRIO DE ATRASOS NO NEURODESENVOLVIMENTO, PARALISIA CEREBRAL E PROBLEMAS COMPORTAMENTAIS, AFETANDO A QUALIDADE DE VIDA DAS CRIANÇAS, COM PREJUÍZO FAMILIAR, GASTOS MÉDICOS EXCESSIVOS, além de uso de preciosos recursos desnecessariamente, como transfusão de concentrado de hemácias. Embora não haja diretrizes para os que precisam de reanimação, segundo Ola Saugstad (Noruega), são esses que mais precisam do sangue placentário, razão pela qual já existem carrinhos de reanimação permitindo a sua realização com o cordão umbilical intacto (são necessários mais estudos!) e a ordenha de cordão-OC (com repreenchimento placentário!) pode ser uma alternativa aceitável quando o CTC não for possível, não atrasando a reanimação (os dados recentes que mostram que a OC é equivalente ao CTC no aumento do sangue neonatal circulante). A OC no aumento a HIV como se supunha, pelo contrário diminui significativamente em relação a CIC. Segundo Peter Davis (Austrália), até 2020 essa lacuna deverá ser preenchida com vários ensaios em curso. Além disso, as células-tronco administradas com sangue do cordão umbilical podem atuar de maneira neuroprotetora através de diferentes mecanismos fisiológicos. Enfim, o CTC não aumenta a necessidade de fototerapia e exsanguineotransfusão, inclusive ocorreram menos exsanguineotransfusão nos bebês com CTC isoimunizados!!!.

Atraso no clampeamento do cordão umbilical precoce em recém-nascidos prematuros: revisão sistemática e metanálise

Atraso no clampeamento do cordão umbilical precoce em recém-nascidos prematuros: revisão sistemática e metanálise

Delayed vs early umbilical cord clamping for preterm infants: a systematic review and meta-analysis.Fogarty M, Osborn DA, Askie L, Seidler AL, Hunter K, Lui K, Simes J, Tarnow-Mordi W.Am J Obstet Gynecol. 2018 Jan;218(1):1-18. doi: 10.1016/j.ajog.2017.10.231. Epub 2017 Oct 30. Review.PMID:29097178.Similar articles.

Realizado por Paulo R. Margotto.

Esta revisão fornece evidências de alta qualidade de que, nas populações experimentais representadas, o retardo do clampeamento reduz a mortalidade e as transfusões de sangue infantil, tanto no pré-termo (<37 semanas de gestação) quanto no pré-termo (≤28 semanas de gestação), sem aumentar a proporção com baixos índices de Apgar ou que receberam suporte cardiorrespiratório ou reanimação neonatal no parto. Na maioria das crianças nesta revisão, o atraso no clampeamento foi planejado por 60 segundos ou mais. Assumindo que um milhão de bebês nascem ≤28 semanas de gestação globalmente (4), o uso de clampeamento retardado em vez de precoce pode alcançar entre 11.000 e 100.000 sobreviventes adicionais a cada ano. O clampeamento tardio do cordão também levou a reduções cada vez maiores na probabilidade de receber transfusões de sangue subseqüentes.

 Conclusões: Esta revisão mostra, com evidências de alta qualidade, que, em estudos que não relataram ordenhado cordão, o clampeamento tardio reduz a mortalidade em prematuros e confirma achados anteriores de que o retardo no clampeamento reduz as transfusões de sangue subsequentes. O retardo do clampeamento não teve impacto na morbidade neonatal ou materna clinicamente significativa São necessários ensaios de ordenha do cordão contra o clampeamento tardio, de combinar a ordenha do cordão com o clampeamento tardio e a reaimação com ou sem o cordão umbilical intacto, antes ou depois do início da respiração. O acompanhamento da infância será essencial