Categoria: Distúrbios Neurológicos

Neuroimagem na Encefalopatia Hipóxico-Isquêmica (Neuroimaging in HIE)

Neuroimagem na Encefalopatia Hipóxico-Isquêmica (Neuroimaging in HIE)

Courtney Wusthoff (EUA).

NEOBRAIN BRASIL 2019. Congresso Internacional-PBSF em Neuroproteção e Neuromonitorização Neonatal, São Paulo, 8-9 de novembro de 2019.

Reprodução da Conferência realizada por Paulo R. Margotto.

A finalidade de ter as imagens nesses pacientes é para se construir um plano de acompanhamento e esse plano de acompanhamento adequado vai depender da gravidade da lesão que a imagem vai nos mostrar. Se eu tiver um bebê na UTI com um grave padrão de lesão mostrada na imagem, há necessidade de programar estratégias que amenizem, como programar a terapia ocupacional futura. O prognóstico não é só parecer inteligente, dar informações para as pessoas para aniquilar as esperanças da família. Essas informações sevem para se tomar decisões práticas e ajustar o tratamento e o acompanhamento para aquela criança em particular para que ela venha a ter a melhor chance dentro dessas condições. Entre as imagens: 1) Ultrassom craniano: é ima técnica fantástica prontamente disponível, não invasivo, examinador dependente, medições Doppler do fluxo sanguíneo cerebral ajuda na acurácia (índice de resistência – IR: quando alterado inicialmente sugere um insulto prolongado intraparto ou 1-2 dias antes do nascimento-consultem os complemento 2)Tomografia computadorizada de crânio: papel limitado, alta irradiação 3) Ressonância magnética (RM): padrão ouro, não há necessidade de contraste na EHI, confirma o diagnóstico e avalia o prognóstico ideal que seja realizado entre 5-21 dias de vida. Na EHI, a RM causa padrões típicos de lesão nos gânglios da base e tálamo, conhecidos como lesão BTG (deep Gray, área mais cinzenta, muito ativa metabolicamente, precisa de muita energia, de muito oxigênio, sendo particularmente suscetível a lesões agudas e EHI profunda; serve como uma “estação retransmissora” principalmente motora e sensorial para o cérebro. Dentro dessa área talâmica dos gânglios basais temos o membro posterior da cápsula interior (PLIC), que é um denso caminho motor que atravessa a região BGT. Os gânglios da base e o tálamo (BGT) são áreas-chave do cérebro para muitas vias neurais e sistemas de processamento de informações. Seu papel é vital para o controle motor e postural, locomoção, cognição e comportamento e danos a essas áreas têm um papel dominante e efeito profundo nos resultados da infância. Os gânglios da base e o tálamo são as áreas mais suscetíveis do cérebro aos prejuízos ocasionados pela hipóxica isquêmica perinatal aguda. Acredita-se que seja por causa de sua alta a taxa metabólica e demanda por energia e aumento da concentração de receptores glutamato e são ativamente mielinizantes na idade a termo. Já os envolvimentos do tronco cerebral é mais frequente em prematuros ou lesões mais graves e do córtex e substância branca, apenas na EH mais leves, com um padrão “whatersehed” na EHI parcial/prolongada. A gravidade mais preditiva de problemas motores está na lesão dos gânglios da base e no tálamo (severa lesão no BTG: 98% paralisia cerebral). Lesão no PLIC (parte posterior da cápsula interior que passa pelos gânglios da base; a parte motora controla os movimentos e essa parte motora manda sinais através do membro posterior, através dessa via muito apertada de fibras.) mais preditivo de andar aos 2 anos de idade (se normal: todos andam aos 2 anos de vida). Consultem o brilhante estudo citado de Dra. Martinez Biarge et al. Portanto,ao realizar a RM, veja  se há  algum coisa anormal no PLIC, nos gânglios da Base  e assim você tem informações úteis sobre  o prognóstico.

 

Cuidados de Enfermagem ao Recém-Nascido na Síndrome da Abstinência Neonatal

Cuidados de Enfermagem ao Recém-Nascido na Síndrome da Abstinência Neonatal

Bruna Maria de Paula Lima, Camila Silva Ferreira, Emanuella Luíza dos Santos Moreira, Luíza Aparecida Silva, Vitor Diniz Custódio.

Trabalho de Conclusão de Curso Apresentado ao Curso Técnico em Enfermagem da Etec. Dr. Júlio Cardoso, orientado pela professora Nilma Aparecida da Silva, como requisito parcial para obtenção do título Técnico em Enfermagem. Franca, SP.

“A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer pintor ou escultor; pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes!”
FLORENCE NIGHTINGALE

Resumo

Abordamos neste trabalho diversos artigos relacionados a Síndrome da Abstinência Neonatal (SAN), de vários autores diferentes como em especial os do Dr. Paulo R. Margotto, que nos ampliou a visão de como este problema é comum e tão pouco pautado. Entende-se por abstinência o conjunto de sinais e sintomas que surgem após a interrupção abrupta do uso de determinadas substancias que o nosso organismo está recebendo regularmente. Esta síndrome é infelizmente presente em muitas famílias e muitas vezes não é diagnosticada, dificultando assim seu cuidado especifico e a solução para o problema. Deve ser ressaltado também os fatores perinatais como por exemplo a falta do pré-natal dessa gestante usuária de droga, e muitas vezes o descaso dela em relação à gestação, que pode vir a gerar futuros problemas que poderiam ser evitados caso houvesse um acompanhamento mais próximo. Pretendemos trazer à tona todos os sintomas que a SAN apresenta, e ressaltar algumas
características mais importantes como a irritabilidade, o choro excessivo, dificuldade de mamar, e as más formações congênitas que algumas drogas causam. Ressaltar a síndrome alcoólica fetal causada pelo uso do álcool que pode trazer consigo também alterações físicas, e
a síndrome de prune belly causada pelo uso da cocaína. Além disso exemplificaremos os cuidados de enfermagem cabíveis ao tratamento, sendo este
farmacológico ou não, e a conduta a ser seguida com o RN e com a família.

 

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL-compartilhando imagens: Erro inato do metabolismo? Encefalopatia hipóxico-isquêmica?

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL-compartilhando imagens: Erro inato do metabolismo? Encefalopatia hipóxico-isquêmica?

Paulo R. Margotto.

Recém-nascido de 39sem 2 dias, peso de 3110, do dia 24/3/2020, cesariana de emergência por taquicardia fetal e redução dos movimentos fetais. Nasceu em apneia, líquido meconial, necessidade de ventilação com 2 ciclos de VPP (ventilação por pressão positiva) sob máscara, com melhora  da oxigenação e iniciado movimentos respiratórios, porém manteve severa hipertonia. O tônus melhorou 30 minutos depois. Apgar de 4/7. Evoluiu com desconforto respiratório precoce, necessitando de O2 no capacete. Apresentou severa hipoglicemia (glucostix marcou valor LOW, sendo realizado push de 2ml de glicose a 10%. Apresentou tremores grosseiros a esclarecer (clônus?), sendo iniciado fenobarbital.

ULTRASSONOGRAFIA CEREBRAL DOPPLER -2020

ULTRASSONOGRAFIA CEREBRAL DOPPLER -2020

Paulo R. Margotto

Capítulo do livro  de Neurossonografia Neonatal, 2a  Edição, 2020, no Prelo

  • A imagem do ultrassom em tempo real combinado com sistema de Doppler pulsado constitui um exame não invasivo e de beira de leito, de relativo baixo custo, seguro, de rápida execução, permitindo a quantificação de velocidade de fluxo sanguíneo cerebral (VFSC) em recém-nascido (RN), com extrapolação das medidas de volume. A velocimetria Doppler não representa mensuração do volume absoluto de fluxo sanguíneo para a área perfundida pela artéria em estudo, mas é útil para quantificar variações relativas do fluxo sanguíneo cerebral (FSC) em determinado período de tempo

 

CONVULSÕES NEONATAIS: MAIS QUE OS OLHOS PODEM VER

CONVULSÕES NEONATAIS: MAIS QUE OS OLHOS PODEM VER

Courtney Wusthoff (EUA) 

NEOBRAIN BRASIL 2019. Congresso Internacional-PBSF em Neuroproteção e Neuromonitorização Neonatal, São Paulo, 8-9 de novembro de 2019

Reprodução da Conferência realizada por Paulo R. Margotto.

EM RESUMO…

 

É enfatizado a importância do uso do EEG contínuo (cEEG) na detecção das CONVULSÕES SUBCLÍNICAS. Essas se associam ao aumento da pressão intracraniana,  além potencializar o sofrimento metabólico do paciente com lesão cerebral e, portanto, pode levar a lesão celular permanente. Na Encefalopatia hipóxico-isquêmica (EIH), a gravidade das convulsões em recém-nascidos humanos com asfixia perinatal é independentemente associada à lesão cerebral. As convulsões por si só podem piorar o desenvolvimento cerebral (~ 80% das crises neonatais são sintomáticas de lesão cerebral!) Tanto no período perioperatório como pós-operatório a ocorrência das convulsões detectadas no cEEG na Doença Cardíaca associou-se a piores resultados tanto aos 4 anos como aos 16 anos de vida. As convulsões neonatais não são diagnosticadas com segurança por observação clínica sozinha (até 85% das crises neonatais não apresentam sinais clínicos), além de que até 75% das crises clínicas suspeitas não são convulsões epilépticas! O desacoplamento eletroclínico é comum ( ~ 50% após fenitoína ou fenobarbital), ou seja ou seja,  os sinais desaparecem, mas a convulsão continua. Não podemos diagnosticar convulsões somente olhando o bebê. Eles fazem todos os movimentos esquisitos, como olhar estranho, espasmos. A gente acha que é convulsão. A vídeo monitorização eletroencefalográfica contínua (cEEG) é o padrão ouro para convulsões neonatais, no entanto, existem barreiras à implementação desta tecnologia. No entanto, o EEG de amplitude integrada (aEEG) é uma alternativa útil se o cEEG for indisponível. É uma ferramenta de neurofisiologia à beira do leito que utiliza um número de canais para gravar o sinal do EEG bruto que é filtrado, retificado, processado e exibido em amplitude semilogarítmica e escala compactada no tempo. E uma ferramenta útil que pode complementar, embora não substitua o cEEG. Com o uso do aEEG versos cEEG em bebês submetidos à hipotermia, o risco do uso de anticonvulsivante caiu em 67% com o uso do cEEG. Olhando somente para os bebes com aEEG, o percentual de uso de anticonvulsivantes caiu para 38%. Assim conseguiram manter o tratamento apenas naqueles bebes que estavam com convulsões. A curto prazo do uso do aEEG você está ajudando  realmente a não expor  o uso excessivo de medicamentos nesses bebes. Devemos sempre avaliar a causa das convulsões neonatais, mesmo que a ressonância seja normal. Tenha uma abordagem consistente para o tratamento de convulsões neonatais. Confirme que “convulsões” são convulsões reais (convulsões não tratadas podem contribuir para piora dos resultados, no entanto o tratamento excessivo não é benigno). As convulsões subclínicas devem ser tratadas. O fenobarbital continua sendo a base do tratamento para convulsões neonatais: funciona em 80% dos casos. Portanto, use EEG ou aEEG para confirmar todas as suspeitas de convulsões neonatais, para rastrear convulsões em neonatos de alto risco; para novas convulsões, procure causas reversíveis; use a RM para avaliar a etiologia e planeje o acompanhamento visando desenvolvimento neurológico para todos os bebês com convulsões.

Perfil dos pacientes submetidos a monitorização continua com eletroencefalograma de amplitude integrada (aEEG) em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Distrito Federal

Perfil dos pacientes submetidos a monitorização continua com eletroencefalograma de amplitude integrada (aEEG) em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Distrito Federal

Lorena de Mello Ferreira Silva Andrade. Coordenação: Marta David Rocha de Moura. Revisão: Paulo R. Margotto

Hospital Materno Infantil de Brasília

Introdução: Epilepsia é definida como um evento neurofisiológico representando pela atividade elétrica anormal, sendo equivalentes convulsivos caracterizados como alteração na função neurológica se manifestando com alterações motoras. As crises podem estar associadas com alteração em eletroencefalograma (EEG), mas às vezes se manifestam como eventos paroxísticos em que não há correlação com descargas elétricas em EEG. Objetivo: Caracterizar o perfil clínico dos recém-nascidos que foram submetidos à eletroencefalograma contínuo de amplitude integrada internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital Materno Infantil de Brasília e avaliar o desfecho final do RN durante essa monitorização. Materiais e métodos: Estudo observacional de coorte retrospectivo no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB). Foram analisados os prontuários dos 32 pacientes que foram submetidos à monitorização contínua com EEG de amplitude integrada, entre setembro de 2018 e maio de 2019 internados na UTI Neonatal desse Hospital. Resultado: Foram incluídos 32 participantes de pesquisa que atenderam aos critérios de inclusão. 65,6% das pacientes entraram em trabalho de parto, sendo o parto cesárea o mais frequente na amostra, com 62,5% dos casos, a indicação do parto por doença hipertensiva (28,1%) teve mais casos na amostra, seguida de malformação (12,5%); RNs do sexo masculino (65,6%), com a classificação AIG (87,5%) foram mais frequentes na amostra. Houve ocorrência de 25% de atividades epilépticas, dos quais, em 87,5% as crises foram subclínicas; 56% usaram anticonvulsivantes e desses, 25% usaram mais de um, ou seja, 31% (1/3) usaram anticonvulsivantes desnecessariamente. Nenhum dos 18,8% pacientes que foram a dos óbitos apresentou crise epiléptica eletrográfica. Conclusão: Neste estudo, demonstramos a ocorrência de 25% de atividades epilépticas, dos quais, 87,5% as crises foram subclínicas; 56% usaram anticonvulsivantes e desses, 25% usaram mais de um, ou seja, 31% (1/3) usaram anticonvulsivantes desnecessariamente. Não houve correlação entre óbito com possíveis alterações em SNC. Outro dado registrado foi a quantidade semelhante pacientes a termo e pré-termos que apresentaram crise, porém ressaltamos a limitação devido a quantidade pequena de pacientes avaliados.

Monografia-Neonatologia (HMIB)-2020:Perfil dos pacientes submetidos a monitorização continua com eletroencefalograma de amplitude integrada (aEEG) em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Distrito Federal

Monografia-Neonatologia (HMIB)-2020:Perfil dos pacientes submetidos a monitorização continua com eletroencefalograma de amplitude integrada (aEEG) em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Distrito Federal

Lorena de Mello Ferreira Silva Andrade

Coordenação: Marta David Rocha de Moura

Introdução: Epilepsia é definida como um evento neurofisiológico representando pela atividade elétrica anormal, sendo equivalentes convulsivos caracterizados como alteração na função neurológica se manifestando com alterações motoras. As crises podem estar associadas com alteração em eletroencefalograma (EEG), mas às vezes se manifestam como eventos paroxísticos em que não há correlação com descargas elétricas em EEG. Objetivo: Caracterizar o perfil clínico dos recém-nascidos que foram submetidos à eletroencefalograma contínuo de amplitude integrada internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital Materno Infantil de Brasília e avaliar o desfecho final do RN durante essa monitorização. Materiais e métodos: Estudo observacional de coorte retrospectivo no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB). Foram analisados os prontuários dos 32 pacientes que foram submetidos à monitorização contínua com EEG de amplitude integrada, entre setembro de 2018 e maio de 2019 internados na UTI Neonatal desse Hospital. Resultado: Foram incluídos 32 participantes de pesquisa que atenderam aos critérios de inclusão. 65,6% das pacientes entraram em trabalho de parto, sendo o parto cesárea o mais frequente na amostra, com 62,5% dos casos, a indicação do parto por doença hipertensiva (28,1%) teve mais casos na amostra, seguida de malformação (12,5%); RNs do sexo masculino (65,6%), com a classificação AIG (87,5%) foram mais frequentes na amostra. Houve ocorrência de 25% de atividades epilépticas, dos quais, em 87,5% as crises foram subclínicas; 56% usaram anticonvulsivantes e desses, 25% usaram mais de um, ou seja, 31% (1/3) usaram anticonvulsivantes desnecessariamente. Nenhum dos 18,8% pacientes que foram a dos óbitos apresentou crise epiléptica eletrográfica. Conclusão: Neste estudo, demonstramos a ocorrência de 25% de atividades epilépticas, dos quais, 87,5% as crises foram subclínicas; 56% usaram anticonvulsivantes e desses, 25% usaram mais de um, ou seja, 31% (1/3) usaram anticonvulsivantes desnecessariamente. Não houve correlação entre óbito com possíveis alterações em SNC. Outro dado registrado foi a quantidade semelhante pacientes a termo e pré-termos que apresentaram crise, porém ressaltamos a limitação devido a quantidade pequena de pacientes avaliados.

Artigo 5245 (7/3/2020): O Cérebro do Recém-Nascido com Cardiopatia Congênita

Artigo 5245 (7/3/2020): O Cérebro do Recém-Nascido com Cardiopatia Congênita

Paulo R. Margotto.

À luz da ressonância magnética, mais da metade dos recém-nascidos portadores de cardiopatia congênita apresentam anormalidades neurológicas antes da cirurgia; achados clínicos recentes indicam que o desenvolvimento cerebral alterado que ocorre na vida fetal é a principal causa do resultado neurocognitivo nessas crianças; existem muitas semelhanças nas alterações cerebrais e nos resultados do desenvolvimento neurológico associados ao nascimento prematuro versus cardiopatia congênita; a lesão de substância branca é o padrão característico de lesão cerebral em recém-nascidos prematuros: bebês a termo com cardiopatia congênita têm uma incidência surpreendentemente alta de lesão da substância branca; recentemente evidenciou-se não haver diferenças significativas, quanto à lesões cerebrais, ente cardiopatia congênita crítica e cardiopatia congênita cianótica;   recém-nascidos a termo com doença cardíaca congênita apresentam atraso no desenvolvimento cerebral de aproximadamente um mês, equivalente a um recém-nascido prematuro com IG entre 34 e 36 semanas; assim a imaturidade cerebral é o substrato sobre a qual outros insultos, como hipotensão e hipoxemia, levam à lesão por esse mecanismo; o impacto não se restringe apenas a substância branca, mas também  ao desenvolvimento cortical imaturo, hoje um grande desafio na cardiopatia congênita; Atividade cerebral anormal foi o único fator de risco associado à nova lesão cerebral pós-operatória na análise de regressão logística multivariável (OR, 4,0; IC95%, 1,3-12,3; P = 0,02);  quanto ao ultrassom (US) cranianoÍndice de resistência (IR) mais alto nos principais vasos sanguíneos cerebrais após cirurgia cardíaca no período neonatal está associado a melhores resultados neurológicos com um ano após a cirurgia (indicativo de preservação da vasorreatividade normal e autorregulação devido à ausência de isquemia cerebral significativa). Portanto, esses achados alertam para a necessidade de estratégias intraútero para promover o desenvolvimento ideal do cérebro, bem como o potencial de intervenções clínicas visando à estabilidade hemodinâmica e a oxigenação ideal para reduzir o ônus das lesões cerebrais no pré e pós-operatório.

Neurossonografia Neonatal – compartilhando imagens: Importância do Índice de Resistência (IR) na Síndrome Hipóxico-Isquêmica

Neurossonografia Neonatal – compartilhando imagens: Importância do Índice de Resistência (IR) na Síndrome Hipóxico-Isquêmica

Paulo R. Margotto.

Recém-Nascido (RN) do dia 27/1/2020, 40 sem6 dias, Apgar de 1,4 e 7, peso ao nascer de 2810g, Pequeno para a idade gestacional, circular de cordão, parto normal, trabalho de parto prolongado. Desenvolveu crise convulsiva no primeiro dia de vida. Submetido à hipotermia terapêutica.

O primeiro ultrassom (US)  transfontanelar  foi realizado  no primeiro dia de vida  em hipotermia terapêutica, sendo evidenciado Índice de Resistência (IR) de 0,54 (baixo).

O segundo US transfontanelar realizado aos 7 dias de vida mostrou IR de 0,47 (muito baixo), quando solicitamos a realização de ressonância magnética(RM).

Eletroencefalograma aos 7 dias de vida: atividade elétrica cerebral acentuadamente desorganizada de muita baixa voltagem

Ressonância magnética aos 15 dias de vidainjúria hipóxico-isquêmica grave em neonato a termo

Eletroencefalograma aos 25 dias de vida: assimetria da atividade elétrica com menor amplitude dos ritmos localizados no hemisfério cerebral esquerdo que pode estar relacionado à lesão estrutural

Com 22 dias de vida:  dilatação biventricular + hiperecogenicidade  nos núcleos da base e cistos porencefálicos em formação  na substância branca

US transfontanelar aos 29 dias de vida: dilatação biventricular +leucomalácia periventricular multicística + hiperecogenicidade nos núcleos da base

Neurossonografia Neonatal-compartilhando imagens: Hiperecogenicidade periventricular – Leucomalácia periventricular multicística

Neurossonografia Neonatal-compartilhando imagens: Hiperecogenicidade periventricular – Leucomalácia periventricular multicística

Paulo R. Margotto.

Caso Clinico: RN pré-termo (28 sem), peso ao nascer de 1430g,  1 dose de betametasona, cesariana por Apresentação Pélvica, necessitou de reanimação com intubação endotraqueal; recebeu um dose de surfactante com FiO2 de 60%  e Saturação de O2 de 75%. Ultrassons  cranianos  realizados com 9 dias de vida (intensa hiperecogenicidade periventricular-setas), aos 16 dias e 31 dias de vida (dilatação biventricular e leucomalácia periventricular multicística-setas).