Categoria: Distúrbios Renais

Usos Práticos da Espectroscopia Infravermelha Próximo (NIRS) na UTI Neonatal: A Experiência de Stanford

Usos Práticos da Espectroscopia Infravermelha Próximo (NIRS) na UTI Neonatal: A Experiência de Stanford

Krisa van Meurs (EUA).

Conferência ocorrida no dia  27/3/2021 por ocasião do VI Encontro Internacional e Neonatologia, sob Coordenação Geral dos Drs. Rita Silveira e Renato Procianoy (RS), 100% online.

Realizado por Paulo R. Margotto.

O NIRS é uma monitorização da oxigenação tecidual regional contínua em tempo real não invasiva (dá a medida não invasiva da relação oxigenação e perfusão dos órgãos). É mais usada para cérebro (rScO2), rim (rSO2) e tecidos esplâncnicos.  Assim, com bases nessas informações, a zona segura é saturação cerebral entre 55 e 85% e a área de cautela, quando a saturação cerebral estiver está entre 45-55% e a zona de perigo, quando a saturação está <45%. Quais bebês podem se beneficiar da monitorização do NIRS: prematuros abaixo de 29 semanas de gestação, bebês com suspeita de PCA hemodinamicamente significativo, encefalopatia hipóxico-isquêmica, hemorragia intraventricular grau  III/IV, cardiopatia congênita complexa, hérnia diafragmática congênita, recém-nascidos criticamente doentes com instabilidade hemodinâmica (pré-ECMO ou ECMO), gastrosquise com silo em redução. Na hipocapnia, há baixa da rScO2 (vasoconstrição cerebral. Na persistência do canal arterial (PCA) hemodinamicamente significativa, baixa rScO2 e alta extração cerebral de oxigênio (devido a um escape ductal e isto altera a perfusão do cérebro e demais órgãos). Na encefalopatia hipóxico-isquêmica, a saturação cerebral alta e a extração cerebral de oxigênio baixa, reflexo da falha secundária de energia com redução do consumo de oxigênio pelo cérebro muito lesado. alta saturação de oxigênio cerebral por 24 horas associa-se desfecho do neurodesenvolvimento ruim. A saturação de oxigênio cerebral  acima de 90% nesse bebe com severa encefalopatia hipóxico-isquêmica é devida à diminuição da extração de oxigênio pelo cérebro severamente lesado. Valores baixos de saturação cerebral no NIRS pode estar relacionados a  excesso de sangue  venoso  na área da hemorragia  ou a diminuição da circulação. A correlação do EEG (anormal) com o NIRS pode ser útil.

NIRS é uma medida útil não invasiva de oxigenação e perfusão de órgãos  que dá informações importantes  sobre o equilíbrio  do aporte  e consumo de oxigênio. Nos complementos, os bebês prematuros com hipotensão tratados com altas doses de dopamina, aqueles nos quais  a saturação cerebral ficou  abaixo de 50% por mais de 10% do tempo, associou-se a um pior desfecho do neurodesenvolvimento e desses mesmos atores, saturação cerebral abaixo de 55% ou menor do que 1,5 desvio padrão nos prematuros estava associado com pior desfecho após 24 meses. Foi calculado que para cada 1% do tempo gasto abaixo do limiar houve um aumento de 2% na chance de resultado cognitivo adverso ou morte.

Diuréticos no recém-nascido: mais controvérsias do que indicações (diuretics in the newborn: more controversies than indications)

Diuréticos no recém-nascido: mais controvérsias do que indicações (diuretics in the newborn: more controversies than indications)

Paulo R. Margotto.

Brasília Med. VOLUME 55; ANO 2018: 1-11

DOI – 10.5935/2236-5117.2018v55a01

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A furosemida tem sido o sétimo medicamento entre os mais usados nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatal. Mais de 8% dos pacientes são
expostos a esse agente. Importa observar que os diuréticos são frequentemente prescritos off-label. Não há indicação da Food and Drug Administration quanto ao seu uso em recém-nascidos prematuros, particularmente na prevenção ou no tratamento de displasia broncopulmonar. De todas as terapias adjuntas utilizadas no prematuro com essa displasia, a diurética é uma das mais usadas sem evidências de benefícios substanciais. Este artigo expõe o uso do diurético em várias situações, com ênfase na displasia broncopulmonar. À luz de evidências disponíveis, não há espaço para sua utilização nesse distúrbio, ou, ainda, o uso de espirolactona como “poupadora de potássio”. Ora, se o néfron não responde à aldosterona, também não vai responder ao seu inibidor. Antes de usar a furosemida para tratamento da lesão renal oligúrica, devem ser corrigidas a hipotensão arterial e a significante acidose. A literatura voltada aos adultos mostra que não há justificativas para uso rotineiro de furosemida e albumina contra a resistência antidiurética nos pacientes com hipoalbuminemia. Além disso, esse uso traz efeitos nocivos como ototoxicidade e nefrocalcinose. Embora existam desafios a considerar, devem ser realizados estudos adicionais para garantir que os diuréticos sejam seguros e eficazes em bebês prematuros.

O manejo da insuficiência renal aguda e crônica neonatal: uma revisão

O manejo da insuficiência renal aguda e crônica neonatal: uma revisão

The management of neonatal acute and chronic renal failure: A review.Coulthard MG.Early Hum Dev. 2016 Nov;102:25-29. doi: 10.1016/j.earlhumdev.2016.09.004. Epub 2016 Sep 25. Review.PMID: 27682213.Similar articles. 

Apresentação: Milena Pires R4 Neonatologia/HMIB/SES/DF. Coordenação:Marta David Rocha de Moura

Sessão de Anatomia Clínica: Insuficiência renal aguda (necrose tubular aguda)

Sessão de Anatomia Clínica: Insuficiência renal aguda (necrose tubular aguda)

APRESENTAÇÃO:  ELISA OLIVEIRA ROSA E SOUSA – RESIDENTE DO 1° ANO DE PEDIATRIA.

COORDENAÇÃO: DR. EDUARDO HECHT.

COORDENAÇÃO GERAL: JOSELEIDE DE CASTRO/MARTA DAVID ROCHA DE MOURA

PATOLOGISTA:  DR. CARLOS HENRIQUE DE AGUIAR BOTELHO.

RN de 18 dias que evoluiu com insuficiência respiratória, duas paradas cardiorrespiratórias sendo reanimado por 12  e 7 minutos em cada uma e insuficiência renal aguda por disfunção de múltiplos órgãos.

INJÚRIA RENAL AGUDA

INJÚRIA RENAL AGUDA

Maya Caetano P. Almeida, Cláudia Janaína S. Cruz, Paulo R. Margotto, Márcia Pimentel de Castro.

Capítulo do Livro Assistência ao Recém-Nascido de Risco, 4a Edição, 2021

 

A Injúria renal aguda (IRA) é definida como uma redução aguda da função renal que resulta em declínio da taxa de filtração glomerular e, consequentemente, retenção de escórias nitrogenadas e perda da regulação eletrolítica, ácido-básica e do controle hídrico.

A injúria renal aguda neonatal tem sido mais comumente definida por um aumento de pelo menos 0,2 a 0,3mg/dL por dia em relação ao menor valor prévio da creatinina. Deve-se lembrar que o valor de creatinina ao nascimento reflete a creatinina materna e normalmente reduz com o passar dos dias. Novos critérios para o diagnóstico de IRA neonatal têm sido introduzidos considerando, além da elevação da creatinina sérica, a redução do débito urinário.

O desenvolvimento de IRA no período neonatal e na infância pode ser uma complicação catastrófica e vários estudos têm consistentemente demonstrado que a IRA resulta em pior evolução clínica, incluindo falência renal e necessidade de terapia renal substitutiva, ventilação mecânica prolongada e maior tempo de permanência na UTI, além de uma associação independente com maior risco de mortalidade

Evitando a ototoxicidade da furosemida associada ao reparo do ventrículo único em lactentes jovens

Evitando a ototoxicidade da furosemida associada ao reparo do ventrículo único em lactentes jovens

 

Avoiding Furosemide Ototoxicity Associated With Single-Ventricle Repair in Young Infants. 

Robertson CMT, Bork KT, Tawfik G, Bond GY, Hendson L, Dinu IA, Khodayari Moez E, Rebeyka IM, Garcia Guerra G, Joffe AR.Pediatr Crit Care Med. 2019 Apr;20(4):350-356. doi: 10.1097/PCC.0000000000001807. PMID: 30489485Similar articlesUniversidade  de Alberta, Canadá

Apresentação: Fernanda Rocha. Coordenação: Alexandre Peixoto Serafim.

Estudo da Universidade de Alberta, Canadá, onde é evidenciado que a mudança de prática na forma de administrar a furosemida ELIMINOU a ototoxicidade pela furosemida (em bomba de infusão por 5-15 minutos!).