Categoria: Distúrbios Respiratórios

Azitromicina para prevenção de displasia broncopulmonar e outros desfechos adversos neonatais em bebês prematuros: uma revisão sistemática atualizada e metanálise

Azitromicina para prevenção de displasia broncopulmonar e outros desfechos adversos neonatais em bebês prematuros: uma revisão sistemática atualizada e metanálise

Azithromycin for Prevention of Bronchopulmonary Dysplasia and Other Neonatal Adverse Outcomes in Preterm Infants: An Updated Systematic Review and Meta-Analysis. Joseph M, Murali Krishna M, Karlinksi Vizentin V, Provinciatto H, Ezenna C.Neonatology. 2025 Aug 12:1-10. doi: 10.1159/000547537. Online ahead of print.PMID: 40795809. Estados Unidos.

Realizado por Paulo R. Margotto.

A Displasia Broncopulmonar (DBP) é uma causa de morbidade grave em bebês prematuros, e a azitromicina foi estudada devido às suas propriedades antimicrobianas e anti-inflamatórias.Uma metanálise atualizada de Ensaios Clínicos Randomizados (ECRs), incluindo 1.360 recém-nascidos prematuros, concluiu que:  a azitromicina não alterou significativamente o risco do composto de DBP ou morte; o risco de DBP isolada, morte, enterocolite necrosante (NEC), hemorragia intraventricular (HIV), retinopatia da prematuridade (RoP), duração da ventilação mecânica e necessidade de corticosteroide pós-natal foram semelhantes entre o grupo azitromicina e o grupo placebo. Os autores concluem que  em recém-nascidos prematuros, a azitromicina não demonstrou valor na prevenção de desfechos clínicos adversos em comparação ao placebo.A melhor estratégia para reduzir a incidência de DBP é evitar ou diminuir a duração da ventilação invasiva e gerenciar fatores como a administração de cafeína (primeira droga a ser usada) e o controle rigoroso de fluidos.

Impacto da patologia placentária no risco de displasia broncopulmonar em bebês prematuros: o papel da idade gestacional e do sexo.

Impacto da patologia placentária no risco de displasia broncopulmonar em bebês prematuros: o papel da idade gestacional e do sexo.

Impact of placental pathology on the risk of bronchopulmonary dysplasia in preterm infants: The role of gestational age and sex.Ramos-Navarro C, Gregorio-Hernández R, Pérez-Pérez A, Rodríguez-Corrales E, Vigil-Vázquez S, Arriaga-Redondo M, Merino-Hernández A, Sánchez-Luna M.Eur J Pediatr. 2025 Feb 26;184(3):211. doi: 10.1007/s00431-025-06016-9.PMID: 40009187. Itália.

Realizado por Paulo R. Margotto.

Esse artigo foca no impacto da patologia placentária (má perfusão vascular e inflamação) no risco de Displasia Broncopulmonar (DBP)  de grau 2-3 em 1128 recém-nascidos prematuros (< 32 semanas de gestação0, destacando a influência da idade gestacional (IG) e do sexo. As patologias placentárias foram classificadas em inflamatória, má perfusão vascular ou ausência de patologia.  Os resultados demonstram que o impacto da patologia placentária é influenciado pela idade gestacional (IG) e pelo sexo: a patologia placentária foi fortemente associada a uma menor idade gestacional ao nascimento (em média, 1,4 semanas a menos). Embora aumente a mortalidade ao desencadear o parto extremamente prematuro, a inflamação placentária, por si só, não aumenta a morbidade respiratória (DBP) quando comparada a bebês com IG semelhante. A má perfusão vascular apresentou dimorfismo sexual nos bebês nascidos com 27 semanas de IG ou mais: Meninos: a má perfusão placentária conferiu um risco 2,25 vezes maior de desenvolver DBP. Esse efeito é crucialmente independente da idade gestacional e da exposição à ventilação mecânica (VM). á as meninas não apresentaram diferenças significativas no risco de DBP nessa faixa etária gestacional.Assim, A má perfusão placentária afeta o desenvolvimento pulmonar de forma específica ao sexo, indicando que agressões pré-natais influenciam a fisiopatologia da DBP de maneira diferenciada, especialmente nos MENINOS, Solicite SOLICITE HISTOLOGIA DA PLACENTA E PESO NOS PREMATUROS! Pode inclusive prever o desenvolvimento de Retinopatia da prematuridade (nos complementos);

FARMACOLOGIA NA HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA CONGÊNITA: MANEJO CARDIOVASCULAR

FARMACOLOGIA NA HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA CONGÊNITA: MANEJO CARDIOVASCULAR


Pharmacology
 in Congenital Diaphragmatic Hernia: A Focus on Cardiovascular Management.
Lapointe A, Kipfmueller F, Patel N, Altit G.Neoreviews. 2025 Oct 1;26(10):e660-e678. doi: 10.1542/neo.26-10-060.PMID: 41027625 Review

Realizado por Paulo R. Margotto.

 

A hérnia diafragmática congênita (HDC) apresenta um desafio complexo no cuidado neonatal, exigindo estratégias farmacológicas personalizadas para gerenciar sua fisiopatologia cardiorrespiratória distinta. A HDC é comumente associada a hipertensão pulmonar, função miocárdica prejudicada e interações cardiorrespiratórias adversas, contribuindo para morbidade e mortalidade significativas. A farmacoterapia eficaz deve abordar esses fatores interconectados enquanto minimiza complicações ou efeitos colaterais. Apesar de dados limitados de ensaios clínicos randomizados específicos para HDC, relatos recentes destacam os benefícios de uma abordagem de medicina de precisão, focando em tratamentos individualizados com base na fisiopatologia em evolução. As intervenções terapêuticas envolvem principalmente vasodilatadores pulmonares, inotrópicos e vasopressores, prostaglandinas e corticosteroides; cada agente tem um efeito fisiológico distinto e o uso precisa ser adaptado à fisiopatologia específica do paciente. A ecocardiografia neonatal direcionada surgiu como uma ferramenta valiosa para otimizar decisões de tratamento, fornecendo insights em tempo real sobre o desempenho ventricular e o status hemodinâmico.

AUDIO:Farmacologia na Hérnia Diafragmática Congênita: Um Foco no Manejo Cardiovascular

AUDIO:Farmacologia na Hérnia Diafragmática Congênita: Um Foco no Manejo Cardiovascular


Pharmacology
 in Congenital Diaphragmatic Hernia: A Focus on Cardiovascular Management.
Lapointe A, Kipfmueller F, Patel N, Altit G.Neoreviews. 2025 Oct 1;26(10):e660-e678. doi: 10.1542/neo.26-10-060.PMID: 41027625 Review.

Realizado por Paulo R. Margotto

 

A hérnia diafragmática congênita (HDC) apresenta um desafio complexo no cuidado neonatal, exigindo estratégias farmacológicas personalizadas para gerenciar sua fisiopatologia cardiorrespiratória distinta. A HDC é comumente associada a hipertensão pulmonar, função miocárdica prejudicada e interações cardiorrespiratórias adversas, contribuindo para morbidade e mortalidade significativas. A farmacoterapia eficaz deve abordar esses fatores interconectados enquanto minimiza complicações ou efeitos colaterais. Apesar de dados limitados de ensaios clínicos randomizados específicos para HDC, relatos recentes destacam os benefícios de uma abordagem de medicina de precisão, focando em tratamentos individualizados com base na fisiopatologia em evolução. As intervenções terapêuticas envolvem principalmente vasodilatadores pulmonares, inotrópicos e vasopressores, prostaglandinas e corticosteroides; cada agente tem um efeito fisiológico distinto e o uso precisa ser adaptado à fisiopatologia específica do paciente. A ecocardiografia neonatal direcionada surgiu como uma ferramenta valiosa para otimizar decisões de tratamento, fornecendo insights em tempo real sobre o desempenho ventricular e o status hemodinâmico.

A Síndrome do Desconforto Respiratório é o exemplo perfeito da Neonatologia

A Síndrome do Desconforto Respiratório é o exemplo perfeito da Neonatologia

Respiratory distress syndrome is the poster child for neonatology.Jobe AH (Figura 1) .Pediatr Res. 2025 Jul;98(1):59-64. doi: 10.1038/s41390-024-03723-1. Epub 2025 Jan 16.PMID: 39821130. No abstract available.

Realizado por Paulo R. Margotto.

O uso de  CPAP: principal intervenção na redução da mortalidade por SDR.

 

A Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR) é causada principalmente pela deficiência de surfactante. A mortalidade por SDR caiu drasticamente de cerca de 50% (nas décadas de 1950, 60 e 70) para menos de 2% atualmente. Essa queda notável na mortalidade é atribuída à introdução de quatro terapias principais: CPAP, terapia com surfactante, esteroides pré-natais e ventilação mecânica.• CPAP (Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas): É vista como a principal intervenção para reduzir a mortalidade por SDR. O CPAP reverte a anormalidade fisiológica da SDR, tratando a atelectasia (colapso pulmonar) com notável melhora na oxigenação.• Surfactante: O tratamento com surfactante alterou profundamente a função pulmonar, diminuindo a pressão de abertura do pulmão e aumentando maciçamente o volume pulmonar.• Esteroides Pré-natais: Interagem de forma sinérgica com o surfactante para melhorar a função pulmonar. A Ventilação Mecânica (VM), embora necessária, leva inevitavelmente à injúria pulmonar. O início da ventilação é a chance que tem o clínico de lesar o pulmão do pré-termo. A VM também causa danos ao cérebro (por flutuações no fluxo sanguíneo cerebral e neuroinflamação). Há preocupação de que a dosagem atual de esteroides possa ser excessivamente alta, o que pode levar a deficiências no neurodesenvolvimento e à chamada “Síndrome da Dismaturação” (caracterizada por cérebros menores, resultados neurológicos anormais e risco de doenças precoces como Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica  e insuficiência cardíaca. A dosagem rotineira pode suprimir a função adrenal por pelo menos duas semanas. O foco atual é evitar ou limitar o período de ventilação mecânica para melhorar tanto a Displasia Broncopulmonar (DBP) quanto os desfechos neurológicos

O uso do modo SIMV deve ser abolido da Neonatologia ?

O uso do modo SIMV deve ser abolido da Neonatologia ?

Celso M. Rebello. Apresentado no XXXII  Encontro Internacional de Neonatologia  da Santa Casa de São Paulo (16-17 de maio de 2025) sob a Coordenação geral do Dr. Maurício Magalhães.

Realizado por Paulo R. Margotto.

A SIMV (ventilação mandatória sincronizada) continua sendo utilizada, frequentemente com pressão de suporte, especialmente na fase de desmame. Existe uma lacuna entre a literatura e a prática, muitas vezes devido à inércia .A SIMV isolada (sem pressão de suporte) não tem justificativa na literatura, nem na fase aguda nem no desmame, particularmente pelo aumento do trabalho respiratório.  SIMV com pressão de suporte é equivalente a outros modos em termos de mortalidade e DBP (displasia broncopulmonar), mas os modos que suportam todas as respirações (assisto-controlado, NAVA, pressão de suporte) resultam em um desmame mais curto. O maior trabalho respiratório ocorre na SIMV, especialmente quando comparada à NAVA. A recomendação é que o uso da SIMV exige obrigatoriamente a associação de pressão de suporte. Para pacientes com maior gravidade, a SIMV pode não ser a melhor opção. O assisto-controlado, preferencialmente com volume alvo, é considerado a melhor forma inicial de ventilação para quadros respiratórios mais importantes. A SIMV com pressão de suporte pode ser reservada para crianças com pulmões “praticamente bons” (em desmame, pós-cirurgia abdominal com quadro respiratório estável) ou em situações onde o assisto-controlado com volume alvo leva à hipocapnia devido a problemas no sensor de fluxo. Em situações práticas, SMV com pressão de suporte é usado quando o ACV com volume alvo causa hipocapnia, indicando leituras imprecisas do sensor de fluxo, permitindo que o volume alvo seja aplicado apenas nos ciclos controlados.

A posição prona foi associada a menos eventos hipoxêmicos e melhor tolerância à alimentação em bebês prematuros

A posição prona foi associada a menos eventos hipoxêmicos e melhor tolerância à alimentação em bebês prematuros

Prone Positioning Was Associated With Less Hypoxemic Events and Improved Feeding Tolerance in Preterm Infants. Bohnhorst B, Lutz E, Pirr S, Peter C, Böhne C.Acta Paediatr. 2025 Oct;114(10):2643-2650. doi: 10.1111/apa.70153. Epub 2025 May 26.PMID: 40418109  Clinical Trial. Alemanha.

Realizado por Paulo R. Margotto

O estudo, conduzido na Alemanha entre 2016 e 2018, investigou os efeitos da posição prona versus supina em 48 bebês prematuros com idade gestacional < 32 semanas e idade pós-menstrual < 34 semanas, em um ensaio clínico randomizado e cruzado. O objetivo foi avaliar a frequência e gravidade de eventos cardiorrespiratórios (CRE), como hipoxemias, bradicardias e apneias, além da tolerância à alimentação, medida por resíduos gástricos. A frequência cumulativa de hipoxemias e bradicardias foi reduzida pela metade na posição prona (p = 0,03), especialmente para hipoxemias graves (SpO₂ < 80%). A duração total de hipoxemias também diminuiu significativamente (supina: 37,5 min; prona: 16,3 min; p = 0,005). A SpO₂ (Saturação de O2) basal mediana foi maior na posição prona (97,9% vs. 96,3%; p = 0,01). A proporção de resíduos gástricos foi significativamente menor na posição prona (p = 0,0002), sugerindo melhor tolerância à alimentação.A frequência de apneias (> 10 s) aumentou na posição prona (p = 0,01), mas sem relevância clínica, pois não foram acompanhadas de hipoxemias graves ou maior duração. O estudo sugere que o posicionamento prono pode ser benéfico durante a internação, mas a transição para a posição supina deve ocorrer a partir de 32 semanas de idade pós-menstrual, considerando as diretrizes de prevenção da síndrome da morte súbita infantil.

 

Administração menos invasiva de surfactante versus intubação-surfactante-extubação: associada à redução da ventilação mecânica em recém-nascidos extremamente prematuros

Administração menos invasiva de surfactante versus intubação-surfactante-extubação: associada à redução da ventilação mecânica em recém-nascidos extremamente prematuros

Less Invasive Surfactant Administration Versus IntubateSurfactantExtubate: Associated With Reduced Mechanical Ventilation in Extremely Preterm Infants. Heiring C, Hedegaard SS, Carlsen EM, Kristensen R, Breindahl N, Schmidt C, Bay ET, Nyegaard IML, Henriksen TB, Aunsholt L.Acta Paediatr. 2025 Aug;114(8):1868-1876. doi: 10.1111/apa.70041. Epub 2025 Feb 26.PMID: 40008543.

Realizado por Paulo R Margotto.

 

O artigo aborda um estudo que comparou a Administração Menos Invasiva de Surfactante (LISA) com a Intubação-Surfactante-Extubação (INSURE) em recém-nascidos extremamente prematuros, com menos de 28 semanas de idade gestacional. O objetivo principal foi verificar se LISA estaria associada a uma menor necessidade de ventilação mecânica (VM) nas primeiras 72 horas após o procedimento. Os principais achados foram: o método LISA foi associado a uma necessidade reduzida de VM dentro de 72 horas e também durante toda a internação, em comparação com o INSURE.Não houve diferenças significativas entre os grupos em relação a outras morbidades neonatais, como hemorragia pulmonar, pneumotórax, enterocolite necrosante, persistência do canal arterial, hemorragia intraventricular, retinopatia da prematuridade, displasia broncopulmonar moderada a grave ou mortalidade. A duração da VM e de qualquer suporte respiratório foi semelhante em ambos os grupos.É importante notar que o método LISA foi implementado na Unidade sem treinamento formal prévio para a equipe, o que pode ter limitado sua eficácia plena. Além disso, o uso de altas doses de fentanil na pré-medicação do método LISA foi observado, o que pode refletir a falta de treinamento formal e potencialmente reduzir a eficácia do procedimento. O método LISA é vantajoso por permitir a manutenção da respiração espontânea, ao contrário do INSURE, que frequentemente requer ventilação com pressão positiva, que pode ser prejudicial.Um estudo relacionado, também mencionado, sugere que o uso de analgesia não farmacológica (posicionamento, “aconchego facilitado”, sucção não nutritiva e sacarose) durante LISA em bebês muito prematuros resultou em sinais vitais mais estáveis e menor incidência de dessaturação e bradicardia durante a laringoscopia, incentivando seu uso. Peter Dargaville, um especialista, desaconselha a sedação durante o uso de  LISA para otimizar a entrega do surfactante, pois é melhor que o bebê respire espontaneamente

Terapia profilática com surfactante na era da administração menos invasiva de surfactante

Terapia profilática com surfactante na era da administração menos invasiva de surfactante

Prophylactic surfactant therapy in the era of less invasive surfactant delivery.Kaluarachchi DC, Katheria A, Peebles PJ, Guthrie SO, Kakkilaya V, Dargaville PA.J Perinatol. 2025 Sep 23. doi: 10.1038/s41372-025-02420-z. Online ahead of print.PMID: 40987836 Review.

Realizado por Paulo R. Margotto.

O estudo revisa a terapia profilática com surfactante em bebês prematuros com síndrome do desconforto respiratório (SDR), com foco em técnicas menos invasivas, como a administração via cateter fino (LISA). Tradicionalmente, o surfactante era administrado via intubação na Sala de Parto, mas a adoção de CPAP e esteroides antenatais reduziu a necessidade de intubação de rotina. Ensaios mostram que o CPAP inicial com surfactante seletivo diminui o risco de displasia broncopulmonar (DBP) ou morte, mas até 67% dos bebês extremamente prematuros apresentam falha de CPAP, exigindo ventilação mecânica. A técnica INSURE (intubação, surfactante, extubação) reduz DBP e vazamentos de ar, mas a extubação nem sempre é imediata. LISA, que administra surfactante sem ventilação invasiva, demonstra segurança e eficácia, com menor risco de morte ou DBP em comparação com INSURE. Dados da Rede Neonatal Alemã indicam que 83% dos procedimentos LISA em bebês <27 semanas são realizados na sala de parto, reduzindo complicações. Outros métodos, como surfactante orofaríngeo e aerossolizado, são menos eficazes, especialmente em prematuros extremos. Conclui-se que LISA profilática é promissora para bebês extremamente prematuros, mas é necessário determinar se deve ser rotineira ou direcionada. Ensaios clínicos futuros devem focar em bebês de 24-27 semanas, avaliando desfechos de curto e longo prazo.

Embolia aérea vascular em neonatos: uma revisão da literatura

Embolia aérea vascular em neonatos: uma revisão da literatura

Vascular Air Embolism in Neonates: A Literature Review.Zhou Q, Lee SK.Am J Perinatol. 2025 Oct;42(14):1819-1824. doi: 10.1055/a-2508-2733. Epub 2024 Dec 27.PMID: 39730132  Review.

Realizado por Paulo R. Margotto.

Esta revisão sistemática analisa 117 casos de embolia aérea vascular neonatal (rara e frequentemente fatal), com idade gestacional média de 30,4 semanas (23-40), peso ao nascer de 1.422 g (250-3.400 g) e ocorrência mediana aos 2 dias de vida. Predomina em prematuros (75,2%), do sexo masculino (62,7%), sob ventilação mecânica (90,5%) e com síndromes de vazamento de ar (52,9%), como enfisema intersticial pulmonar e pneumotórax. Causas principais: lesão pulmonar/ventilação (70%), procedimentos cirúrgicos (17,9%) e injeção IV acidental (8,5%). Apresentações: deterioração aguda (dessaturação, bradicardia, hipotensão), descoloração cutânea e redução de EtCO₂. Patogênese envolve barotrauma pulmonar ou introdução iatrogênica de ar, levando a oclusão vascular e isquemia. Mortalidade geral: 73,9%, maior em prematuros (81,8%) e menor em cirúrgicos (23,8%); sequelas neurológicas em 16,6% dos sobreviventes. Diagnóstico: alta suspeita, imagens (RX, US, TC). Prevenção: protocolos IV seguros, minimizar barotrauma; tratamento: suporte (reanimação cardiopulmonar, aspiração de ar, posição Trendelenburg, O₂ 100%). O prognóstico é  pobre, enfatizando prevenção.