Categoria: Genética

FIQUE EM CASA! Diagnóstico pré-natal de hidropsia fetal não imune, investigação genética, resultados e revisão da literatura

FIQUE EM CASA! Diagnóstico pré-natal de hidropsia fetal não imune, investigação genética, resultados e revisão da literatura

Nonimmune Hydrops Fetalis-Prenatal Diagnosis, Genetic Investigation, Outcomes and Literature Review.Kosinski P, Krajewski P, Wielgos M, Jezela-Stanek A.J Clin Med. 2020 Jun 8;9(6):1789. doi: 10.3390/jcm9061789.PMID: 32521801 Free PMC article.Artigo Livre!

Apresentação: Jamille Coutinho Alves (R3 em Neonatologia / HMIB/SES/DF) Coordenação: Nathalia Bardal. Revisão e Complementação: Paulo R. Margotto.

FIQUE EM CASA!

  • O objetivo deste artigo é revisar os resultados e discutir a etiologia genética e não genética da hidropsia fetal não imune, a fim de apoiar a ultrassonografia diferencial e avaliações genéticas e aconselhamento familiar. Este estudo de centro único inclui todos os casos de hidropsia fetal não imune diagnosticados no período pré-natal de 2009 a 2019. Duas fontes de dados foram usadas para este estudo (pré-natal e neonatal) para comparar e resumir os achados. Dados de testes genéticos e exames de ultrassom foram coletados. No total, 33 mulheres grávidas com diagnóstico pré-natal de hidropsia fetal não imune foram estudadas. Os dados incluíram 30 casos de gravidez única (91%) e três casos (9%) de gestações gemelares. Houve 14 sobreviventes (43%), sete casos de mortes pós-natais (21%), quatro casos de morte fetal intrauterina (12%), quatro casos de interrupção da gravidez (12%) e quatro mulheres sem acompanhamento (12 %). O número total de gestações únicas cromossomicamente normais foi de 29 (88%), e 14 fetos tiveram uma anormalidade anatômica detectada na ultrassonografia. A chance de sobrevivência foi maior nos casos de hidropsia idiopática isolada, que na maioria dos casos foi devido a uma infecção intrauterina indetectável. Em muitos casos, o diagnóstico não pode ser estabelecido durante a gravidez. Cada caso de hidropsia fetal não imune deve ser analisado individualmente.
Hidropisia fetal não imune: duas décadas de experiência em um Hospital Universitário

Hidropisia fetal não imune: duas décadas de experiência em um Hospital Universitário

Nonimmune hydrops fetalis: two decades of experience in a university hospital].Fritsch A, et al. Rev Bras Ginecol Obstet. 2012. PMID: 22948503 Portuguese.

Hidropsia fetal não imune: experiência de duas décadas num hospital universitário.

Apresentação: Gustavo Borela Valente R4 Neonatologia HMIB/SES/DF. Coordenação: Nathalia Bardal.

A investigação etiológica da hidropisia deve ser realizada, uma vez que está associada a um amplo espectro de doenças.

– É especialmente importante para determinar se uma condição potencialmente tratável está presente e para identificar doenças com risco de recorrência em futuras gestações (aconselhamento pré-concepcional).

– O encaminhamento de pacientes com hidropisia fetal não imune a Centros de atendimento de alta complexidade parece ser a melhor conduta no momento.

–  Nestes, o acompanhamento por uma equipe multidisciplinar, composta de obstetra, ultrassonografista experiente, geneticista, psicólogo e neonatologista, pode levar a um melhor entendimento das causas e à busca por novos procedimentos diagnósticos e terapêuticos.

Uso da dieta cetogênica em convulsões farmacorresistentes

Uso da dieta cetogênica em convulsões farmacorresistentes

Paulo R. Margotto

Quanto à dieta cetogênica (dieta rica em gordura e pobre em carboidratos) tem sido mostrado ser um tratamento efetivo (melhora a frequência/gravidade das crises em  cerca de 50%) para reduzir convulsões em bebês e crianças com epilepsia resistente a medicamentos, principalmente com convulsões focais migratórias; ter permitido que os pacientes sejam desmamados de anticonvulsivante contínuos sem recorrência de status epilepticus; a dieta cetogênica diminuiu dramaticamente as Proteobactérias (bactérias patogênicas: Escherichia, Salmonella e Vibrio)  que predominam na microbiota das crianças com epilepsia refratária, assim como aumento de Bacteoides; entre os mecanismos de ação: a dieta cetogênica pode ter um papel na facilitação do aumento da produção de ácido inibidor do ácido aminobutírico elevando  o limiar de convulsão estabilizando o potencial de  membrana  em neurônios, explicando os efeitos anticonvulsivantes, além de atuar na alternância da função dos neurotransmissores, interrompendo a transmissão sináptica do glutamato excitatório; entre as indicações: hiperglicinemia não-cetótica (NKH), um erro inato devastador do metabolismo da glicina, causado pela atividade deficiente da enzima de clivagem da glicina, erros inatos de metabolismo incluindo a deficiência de piruvato desidrogenase (E1) e deficiência de proteína transportadora de glicose 1 (GLUT1). Finalizando a correlação do ultrassom (US) craniano coma ressonância magnética nos principais erros inatos do metabolismo (nas mãos de profissionais experientes e usando modernos aparelhos, o US é muito bom na detecção de anormalidades estruturais, lesões destrutivas e frequentemente, anormalidades estruturais sutis).

UP DATE EM CONVULSÕES NEONATAIS: Importância do Eletroencefalograma;Importância das causas genéticas; Uso da dieta cetogênica

UP DATE EM CONVULSÕES NEONATAIS: Importância do Eletroencefalograma;Importância das causas genéticas; Uso da dieta cetogênica

Paulo R. Margotto.

Ramantani G et al (2019) destacam as principais áreas da convulsão neonatal (diagnóstico e tratamento e identificação das mais imperativas perguntas que ainda permanecem sem resposta); a semiologia das convulsões pode fornecer a etiologia da convulsão (tempo de início, tipo de convulsão); a importância do EEG (a maioria das convulsões neonatais é subclínica e, portanto, melhor identificadas pelo EEG); a monitorização por vídeo-EEG nos neonatos com encefalopatia, recém-nascidos prematuros ajuda a identificar convulsões sutis, tratamento, facilitando assim um melhor prognóstico e quando não possível sua implementação, o aEEG continua ser o padrão ouro para a monitorização neurofisiológica, de um ou dois canais, embora achados anormais, especialmente suspeitas de convulsões eventualmente requer investigação com o EEG mais detalhado; a ressonância magnética, principalmente a por espectroscopia continua sendo padrão no diagnóstico das convulsões e na encefalopatia hipóxico-isquêmica, embora muitos Centros não disponibilizam e a combinação dessa técnica com o ultrassom pode fornecer ferramentas ideais no diagnóstico etiológico; nas convulsões farmacorresistentes deve ser investigado as causas genéticas (42% das epilepsias neonatais) e ainda existe ainda um amplo debate em relação do manejo das crises convulsivas neonatais. Nunes et al (2019) estabelecem uma relação entre características eletroclínicas e etiologia das convulsões neonatais (há uma perda de 65% de convulsões fazendo a detecção somente clínica!). Quanto à dieta cetogênica (dieta rica em gordura e pobre em carboidratos) tem sido mostrado ser um tratamento efetivo (melhora a frequência/gravidade das crises em  cerca de 50%) para reduzir convulsões em bebês e crianças com epilepsia resistente a medicamentos, principalmente com convulsões focais migratórias; ter permitido que os pacientes sejam desmamados de anticonvulsivante contínuos sem recorrência de status epilepticus; a dieta cetogênica diminuiu dramaticamente as Proteobactérias (bactérias patogênicas: Escherichia, Salmonella e Vibrio)  que predominam na microbiota das crianças com epilepsia refratária, assim como aumento de Bacteoides; entre os mecanismos de ação: a dieta cetogênica pode ter um papel na facilitação do aumento da produção de ácido inibidor do ácido aminobutírico elevando  o limiar de convulsão estabilizando o potencial de  membrana  em neurônios, explicando os efeitos anticonvulsivantes, além de atuar na alternância da função dos neurotransmissores, interrompendo a transmissão sináptica do glutamato excitatório; entre as indicações: hiperglicinemia não-cetótica (NKH), um erro inato devastador do metabolismo da glicina, causado pela atividade deficiente da enzima de clivagem da glicina, erros inatos de metabolismo incluindo a deficiência de piruvato desidrogenase (E1) e deficiência de proteína transportadora de glicose 1 (GLUT1). Finalizando a correlação do ultrassom (US) craniano coma ressonância magnética nos principais erros inatos do metabolismo (nas mãos de profissionais experientes e usando modernos aparelhos, o US é muito bom na detecção de anormalidades estruturais, lesões destrutivas e frequentemente, anormalidades estruturais sutis).

Poster – Hospital Maternidade Brasília: Hiperglicinemia não cetótica: relato de caso no período neonatal

Poster – Hospital Maternidade Brasília: Hiperglicinemia não cetótica: relato de caso no período neonatal

Moutinho M.S.; Moreira A.A.M.F., Junior O.J.L.; Brito V.I.M.; Colares P.P.; Muniz Q.A.; Vasconcelos S.; Silva C.A.L.; Ferreira D.B.; Nardi D.C. VI Encontro Internacional de Neonatologia- IV Simpósio Interdisciplinar de Atenção ao Prematuro, Gramado,1 1 – 13 de abril de 2019, Gramado, RS

Neurossonografia Neonatal: Aspectos ultrassonográficos dos distúrbios do metabolismo

Neurossonografia Neonatal: Aspectos ultrassonográficos dos distúrbios do metabolismo

Paulo R. Margotto.

Capítulo do Livro de Neurossonografia Neonatal, 2ª Edição, 2019, no Prelo.

Os erros inatos do metabolismo são raros e de difícil diagnóstico. Muitas destes distúrbios metabólicos se apresentam no período neonatal com encefalopatia e sintomas inespecíficos como letargia, moleza, vômito, dificuldade de alimentação, apneia, convulsões, distúrbios metabólicos ou com características dismórficas. O diagnóstico precoce é importante na prevenção da morte ou sequelas a longo prazo.

A neuroimagem faz parte da investigação dos RN com erros inatos do metabolismo. A ressonância magnética é uma ótima técnica, mas nem sempre é possível, devido o recém-nascido (RN) apresentar-se instável para ser transportado e sedado.  O US pode ser feito ao lado do leito, é seguro e pode ser repetido. Nas mãos de profissionais experientes e usando modernos aparelhos, é muito bom na detecção de anormalidades estruturais, lesões destrutivas e frequentemente, anormalidades estruturais sutis.

Leijser et al estudaram 55 RN com distúrbios metabólicos. Entre estes os autores apresentaram a neuroimagem dos RN que foram submetidos à pelo menos a um US craniano. Em 35 RN foram realizada ressonância magnética e quando possível, foi realizada a comparação com a ressonância magnética dos seguintes distúrbios metabólicos:

distúrbio da fosforilação oxidativa, distúrbios na biogênese peroximal, distúrbios no metabolismo do aminoácido (hiperglicenemia não acetótica), deficiência de ortinina transcarbamilase, deficiência do ácido argininosuccinico liase, acidemia metilmalônica, distúrbio congênito da glicosilação.

Também neste capítulo, vamos apresentar os aspectos de neuroimagem do kernicterus.

Curso Avançado de Ultrassonografia Pediátrica NEXUS 14-17 de março de 2019: Ultrassonografia nas Malformações Cerebrais

Curso Avançado de Ultrassonografia Pediátrica NEXUS 14-17 de março de 2019: Ultrassonografia nas Malformações Cerebrais

Paulo R. Margotto

Os recém-nascidos com grandes lesões cerebrais podem estar em grande risco de apresentarem desabilidade no neurodesenvolvimento.

A detecção precoce das grandes lesões pode alertar tanto aos clínicos como os pais e referendar para uma intervenção apropriada e precoce.

Vamos abordar  as principais:

1-AGENESIA DO SEPTO PELÚCIDO (DISPLASIA SEPTO-ÓTICA: SÍNDROME DE MORSIER)

      2-AGENESIA DO CORPO CALOSO

     3-MALFORMAÇÃO DE ARNOLD CHIARI

     4-COMPLEXO DANDY WALKER E AUMENTO DA CISTERNA MAGNA

     5-HOLOPROSENCEFALIA

    6-ESQUISENCEFALIA

    7-LESÕES CEREBELARES

    8-MALFORMAÇÃO DA VEIA DE GALENO