Categoria: Neurossonografia Neonatal

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL- Compartilhando imagens: ANOMALIA DO DESENVOLVIMENTO VENOSO FRONTAL

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL- Compartilhando imagens: ANOMALIA DO DESENVOLVIMENTO VENOSO FRONTAL

Paulo R. Margotto.

Trata-se de um recém-nascido de 28 semanas que mostrou ao ultrassom cerebral área hiperecogênica frontal a esquerda acima do centro semioval, persistindo aos 48 dias de vida. A ressonância magnética mostrou provável foco de ossificação na foice anterior associada a uma anomalia do desenvolvimento venoso frontal

Impacto agudo da dilatação ventricular pós-hemorrágica na oxigenação cerebral em recém-nascidos prematuros com hemorragia intraventricular (HIV).

Impacto agudo da dilatação ventricular pós-hemorrágica na oxigenação cerebral em recém-nascidos prematuros com hemorragia intraventricular (HIV).

Acute impact of posthemorrhagic ventricular dilatation on cerebral oxygenation in preterm infants with intraventricular haemorrhage.Steiner M, Elis J, Giordano V, Kienast P, Ciglar L, Langs G, Vignolle GA, Olischar M, Berger A, Goeral K.Acta Paediatr. 2024 Dec;113(12):2573-2581. doi: 10.1111/apa.17375. Epub 2024 Aug 8.PMID: 39115973.ARTIGO GRÁTIS! Áustria

Realizado por Paulo R. Margotto

O desenvolvimento da dilatação ventricular pós-hemorrágica (PHVD) está fortemente associado a comprometimento grave do neurodesenvolvimento, pois leva a um aumento na pressão intracraniana e lesão por radicais livres induzida por inflamação, causando danos principalmente à substância branca cerebral. Em neonatos prematuros com HIV ocorre uma diminuição prolongada da saturação regional de oxigênio (rScO 2) e um aumento na extração fracionada de oxigênio do tecido cerebral (cFTOE) que pode peristir até 7 dias! Esse estudo mostra que a implementação precoce da drenagem do líquido cefalorraquidiano por meio de punções lombares repetidas não apenas atinge uma redução preliminar na pressão intracraniana e melhora da oxigenação cerebral, mas também pode ajudar a adiar a necessidade de intervenções neurocirúrgicas mais invasivas. Além disso, nossos resultados sugerem que o NIRS é uma ferramenta potencial para auxiliar na tomada de decisão clínica no tratamento de pacientes com PHVD progressiva. Marcadores como rScO 2 baixo e/ou um aumento no cFTOE podem indicar a necessidade de descompressão ventricular.

 

ULTRASSOM CEREBRAL DOPPLER NA ENCEFALOPATIA HIPÓXICOISQUÊMICA (EHI): ESTADO DA ARTE

ULTRASSOM CEREBRAL DOPPLER NA ENCEFALOPATIA HIPÓXICOISQUÊMICA (EHI): ESTADO DA ARTE

Apresentado por Paulo R. Margotto no 1º Congresso Internacional de neonatologia do Distrito Federal, 28-29 de novembro, 2024.

Para um diagnóstico preciso da EHI neonatal  a neuroimagem é o tratamento padrão para confirmar o diagnóstico (  (às vezes pode ser uma malformação cerebral), determinar o momento, a natureza e  a extensão da lesão e confirmar o prognóstico ((para um plano de acompanhamento na dependência. A Ressonância Magnética cerebral (RM) é o  padrão ouro para imagens de bebês com EHI (no entanto, após a hipotermia terapêutica (HT) com  RM normal, 43% com resultados adversos!). o Ultrassom (US) é uma  poderosa ferramenta alternativa à RM, quando não disponível ou quando  o bebê não está estável o  suficiente para ser transportado.  Considerado modalidade de neuroimagem de primeira linha para estudar o cérebro neonatal. Às vezes é a única ferramenta disponível na imensa maioria das Unidade Neonatais do país para avaliar o cérebro dos recém-nascidos. De preferência, que o US seja realizado pelo neonatologista, sempre ciente da história clinica. A importância do Índice de Resistência é devido ser o distúrbio hemodinâmico cerebral o principal fator do mecanismo fisiopatológico da EHI neonatal.

 

 

Escroto azul como sinal de hemorragia adrenal neonatal

Escroto azul como sinal de hemorragia adrenal neonatal

Blue Scrotum as a Sign of Neonatal Adrenal Hemorrhage. Puzone S, Montaldo P.J Pediatr. 2024 Nov;274:114186. doi: 10.1016/j.jpeds.2024.114186. Epub 2024 Jul 8.PMID: 38986928 Artigo Grátis! No abstract available.

Realizado por Paulo R. Margotto

O exame físico logo após o nascimento DE UM RN DE PARTO foi normal, apesar do parto difícil. Dois dias após o nascimento, uma descoloração azulada e inchaço indolor do hemiscroto direito foram observados. Este achado (sinal de Bryant) sugeriu uma hemorragia adrenal neonatal, que foi posteriormente confirmada por ultrassonografia do abdômen. A hemorragia adrenal é tipicamente contida dentro da cápsula da glândula adrenal. No entanto, o sangue pode às vezes se espalhar para o retroperitônio ou para a cavidade peritoneal e causar descoloração azulada e inchaço do escroto.

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL- Compartilhando imagens: LEUCOMALÁCIA MULTICÍSTICA NO CENTRO SEMI-OVAL

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL- Compartilhando imagens: LEUCOMALÁCIA MULTICÍSTICA NO CENTRO SEMI-OVAL

Paulo R. Margotto.

Trata-se de um recém-nascido de 31 semanas, Apgar 8/9, 1970g ao nascer, evoluindo com desconforto respiratório ao nascimento e necessitando de CPAP na Sala de Parto. Apresentou pneumonia, PCA hemodinamicamente significativo, enterocolite necrosante, monitorização aEEG mostrou eventos epiléticos. O US mostrou hiperecogenicidade, principalmente na região frontal, evoluindo para leucomalácia no centro semi-oval. Segundo o Dr. Sérgio Veiga, neuropediatra, “os centros semi ovais, a direita e esquerda são as duas porções de substância branca dos hemisférios cerebrais que estão entre o córtex cerebral e os ventrículos laterais; é formado por fibras que ligam regiões corticais do mesmo hemisfério, outras que ligam áreas homólogas dos hemisférios opostos e áreas do córtex e de regiões subcorticais; quando se observa cistos nelas, a criança poderá ter uma variedade de sintomas motores, distúrbio de movimento e outros sensitivos bilaterais; geralmente resulta na paralisia cerebral mista, assimétricas, quadriparética de intensidade que depende da intensidade das lesões”.

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL-Compartilhando imagens: CISTO INTERHEMISFÉRICO MALFORMATIVO TIPO 2 DE BARKOVICH

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL-Compartilhando imagens: CISTO INTERHEMISFÉRICO MALFORMATIVO TIPO 2 DE BARKOVICH

Paulo R. Margotto.

RN de cesariana, 29 semanas e 1 dia, 970g, Apgar 8/7 masculino, AIG. Necessitou de intubação após o nascimento, persistindo em  ventilação mecânica por 33 dias. Doença da membrana hialina, necessitou de surfactante. Sepse tardia por  Enterococcus faecalis. A Ultrassonografia Doppler cerebral (USD-C) no plano sagital mostrou  à primeira impressão,  tratar-se de dilatação de VE (ventrículo esquerdo: 37,6 mm) . No entanto, detectamos  várias septações, comprimindo o VD (ventrículo direito).

 

Callosal agenesis with cyst: a better understanding and new classification.Barkovich AJ, Simon EM, Walsh CA.Neurology. 2001 Jan 23;56(2):220-7. doi: 10.1212/wnl.56.2.220.PMID: 11160959

Ultrassonografia Craniana em Recém-Nascidos Prematuros ≤ 32 Semanas de Gestação – Novos Insights do Uso de Transdutores de Frequência Muito Alta (18-5 Mhz): Uma Série De Casos

Ultrassonografia Craniana em Recém-Nascidos Prematuros ≤ 32 Semanas de Gestação – Novos Insights do Uso de Transdutores de Frequência Muito Alta (18-5 Mhz): Uma Série De Casos

Cranial ultrasound in preterm infants 32 weeks gestation-novel insights from the use of very high-frequency (18-5 MHz) transducers: a case series.Miselli F, Guidotti I, Di Martino M, Bedetti L, Minotti C, Spaggiari E, Malmusi G, Lugli L, Corso L, Berardi A.Eur J Pediatr. 2024 Aug;183(8):3589-3598. doi: 10.1007/s00431-024-05627-y. Epub 2024 Jun 3.PMID: 38831135 Artigo Gratis!

Realizado por Paulo R. Margotto.

 

A ultrassonografia intracraniana sem radiação tem sido cada vez mais empregada e agora é a modalidade de neuroimagem de primeira linha para estudar o cérebro neonatal. A presente série de casos compara imagens obtidas com essas novas aplicações dos transdutores de frequência muito alta (18-5 MHz) para a neuroimagem de bebês prematuros ≤ 32 semanas de gestação com imagens obtidas de transdutores microconvexos padrão de média frequência (8-5 MHz). O uso de transdutores de frequência muito alta melhora a resolução das imagens. Até o momento, a Ressonância  Magnética (RM) é a modalidade de neuroimagem padrão ouro para identificar patologias do sistema nervoso central na prematuridade, dada sua superioridade ao US craniano na detecção de anormalidades mais sutis. No entanto, a RNM é cara e requer transporte e, em alguns casos, sedação; a varredura serial continua difícil porque o acesso à RNM é limitado. Esses autores recomendam considerar o uso de transdutores de frequência muito alta como um complemento aos transdutores de média frequência no US craniano neonatal em bebês ≤ 32 semanas de gestação para aumentar a completude da investigação diagnóstica.

 

Associação entre perfusão precoce da ganglia basal e tálamo avaliada pela ultrassonografia Doppler colorida e lesão cerebral em bebês com encefalopatia hipóxico-isquêmica: um estudo de coorte retrospectivo

Associação entre perfusão precoce da ganglia basal e tálamo avaliada pela ultrassonografia Doppler colorida e lesão cerebral em bebês com encefalopatia hipóxico-isquêmica: um estudo de coorte retrospectivo

Association between Early Basal Ganglia and Thalami Perfusion Assessed by Color Doppler Ultrasonography and Brain Injury in Infants with Hypoxic-Ischemic Encephalopathy: A Prospective Cohort Study. Faingold R, Prempunpong C, Garfinkle J, St Martin C, Menegotto F, Boyle R, Aguilera JM, Nguyen KA, Sant’Anna GM.J Pediatr. 2024 May 3;271:114086. doi: 10.1016/j.jpeds.2024.114086. Online ahead of print.PMID: 38705232 Artigo Gratis! Canada.

Realizado por Paulo R. Margotto

A ultrassonografia da cabeça (HUS) pode não detectar padrões específicos de lesão cerebral. No entanto, a HUS pode ser realizada em combinação com o Doppler colorido do fluxo sanguíneo, uma técnica simples e não invasiva recentemente utilizada para avaliar e quantificar a perfusão tecidual em diferentes órgãos e sistemas, incluindo os GÂNGLIOS DA BASE (BG) e TÁLAMOS (Th). Estudos de perfusão cerebral foram realizados utilizando a fontanela anterior como janela acústica entre 24-36 horas de idade com base em dados anteriores mostrando que o aumento mais grave na velocidade média do fluxo sanguíneo foi encontrado na idade de 36-72 horas em neonatos gravemente asfixiados e às 24-120 horas em lactentes com EHI leve a moderada. A perfusão foi calculada utilizando um software dedicado (software Pixelflux Chameleon), que permite a quantificação automática dos dados do Doppler colorido de uma região de interesse (ROI) para calcular a perfusão expressa em cm/segundo. O objetivo deste estudo foi investigar possíveis associações entre medições precoces de perfusão da BG e Th usando HUS com Doppler colorido e evidências subsequentes de lesão cerebral por ressonância magnética em bebês com encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI). Neste estudo de coorte prospectivo, o aumento da perfusão das áreas BG e Th no início da vida e durante o tratamento com HT, conforme avaliado pela ultrassonografia cerebral Doppler (USCD) à beira do leito, foi associado à evidência de lesão cerebral grave na ressonância magnética neonatal. A perfusão significativamente aumentada das áreas BG e Th às 24-36 horas de vida observada em lactentes com EHI e lesão cerebral grave na ressonância foi associada à morte ou lesão motora significativa e deficiência neurossensorial. Na nossa prática temos utilizado a ultrassonografia cerebral Doppler craniana (USCD) realizado à admissão permite identificar alterações no índice de resistência (IR), sangramentos e malformações devendo ser repetido com 24 horas após o término  da hipotermia terapêutica, bem como no 7º  E 14º dias de vida de acordo com alterações encontradas. O distúrbio hemodinâmico cerebral é o principal fator do mecanismo fisiopatológico da EHI neonatal.

 

Predicção a longo prazo baseado nos achados clínicos de imagens

Predicção a longo prazo baseado nos achados clínicos de imagens

Sonia Bonifácio (EUA). Palestra administrada no NEOBRAIN BRASIL-2024, São Paulo, 8-9 de março de  2024.

Realizado por Paulo R. Margotto.

O  objetivo foi  de usar achados clínicos e de imagens nos prematuros para predizer resultados a longo prazo, com destaque para a hemorragia intraventricular (maior risco entre os bebês29 semanas e <1500g). Na classificação n sistema Antigo (Papile) e Volpe, o destaque para o Infarto Hemorrágico Periventricular(IHPV) conhecido por Hemorragia Grau IV . A hemorragia na matriz germinativa e o IHPV tem impacto no córtex cerebral e dismaturação do tálamo, diminuição da mielinização, dismaturação axonal e dismaturação cerebelar. De acordo com o grau de hemorragia deficiência  neurológica definitiva é maior no grau IHPV, chegando a 75% (GRAU 1: 15% , Grau 2: 25% e Grau 3: 5º%). A dilatação pós hemorrágica é vista em: Grau II-20%,  Grau III- 55%  e  Infarto hemorrágico periventricular: 80%. Pode apresentar com sinais de aumento da pressão intracraniana. Na intervenção da dilatação ventricular pós-hemorrágica a abordagem precoce  por punção do líquido cefalorraquidiano por punções lombares (LPs) (máx. 3), seguida de punções de um reservatório ventricular, para reduzir o índice ventricular uma derivação ventriculoperitoneal (VP) se a estabilização do índice ventricular não ocorrer      mostrou melhor resultados a longo prazo (associada a uma menor chance de morte ou incapacidade grave do neurodesenvolvimento em recém-nascidos prematuros com dilatação ventricular pós-hemorrágica progressiva (ELVIS STUDY (Early vs Late Ventricular Intervention Study). O US craniano precoce é importante para identificar a severa HIV e tomada de decisão e  seriado US craniano para o seguimento da severa HIV para dilatação ventricular e manuseio dessa. Se sobreviver à idade equivalente a termo, repetir o US craniano com vistas na mastoide para avaliar o cerebelo e considerar RM, importante na avaliação da substância branca (acima de 50% dos prematuros extremos tem lesão na substância branca e essa lesão é associada com deficiências cognitivas, linguística e motora na infância precoce).

 

Tumores do Sistema Nervoso Central em Neonatos: O Que o Neonatologista Precisa Saber?

Tumores do Sistema Nervoso Central em Neonatos: O Que o Neonatologista Precisa Saber?

Central nervous system tumours in neonates: what should the neonatologist know? Toniutti M, et al. Eur J Pediatr. 2024. PMID: 38206395 Review.

Realizado por Paulo R. Margotto.

 

A maioria dos autores define as neoplasias como definitivamente congênitas se os sintomas aparecerem no período pré-natal ou no nascimento, provavelmente congênitas se os sintomas aparecerem na primeira semana de vida, e possivelmente congênitas se os sintomas aparecerem dentro de seis meses após o nascimento. O primeiro sinal de um tumor congênito com início pré-natal é geralmente polidrâmnio, mais comumente no segundo e terceiro trimestre, secundário à disfunção hipotalâmica e ao alto débito cardíaco. Mesmo no início neonatal, o principal sinal de um tumor cerebral neonatal é a macrocefalia (50-60%). No período neonatal, a ultrassonografia transfontanelar costuma ser a principal etapa diagnóstica. a ultrassonografia pode observar diretamente massas intracranianas ou indicar sua presença por meio de sinais indiretos, como a hidrocefalia. No entanto, o padrão-ouro diagnóstico continua sendo a ressonância magnética. O prognostico dos tumores neonatais do SNC costuma ser ruim, sobretudo devido às opções terapêuticas limitadas. .  Os neonatologistas desempenham um papel fundamental na detecção precoce, avaliação diagnóstica, manejo e cuidados de suporte desses neonatos.