Categoria: Neurossonografia Neonatal

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL-compartilhando imagens: Encefalopatia Hipóxico-isquêmica: lesão do putamen e tálamo (Sinal das quatro colunas)

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL-compartilhando imagens: Encefalopatia Hipóxico-isquêmica: lesão do putamen e tálamo (Sinal das quatro colunas)

Caso Clínico:

RN de parto normal, 40 semanas+ 5dias, Apgar de 0/2 peso ao nascer de 3850g, GIG, sexo masculino, sem intercorrências na gravidez. Apresentou desacelerações durante as contrações, tentativa de parto domiciliar, chegando à Maternidade em período expulsivo. Líquido amniótico tinto de mecônio. Aspirado traquéia com saída de mecônio espesso. Massagem cardíaca, com recuperação da frequência cardíaca em 1 minuto, não exibindo movimento respiratório, permanecendo hipotônico, arrefléxico, sendo encaminhado à UTI Neonatal intubado. Apresentou crise convulsiva com 1 hora de vida. Gasometria: pH=7,09; HCO3=7,9; BE=-21,9; PaCO2=26: PaO2=93. Submetido ao Protocolo de hipotermia terapêutica. Pupilas mióticas.

Neurossonografia Neonatal-compartilhando imagens: Encefalopatia hipóxico-isquêmica (lesão na gânglia basal, com envolvimento do núcleo caudado). Consequências

Neurossonografia Neonatal-compartilhando imagens: Encefalopatia hipóxico-isquêmica (lesão na gânglia basal, com envolvimento do núcleo caudado). Consequências

Paulo R. Margotto.

Recém-nascido (RN) de parto vaginal, 41 semanas 1 dia, Apgar de 2, 6,8, peso ao nascer de 3010g, convulsão na primeira hora de vida, submetido à hipotermia terapêutica conforme o Protocolo. Evoluiu com choque séptico. Apresentou sangramento no tubo orotraqueal no 4º e 5º dia de vida

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL-compartilhando imagens: Lesão da substância branca/ cortical no recém-nascido a termo com encefalopatia hipóxico-isquêmica

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL-compartilhando imagens: Lesão da substância branca/ cortical no recém-nascido a termo com encefalopatia hipóxico-isquêmica

Paulo R. Margotto.

Recém-nascido do dia 18/3/2020, Apgar de 2/4/4 (pH de sangue do cordão: 6,8), peso ao nascer de 3280g, 39 semanas de idade gestacional. Apresentou convulsão com 4 horas de vida. Usou Hipotermia Terapêutica segundo Protocolo Internacional.

 

O presente caso de Encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI) submetido á hipotermia terapêutica (HT) segundo Protocolo Internacional, o ultrassom (US) craniano mostra: aos 5 dias após a HT, edema cerebral + hiperecogenicidade periventricular. Ao longo das semanas, índice de resistência (IR) baixo (0,51), coágulos sanguíneos intraventriculares, dilatação biventricular e persistência da hiperecogenicidade periventricular, com sinais de leucomalácia periventricular (e comprometimento profundo das camadas do córtex-evidenciado pela ressonância magnética).

Neuroimagem na Encefalopatia Hipóxico-Isquêmica (Neuroimaging in HIE)

Neuroimagem na Encefalopatia Hipóxico-Isquêmica (Neuroimaging in HIE)

Courtney Wusthoff (EUA).

NEOBRAIN BRASIL 2019. Congresso Internacional-PBSF em Neuroproteção e Neuromonitorização Neonatal, São Paulo, 8-9 de novembro de 2019.

Reprodução da Conferência realizada por Paulo R. Margotto.

A finalidade de ter as imagens nesses pacientes é para se construir um plano de acompanhamento e esse plano de acompanhamento adequado vai depender da gravidade da lesão que a imagem vai nos mostrar. Se eu tiver um bebê na UTI com um grave padrão de lesão mostrada na imagem, há necessidade de programar estratégias que amenizem, como programar a terapia ocupacional futura. O prognóstico não é só parecer inteligente, dar informações para as pessoas para aniquilar as esperanças da família. Essas informações sevem para se tomar decisões práticas e ajustar o tratamento e o acompanhamento para aquela criança em particular para que ela venha a ter a melhor chance dentro dessas condições. Entre as imagens: 1) Ultrassom craniano: é ima técnica fantástica prontamente disponível, não invasivo, examinador dependente, medições Doppler do fluxo sanguíneo cerebral ajuda na acurácia (índice de resistência – IR: quando alterado inicialmente sugere um insulto prolongado intraparto ou 1-2 dias antes do nascimento-consultem os complemento 2)Tomografia computadorizada de crânio: papel limitado, alta irradiação 3) Ressonância magnética (RM): padrão ouro, não há necessidade de contraste na EHI, confirma o diagnóstico e avalia o prognóstico ideal que seja realizado entre 5-21 dias de vida. Na EHI, a RM causa padrões típicos de lesão nos gânglios da base e tálamo, conhecidos como lesão BTG (deep Gray, área mais cinzenta, muito ativa metabolicamente, precisa de muita energia, de muito oxigênio, sendo particularmente suscetível a lesões agudas e EHI profunda; serve como uma “estação retransmissora” principalmente motora e sensorial para o cérebro. Dentro dessa área talâmica dos gânglios basais temos o membro posterior da cápsula interior (PLIC), que é um denso caminho motor que atravessa a região BGT. Os gânglios da base e o tálamo (BGT) são áreas-chave do cérebro para muitas vias neurais e sistemas de processamento de informações. Seu papel é vital para o controle motor e postural, locomoção, cognição e comportamento e danos a essas áreas têm um papel dominante e efeito profundo nos resultados da infância. Os gânglios da base e o tálamo são as áreas mais suscetíveis do cérebro aos prejuízos ocasionados pela hipóxica isquêmica perinatal aguda. Acredita-se que seja por causa de sua alta a taxa metabólica e demanda por energia e aumento da concentração de receptores glutamato e são ativamente mielinizantes na idade a termo. Já os envolvimentos do tronco cerebral é mais frequente em prematuros ou lesões mais graves e do córtex e substância branca, apenas na EH mais leves, com um padrão “whatersehed” na EHI parcial/prolongada. A gravidade mais preditiva de problemas motores está na lesão dos gânglios da base e no tálamo (severa lesão no BTG: 98% paralisia cerebral). Lesão no PLIC (parte posterior da cápsula interior que passa pelos gânglios da base; a parte motora controla os movimentos e essa parte motora manda sinais através do membro posterior, através dessa via muito apertada de fibras.) mais preditivo de andar aos 2 anos de idade (se normal: todos andam aos 2 anos de vida). Consultem o brilhante estudo citado de Dra. Martinez Biarge et al. Portanto,ao realizar a RM, veja  se há  algum coisa anormal no PLIC, nos gânglios da Base  e assim você tem informações úteis sobre  o prognóstico.

 

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL-compartilhando imagens: Erro inato do metabolismo? Encefalopatia hipóxico-isquêmica?

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL-compartilhando imagens: Erro inato do metabolismo? Encefalopatia hipóxico-isquêmica?

Paulo R. Margotto.

Recém-nascido de 39sem 2 dias, peso de 3110, do dia 24/3/2020, cesariana de emergência por taquicardia fetal e redução dos movimentos fetais. Nasceu em apneia, líquido meconial, necessidade de ventilação com 2 ciclos de VPP (ventilação por pressão positiva) sob máscara, com melhora  da oxigenação e iniciado movimentos respiratórios, porém manteve severa hipertonia. O tônus melhorou 30 minutos depois. Apgar de 4/7. Evoluiu com desconforto respiratório precoce, necessitando de O2 no capacete. Apresentou severa hipoglicemia (glucostix marcou valor LOW, sendo realizado push de 2ml de glicose a 10%. Apresentou tremores grosseiros a esclarecer (clônus?), sendo iniciado fenobarbital.

ULTRASSONOGRAFIA CEREBRAL DOPPLER -2020

ULTRASSONOGRAFIA CEREBRAL DOPPLER -2020

Paulo R. Margotto

Capítulo do livro  de Neurossonografia Neonatal, 2a  Edição, 2020, no Prelo

  • A imagem do ultrassom em tempo real combinado com sistema de Doppler pulsado constitui um exame não invasivo e de beira de leito, de relativo baixo custo, seguro, de rápida execução, permitindo a quantificação de velocidade de fluxo sanguíneo cerebral (VFSC) em recém-nascido (RN), com extrapolação das medidas de volume. A velocimetria Doppler não representa mensuração do volume absoluto de fluxo sanguíneo para a área perfundida pela artéria em estudo, mas é útil para quantificar variações relativas do fluxo sanguíneo cerebral (FSC) em determinado período de tempo

 

Neurossonografia Neonatal – compartilhando imagens: Importância do Índice de Resistência (IR) na Síndrome Hipóxico-Isquêmica

Neurossonografia Neonatal – compartilhando imagens: Importância do Índice de Resistência (IR) na Síndrome Hipóxico-Isquêmica

Paulo R. Margotto.

Recém-Nascido (RN) do dia 27/1/2020, 40 sem6 dias, Apgar de 1,4 e 7, peso ao nascer de 2810g, Pequeno para a idade gestacional, circular de cordão, parto normal, trabalho de parto prolongado. Desenvolveu crise convulsiva no primeiro dia de vida. Submetido à hipotermia terapêutica.

O primeiro ultrassom (US)  transfontanelar  foi realizado  no primeiro dia de vida  em hipotermia terapêutica, sendo evidenciado Índice de Resistência (IR) de 0,54 (baixo).

O segundo US transfontanelar realizado aos 7 dias de vida mostrou IR de 0,47 (muito baixo), quando solicitamos a realização de ressonância magnética(RM).

Eletroencefalograma aos 7 dias de vida: atividade elétrica cerebral acentuadamente desorganizada de muita baixa voltagem

Ressonância magnética aos 15 dias de vidainjúria hipóxico-isquêmica grave em neonato a termo

Eletroencefalograma aos 25 dias de vida: assimetria da atividade elétrica com menor amplitude dos ritmos localizados no hemisfério cerebral esquerdo que pode estar relacionado à lesão estrutural

Com 22 dias de vida:  dilatação biventricular + hiperecogenicidade  nos núcleos da base e cistos porencefálicos em formação  na substância branca

US transfontanelar aos 29 dias de vida: dilatação biventricular +leucomalácia periventricular multicística + hiperecogenicidade nos núcleos da base

Neurossonografia Neonatal-compartilhando imagens: Hiperecogenicidade periventricular – Leucomalácia periventricular multicística

Neurossonografia Neonatal-compartilhando imagens: Hiperecogenicidade periventricular – Leucomalácia periventricular multicística

Paulo R. Margotto.

Caso Clinico: RN pré-termo (28 sem), peso ao nascer de 1430g,  1 dose de betametasona, cesariana por Apresentação Pélvica, necessitou de reanimação com intubação endotraqueal; recebeu um dose de surfactante com FiO2 de 60%  e Saturação de O2 de 75%. Ultrassons  cranianos  realizados com 9 dias de vida (intensa hiperecogenicidade periventricular-setas), aos 16 dias e 31 dias de vida (dilatação biventricular e leucomalácia periventricular multicística-setas).

Neurossonografia Neonatal-compartilhando imagens:Hemorragia intraventricular e Acidente vascular cerebral isquêmico no recém-nascido pré-termo com trombo em veia cava superior

Neurossonografia Neonatal-compartilhando imagens:Hemorragia intraventricular e Acidente vascular cerebral isquêmico no recém-nascido pré-termo com trombo em veia cava superior

Paulo R. Margotto.

RN de 29 semanas, 945 g, pré-eclâmpsia grave, Apgar de 8/9, trombo em veia cava superior esquerda. Aos 15 dias, hemorragia intraventricular grau II e  lesão hiperecogênica em organização na região parieto-occipital medindo 1,31/1,62 cm (sugestiva de Acidente vascular cerebral isquêmico-AVC), Índice de resistência de 1,18 (fluxo diastólico reverso)

Neurossonografia Neonatal-compartilhando imagens: hemorragia intraventricular + lesão nos núcleos da base

Neurossonografia Neonatal-compartilhando imagens: hemorragia intraventricular + lesão nos núcleos da base

Recém-nascido (RN) de 33 semanas e 2 dias, 2075 gramas, 6 consultas no pré-natal (1º Trimestre), mãe com febre e leucocitose, bolsa rota (suspeito de corioamnionite); recebeu 2 doses de betametasona; parto normal; banhado em mecônio espesso, reanimado com máscara e Baby Pupp e encaminhado à UTI Neonatal; Apgar de 6/7; na admissão o bebê apresentou Saturação de O2 de 18% e frequência cardíaca de 80 bpm, PaCO2 de 162 mmHg, pH de 6,7, BE de -10,  sendo intubado e ventilado em alta frequência. O Rx de tórax mostrou hérnia diafragmática congênita  (HDC) à esquerda (figura) O  RN teve a correção da HDC aos 6 dias de vida. Persiste em ventilação de alta frequência.