Categoria: Neurossonografia Neonatal

Neurossonografia Neonatal-compartilhando imagens: hemorragia intraventricular + lesão nos núcleos da base

Neurossonografia Neonatal-compartilhando imagens: hemorragia intraventricular + lesão nos núcleos da base

Recém-nascido (RN) de 33 semanas e 2 dias, 2075 gramas, 6 consultas no pré-natal (1º Trimestre), mãe com febre e leucocitose, bolsa rota (suspeito de corioamnionite); recebeu 2 doses de betametasona; parto normal; banhado em mecônio espesso, reanimado com máscara e Baby Pupp e encaminhado à UTI Neonatal; Apgar de 6/7; na admissão o bebê apresentou Saturação de O2 de 18% e frequência cardíaca de 80 bpm, PaCO2 de 162 mmHg, pH de 6,7, BE de -10,  sendo intubado e ventilado em alta frequência. O Rx de tórax mostrou hérnia diafragmática congênita  (HDC) à esquerda (figura) O  RN teve a correção da HDC aos 6 dias de vida. Persiste em ventilação de alta frequência.

Neurossonografia Neonatal-compartilhando imagens: Infarto hemorrágico periventricular atípico

Neurossonografia Neonatal-compartilhando imagens: Infarto hemorrágico periventricular atípico

Paulo R, Margotto,

RN gêmeos, monocoriônicos, diamnióticos, 27semanas 3dias, Apgar de 7,9, transfusão feto-fetal.

Ultrassom anterior nas primeiras horas de vida mostrou achados  que nos levou ao diagnóstico de um infarto hemorrágico periventricular atípico.

-IHPV TÍPICO é aquele que ocorre entre o 3º- 4º dia de vida após o nascimento no contexto de fatores de risco conhecidos e a expressiva maioria dos caso, associado com hemorragia peri/intraventricular

-IHPV ATÍPICO é aquele que ocorre pré-natal ou tardiamente (>96 horas) sem doença clínica grave e também frequentemente sem uma grande hemorragia peri/intraventricular

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL-compartilhando imagens: lesão na ganglia basal

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL-compartilhando imagens: lesão na ganglia basal

Paulo R. Margotto

RN de 34 sem 2 dias,  data de nascimento: 13/11/2019; Parto normal;Apgar 89; tempo de bolsa rota de 51 horas;peso ao nascer de 2050g; Piora clínica com 2 dias de vida (pneumoperitôneo); Trombocitopenia; 7 paradas cardiorrespiratórias; Perfuração intestinal!

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL-compartilhando imagens: Holoprosencefalia alobar

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL-compartilhando imagens: Holoprosencefalia alobar

Paulo R. Margotto.

A holoprocencefalia (ocorre em 1/11000 a 1/20.000 nascidos vivos) se deve a uma falha parcial ou completa do procencéfalo primitivo em formar o telencéfalo (hemisférios cerebrais, ventrículos, putamen e núcleo caudado) e o diencéfalo (tálamo, hipotálamo, 3o ventrículo e globus pallidus) entre a 4a e a 8a semanas de gestação.

Nos casos mais extremos podemos ter deformidades como ciclopia e nos casos mais brandos, hipotelorismo (a face fetal se desenvolve no mesmo período do cérebro).

Muitas destas crianças também apresentam anomalias na linha média (fenda palatina, narina única).

A principal causa da holoprocencefalia é o distúrbio cromossômico, ocorrendo entre 40 a 50% dos casos. A trissomia do 13 isoladamente ocorre em 75% dos cariótipos anormais. Vários casos familiares sugerem uma etiologia mendeliana com transmissão autossômica dominante (risco de recorrência de 6%).

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL-compartilhando imagens: Malformação Dandy-Walker

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL-compartilhando imagens: Malformação Dandy-Walker

Paulo R. Margotto

         O complexo Dandy-Walker inclui a malformação clássica Dandy-Walker, a variante Dandy-Walker e mega cisterna magna, cada uma associada com defeito no desenvolvimento do teto do 4º ventrículo e está frequentemente associada com outras anomalias intracranianas (agenesia do corpo caloso[Figura 3], oloprosencefalia, esquisencefalia e cefaloceles posteriores.

Esta anormalidade consiste na dilatação cística do quarto ventrículo, conseqüente a atresia dos foramens de Magendie e de Luschka e pode ocorrer algum grau de disgenesia verminiana. Ocorre também aumento do 3º ventrículo e dos ventrículos laterais, além do aumento do 4º ventrículo.

Outras malformações podem ser encontradas (50 a 70% dos casos), como a agenesia do corpo caloso (Figura 4), cistos porencefálicos, encefaloceles e holoprocencefalia, rins policísticos, defeitos cardiovasculares, lábio leporino.

A ultrassonografia cerebral revela nitidamente grande fossa posterior, pequeno resquício cerebelar e um exuberante 4º ventrículo (Figuras 1 e 3). A estimativa de incidência é de 1/30.000 nascidos, sendo responsável por 4-12% dos hidrocéfalos infantis.

Os fatores genéticos desempenham importante papel (as anomalias cromossômicas são descritas em  20 a 50% dos casos e incluem as trissomias do 13, 18 e 21). A recorrência é de 1-5%.A hidrocefalia obstrutiva difusa ocorre em até 80% dos casos. Outras malformações associadas incluem hérnia diafragmática, gastrintestinais, cardíacas, genitourinárias e musculares e esqueléticas

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) EM RECÉM-NASCIDOS: PEQUENOS CÉREBROS, GRANDES CONSEQUÊNCIAS

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) EM RECÉM-NASCIDOS: PEQUENOS CÉREBROS, GRANDES CONSEQUÊNCIAS

Donna M. Ferriero (EUA)

22º Simpósio Internacional de Neonatologia do Santa Joana, São Paulo, 11-14 de setembro de 2019.

Realizado por Paulo R. Margotto.

A incidência anual de Acidente Vascular cerebral (AVC): 1 AVC por ~2000 nascidos vivos, sendo tão comum como AVC em idosos, mas não recebem atenção, principalmente dos órgãos financiadores. São abordados os seguintes tipos de AVC: Do lado arterial temos o AVC isquêmico arterial ou pode ser um AVC arterial presumido (significa uma apresentação tardia). A meningite pode acusar inflamação das artérias e o AVC pode ter a presença de hemorragia. No lado venoso podemos ter a trombose cerebral venosa (todo recém-nascido a termo com hemorragia intraventricular deve ser considerada a trombose venosa, devendo ser feita a ressonância magnética!) ou hemorragia ou infarto em torno dos ventrículos, principalmente nos nascidos prematuros. Nos neonatos, os AVCs isquêmicos arteriais são de maior número (compreende 90% dos casos publicados) seguida pela trombose venosa. Muitos desses AVCs isquêmicos (em 90% dos casos publicados ocorre no lado esquerdo) ocorrem nos RN a termo, podendo ocorrer também em prematuros. Entre os fatores de risco para o AVC arterial isquêmico se destacam diabetes materno, hipertensão materna, tabagismo, gestação gemelar, primeira gestação; reanimação, hipoglicemia, meningite, aspiração meconial.  Na apresentação clínica se destacam a convulsão focal motora, movimentos clônicos de uma extremidade, hipotonia, letargia e apneia (a apneia pode ser um sinal de convulsão subclínica; eu diria faça pelo menos um ultrassom da cabeça e se os achado do ultrassom estiverem confusos, faça ressonância magnética; recomendo também fazer o EEG de amplitude integrada; você tem que ter certeza que aquela apneia não se deve a uma convulsão subclínica). Bebê que se apresenta aos 6 meses ao ambulatório como hemiparesia (a mãe percebe que ele só usava a mão direita; a mão esquerda sempre estendida); o braço direito levanta e não levanta perna esquerda; a mãe percebe que ele só usa a mão direita; olhar sempre para a direita; ele não enxerga no lado esquerdo), deve ser pensado em AVC isquêmico arterial presumido. Entre os dados pré—clínicos no tratamento, a eritropoietina (EPO) se destaca: protege o cérebro mesmo dado 7 dias depois; atua criando novos neurônios promovendo a neurogênese; a resposta é boa, a função cerebral melhora. Quanto ao déficit neurológico na alta, a quantificação da difusão do trato corticoespinhal prediz o desenvolvimento motor no AVC arterial isquêmico. Quando o ramo da artéria cerebral média é comprometido, 100% vai ter efeitos adversos em qualquer domínio. Se não for o ramo principal e sim a basal ganglia talâmica (BGT), pedúnculo cerebelar e lesões bilaterais é mais provável ter epilepsia (lesões bilaterais), paralisia cerebral (pedúnculo) e se for na BGT, déficit motor, comportamental e cognitivo. Na compreensão do AVC de ramos perfurantes (Stroke perfurator) é fundamental o conhecimento da anatomia vascular para a sua com AVC de ramos perfurantes isolado, exceto quando o braço posterior da cápsula interna for comprometido. A boa notícia, melhor de todas que podemos dar aos pais: a taxa de recorrência em crianças com AVC neonatal é de <1% comparado com taxa de AVC na infância que é 25 a 30%. Os Neonatologistas são os guardiões, aqueles que devem estar muito alertas para conseguir identificar o AVC, tratar e seguir esses bebes que são de alto risco.

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL-compartilhando imagens: Síndrome Hipóxico-Isquêmica

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL-compartilhando imagens: Síndrome Hipóxico-Isquêmica

Paulo R. Margotto.

Segundo Tekes A et al (2018), a lesão hipóxico-isquêmica (HII) do cérebro neonatal é conseqüente encefalopatia hipóxico-isquêmica (HIE) clínica continua sendo causa significativa de morbidade e mortalidade no período neonatal.

O ultrassom (US) surgiu como uma poderosa ferramenta de triagem para avaliação de um neonato com suspeita de HII. O padrão de lesão na imagem cerebral tem implicações cruciais em terapias e previu resultados do neurodesenvolvimento.

Apesentamos imagens de dois casos recentes de grave síndrome hipóxico isquêmica em que os ultrassons evidenciaram intensa hiperecogenicidade cerebral  e se discute o seu significado.

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL-compartilhando imagens: Aneurisma Cerebral

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL-compartilhando imagens: Aneurisma Cerebral

Paulo R. Margotto.

Trouxemos dois Casos de Aneurisma Cerebral ocorridos recentemente, sendo que o primeiro foi Malformação Aneurismática da Via de Galeno e o outro, Malformação arteriovenosa centrada na cisterna perimesencefálica e peripontina  à esquerda, envolvendo a artéria basilar.