Categoria: Obstetrícia e Perinatologia

Monografia em Endoscopia Ginecológica (HMIB-2019): Ultrassonografia de mapeamento e ressonância magnética para o diagnóstico de endometriose profunda infiltrativa: revisão sistemática da literatura

Monografia em Endoscopia Ginecológica (HMIB-2019): Ultrassonografia de mapeamento e ressonância magnética para o diagnóstico de endometriose profunda infiltrativa: revisão sistemática da literatura

 

Stéfano dos Santos Adorno

RESUMO
Introdução: a endometriose profunda infiltrativa (EPI) é uma doença caracterizada pela presença de células endometriais em localização extrauterina. O correto diagnóstico é desafiador, sendo essencial a realização de exames como a ultrassonografia e a ressonância magnética. Apesar de ambas as técnicas serem utilizadas, ainda há discussões no meio científico quanto à eficácia para o diagnóstico da EPI. Objetivo: realizar uma revisão sistemática da literatura para averiguar diferenças, critérios e eficácia entre a ultrassonografia de mapeamento e ressonância nuclear magnética para o diagnóstico de endometriose profunda infiltrativa. Métodos: os estudos foram selecionados nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (Medline e LILACS) e National Center for Biotechnology Information (PubMed), utilizando endometriose profunda infiltrativa, ressonância nuclear magnética, ultrassonografia de mapeamento como palavras-chave e considerando publicações entre 2014 e 2018. Resultados: foi encontrado um total de 3.105 documentos científicos que foram analisados a partir dos critérios estabelecidos e apenas 10 artigos apresentaram dados pertinentes para este estudo. É possível inferir que ambas as técnicas apresentam eficácia para o diagnóstico de EPI, a ultrassonografia transvaginal (USTV) destacou-se especialmente para a detecção na bexiga (93 – 100%) e retossigmoide (93 – 97%), em quanto que a ressonância magnética (RM) se destacou para detecção no intestino (82,3 – 92,4%), bexiga (100%) e ureter (100%). Conclusão: são necessários novos estudos que possam comparar as técnicas, entretanto, é possível concluir que ambas as técnicas são viáveis e eficazes, desde que considerado a localização da endometriose profunda infiltrativa e a experiência do operador, visto que estes são fundamentais para o correto diagnóstico da EPI e sua extensão.

 

A história do tratamento da Síndrome de Transfusão Feto-Fetal (The History of Treatment of Twin-to-Twin Transfusion Syndrome)

A história do tratamento da Síndrome de Transfusão Feto-Fetal (The History of Treatment of Twin-to-Twin Transfusion Syndrome)

The History of Treatment of Twin-to-Twin Transfusion Syndrome.Glennon CL, Shemer SA, Palma-Dias R, Umstad MP.Twin Res Hum Genet. 2016 Jun;19(3):168-74. doi: 10.1017/thg.2016.27. Review.PMID: 27203604.Similar articles

Apresentação:Daniela Megumi. R3 Neonatologia – HMIB. Coordenação: Nathalia Bardal.

 

Sugestões históricas da síndrome de transfusão de gêmeos para gêmeos (síndrome de transfusão feto fetal STFF) datam do início do século XVII. Anastomoses placentárias foram relatadas pela primeira vez em 1687; no entanto, foi Schatz quem primeiro identificou sua importância em 1875. Ele reconheceu “a área de transfusão” dentro do “bairro viloso” da placenta, que ele chamou a “terceira circulação”. Este artigo descreve como o gerenciamento Da STFF evoluiu à medida que adquiriram uma compreensão e apreciação mais sofisticadas das complexas anastomoses vasculares que existem em placentas gêmeas monocoriônicas. Atualmente, a oclusão fetosópica a laser é o tratamento preferido opção para a STFF.

A placenta na encefalopatia neonatal

A placenta na encefalopatia neonatal

The Placenta in Neonatal Encephalopathy: A Case-Control Study.Vik T, Redline R, Nelson KB, Bjellmo S, Vogt C, Ng P, Strand KM, Nu TNT, Oskoui M.J Pediatr. 2018 Nov;202:77-85.e3. doi: 10.1016/j.jpeds.2018.06.005. Epub 2018 Jun 29.PMID: 30369428.Similar articles.

Apresentacão:Leonardo Muriell, Tomás Silva, Lucas Figueiredo Lacerda, Mário de Souza Brandão Neto, Matheus Beserra Braga. Coordenação:  Paulo R. Margotto

  • Pelo o fato da função placentária exercer papel crítico na sobrevivência e o desenvolvimento saudável do feto, tem havido interesse no papel da placenta na etiologia da encefalopatia neonatal. Estudos anteriores relataram que placentas dos recém-nascidos com encefalopatia neonatal em comparação a placentas de recém-nascidos com idade gestacional semelhante sem encefalopatia neonatal foram frequentemente eram mais pesadas ou leves, infartadas, infectadas, inflamadas sem infecção ou disfuncional, como inferido na presença de restrição do crescimento. Estudos anteriores sobre o tema eram de conveniência ou se seja, placentas dos RN com encefalopatia que eram submetidas à hipotermia. No presente estudo caso-controle, os autores examinaram a associação de lesões microscópicas na placenta com encefalopatia neonatal em um coorte consecutivo de nascidos a termo ou próximo do  prazo, filhos únicos , tratados em um único Hospital, utilizando critérios de consenso publicados. As placentas foram pesadas ao nascimento e na patologia, sem cordão e membranas. Mudanças consistentes com má perfusão vascular fetal (definida como: constelação de lesões trombo-obstrutivas no lado fetal da placenta e inclui lesões previamente descritas como vasculopatia trombótica fetal)  global foram quase 3 vezes mais frequente nas placentas dos recém-nascidos  com encefalopatia neonatal (n = 15; 20%) do que nas placentas controle (n = 19; 7%; OR 3,2; IC 1,5-6,6. A perfusão vascular fetal parece se  desenvolver durante as últimas 2-3 semanas de gestação e até 48 horas antes do parto e entre as causas, incluem  obstrução crônica parcial ou repetida do cordão umbilical, insuficiência cardíaca e hiperviscosidade. A placenta continua sendo um recurso subexplorado para investigação clínica em distúrbios neurológicos e do desenvolvimento e em eventos perinatais antecedentes a incapacidades do desenvolvimento. Surgindo de células fetais, a placenta é o maior órgão  fetal, fundamental para o desenvolvimento do feto e do cérebro fetal. Estudos experimentais oferecem exemplos de novos mecanismos envolvendo a placenta que podem influenciar o desenvolvimento cerebral. A avaliação placentária sistemática poderia ser incorporada em ensaios clínicos de intervenções terapêuticas para encefalopatia neonatal. Estudos anteriores e incluindo esse, mostram que  as lesões trombovasculares no lado fetal da placenta é muitas vezes parte de um caminho para a encefalopatia neonatal.
  • Nos complementos (links) em Significado Perinatal do Peso da Placenta escrevemos que é necessário que o médico que assiste o RN, em especial na Sala de Parto, tenha o conhecimento das associações de alterações do crescimento fetal e placentário para uma adequada assistência a estes RN e a correlação direta destas associações com patologias perinatais. O exame da placenta pode provê esclarecimento a respeito do ambiente intrauterino. Na Sala de Parto você pode classificar a placenta imediatamente ao nascer em Grande, Adequada ou Pequena utilizando a Curva de Classificação da Placenta com cordão e membranas elaborada por nós ( a partir de 4.413 nascimentos após a exclusões, 29 a 44 semanas de idade gestacional). Já na Sala de Parto você pode avaliar o peso da placenta e detectar discrepância entre o peso placentário e o fetal, em particular nos RN com restrição do crescimento intrauterino. A avaliação da placenta tem sido essencial para elucidação das alterações fisiopatológicas que levam à leucomalácia periventricular (LPV) no processo perinatal (distúrbios na circulação placentária contribuem para o desenvolvimento da LPV na maioria dos casos de injúria cerebral ocorrida no período pré-natal e periparto). Edema vilositário e vasculite coriônica são fatores de risco significativos para o desenvolvimento de Hemorragia Intraventricular em RN com Idade Gestacional < 34 semanas. A insuficiência placentária relacionado com restrição do crescimento intrauterino tem sido associada  com a difusão restrita e uma aparente diminuição do coeficiente de difusão na ressonância magnética. A presença de maior número  de lesões na placenta se associou significativamente a um pior resultado nas avaliações do neurodesenvolvimento, independente do grau de encefalopatia. As crianças nascidas a termo, baixo peso placentário foi associado com um aumento de risco duplo para paralisia cerebral espástica bilateral (incluindo tetraplegia e diplegia) (OR 2,1, IC95% 1,5-2,9). Nas crianças nascidas pré-termo, altas proporções placentárias foram associadas com risco aumentado de quadriplegia. A placenta é uma importante, mas muitas vezes ignorada, fonte de informações. Assim, o destino da placenta não pode continuar sendo o balde!
Monografia/HMIB-2018 (Endoscopia Ginecológica):Correlação entre clínica e histopatologia de pólipos endometriais em mulheres pós menopausa

Monografia/HMIB-2018 (Endoscopia Ginecológica):Correlação entre clínica e histopatologia de pólipos endometriais em mulheres pós menopausa

Sarah Liz Lages Machado.

INTRODUÇÃO:  O câncer de endométrio é a sexta neoplasia mais prevalente entre as mulheres no mundo. A estimativa, para o biênio 2017/2018, é de 6.600 casos novos dessa condição, com um risco estimado de 5,54 casos a cada 100 mil mulheres. Por ser um câncer com significativa prevalência no Brasil, este estudo pretende correlacionar a clínica com a histopatologia dos pólipos endometriais.

OBJETIVOS: Estimar a frequência de lesões malignas diagnosticadas por histeroscopias em pacientes menopausadas, relacionar a clínica com a histopatologia dos pólipos endometriais e determinar os fatores de risco para o câncer de endométrio e caracterizar o perfil das pacientes com pólipos endometriais malignos na pós-menopausa.

MÉTODOS: Estudo do tipo transversal, retrospectivo e descritivo, no serviço de Reprodução Humana (RH) do HMIB, onde são referenciadas pacientes com endométrio espessado à ultrassonografia e sangramento vaginal pós-menopausa. Revisou-se prontuários de 186 pacientes menopausadas que foram submetidas a histeroscopias no serviço, no período de janeiro de 2015 a julho de 2017. As variáveis analisadas foram: idade, paridade, tipo de parto, tabagismo, uso de Terapia Hormonal, Índice de Massa Corpórea, espessura endometrial, sangramento vaginal, achados histeroscópicos, resultado histopatológico.

RESULTADOS: A média e a mediana das pacientes analisadas no trabalho foram de 63,3 anos (44 – 89) e 62 anos, respectivamente. A média de idade de mulheres que apresentaram probabilidade de desenvolver câncer de endométrio (lesões pré-malignas e malignas) foi de 64 anos. Pacientes nuligestas possuíam maior risco de desenvolver lesões pré-malignas e malignas. Quanto menor o número de partos normais, maior probabilidade de desenvolver câncer de endométrio. A maioria das mulheres avaliadas possuíam IMC superior a 30. A média da espessura endometrial foi de 11 mm em ambos os grupos (11,93 mm para lesões benignas e 11,83 mm para lesões malignas). Não foi encontrada associação significativa com a presença de lesões pré-malignas e malignas. Todas as pacientes com diagnóstico de câncer de endométrio no histopatológico apresentaram sangramento uterino anormal pós-menopausa. Mulheres tabagistas apresentaram maior percentual no grupo de lesões pré-malignas e malignas (28,57%). Paciente com  laudo descritivo do exame histeroscópico de características malignas não possuiu maior probabilidade de apresentar câncer de endométrio no laudo histopatológico (2,41%). Metade das pacientes não foram biopsiadas (50,54%).  Este acontecimento se deve ao fato de que durante a realização da histeroscopia não foram detectadas patologias suspeitas que justifiquem a realização de biópsia ou não foi possível realizar o procedimento (atrofia endometrial ou estenose de colo uterino).  No entanto, dentre as pacientes biopsiadas, observou-se lesões malignas em 6 delas (3,22%).

CONCLUSÃO: Concluir que a presença de lesões pré-malignas e malignas em pólipos endometriais varia de acordo com o subgrupo analisado, sendo mais frequente nas pacientes com idade ≥ 60 anos, com sangramento uterino anormal pós-menopausa, nuligestas, obesas e tabagistas. Com isso, uma abordagem efetiva e individualizada, capaz de diagnosticar o mais precocemente possível e assim encaminhar a paciente ao tratamento adequado é, portanto, o mais recomendável, considerando a associação da malignidade da lesão endometrial com fatores clínicos.

Complacência respiratória nos recém-nascidos prematuros tardios (340/7-346/7 semanas) após terapia com esteroide pré-natal

Complacência respiratória nos recém-nascidos prematuros tardios (340/7-346/7 semanas) após terapia com esteroide pré-natal

Respiratory Compliance in Late Preterm Infants (340/7-346/7 Weeks) after Antenatal Steroid Therapy.Go M, Schilling D, Nguyen T, Durand M, McEvoy CT.J Pediatr. 2018 Oct;201:21-26. doi: 10.1016/j.jpeds.2018.05.037. Epub 2018 Jun 25.PMID: 29954604.Similar articles.

Apresentação: Carolina Colaço, Rodolfo Raposo, Samara Dallana. Coordenação: Paulo R. Margotto

Embora os prematuros tardios aparentem ter bom desenvolvimento e boa maturação pulmonar, evidências mostram que esses bebês apresentam maior mortalidade e morbidade associada à síndrome do desconforto e taquipneia transitória do recém-nascido, além de gerarem um grande impacto na utilização de recursos relacionados aos cuidados de saúde em comparação com bebês nascidos a termo. Estudos recentes tem relatado redução na taxa de complicações respiratórias neonatais nas crianças cujas mães receberam corticosteroides entre 34-36 semanas e 6 dias de gestação com avaliação de melhora da função pulmonar. No presente estudo os recém-nascidos prematuros (34-34 sem 6 dias) que receberam esteroides pré-natais aumentaram a complacência respiratória de forma significativa (25% superior aos controles- P=0,016), provavelmente devido à diminuição da Síndrome do desconforto respiratório e / ou taquipneia transitória do recém-nascido (pelo aumento d reabsorção do fluido pelo pulmão). No entanto, sem diferença na capacidade funcional residual entre os grupos. Houve uma diferença significativa na necessidade do uso de CPAP, com 16% no grupo tratado vs 68% no grupo não tratado (12% dos pacientes tratados necessitaram de oxigênio nas primeiras 24 horas vs 48% do grupo controle). Embora o estudo na seja randomizado, os resultados proveem suporte fisiológico para possíveis efeitos  benéficos do esteroide pré-natal nos prematuros tardio. Nos links trouxemos uma pequena trajetória sobre o tema, desde 2005 quando se evidenciou benefício em recém-nascidos acima de 37 semanas, no entanto, o seguimento mostrou na idade de 8ª 15 anos, uma maior incidência de mal desempenho escolar no grupo do esteroide (17,7% x 8,5%-P<0,03).Entre 34-36s em6 dias é um período crítico no desenvolvimento cerebral (com 34 semanas, o peso cerebral é de apenas 65% de um RN a termo, os giros e sulcos cerebrais ainda estão incompletos. Entre 34 e 40 semanas de gestação, o volume cortical aumenta entre 25% e 50% e há  nessa fase o desenvolvimento do cerebelo). Atenção deve ser dada à ocorrência de hipoglicemia (nesses bebês cujas mães receberam o esteroide pré-natal, o risco relativo para esta ocorrência foi de 1,60; IC 95%, 1,37 a 1,87; P <0,001).Portanto, Informações de 2017 mostram que  a evidência é insuficiente para justificar uma   recomendação de esteroide pré-natal após 34 semanas, mas no entanto um curso deste tratamento pode ser indicado em situações clínicas associadas com alto risco de severa síndrome do desconforto respiratório, principalmente nos caso de um nascimento por cesariana planejada (apenas um curso),  com atenção no pós-natal para hipoglicemia, icterícia, hipotermia e dificuldade de digestibilidade. Mais pesquisas são necessárias para determinar quem são as candidatas apropriadas e como otimizar gestão após a administração de esteroides para prematuro tardio

Poster:(24 Congresso de Perinatologia, 2018): Qualidade da assistência pré-natal de gestantes hipertensas e desfecho neonatal em uma coorte de prematuros

Poster:(24 Congresso de Perinatologia, 2018): Qualidade da assistência pré-natal de gestantes hipertensas e desfecho neonatal em uma coorte de prematuros

Alessandra de Cássia Gonçalves Moreira, Maria Liz Cunha de Oliveira, Paulo Roberto Margotto e cl

24o Congresso de Perinatologia, Natal, RN:26-29/9/2018

 

 

 

Atraso do clampeamento do cordão em recém-nascidos com restrição do crescimento intrauterino

Atraso do clampeamento do cordão em recém-nascidos com restrição do crescimento intrauterino

Delayed Cord Clamping in Infants with Suspected Intrauterine Growth Restriction.Wang M, Mercer JS, Padbury JF.J Pediatr. 2018 Jun 25. pii: S0022-3476(18)30741-8. doi: 10.1016/j.jpeds.2018.05.028. [Epub ahead of print]. PMID: 29954605.Similar articles.

 

Apresentação: Bruno Menezes Krasny Gonçalves, João Emanuel M. Gonçalves.

Faculdade de Medicina da Universidade Católica de Brasília-6ª Série.

Coordenador: Dr. Paulo R. Margotto.

 

Análise de secundária de um subgrupo de crianças com restrição do crescimento intrauterino ou pequenos para a idade gestacional ao nascer (PIG), os autores relataram que os bebês com tiveram atraso do clampeamento do cordão (ACC) tiveram temperaturas iniciais mais altas na admissão na  Unidade de Terapia Intensiva Neonatal em comparação com aqueles que receberam o clampeamento do cordão imediato (CCI). Além disso, os bebês com ACC menos provavelmente foram  diagnosticados com suspeita de enterocolite necrosante. Portanto o atraso da ligadura do cordão (ou a sua ordenha) podem ser protetores contra sintomas gastrintestinais em lactentes com suspeita de RCIU fetal ou PIG ao nascer e não houve nenhum dano aparente. Nos links trouxemos à tona a nossa tese de crescimento intrauterino onde abordamos a importância do peso da placenta na Perinatologia, principalmente nos desvios do crescimento, assim como a relação  entre peso ao nascer e peso da placenta (índice placentário relativo). Nesse estudo 32% dos prematuros sem sinais de RCIU / PIG tinham placentas com peso <10º percentil, indicando que o processo patológico da placenta levando à restrição do crescimento fetal pode começar antes que o feto demonstre sinais de comprometimento do crescimento. Pesamos  8271 placentas, reduzindo para 4413 devido às exclusões na elaboração de um padrão de crescimento intrauterino da placenta. O exame da placenta pode provê esclarecimento a respeito do ambiente intrauterino. O interesse no peso da placenta tem ressurgido com a hipótese da “origem fetal” de Barker que propõe que um deficiente ambiente intrauterino é um fator de risco para o desenvolvimento de hipertensão arterial e diabetes na vida adulta.Torna-se necessário que o médico que assiste o RN, em especial na sala de parto, tenha o conhecimento das associações de alterações do crescimento fetal e placentário para uma adequada assistência a estes RN e a correlação direta destas associações com patologias perinatais. Com certeza, o destino final da placenta não pode ser o balde, principalmente nos bebês com desvio do crescimento

Efeito do Atraso do clampeamento do cordão nos níveis de ferritina aos 4 meses, Conteúdo de Mielina cerebral e Neurodesenvolvimento: um ensaio randomizado controlado

Efeito do Atraso do clampeamento do cordão nos níveis de ferritina aos 4 meses, Conteúdo de Mielina cerebral e Neurodesenvolvimento: um ensaio randomizado controlado

Effect of Delayed Cord Clamping on Four-Month Ferritin Levels, Brain …https://www.jpeds.com/article/S0022-3476(18)30775-3/abstract – de JS Mercer.6 de jul de 2018 – Effects of Delayed Cord Clamping on FourMonth Ferritin LevelsBrain Myelin Content, and Neurodevelopment:A Randomized Controlled Trial … A partially blinded, randomized controlled trial was conducted at a level III.Open Access.PlumX Metrics.DOI: https://doi.org/10.1016/j.jpeds.2018.06.006.Open access funded by Bill & Melinda Gates Foundation.

Apresentação:Alisson Leandro Camilo Pereira, Lucas Moreira Alves da Silva,Luciana Cardoso Reis e Matheus Castilho Correa (Turma XXV).Coordenação:Paulo R. Margotto.

O clampeamento tardio do cordão (DCC) permite um aumento de 30% no volume de sangue e de 50% de volume da hemácia rica em ferro, com aumento da ferritina (a maior proteína de estoque de ferro do corpo) até os seis meses de idade, enquanto que o clampeamento imediato do cordão (ICC) leva à diminuição precoce dos estoques de ferro e pode contribuir para a deficiência de ferro na infância. A deficiência de ferro na infância pode prejudicar o desenvolvimento motor, cognitivo, social e comportamental.As hemácias provenientes do DCC promovem precocemente importante doação de ferro aos oligodendrócitos, as células metabolicamente mais ativas do cérebro e essas células produtoras de mielina são sensíveis á privação de ferro e necessitam de ferro para a maturação e funcionamento adequado. Há uma clara associação (estudos em animais) entre hipomielinização com a deficiência de ferro e prejuízo ao neurodesenvolvimento.  A mielinização não adequada está associada à dislexia e a espectros do autismo. Através de uma técnica especial de ressonância magnética (mcDESPOT MR) que permite a avaliação da fração de mielina, os autores verificaram, aos 4 meses de idade,  que os recém-nascidos (RN) proveniente do clampeamento tardio do cordão (DCC) aumentaram a mielinização aos 4 meses de idade (apresentaram  maiores níveis de ferritina) em comparação com aqueles que receberam clampeamento imediato do cordão (ICC). Isto é particularmente importante, pois os axônios mielinizados facilitam a comunicação e mensagens eficientes do cérebro. As regiões cerebrais em desenvolvimento precoce, ou seja, as cápsulas internas, diferiram entre as crianças com DCC e ICC. Essas áreas do cérebro são essenciais para uma ampla variedade de funções cognitivas, incluindo o processamento motor e sensorial. Interessante saber esta fase da infância marca o início do período mais rápido de desenvolvimento da mielina. O ferro está envolvido na mielogênese e é um componente necessário para a maturação e função dos oligodendrócitos. Não foram encontrados diferenças entre os níveis de hematócrito e hemoglobina sugerindo que esses não refletem adequadamente as reservas de ferro corporal do bebê. Assim, esses resultados sugerem uma ligação neurofisiológica direta entre o DCC e o desenvolvimento precoce da mielina. O clampeamento tardio é uma abordagem viável, de baixa tecnologia, sem custo, ele tem o potencial de ter amplo impacto sobre o desenvolvimento inicial da vida

Malformações entre as crianças de mães com diabetes insulino-dependente: Há uma padrão reconhecível de anormalidade?

Malformações entre as crianças de mães com diabetes insulino-dependente: Há uma padrão reconhecível de anormalidade?

Malformations among infants of mothers with insulin-dependent diabetes: Is there a recognizable pattern of abnormalities?

Nasri HZ, Houde Ng K, Westgate MN, Hunt AT, Holmes LB.Birth Defects Res. 2018 Jan;110(2):108-113. doi: 10.1002/bdr2.1155.

PMID: 29377640.Similar articlesApresentação: Gustavo Borela Valente. Coordenação:  Joseleide de Castro/Paulo R. Margotto

Brasília, 4  de agosto de 2018.

  • O maior risco para malformações fetais tem diminuído com o controle metabólico antes da concepção e logo no início da gestação. Entre as malformações nos recém-nascidos de diabéticas se destacam Transposição de grandes vasos Holoprosencefalia, Dupla saída de VD e truncus arteriosus, polidactilia preaxial, agenesia ou agenesia, anencefalia, anotia ou microtia, anomalias longitudinais de membros. A análise de183 lactentes de mães diabéticas entre 289.365 nascimentos  com malformações confirma que existe um padrão distinto de malformações no recém-nascido de diabética pré-gestacional: anencefalia, encefalocele, defeitos cardíacos específicos, como transposição das grandes artérias, agenesia renal e anomalias vertebrais. Nos RN de diabéticas com múltiplas malformações se destacam as mais graves, como ventrículo único e dupla via de saída do ventrículo direito. Mais importante, sua ocorrência pode ser reduzido significativamente pela mãe conseguindo um controle muito melhor de seu diabetes mellitus antes da concepção. Revisão bibliográfica entre 1979 2 2014 mostrou  que o risco de malformações congênitas está aumentando em mulheres com diabetes mellitus pré-gestacional, quer do tipo 1 como do tipo 2( 1,9 a 10 vezes superior  à população geral). Mais de 50% destas malformações afetam os sistemas nervoso central (OR= 1.55, 95%, IC: 1.13–2.13) e o cardiovascular (OR= 2.20, 95%, IC: 1.88–2.58).A associação entre a diabetes mellitus gestacional e as anomalias fetais mantém-se controversa, havendo aumento quando se faz necessário o uso de insulina. Alguns estudos reconhecem uma associação entre ambas (OR=1.4, 95%, IC 1,22-1,62), enquanto outros estudos atribuem esse aumento de risco ao diagnóstico de diabetes mellitus tipo 2 durante a gravidez, verificando nesse caso taxas de malformações congênitas equiparáveis às de mulheres com diabetes mellitus pré-gestacional. A diabetes mellitus gestacional (DMG) desenvolve-se por volta da 24ª semana de gestação, após a embriogênese estar completa, o que significa que não contribui diretamente para a embriopatia diabética. Mesmo assim, verifica-se um aumento do risco de anomalias congênitas nestes casos, atribuindo-se a sua causa a uma possível diabetes mellitus  tipo 2 apenas diagnosticada durante a gravidez. A hiperglicemia conduz às dismorfogênese através de uma série de cadeias moleculares que levam à hipoxia do embrião, à produção de radicais de superóxido mitocondriais, à diminuição da atividade de anti-oxidantes e a um aumento das vias apoptóticas. Os efeitos da hiperglicemia têm repercussão nos estádios iniciais da cardiogênese, podendo provocar anomalias maiores cardiovasculares e auriculoventriculares, defeitos no fluxo sanguíneo e nas válvulas auriculoventriculares. Nas fases mais tardias da gravidez, desde o final do segundo trimestre até ao início do terceiro, a diabete mellitus pode causar cardiomiopatia hipertrófica. Estes casos são encontrados em 25-30% dos recém-nascidos de mães com DM, 13% dos quais são assintomáticos. Assim, no primeiro trimestre pode ocorrer alteração de genes que controlam a cardiogênese e no 2o/3o trimestres, hipertrofia ventricular patológica.  O risco de malformações fetais pode ser previsto através da medição dos valores de hemoglobina A1c materna às 14 semanas de gestação. A Síndrome de regressão caudal é 200 vezes mais prevalentes em pacientes com história materna de diabetes insulino-dependente.  Vários fatores, entre os quais, a hiperglicemia, hipóxia, cetonemia e anormalidade nos aminoácidos, a glicosilação de proteínas ou equilíbrio hormonal, assim como os genéticos, tem sido relatados como potenciais teratogênicos.Paulo R. Margotto