Categoria: Recém-Nascido de Baixo Peso

NOVIDADES E ATUALIZAÇÕES NAS INFECÇÕES FÚNGICAS EM RECÉM-NASCIDO

NOVIDADES E ATUALIZAÇÕES NAS INFECÇÕES FÚNGICAS EM RECÉM-NASCIDO

Palestra Proferida pelo Dr. Paolo Manzoni (Itália) no IX Encontro Internacional de Neonatologia ocorrido em Gramado (3 a 5/4/2025).

Realizado por Paulo R. Margotto.

Dados da ultima déca (1995-2019) na Espanha  mostram que a mortalidade global por Candida fica em torno de 20%. Portanto é um microrganismo que pode matar o prematuro, sendo então importante limitar a sua incidência de qualquer forma possível. Há que diz que temos a “regra de 90%” de infecção por Candida; 90% ocorrem nos prematuros extremos (menos que 1500g e/ou menos que 32 semanas de idade gestacional ao nascer), 90% são causadas por Candida spp (outros fungos são muito incomuns) e 90% são de aquisição nosocomial (infecções devido à transmissão vertical constituem a minoria dos casos). Há um risco de 4 vezes maior nos de infecção fúngica nos neonatos submetidos a procedimentos cirúrgicos. No entanto, o risco mais importante foi a presença de um CATETER VENOSO CENTRAL, pela formação do biofilme, podendo ser uma fonte de disseminação  de trombos sépticos  de Candida com alta probabilidade de desenvolvimento de uma infecção sistêmica (RR de 5,87-IC a 95% de 2.88-11.97 – p=0,001). Medicação que dever ser evitada são BLOQUEADORESS H2: cada dia adicional de bloqueadores H2 confere um aumento de 6,3% na chance do desenvolvimento de infecção fúngica ( OR de 1.063 (1.025-1,102 –P=0.01). Além disso neonatos submetidos a INSULTO HIPÓXICO tem a probabilidade maior de colonização intestinal e translocação para os linfonodos mesentéricos, com  maior probabilidade da disseminação sistêmica de infecção por Candida. Assim, o ambiente hipóxico dá a Candida uma capacidade maior de disseminação. A colonização e a criação do BIOFILME FÚNGICO é a chave para a progressão da infecção sistêmica nos prematuros, como olho (retina), rim (bola fúngica), SNC (meningite) fígado/baço e ossos (osteomielite). O biofilme fúngico protege as Candidas dos antifúngicos, pois poucos antifúngicos conseguem penetrar no biofilme. E o que vemos nesse gráfico a seguir: concentração de fármaco para entrar  no biofilme  de diferente antifúngicos e as doses necessárias para que o medicamento entrar no biofilme. O fluconazol não consegue penetrar no biofilme , ao passo que a anfotericina lipídica,  especialmente a micafungina e caspofungina  conseguem realmente penetrar no biofilme. Então vejam que  duas novas classes de agentes antifúngicos, as formulações lipídicas de Anfotericina B e as Equinocandinas (essas tem pouca toxicidade!), apresentam nova atividade contra biofilmes de Candida. A TROMBOCITOPENIA foi incluída como um dos principais critérios diagnósticos  para separar infecção fúngica da infecção bacteriana. A HIPERGLICEMIA é importante fator de risco ((risco de 3,37 com IC de 1,00-11,97 p= 0,05).  A demora mais de 48 para começar o tratamento a chance de mortalidade é três vezes maior comparado com o tratamento mais precoce. Nos preocupamos muito com RETINOPATIA (3,4 vezes mais- IC a 95% de 2,24-4,95) e ENDOFTALMITE, características mais associadas as infecções fúngicas do que as bacterianas. Tratamento ótimo: ATAQUE COM DUREZA! Devemos remover o cateter venoso central tão logo detectamos a candidemia nos neonatos (caso contrário o seu bebê vai morrer em poucos dias devido ao biofilme e esses não podem ser erradicados!). O FLUCONAZOL NÃO SERÁ USADO PARA O TRATAMENTO (não penetra no biofilme e NÃO pense em aumentar a sua dose!!!). As EQUINOCANDINAS são uma classe de antifúngicos que é ADEQUADA para o TRATAMENTO de  SEPSE FÚNGICA INVASIVA (são ativas contra os biofilmes RECENTES e ANTIGOS  de Candida albicans  (12 horas ou 5 dias).

Óxido Nítrico inalado nos prematuros<34 semanas. Quando usar (o que as evidências nos trazem)

Óxido Nítrico inalado nos prematuros<34 semanas. Quando usar (o que as evidências nos trazem)

Discussão Clínica na Unidade de Neonatologia  do Hospital Materno Infantil de Brasília

Paulo R. Margotto.

O uso  do iNO abaixo de 34 semanas, segundo A Academia Americana de Pediatria é um tratamento off – label, no entanto  o aumento do seu uso nos pré-termos, inclusive extremos tem aumentado no mundo, mesmo estudos recentes mostrando uma falha de eficácia COM INCLUSIVE AUMENTO DE MORTALIDADE .No entanto, algumas considerações tem sido levantadas a respeito do seu uso: RN 27 sem, peso ≥ 750g, ≤72 horas de vida (após os 3 dias de idade raramente respondem à terapia com óxido nítrico),  rotura prematura de membranas, oligohidrâmnio, hipertensão pulmonar precoce associada a insuficiência respiratória hipoxêmica (IRH). SEM IRH O iNO É INÚTIL! Avalie a resposta: avalie resposta (FiO2 após 4 horas): queda ≥0,2 na FiO2: responsível. O surfactante deve ser administrado antes do iNO se clinicamente indicado. Otimizar o suporte ventilatório e hemodinâmico. Contra-indicações: cardiopatia congênita com perfusão sistêmica dependente de ductos, disfunção ventricular esquerda grave, metemoglobinemia congênita grave, insuficiência respiratória crônica por doença parenquimatosa pulmonar sem hipertensão pulmonar e uso profilático para prevenir displasia broncopulmonar. Use por 3 a 5 dias. Responsível:  queda da FiO2 ≥0,2 após 4horas.

Efeito da posição materna sobre a oxigenação cerebral em prematuros durante o método canguru: um ensaio clínico randomizado e controlado

Efeito da posição materna sobre a oxigenação cerebral em prematuros durante o método canguru: um ensaio clínico randomizado e controlado

The effect of maternal position on cerebral oxygenation in premature infants during Kangaroo care: a randomised controlled trial. Stapleton I, Murphy S, Vaughan S, Walsh BH, Natchimuthu K, Livingstone V, Dempsey E.J Perinatol. 2025 Apr 5. doi: 10.1038/s41372-025-02287-0. Online ahead of print.PMID: 40186001.Artigo Gratis! Irlanda.

Realizado por Paulo R. Margotto.

Até se sabe, esse estudo representa o primeiro a empregar o monitoramento NIRS para examinar se o ângulo da posição materna (30 ou 60 graus) mantida influencia a rSO2 dos bebês durante o Método Canguru. O estudo mostrou que o posicionamento materno com inclinação de 30° ou 60° não impactou os valores de oxigenação cerebral em recém-nascidos muito prematuros. Ambas as posições foram associadas à estabilidade clínica.  A exposição foi definida como contato pele (CPP) a pele no dia 0 e/ou 1 após o nascimento em comparação com nenhum CPP no dia 0 e/ou 1mostrou os riscos de hemorragia intraventricular (HIV) ou Sepse não aumentaram quando bebês quando foram expostos ao CPP com um dos pais durante este período ( risco de HIV foi menor especialmente nos RN <28 semanas!). O risco de sepse foi menor (pode ser que eles sejam colonizados por bactérias parentais protetoras em vez de bactérias hospitalares mais patogênicas.

Proteinúria em recém-nascidos prematuros: influência da restrição do crescimento fetal (RCF)

Proteinúria em recém-nascidos prematuros: influência da restrição do crescimento fetal (RCF)

Proteinuria in preterm neonatesinfluence of fetal growth restriction.Sehgal A, Levins C, Yeomans E, Lu Z, Metz D.J Perinatol. 2025 Apr 19. doi: 10.1038/s41372-025-02306-0. Online ahead of print.PMID: 40253560. Artigo Gratis!

Realizado por Paulo R. Margotto.

Esse estudo  observacional prospectivo, descreve pela primeira vez proteinúria significativamente maior no primeiro mês de vida em neonatos RCF-PIG, em comparação a neonatos AIG de idade gestacional equivalente. Esse fenômeno é devido à redução do número de néfrons e da superfície de filtração, com subsequente hiperfiltração glomerular para manter a depuração equivalente. Essa associação (RCF-PIG e nefrogênese imperfeita)  pode aumentar o risco de insuficiência renal e doença renal terminal na vida adulta. Parece que RCF-PIG é um fator de risco para o desenvolvimento de doença renal progressiva e médicos renais pediátricos e adultos devem rotineiramente explorar o histórico de prematuridade e RCF em populações de paciente.

DIRETO AO PONTO: SÍNDROME DE REALIMENTAÇÃO NEONATAL

DIRETO AO PONTO: SÍNDROME DE REALIMENTAÇÃO NEONATAL

Paulo R. Margotto.

Bebês com extremo baixo peso ao nascer  peso ao nascer < 1000 g) nascem com estoques muito baixos de nutrientes essenciais, como cálcio, fosfato, ferro, zinco e vitaminas, e pouca ou nenhuma gordura subcutânea e estoques de glicogênio porque os fetos depositam esses importantes estoques de nutrientes durante o terceiro trimestre da gravidez. Muitos desses bebês prematuros também apresentam restrição de crescimento em comparação com seus pares intrauterinos da mesma idade gestacional. O fornecimento imediato de nutrição intravenosa (IV) e enteral adequada é vital para prevenir maior depleção dos estoques de nutrientes e apoiar o rápido crescimento e desenvolvimento até que possam amamentar. Em bebês prematuros, propõe-se que esse conjunto de distúrbios eletrolíticos seja precipitado pelo fornecimento repentino de aminoácidos e glicose intravenosos após um período de baixa nutrição. O fornecimento de aminoácidos e glicose intravenosos estimula a secreção endógena de insulina e a demanda por eletrólitos.  A ingestão insuficiente de eletrólitos e vitaminas para suportar a demanda aumentada de fosfato, sódio, potássio, magnésio e tiamina em particular resulta nos distúrbios bioquímicos característicos da SR, geralmente dentro de 2 a 5 dias após a realimentação. Os distúrbios eletrolíticos são: hipofosfatemia, hipercalcemia, hipocalemia, hipomagnesemia, hiperglicemia e deficiência de tiamina. Diretrizes internacionais de consenso sobre nutrição pré-termo recomendaram o início precoce de altas ingestões intravenosas de aminoácidos e energia em combinação com pouco ou nenhum sódio, potássio, cálcio e fosfato nas primeiras 24 a 48 horas após o nascimento, UM CENÁRIO PERFEITO PARA A OCORRÊNCIA DA SÍNDROME DE REALIMENTAÇÃO. Os profissionais devem simplesmente equilibrar o aumento do fornecimento de aminoácidos com o fornecimento adequado de fosfato. A maioria dos autores usam a hipofostatemia (<4mg/dL) e hipofosfatemia  e grave <2,5mg/dL como definição da SR. A incidência está em 20 a 38% dos prematuros extremos, principalmente aqueles co restrição do crescimento. Esses bebês apresentam elevado risco de sepse, hemorragia intraventricular, -ventilação mecânica, -displasia broncopulmonar, mortalidade e deficiente neurodesenvolvimento. Alterações no protocolo nutricional para aumentar a ingestão precoce de fosfato foram feitas substituindo a solução nutricional intravenosa inicial padrão, contendo apenas eletrólitos de cálcio, 0,5 mmol kg/dia   por uma solução nutricional intravenosa padrão concentrada contendo fosfato, cálcio, sódio e potássio, usada desde o nascimento até o estabelecimento da alimentação enteral completa. O risco de SR reduziu em79%, sepse  tardia e sepse precoce em 78 e 68% respectivamente, Enquanto isso, os clínicos devem implementar uma abordagem padronizada na  UTIN, envolvendo uma equipe multidisciplinar para facilitar o seguinte: identificar os bebês de risco, desenvolver estratégias de  nutrição individualizada, estabelecer Diretrizes para a nutrição enteral precoce e criar um protocolo de monitoramento laboratorial.

Matemática do bebê minúsculo: implicações supralineares para o manejo de bebês nascidos com menos de 24 semanas de gestação

Matemática do bebê minúsculo: implicações supralineares para o manejo de bebês nascidos com menos de 24 semanas de gestação

Tiny baby math: supralinear implications for management of infants born at less than 24 weeks gestation. Ågren J, Naseh N, Bell EF, Rysavy MA; Tiny Baby Collaborative Steering Committee.J Perinatol. 2025 Mar 31. doi: 10.1038/s41372-025-02273-6. Online ahead of print.PMID: 40164704 No abstract available.

Realizado por Paulo R. Margotto.

Hoje, com os avanços na medicina materno-fetal e na neonatologia, muitos Centros relatam taxas de sobrevivência acima de 50% em 22–23 semanas. Quanto ao volume da manutenção da permeabilidade da linha: devemos  estar cientes de que, quando volumes ou concentrações fixos são necessários, bebês de 500 g receberão o dobro (por kg) do que bebês de 1.000 g  (uma taxa de volume de fluido comum usada para permeabilidade da linha é de ~ 0,5 ml/h). Os volumes de irrigação são tipicamente de 0,3 ml (medicamentos) a 1 ml (coleta de sangue de cateter permanente). Para um bebê com 10 coletas de laboratório de um cateter arterial umbilical (CAU) e medicamentos administrados durante os primeiros dias, isso equivaleria a volumes de irrigação de 6–8 ml a cada 24 h. Com uma taxa de permeabilidade da linha de 0,5 ml/h, isso dá 12 ml de volume diariamente 2.Quanto à flebotomia: perda total de flebotomia de 10 ml nos primeiros 1–3 dias que correspondem a ~10% do volume sanguíneo em um recém-nascido de 1200 g. Carga de sódio relacionada à manutenção da permeabilidade da linha: para o bebê de 400 g, eles forneceriam 4,6 mEq/kg/d de sódio.Tubo endotraqueal (TET) e ventilação mecânica: bebês nascidos com 22–23 semanas, inicialmente colocam os TETs a ~5,5 cm (Essa profundidade deve ser apropriada (embora limítrofe) também em bebês de apenas 400 g. Além disso, nesses Centros, o uso de tubos endotraqueais de 2,0 mm de diâmetro interno é comum. Esses minúsculos bebês têm um espaço morto anatômico relativamente maior  e são ventilados mecanicamente com volumes correntes que são várias ordens de magnitude menores do que o circuito do ventilador. Os médicos devem levar em consideração o “cálculo do bebê pequeno” ao desenvolver protocolos de Unidade.

Perda insensível de água em recém-nascidos extremamente prematuros mantidos em incubadoras com umidade relativa de 70% e 90%.

Perda insensível de água em recém-nascidos extremamente prematuros mantidos em incubadoras com umidade relativa de 70% e 90%.

Insensible water loss in extremely preterm infants cared for in incubators with 70% and 90% relative humidity. Dereddy N, Ruth D, Zhu J, Pepe J, Oh W.J Perinatol. 2025 Mar 16. doi: 10.1038/s41372-025-02261-w. Online ahead of print.PMID: 40089583.Orlando, Florida, Estados Unidos.

Realizado por Paulo R. Margotto.

 

A perda insensível de água (IWL) pode ser tão alta quanto 60–70 mL/kg/24 h entre bebês extremamente prematuros com idade gestacional de 24–26 semanas quando cuidados com uma umidade relativa (UR) mais baixa (em torno de 40%) Os níveis de umidade tiveram uma relação linear significativa com IWL. IWL dentro do grupo de umidade de 70% foi significativamente maior do que IWL dentro do grupo de umidade de 90%, com diferença média de 17,9 ml/kg/dia ( p  = 0,01). A raça negra está significativamente associada a menor IWL. A prática clínica atual é usar alta UR (70–90%) para EPTI para diminuir a IWL transepidérmica. No entanto, o risco de infecções com níveis de umidade muito altos precisa de avaliação adicional

São as pequenas coisas. Uma estrutura e orientação para programas de cuidados para bebês de 22 a 23 semanas de idade gestacional

São as pequenas coisas. Uma estrutura e orientação para programas de cuidados para bebês de 22 a 23 semanas de idade gestacional

Its the little things. A framework and guidance for programs to care for infants 22-23 weeks’ gestational age.Bernardini LB, Healy H, Battarbee AN, Brennick E, Church P, Pavlek LR, Tagliaferro T, Travers C, Vier K, Walsh J, Rysavy MA; Tiny Baby Collaborative Steering Committee.J Perinatol. 2025 Mar 10. doi: 10.1038/s41372-025-02252-x. Online ahead of print.PMID: 40065032 Review.

Realizado por Paulo R. Margotto.

Os autores desse artigo chamam bebês nascidos antes de 24 semanas de IG como “bebês minúsculos” (é a duração da gestação e o estágio de desenvolvimento fetal, em vez do peso, que distingue o que chamamos de fisiologia única dos bebês minúsculos). A prática de oferecer cuidados intensivos com <24 semanas de IG só recentemente se tornou rotina em muitos lugares ao redor do mundo. O objetivo deste artigo é duplo: primeiro, propor uma estrutura para o desenvolvimento de programas de cuidado com bebês pequenos e suas famílias; e, segundo, resumir os pontos em comum entre os Centros de Excelência no manejo de bebês pequenos, destacando os princípios fisiológicos que eles abordam. O cuidado com bebês minúsculos não se limita a Neonatologia e especialistas em obstetrícia e medicina materno-fetal (MFM), mas também subespecialistas pediátricos, médicos e cirúrgicos, assim como programas de acompanhamento do neurodesenvolvimento. A função de um programa para bebês pequenos começa antes do parto. Intervenções pré-natais específicas que devem ser abordadas incluem a administração de corticosteroides pré-natais; sulfato de magnésio para neuroproteção; antibióticos para prolongar a latência no cenário de ruptura prematura de membranas pré-parto (PPROM) e para profilaxia de estreptococos do grupo B (GBS); e via de parto. Bebês com menos de 24 semanas de gestação estão no estágio canalicular do desenvolvimento pulmonar (tendo alguma sobreposição com o estágio sacular) e requerem um manejo diferente daqueles mais avançados no estágio sacular. A capacidade de oxigenar e ventilar bebês neste estágio do desenvolvimento pulmonar fetal é um requisito para a sobrevivência. recomendam que as UTINs desenvolvam uma estratégia de ventilação inicial que seja consistente e baseada nos pontos fortes de sua unidade (intubação imediata e ventilação prolongada de alta frequência [ventilação de alta frequência previna lesões mecânicas (volutrauma) e hiperinsuflação], surfactante exógeno). Estimar a profundidade do tubo endotraqueal: uma profundidade de ~5,5 cm no lábio é frequentemente padronizada para bebês de 22 e 23 semanas.  FiO 2 inicial de 21–30% podem não se aplicar a bebês pequenos [a chave é evitar lesões. Evitar hipocarbia e hipercarbia extremas. Com umidicação de 90%, pode-se usar oferta hídrica de 100mg/kg. A exposição enteral precoce, particularmente com leite humano (materno ou de doadora), pode promover a maturação intestinal, ao mesmo tempo que reduz o risco de lesão intestinal. A exposição enteral tardia está associada à inflamação intestinal e a um risco aumentado de comorbidades. Quase todos os Centros de Excelência relatam o uso de profilaxia antifúngica quase exclusivamente em bebês pequenos. estratégias neuroprotetoras específicas geralmente se concentram nas primeiras 72 horas após o nascimento, com o objetivo de manter o fluxo sanguíneo cerebral estável e a pressão. Apoiar as famílias é fundamental para garantir que os bebês se saiam bem.

Diretrizes clínicas para o manejo de bebês nascidos antes de 25 semanas de gestação: quão representativas são as evidências atuais?

Diretrizes clínicas para o manejo de bebês nascidos antes de 25 semanas de gestação: quão representativas são as evidências atuais?


Clinical Guidelines for Management of Infants Born before 25 Weeks of Gestation: How Representative Is the Current Evidence? 
Peart S, Kahvo M, Alarcon-Martinez T, Hodgson K, Eger HS, Donath S, Owen LS, Davis PG, Roehr CC, Manley BJ.J Pediatr. 2025 Mar;278:114423. doi: 10.1016/j.jpeds.2024.114423. Epub 2024 Nov 28.PMID: 39613140.

Apresentação: Letícia Perci, R5 da UTI Neonatal do Hospital Santa Lúcia Sul, Brasília

Coordenação: Paulo R. Margotto.

Não se pode presumir que as Diretrizes de manejo para bebês nascidos extremamente prematuros sejam apropriadas para bebês nascidos com <25 semanas de gestação. Oito recomendações foram incluídas em 2 ou mais diretrizes: (1) corticosteroides pré-natais, (2) sulfato de magnésio pré- natal, (3) clampeamento tardio do cordão umbilical, (4) termorregulação no nascimento, (5) concentração inicial de oxigênio no nascimento, (6) pressão positiva contínua nas vias aéreas, (7) surfactante e (8) nutrição parenteral.

Neurologia Neonatal: Visão de Volpe: Grande Carga de Sequelas Neuropsiquiátricas Após Parto Muito Precoce-Evolução da Compreensão da Neurobiologia d Potenciais Intervenções

Neurologia Neonatal: Visão de Volpe: Grande Carga de Sequelas Neuropsiquiátricas Após Parto Muito Precoce-Evolução da Compreensão da Neurobiologia d Potenciais Intervenções

March, 2025

MASSIVE BURDEN OF NEUROPSYCHIATRIC SEQUELAE AFTER VERY PRETERM BIRTH—EVOLVING UNDERSTANDING OF NEUROBIOLOGY AND POTENTIAL INTERVENTIONS

Joseph J. Volpe, MD. Departamento de Neurologia, Hospital Infantil de Boston. Bronson Crothers Professor de Neurologia, Emérito, Harvard Medical School, Boston MA

Realização: Paulo R. Margotto.

Um grupo particularmente bem caracterizado de 177 bebês muito prematuros acompanhados até os 7 anos de idade teve, em comparação com bebês nascidos a termo, três vezes mais chances de preencher os critérios para qualquer diagnóstico psiquiátrico aos 7 anos de idade (transtornos de ansiedade (11%), transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (10%) e transtorno do espectro autista [TEA] de 4,5% (2.500-5.000 novos casos de transtornos neuropsiquiátricos significativos, incluindo TEA, resultam anualmente em tais bebês).Na patogênese e neuropatologia,  há sugestão que o desenvolvimento de conexões córtico-límbicas e particularmente sua relação com o desenvolvimento da rede autonômica central (central autonomic network – CAN) são de importância central. o estresse neonatal em bebês prematuros (número de procedimentos dolorosos) demonstrou estar associado a essa conectividade reduzida. O estresse pré-natal pode levar a alterações autonômicas fetais, por exemplo, frequência cardíaca fetal, atividade, padrões de sono, velocidade do fluxo sanguíneo cerebral.33 É importante ressaltar que esse estresse também pode levar a alterações no desenvolvimento cerebral. Intervenções que reduzem o estresse pré-natal podem melhorar o desenvolvimento autonômico-límbico. Uma variedade de outras abordagens para redução do estresse (por exemplo, interações materno-infantis aprimoradas, Cuidados Canguru; voz materna, fala, canto; música, etc.) demonstraram promover a estabilidade autonômica dos bebês e, em alguns casos, melhorar os parâmetros de desenvolvimento cerebral.