Categoria: Recém-Nascido de Baixo Peso

Hipertensão sistêmica em prematuros e desfechos do neurodesenvolvimento

Hipertensão sistêmica em prematuros e desfechos do neurodesenvolvimento

Systemic hypertension in preterm infants and neurodevelopmental outcomes. Altit G, et al. J Perinatol. 2023. PMID: 36609483 No abstract available.

Realizado por Paulo R. Margotto.

A displasia broncopulmonar (DBP) é um fator de risco reconhecido para hipertensão neonatal e a literatura associa a resultados adversos do neurodesenvolvimento. No entanto, esse estudo de Gabriel Altit não mostrou essa associação. Já o uso de esteróide pós-natal associou-se significativamente com resultados adversos no neurodesenvolvimento (OR ajustada de 4,00, IC 95% 1,57–10,47).

TEMAS LIVRES (1o Congresso Internacional de Neonatologia do DF, 30/11 a 1/12/2022): Prevalência de prematuridade em indígenas brasileiros – dados do Painel de Monitoramento de Nascidos Vivos da Secretaria de Vigilância em Saúde.

TEMAS LIVRES (1o Congresso Internacional de Neonatologia do DF, 30/11 a 1/12/2022): Prevalência de prematuridade em indígenas brasileiros – dados do Painel de Monitoramento de Nascidos Vivos da Secretaria de Vigilância em Saúde.

Gabrielle Sauini – Fonoaudióloga e Coordenadora científico-acadêmica da ONG Prematuridade.com
Júlia Lorrane de Moura Andrade – Graduanda de Fonoaudiologia e aluna da Liga ONG Premaruridade.com
Jéssica Fonseca dos Santos Alves – Graduanda de Fonoaudiologia e aluna da Liga ONG Prematuridade.com
Aline Carla Hennemann – Vice-diretora da ONG Prematuridade.com

Política de Atenção Humanizada ao recém-nascido: MÉTODO CANGURU (1o Congresso Internacional de Neonatologia do DF, 30/11 a 1/12/2022)

Política de Atenção Humanizada ao recém-nascido: MÉTODO CANGURU (1o Congresso Internacional de Neonatologia do DF, 30/11 a 1/12/2022)

Sérgio Marba (SP).

Método Canguru não é religião…….não é crença……é ciência baseada em evidência científica.

 Pilares do Método Canguru
• Contato pele a pele precoce;
• Acolhimento ao RN, seus pais e família;
• Cuidados individualizados com enfoque na posturação e controle da dor;
• Cuidados com o ambiente.

PARA QUEM?
Para todos os RN com peso de
nascimento < 2.500 gramas no local
em que estiverem:
• UNIDADE NEONATAL
• ALOJAMENTO CONJUNTO
• DOMICÍLIO

Vantagens do Método Canguru
• Reduz o tempo de separação entre o
RN e seus pais;
• Facilita o processo interativo pai-mãe-bebê e o vínculo afetivo familiar;
• Possibilita maior confiança e
competência dos pais;
• Melhora o desenvolvimento do RN

ALÉM DE QUE:

Favorece controle térmico;• Reduz infecção;• Reduz estresse e dor; Melhora a comunicação da família com a equipe de saúde

E

ESTIMULA O ALEITAMENTO MATERNO

DIRETO AO PONTO – questionamentos que nos chegam: IMPORTÂNCIA DE CLASSIFICAR (E SUBCLASSIFICAR) OS PREMATUROS EXTREMOS

DIRETO AO PONTO – questionamentos que nos chegam: IMPORTÂNCIA DE CLASSIFICAR (E SUBCLASSIFICAR) OS PREMATUROS EXTREMOS

Paulo R. Margotto.

 

Com frequência cada vez maior esses bebês prematuro extremos, incluindo RN de 23 semanas estão ocupando leitos das nossas UTIs e temos observado que esses bebês não tem sido classificados adequadamente e de preferência com padrões de crescimento intrauterinos derivados de uma população representativa das gestantes da região, com base na demografia, nos fatores de risco e no resultado perinatal.   Assim podemos melhor definir o risco de morbimortalidade neonatal.

Também é importante que o recém-nascido PIG seja subclassificado em simétrico (comprometimento do crescimento da cabeça e do comprimento) e assimétrico (sem comprometimento do crescimento da cabeça e do comprimento), ou seja, que seja reavaliado o impacto da severidade da restrição do crescimento nesses bebês pequenos para a idade gestacional entre os prematuros.

A hora de ouro: uma iniciativa de melhoria da qualidade para prematuros extremos na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal

A hora de ouro: uma iniciativa de melhoria da qualidade para prematuros extremos na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal

The Golden Hour: a quality improvement initiative for extremely premature infants in the neonatal intensive care unit. Croop SEW, Thoyre SM, Aliaga S, McCaffrey MJ, Peter-Wohl S.J Perinatol. 2020 Mar;40(3):530-539. doi: 10.1038/s41372-019-0545-0. Epub 2019 Nov 11.PMID: 31712659 Free PMC article. Artigo Livre!

Apresentação: Lucas de Carmo. Coordenação: Paulo R. Margotto/Marta David Rocha de Moura

  • Os protocolos Golden Hour (GH) priorizam a manutenção da estabilidade do RN prematuro extremo na primeira hora de vida.
  • Esses protocolos promovem prestação de cuidados eficientes e comunicação entre todos da equipe para melhorar a assistência ao RN.
  • Os resultados desse estudo em comparação a estudos anteriores, evidenciaram melhora significativa na manutenção de temperatura e controle de glicemia.
  • Os presentes achados também preenchem uma lacuna na literatura relacionado ao cuidado do prematuro extremo, sugerindo que o protocolo de GH pode ser ainda mais benéfico nesta subpopulação.
Recém-Nascido Prematuro Extremo

Recém-Nascido Prematuro Extremo

Apresentação: Aldo R Ferrini Filho – R4 Neonatologia. Coordenação: Marta David Rocha de Moura.

São recém-nascidos com idade gestacional menor que 28 semanas e compreendem 0,98% da população nascida viva na Maternidade do Hospital Regional da Asa Sul, com uma taxa de sobrevivência de 52,6%.

O maior desafio terapêutico no manejo destes RN é o controle dos desarranjos fisiopatológicos resultantes da marcada imaturidade

O cuidado mãe canguru teve um efeito protetor no volume das estruturas cerebrais em adultos jovens nascidos prematuros

O cuidado mãe canguru teve um efeito protetor no volume das estruturas cerebrais em adultos jovens nascidos prematuros

Kangaroo mother care had a protective effect on the volume of brain structures in young adults born preterm.Charpak N, Tessier R, Ruiz JG, Uriza F, Hernandez JT, Cortes D, Montealegre-Pomar A.Acta Paediatr. 2022 May;111(5):1004-1014. doi: 10.1111/apa.16265. Epub 2022 Feb 1.PMID: 35067976 Clinical Trial. Artigo Livre!

Realizado por Paulo R. Margotto.

Este foi um estudo de acompanhamento de longo prazo de um estudo controlado randomizado (ECR) realizado em Bogotá, Colômbia, entre 1993 e 1996. As variáveis de interesse nos resultados  aos 20 anos de idade foram os volumes cerebrais da substância cinzenta e branca e organização da substância branca, conforme determinado por anisotropia fracionada. A duração do cuidado mãe canguru em dias foi usada para determinar se havia uma relação dose-resposta entre a duração do cuidado canguru e as variáveis ​​de resultado. O grupo cuidado mãe canguru apresentou maiores volumes de substância cinzenta total e substância cinzenta cortical e substância cinzenta subcortical nos núcleos estriado, caudado e putamen. Com relação à substância branca, o grupo cuidado canguru apresentou um volume significativamente maior de tratos corticoespinhais. Interessante:  volume de substância cinzenta subcortical total aumentou 0,15 mm3 por dia de cuidado mãe canguru, assim como volume total do núcleo caudado, putamen e núcleo accumbens (aumentou 0,19 mm) e o volume cerebelar (aumentou 0,16 mm3) por dia de cuidado mãe canguru,  após ajustes. Esses achados indicaram uma relação dose-resposta entre a duração do cuidado mãe canguru e os efeitos neuroprotetores. Durante o cuidado mãe canguru, o útero da mãe é substituído pelos corpos dos pais. Assim, manter o bebê em posição pele a pele pode potencializar o desenvolvimento neurobiologicamente programado do cérebro durante os últimos meses de gestação, incluindo a maturação do cérebro

Nutrição Pós-Alta: Aleitamento Materno, Alimentos Complementares, Comportamento Alimentar e Problemas Alimentares / Cuidados Nutricionais do Prematuro na Transição para a Alta Hospitalar

Nutrição Pós-Alta: Aleitamento Materno, Alimentos Complementares, Comportamento Alimentar e Problemas Alimentares / Cuidados Nutricionais do Prematuro na Transição para a Alta Hospitalar

Nadja Haiden (Áustria) /Rita Silveira (RS).

25o Congresso Brasileiro de Perinatologia, entre os dias 1 a 4 de dezembro de 2021, ONLINE.

Realizado por Paulo R. Margotto.

Os bebês prematuros têm uma grande necessidade de nutrientes e por outro lado, apresentam imaturidade dos órgãos, o que contribui para a dificuldade de alcançar a ingesta alimentar adequada capaz de permitir que essas crianças tenham um crescimento adequado. Apresentam mais sono do que um bebê a termo, têm dificuldade na coordenação para manter sucção e deglutição, além de comorbidades persistentes. Há quatro padrões pós-natal ou padrões de crescimento pós-alta (ESPGHAM): AIG (ao nascer) /AIG (alta); PIG/AIG; AIG/PIG e PIG/PIG, ou seja, no momento da alta existem dois padrões: o crescimento apropriado correspondendo ao grupo 1 e 2 e  esses bebês têm alta acima do percentil 10 e o segundo padrão é o de bebês que precisam de um catch-up growth, eles recebem alta abaixo do percentil 10 e correspondem aos grupos 3 e 4. Eles têm requisitos muito mais elevados, de tal forma que se em uso de leite materno, precisa de aditivação (50% aditivação é possível atender perfeitamente aos requisitos dos bebês pós-alta), além de que leite materno aditivado no pós-alta, melhora função pulmonar aos 6 anos com melhores parâmetros antropométricos no grupo especial de prematuros com peso abaixo de 1250g até 1 ano de vida e uma melhor função visual. Os bebês amamentados não crescem tanto durante a sua permanência na UTI Neonatal, mas apresentam um crescimento melhor depois, especialmente no quesito perímetro cefálico. Também há uma correlação entre o resultado do neurodesenvolvimento e a amamentação (esse achado e conhecido como paradoxo da amamentação aparente). Como não temos disponível fortificante do leite humano pós-alta, na prática clínica temos intercalado fórmula de transição com o leite humano, com o objetivo de alcançar os objetivos propostos. Os dados disponíveis sugerem que não há um momento específico para a introdução de sólidos que se aplique com segurança a todos os bebês prematuros que constituem uma população de nível extremamente variado em termos do desenvolvimento de habilidades motoras e habilidades orais. Ter em mente que prematuros que desenvolveram disfunção oral necessitam de uma intervenção individualizada conduzida por uma Equipe multidisciplinar que deve incluir clínicos, nutricionistas e fonoaudiólogos especializados na função oral. Nos complementos trouxemos Parte da Palestra proferida pela Dra. Rita Silveira (RS) sobre Cuidados Nutricionais Do Prematuro na Transição para a Alta Hospitalar, ocorrida por ocasião do 25º Congresso Brasileiro de Perinatologia.  Na prevenção dos fatores que dificultam a via oral e geram intolerância alimentar, temos que trabalhar na prevenção dessa situação e é por isso que temos o que se chama atualmente de “Feeding Program” que é uma intervenção com treino de deglutição que melhora na habilidade de alimentação. O objetivo é o início da alimentação via oral e obtenção da alimentação exclusiva via oral em um curto período de tempo com prontidão para via oral em idades gestacionais mais precoces. Esse Programa de Estimulação Motora Oral começa com estimulação tátil extra, peri e intra-oral uma vez ao dia por 15 minutos por 10 dias, iniciando ao redor de 31 semanas. É enfatizado o papel do ZINCO que afeta o crescimento e o desenvolvimento cerebral de forma particular entre 24-54 semanas pós-menstrual que é um período muito crítico para a neuronutrição. A fórmula de transição pós-alta do prematuro tem um teor mais adequado de DHA e ARA, proporciona maior crescimento linear, ganho de peso e minerilização óssea. A fórmula de transição já tem um teor adequado de zinco e não precisa acrescentar o zinco (leite humano aditivado precisa de suplementação de zinco: iniciar a partir de 36 semanas de idade corrigida nas crianças em uso de leite materno: 1 mg/kg/dia e aumentamos até o máximo de 5mg/dia aos 6 meses de idade corrigida). No entanto, precisa acrescentar ferro. Fórmula de transição está recomendada para aqueles prematuros que não estão em alimentação com leite materno com idade <34 semanas e peso ao nascer <2000g, até 52 semanas (se nasce com 28 semanas, vai receber até 6 meses de vida) Para aqueles com DBP ou outras comorbidades, é sugerido usar até 9-12 meses de idade corrigida. A indicação pode muitas vezes começar já dentro da UTI para o prematuro <1800g quando o prematuro estiver pronto para alta hospitalar com peso aproximado de 1800g. Lembrar sempre que o leite materno é o padrão ouro nutricional (não devemos nos esquecer jamais!). O segmento do prematuro é uma extensão do cuidado neonatal. Temos que ter manejo adequado na nutrição nas fases precoces da vida, pois isso vai impactar na qualidade de vida do nosso prematuro.