Categoria: Recém-Nascido de Baixo Peso

Segurança do Método Canguru no Prematuro Extremo desde os primeiros dias: Evidências e Fake-neos

Segurança do Método Canguru no Prematuro Extremo desde os primeiros dias: Evidências e Fake-neos

Nicole Gianini (RJ). 2o Congresso Internacional de Neonatologia do DF (28-29/11/2024)

O Método Canguru não é para acredita e sim ESTUDAR! Método canguru – 23 vezes mais chance de alta em aleitamento materno exclusivo, 19% de redução no tempo de internação. O canguru não é apenas o pele a pele – é uma lógica assistencial, proposta de trabalho. A mãe é responsável por todos os indicadores de qualidade da Unidade Neonatal. Linha de cuidado em consonância com as  evidências científicas.Método Canguru não é religião – não é para acreditar. É para estudar. A ciência é para pobres e ricos. O benefício é para todos.

Limite de viabilidade: onde estamos e onde podemos chegar

Limite de viabilidade: onde estamos e onde podemos chegar

Paulo R. Margotto. Apresentado na Reunião Multidisciplinar da Unidade de Neonatologia do HMIB/SES, ocorrida no dia 25 de novembro de 2024.

 Considera-se o limite da viabilidade como a idade gestacional na qual um recém-nascido prematuro apresenta 50% ou mais de chance de sobrevida fora do útero materno. Na “zona cinzenta”, a linha entre a autonomia do  paciente e futilidade médica torna-se TURVA e se estende no intervalo proposto de idade gestacional. Na Unidade de Neonatologia do HMIB, o limite de viabilidade tem sido considerado ≥ 25 semanas, considerando 24 sem a 24 semanas 6 dias, a zona cinzenta. Abaixo de 24 semanas, muito imaturos para ter qualquer razoável chance de sobrevivência sem déficits grave e os cuidados se restringem ao conforto (manuseio mínimo, monetarização gentil, manutenção da temperatura, alimentação e tratamento da dor). A partir de uma busca ativa nos bebês prematuros extremos que receberam  tratamento intensivo, nos anos 2019-2020, passamos a nossa zona cinzenta para 23 semanas a 23 semanas 6 dias, com taxas de sobrevivência aos 28 dias de 55.6%, 47.1%, 70,8% e 85,7%  nos bebês de 24 semanas, 25,26 e 27 semanas, respectivamente. As taxas de corticosteroide pré-natal e sulfato de magnésio, na idade gestacional de  24 e 25 semanas foram, respectivamente de 55.5% e 71% e de sulfato de magnésio, respectivamente, 44,4% e 64,5%. O tecido pulmonar  de fetos entre 12-24 semanas respondem aos corticosteroides com um aumento na maturação do epitélio e o aparecimento de corpos lamelares, de forma que o  American College of Obstetricians and Gynecologists e a Society for Maternal-Fetal Medicine orientam considerar o uso de esteroide pré-natal a partir de 22 semanas e RECOMENDAM o seu uso a partir de 24 semanas (há um aumento de 3x mais no tratamento intensivo ativo nesses bebês!). O sulfato de magnésio diminui a mortalidade, a intubação na sala de parto, a hemorragia intraventricular e hemorragia cerebelar de forma significativa, além  de não aumentar a morbidade gastrintestinal. Quanto à cesariana, nos bebês ≥ 24 semanas considerar a nos casos de sofrimento fetal, com o consentimento dos pais. Discutimos a necessidade de conhecermos os resultados do neurodesenvolvimento desses bebês de 24 semanas para uma conversa mais segura ao envolver as famílias na tomada de decisão, um dado que esta faltando na nossa Unidade, pois não basta sobreviver. O importante é COMO sobreviver. O diálogo deve ser construtivo, contendo informações precisas e atualizadas, respeitando as  necessidades, desejos e direito dos pais que esperam atuar da melhor forma no interesse da criança. O neonatologista ético deve empregar uma dose generosa de humildade ao usar uma bola de cristal! Na tomada de decisão, vá além da idade gestacional e considere o sexo, o peso ao nascer, o peso ao nascer em relação à idade gestacional, o uso do esteróide e sulfato e magnésio pré-natais e a possibilidade de cesariana. Sempre em primeiro lugar a FAMILIA.Para resultados imediatos e alongo prazo, na basta somente a excelência da Equipe multiprofissional na Sala de Parto, mas um trabalho conjunto com a Obstétrica. Esperamos que possamos ter  mais informações sobre o seguimento desses bebês para que possamos, obstetras e neonatologista aconselhar as famílias sobre incertezas do prognóstico do bebê.O objetivo deve estar focado no melhor interesse dos bebês

Decisões relativas à ressuscitação e cuidados de fim de vida em neonatos. Aspectos Bioéticos

Decisões relativas à ressuscitação e cuidados de fim de vida em neonatos. Aspectos Bioéticos

Decisions concerning resuscitation and endoflife care in neonates. Bioethical aspects (Part I).

Mariani G, Arimany M.Arch Argent Pediatr. 2023 Feb 1;121(1):e202202635. doi: 10.5546/aap.2022-02635.eng. Epub 2022 Oct 13.PMID: 36227176 Artigo Gratis! English, Spanish

Apresentação: Loyanne Vilela (R4 Neonaologia-HMIB) e Nathalia Predes (R5 UTI Ped-HMIB). Coordenação: Marta David Rocha de Moura

Lidar com a morte de um recém-nascido requer treinamento e reflexão sobre o processo de tomada de decisão de fim de vida, comunicação com a família e o cuidado a ser prestado. O objetivo deste artigo é analisar em profundidade os aspectos salientes da bioética neonatal aplicada a situações de fim de vida em recém-nascidos. Os autores descrevem  noções de futilidade terapêutica, redirecionamento de critérios de cuidado, direitos do paciente e da família e conceitos sobre o valor da vida.

MON0GRAFIA NEONATOLOGIA DO HMIB-2024 (Apresentação):Estudo de limite de viabilidade em uma UTI neonatal terciária do Distrito Federal (Coorte 2019-2020)

MON0GRAFIA NEONATOLOGIA DO HMIB-2024 (Apresentação):Estudo de limite de viabilidade em uma UTI neonatal terciária do Distrito Federal (Coorte 2019-2020)

Gabrielly Nascimento Ferreira. Orientação: Evely Mirela S. França.

Entre os fatores cruciais para uma abordagem perinatal ativa são, tanto obstétricos (esteroide pré-natal sulfato de magnésio, parto cesariano quando indicado, partos em hospitais especializados) como neonatais (Cuidado Ativo). O aconselhamento pré-natal adequado, com tomada de decisão personalizada e consistente com os desejos dos pais, é a abordagem preferida. Na coorte de 2019-2020, a taxa de sobrevivência no grupo 24 semanas foi de 55%. Análise da  base de dados desse estudo mostrou que nessa faixa de idade gestacional, os usos de esteroide pré-natal e sulfato de magnésio foram respectivamente 55.5% e 44.4%. Esse cenário pode possibilitarmos estender a reanimação a esses bebes, no entanto, quando HOUVER PARTICIPAÇÃO  PERINATAL ATIVA (OBSTETRAS, NEONATOLOGISTAS E FAMÍLIA). Esse tema será discutido na Reunião Perinatal (Obstetrícia/Neonatologia) da Unidade no dia 25 de novembro, dentro do mês da prematuridade. O maior respeito com os prematuros  é abordá-los com conhecimento, sempre envolvendo a família, fulcro em torno do qual giram todas as nossas decisões nessas faixas de idades gestacionais mais tenras.

MON0GRAFIA NEONATOLOGIA DO HMIB-2024 : ESTUDO DE LIMITE DE VIABILIDADE EM UMA UTI NEONATAL TERCIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL

MON0GRAFIA NEONATOLOGIA DO HMIB-2024 : ESTUDO DE LIMITE DE VIABILIDADE EM UMA UTI NEONATAL TERCIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL

Gabrielly Nascimento Ferreira. Orientador: Evely Mirela S. França.

Fatores cruciais para uma abordagem perinatal ativa são tanto obstétricos quanto neonatais.

  • As intervenções obstétricas consideradas como indicadores para uma abordagem eficaz são parto em hospital especializado, ciclo completo de esteróides pré-natais, parto cesáreo e tratamento tocolítico.
  • Quando os partos são realizados em hospitais especializados aumenta as chances de vida dos RNs no limite da viabilidade em 40%, sendo essa 10% maior do que quando o parto é realizado em um centro não especializado.
  • Além disso, o aconselhamento pré-natal adequado, com tomada de decisão personalizada e consistente com os desejos dos pais, é a abordagem preferida.

Neste estudo, foi encontrado que o limite de viabilidade seria de prematuros acima de 24 semanas, e tendo como “zona cinzenta” o período gestacional de 23 semanas a 23 semanas e 6 dias, sendo o óbito associado ao quadro de hemorragia pulmonar e quando classificado como pequeno para idade gestacional. Concluímos que em um período de 10 anos, foi reduzido o limite de viabilidade em 2 semanas

  • Fragilidades do Estudo:
  • Esse estudo apresenta algumas fragilidades. Além de ser um estudo retrospectivo, com análise de dados em prontuário eletrônico, o número da amostra foi relativamente pequeno, selecionados dentro de um único serviço de saúde.
IMUNOTERAPIA PELO LEITE HUMANO: Colostroterapia expandida

IMUNOTERAPIA PELO LEITE HUMANO: Colostroterapia expandida

Apresentação: Nathalia Bardal, Realizado pelas Equipes do Banco de Leite, da Neonatologia e da Farmácia Clínica.

Importância: melhoria da resposta imune, modulação da microbiota intestinal, proteção contra infecções (enterocolite, sepse tardia e  pneumonia associada à ventilação mecânica), melhora da progressão da dieta enteral.  Quando realizar? Iniciar dentro das primeiras 24 horas de vida, 3/3 hs, mesmo em dieta zero e realizar até que o bebê esteja mamando ao seio materno (<1500g: 0,1 ml-1gota em casa bochecha e ≥1550g0,2 ml-2gotas em cada bochecha. Utilizar seringa de 1 ml. Realizar pelo Profissional de Enfermagem  que está cuidando do bebê. Qual leite? SEMPRE que possível leite cru da própria mãe ordenhado a beira do leito (colostro, leite de transição ou leite maduro) INDEPENDENTE do status do CMV (já na dieta nos menores <28 semanas, segue a Norma já estabelecida). Na ausência do leite cru, exceções devem ser discutidas com a Equipe (exemplo, mãe usuária de droga).

LIMITE DE VIABILIDADE –REFLEXÕES BIOÉTICAS

LIMITE DE VIABILIDADE –REFLEXÕES BIOÉTICAS

Márcia Pimentel de Castro.

Apresentação o ocorrida no CRM-DF. Devido a grande variabilidade de práticas adotadas por diferentes serviços, que variam de instituição para instituição, é recomendado como melhor caminho discutir a complexidade de um nascimento tão prematuro, ouvindo as perspectivas dos pais (quanto a sobrevida e desabilidades futuras) e a importância que eles atribuem a isso,        sem interferência de valores pessoais e preferências de qualquer natureza.Tanto os médicos obstetras  como os neonatologistas devem estar preparados para aconselhar a família sobre a incerteza do prognóstico dos bebês. Conhecer suas preferência e valores e fornecer informações médicas complexas de uma forma que a família possa entender a fim de formar uma decisão  informada e compartilhadas, tendo como objetivo estar focado no melhor interesse do recém-nascido.

A terapia com colostro orofaríngeo reduz a incidência de pneumonia associada à ventilação mecânica em recém-nascidos de muito baixo peso: uma revisão sistemática e meta-análise

A terapia com colostro orofaríngeo reduz a incidência de pneumonia associada à ventilação mecânica em recém-nascidos de muito baixo peso: uma revisão sistemática e meta-análise

Oropharyngeal colostrum therapy reduces the incidence of ventilatorassociated pneumonia in very low birth weight infants: a systematic review and meta-analysis.Ma A, Yang J, Li Y, Zhang X, Kang Y.Pediatr Res. 2021 Jan;89(1):54-62. doi: 10.1038/s41390-020-0854-1. Epub 2020 Mar 30.PMID: 32225172  Artigo Grátis! China.

Realizado por Paulo R Margotto.

O leite (cru) da própria mãe é a forma mais pura da MEDICINA PERSONALIZADA porque provê à criança que o recebe nutrição individualizada e componente imunomodulatórios de tal modo que, mesmo o leite da mesma espécie (Leite materno de  doadora) pode não prover os mesmos resultados benéficos.

O leite humano, especialmente o colostro, é o melhor primeiro estimulador imunológico em bebês. A presente metanálise incluiu 8 estudos controlados randomizados, englobando 682 RN<32 semanas de idade gestacional  no total (grupo colostroterapia: 332; grupo não colostroterapia: 350). Bebês de baixo peso ao nascer EM colostroterapia apresentaram uma redução notável na incidência de pneumonia associada a ventilação mecânica (OR = 0,39, IC de 95%: 0,17–0,88, P  = 0,02), diminuição do tempo para atingir a nutrição enteral completa, com uma significância potencial de redução da incidência de enterocolite necrosante e uma tendência de regulação negativa da mortalidade na UTI e da incidência de sepse comprovada. Um dos fatores importante na pneumonia associada a ventilação é a duração da ventilação mecânica. O estudo de Abd-Elgawad et al mostrou que o colostro poderia encurtar significativamente a duração da ventilação mecânica. Nos complementos, estudos recentes sugerem potenciais associações protetoras de maior contribuição de leite humano fresco e e leite da própria mãe (MOM) para as mamadas gerais durante a hospitalização contra o desenvolvimento de DBP. Nossos resultados destacam a importância do MOM como uma fonte ideal de nutrição durante a primeira infância.

Monitoramento da oxigenação pulmonar e cerebral usando espectroscopia no infravermelho próximo em recém-nascidos prematuros durante o método mãe canguru

Monitoramento da oxigenação pulmonar e cerebral usando espectroscopia no infravermelho próximo em recém-nascidos prematuros durante o método mãe canguru

Monitoring lung and cerebral oxygenation using nearinfrared spectroscopy in preterm infants during kangaroo mother care.Dani C, Perugi S, Pizzetti C, Poggi C, Corsini I, Pratesi S.Eur J Pediatr. 2024 Oct;183(10):4411-4416. doi: 10.1007/s00431-024-05674-5. Epub 2024 Aug 9.PMID: 39120699 Artigo Grátis! Itália.

Realizado por Paulo R. Margotto.

Estudo observacional prospectivo em uma coorte de bebês prematuros em condições clínicas estáveis ​​nos quais a oxigenação pulmonar foi medida por NIRS. Foram incluídos 20 RN com idade gestacional < 32 semanas ou peso ao nascer < 1500 g e com idade pós-natal > 7 dias de vida foram incluídos. Neste estudo, monitoramos a oxigenação pulmonar em bebês prematuros durante o MMC pela primeira vez e podemos confirmar a hipótese de que  a saturação regional pulmonar de oxigênio não piora. Esses dados apoiam o conhecimento de que o MMC é seguro em bebês prematuros em condições clínicas estáveis ​​e que não interfere significativamente na função respiratória (mesmo em bebês com displasia broncopulmonar), assim como na perfusão cerebral.