Categoria: UTI Pediátrica

Uso da ketamina para intubação traqueal em crianças criticamente doentes é associado com menor ocorrência de efeitos adversos hemodinâmicos

Uso da ketamina para intubação traqueal em crianças criticamente doentes é associado com menor ocorrência de efeitos adversos hemodinâmicos

  • Apresentação:Helena de Oliveira Melo (R3 UTI Pediátrica do HMIB). Coordenação: Alexandre Peixoto Serafim
  • . O uso de ketamina na indução de intubação orotraqueal em pacientes críticos está associada a menos eventos adversos hemodinâmicos em comparação com outros agentes de indução, tanto em crianças com ou sem hemodinâmica instável/ choque pré-existente. Nos complementos: E na Neonatologia: a neurotoxicidade é um sério efeito potencial da ketamina em populações vulneráveis, particularmente os pré-termos e as gestantes, agora, pela primeira vez evidenciada em células neuronais humanas! O uso rotineiro de ketamina para a analgesia nesta população de risco, principalmente para imediata analgesia devido à intubação eletiva de pré-termos na Sala de Parto, não está recomendado até que novos estudos demonstrando segurança da ketamina sejam conduzidos. O bloqueio dos receptores NMDA (é como age a ketamina) por somente poucas horas durante o período fetal tardio ou neonatal precoce pode iniciar uma ampla neurodegeneração apoptótica no cérebro
Monografia-UTI Pediátrica-Hospital de Base de Brasília,2015:Nível de pressão sonora em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica de Brasília – DF

Monografia-UTI Pediátrica-Hospital de Base de Brasília,2015:Nível de pressão sonora em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica de Brasília – DF

Paula Jamile Castilho Manzini.

O estudo relatou níveis de pressão sonora que variaram entre 47,70 dB(A) e 70,00 dB(A), com média geral de 60,67 dB(A). Estes resultados estão muito acima dos valores recomendados pela ABNT – 35 a 45 dB(A). Houve discreta elevação dos níveis de pressão sonora nos horários das trocas de plantões, tanto nos períodos diurnos como no período noturno, sem diferenças significativas nestes períodos. As principais fontes de ruído encontradas nos ambientes hospitalares são: conversação entre profissionais e/ou familiares, alarmes sonoros dos equipamentos, alto fluxo de água nas torneiras, corte de papel para enxugar as mãos, uso de enceradeira, fechamento descuidado das portas das unidades. Maior nível de pressão sonora também é encontrado durante as passagens de plantão de médicos e enfermeiros e no transcorrer das visitas médicas. Os efeitos deletérios do nível de pressão aumentado encontrado nessas Unidades são preocupantes, tendo em vista os efeitos fisiológicos que podem causar nos pacientes: aumento da pressão arterial, arritmias cardíacas, vasoconstrição periférica, dilatação das pupilas, aumento da secreção de adrenalina, aumento da sensação de dor, havendo necessidade de maiores doses de analgesia. Nos links mostramos o quão a UTI Neonatal pode ser dolorosa, estressante e barulhenta. Os neurônios corticais aumentam 10 vezes entre 17-32 semanas (pico entre  28-32 semanas) e assim, o desenvolvimento dos nossos pequeninos ocorre em um ambiente adverso em um momento crítico de suas vidas. O Cuidado Intensivo é uma experiência dolorosa com repercussões no  amanhã para o RN prematuro.  Devemos estar atentos ao intenso desenvolvimento cerebral que está ocorrendo nestes prematuros. Devemos ser facilitadores nesta difícil travessia:-ser menos invasivos; propiciar ambiente sem ruído; sem luz excessiva; menos agressivos nas drogas.

UTI Pediátrica:Efeito do suporte pressórico versus respiração não assistida através de um colar de traqueostomia na duração do desmame em pacientes que necessitam de ventilação mecânica prolongada: um estudo randomizado

UTI Pediátrica:Efeito do suporte pressórico versus respiração não assistida através de um colar de traqueostomia na duração do desmame em pacientes que necessitam de ventilação mecânica prolongada: um estudo randomizado

Effect of pressure support vs unassisted breathing through a tracheostomy collar on weaning duration in patients requiring prolonged mechanical ventilation: a randomized trial.Jubran A, Grant BJ, Duffner LA, Collins EG, Lanuza DM, Hoffman LA, Tobin MJ.JAMA. 2013 Feb 20;309(7):671-7. doi: 10.1001/jama.2013.159. PMID: 23340588 Free PMC article. Clinical Trial.

Apresentação: Leomara Amorim do Rosário. PRM Medicina Intensiva Pediátrica HMIB. Coordenação: Alexandre Serafim

  • Em conclusão, o tempo de desmame da ventilação prolongada em pacientes transferidos para hospitais de cuidados agudos a longo prazo
    foi influenciada pelo método de desmame utilizado: o uso do colar de traqueostomia resultou em desmame mais precoce do que o suporte pressórico
Avaliação da precisão do teste de diagnóstico de proteína C reativa para infecção tardia em recém-nascidos: uma revisão sistemática e metanálise

Avaliação da precisão do teste de diagnóstico de proteína C reativa para infecção tardia em recém-nascidos: uma revisão sistemática e metanálise

Assessment of C-Reactive Protein Diagnostic Test Accuracy for Late-Onset Infection in Newborn Infants: Systematic Review and Meta-analysis.Brown JVE, Meader N, Wright K, Cleminson J, McGuire W.JAMA Pediatr. 2020 Feb 3. doi: 10.1001/jamapediatrics.2019.5669. [Epub ahead of print].PMID: 32011640.Similar articles.

Apresentação: Laura Pereira Nishioka. Coordenação: Alexandre P. Serafim.

A infecção de início tardio (>72 horas de vida) está associada a resultados adversos no desenvolvimento neurológico, incluindo paralisia e deficiências visuais, auditivas e cognitivas. Já que os sinais clínicos de infecção no s neonatos podem ser inespecíficos, a cultura microbiológica leva 24-48 horas, o tratamento tardio pode aumentar o risco de morbimortalidade e o tratamento empírico de todos suspeitos levaria a curós desnecessários de antibióticos, foram desenvolvidos marcadores e entre esses, o mais utilizado tem sido a proteína C reativa (PCR).  A PCR é um reagente de fase aguda sintetizado por hepatócitos em resposta a citosinas inflamatórias geradas pelos glóbulos brancos que reagem a pirogênios microbianos. O presente estudo responde a pergunta: O nível sérico de proteína C reativa é suficientemente preciso para auxiliar no diagnóstico de infecção tardia em recém-nascidos? A presente revisão sistemática e metanálise, englobando estudos de 1946 a 2019, englobando 22 estudos de coorte (2255 crianças) comparando a precisão do teste diagnóstico de proteína C reativa sérica com cultura microbiológica, a mediana para a especificidade foi de 0,74 e a sensibilidade combinada foi de 0,62. Acessando somente o nível sérico de PCR seriam perdidos 152 casos de infecção (resultados falso-negativos) e diagnosticados erroneamente 156 casos (resultados falso-positivos). Esses resultados sugerem que o nível sérico de proteína C-reativa não é suficientemente preciso para ajudar no diagnóstico ou para informar a decisão para tratar bebês com suspeita de infecção tardia. Nos complementos, o papel da PCR nos prematuros extremos, devido a sua inconsistente resposta inflamatória à sepse, várias condições não infecciosas que influenciam os valores de PCR nos primeiros dias, razão pela qual avaliamos a PCR depois de 24 horas de vida.

Nutrição Enteral Precoce está associada a melhores resultados clínicos em crianças gravemente doentes: Uma análise secundária do suporte nutricional no ensaio de titulação pediátrica de insulina na insuficiência cardíaca e pulmonar.

Nutrição Enteral Precoce está associada a melhores resultados clínicos em crianças gravemente doentes: Uma análise secundária do suporte nutricional no ensaio de titulação pediátrica de insulina na insuficiência cardíaca e pulmonar.

Early Enteral Nutrition Is Associated With Improved Clinical Outcomes in Critically Ill Children: A Secondary Analysis of Nutrition Support in the Heart and Lung Failure-Pediatric Insulin Titration Trial. Srinivasan V, Hasbani NR, Mehta NM, Irving SY, Kandil SB, Allen HC, Typpo KV, Cvijanovich NZ, Faustino EVS, Wypij D, Agus MSD, Nadkarni VM; Heart and Lung Failure-Pediatric Insulin Titration (HALF-PINT) Study Investigators. Pediatr Crit Care Med. 2020 Mar;21(3):213-221. doi: 10.1097/PCC.0000000000002135. PMID: 31577692.Similar articles

Apresentação: João Paulo S. Cezar (R3 em UTI Pediátrica). Coordenação: Alexandre P. Serafim.

  • A partir da análise secundária do estudo pediátrico HALF-PINT (The Heart and Lung Failure-Pediatric Insulin Titration study) – NEJM; Fev/2017, os autores avaliaram a hipótese de que a nutrição enteral (NE) inicial dentro de 48 horas após a randomização no estudo foi associada a menor mortalidade hospitalar em 90 dias. Em comparação com a NE precoce e NE não precoce, houve significativamente menor mortalidade hospitalar em 9º dias, mais dias sem UTI, mais dias em hospital, mais dias sem ventilação mecânica e menos disfunção orgânica no grupo da NE precoce. Esse estudo fornece evidências convincentes de que uma estratégia de suporte nutricional da NE inicial é benéfica e provavelmente melhorará os resultados clínicos de curto e longo prazo em crianças criticamente doentes com hiperglicemia. Embora estudos em crianças doentes demonstraram a segurança da EN em crianças com infusões vasoativas, a presente análise destaca que os médicos tendem a evitar o início precoce da NE no cenário de instabilidade hemodinâmica que requer suporte de apoio inotrópico. Nos complementos, enfatizamos, como dito pela Dra. Cléa Leone, que “a nutrição parenteral (NP) nos mostra cada vez mais que ela não é uma solução; é uma alternativa, diria, um acessório, para nos ajudar a chegar aonde deveremos chegar”. Nos complementos, a  importância do uso da nutrição enteral mínima precocemente nos neonatos, com diminuição da sepse tardia, da displasia broncopulmonar, da retinopatia da prematuridade que necessita de cirurgia, sem aumento de enterocolite necrosante (na NP aumenta a permeabilidade intestinal predisponde a enterocolite necrosante!), menos necessidade de fototerapia, menos intolerância alimentar, aumenta o crescimento intestinal,  mais rapidamente atinge a nutrição enteral plena, podendo inclusive ser usada em bebês em hipotermia terapêutica.
Atrofia diafragmática nos pacientes pediátricos em ventilação mecânica (e em recém-nascidos?)

Atrofia diafragmática nos pacientes pediátricos em ventilação mecânica (e em recém-nascidos?)

Paulo R. Margotto.

A Monografia da Dra. Thaynara Leonel Bueno da UTI Pediátrica do HMIB /SES/DF demonstrou que a avaliação  ultrassonográfica do diafragma nos pacientes pediátricos  fornece medidas não invasivas da espessura diafragmática e seu grau de atrofia. Os dados mostram atrofia já nas primeiras 48horas de VM, em uma taxa semelhante aos trabalhos em adultos. Além disso, encontramos associação entre o uso de bloqueadores neuromusculares (BNM) e atrofia, e maior tendência ao afinamento diafragmático na população em uso de corticoide.

E NOS RECÉM-NASCIDOS?

Fomos buscar essa informação na Neonatologia e encontramos um estudo de 1988 mostrando que o suporte ventilatório prolongado está associado com uma diminuição seletiva da massa muscular diafragmática, podendo reduzir a capacidade dos bebês de sustentar o trabalho respiratório e complica o processo de desmame do suporte ventilatório. Estudo experimental (cordeiros recém-nascidos) realizado na McGill University Health Centre and Research Institut, Canadá, 2019 mostrou que a VM controlada em cordeiros recém-nascidos rapidamente levou à disfunção diafragmática, independentemente da lesão pulmonar induzida pela deficiência de surfactante. Essa disfunção pode constituir uma causa de falha de extubação. Portanto, uma lacuna aberta para pesquisa nessa área.

Atropina para intubação em Terapia Intensiva em uma coorte de 264 crianças e redução da mortalidade não relacionada a efeitos sobre bradicardia

Atropina para intubação em Terapia Intensiva em uma coorte de 264 crianças e redução da mortalidade não relacionada a efeitos sobre bradicardia

Atropine for critical care intubation in a cohort of 264 children and reduced mortality unrelated to effects on bradycardia.Jones P, Peters MJ, Pinto da Costa N, Kurth T, Alberti C, Kessous K, Lode N, Dauger S.PLoS One. 2013;8(2):e57478. doi: 10.1371/journal.pone.0057478. Epub 2013 Feb

28.PMID: 23468997. Free PMC Article.Similar articles. ARTIGO INTEGRAL! CONSULTE-O AQUI E AGORA!

Apresentação: Gabriela Rabelo Cunha (R4 Medicina Intensiva Pediátrica). Coordenação: Alexandre P. Serafim

UTI Pediátrica do Hospital Materno Infantil de Brasília

Atropina foi associada a uma redução na mortalidade na UTI fora do período da intubação apenas em crianças com idade superior a um mês. Este efeito é independente de sua capacidade de inibir a bradicardia durante a intubação. 

Barreira durante a Intubação Endotraqueal

Barreira durante a Intubação Endotraqueal

N Engl J Med. 2020 Apr 3. doi: 10.1056/NEJMc2007589. [Epub ahead of print] Barrier Enclosure during Endotracheal Intubation. Canelli R1Connor CWGonzalez MNozari AOrtega R.PMID:32243118.DOI:10.1056/NEJMc2007589. Artigo Livre!

Realizado por Paulo R. Margotto

Clínicos com acesso inadequado ao equipamento de proteção individual (EPI) padrão foram compelidos a improvisar os compartimentos de barreira protetora para uso durante a intubação endotraqueal. Os autores descrevem  uma dessas barreiras que é facilmente fabricada e pode ajudar a proteger os médicos durante este procedimento. A barreira estudada era uma “caixa de aerossol” 1, que consiste em um cubo de plástico transparente projetado para cobrir a cabeça de um paciente e que incorpora duas portas circulares através das quais as mãos do clínico são passadas para realizar a procedimento das vias aéreas.

Monografia-UTI Pediátrica (HMIB) 2020: Avaliação da atrofia diafragmática de pacientes em ventilação mecânica na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica em Hospital de Referência no Distrito Federal

Monografia-UTI Pediátrica (HMIB) 2020: Avaliação da atrofia diafragmática de pacientes em ventilação mecânica na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica em Hospital de Referência no Distrito Federal

Thaynara Leonel Bueno.

INTRODUÇÃO: Uma grande porcentagem das crianças internadas em UTI Pediátrica necessita de Ventilação Mecânica (VM), portanto o desmame e o sucesso da extubação são sempre um grande desafio. Vários estudos sugerem que a VM leva a atrofia e disfunção diafragmática, principalmente em adultos. OBJETIVO: Avaliar a diferença na espessura da musculatura do diafragma em pacientes pediátricos submetidos a VM, e algumas variáveis possivelmente envolvidas. ESTUDO: Realizado em UTIP terciária com 16 leitos, longitudinal, prospectivo e observacional. MÉTODO: Foram realizadas medidas da espessura do diafragma, utilizando a ultrassonografia, de pacientes submetidos a VM nas primeiras 24horas, em 48horas e no quarto dia. Os dados foram analisados e considerou-se atrofia significante aqueles cuja redução fosse superior a ponto crítico do intervalo de confiança de 95% para a atrofia entre dois tempos. Para a avaliação dos fatores correlatos, utilizou-se o teste t de comparação de médias. RESULTADOS: Obtiveram 36 pacientes, desses 61,1% apresentaram atrofia diafragmática entre o primeiro e segundo dia de VM e 82,4% apresentaram atrofia no quarto dia. Espessura em média do músculo de 1,08mm no primeiro dia. A taxa de atrofia média foi de – 4,8% por dia de VM. CONCLUSÃO: A avaliação ultrassonográfica do diafragma fornece medidas não invasivas da espessura diafragmática e seu grau de atrofia. Os dados mostram atrofia já nas primeiras 48horas de VM, em uma taxa semelhante aos trabalhos em adultos. Além disso, encontramos associação entre o uso de BNM e atrofia, e maior tendência ao afinamento diafragmático na população em uso de corticoide.

Monografia-UTI Pediátrica (HMIB)-2020:Falhas de extubação na UTI Pediátrica do Hospital Materno Infantil de Brasília

Monografia-UTI Pediátrica (HMIB)-2020:Falhas de extubação na UTI Pediátrica do Hospital Materno Infantil de Brasília

Gabriela Santos da Silva.

RESUMO

Falhas de extubação são complicações relativamente comuns em uma UTI Pediátrica, com incidência relatada na literatura variando de 4 a 14% de todas as extubações eletivas, e podem levar a maior morbidade, principalmente relacionada a um aumento no tempo de internação. Fatores de risco já descritos por outros trabalhos incluem estridor pós extubação, fraqueza muscular e tempo de ventilação mecânica. Este trabalho analisou uma amostra de 125 pacientes submetidos a extubação eletiva em um período de 6 meses, com o objetivo de determinar a incidência deste evento na unidade estudada, e descrever os fatores relacionados à falha, por meio de comparação entre os pacientes que tiveram ou não extubação bem sucedida. Tanto a presença de neuropatia prévia quanto escore de Westley elevado tiveram correlação significativa com a ocorrência de falha de extubação.

Os principais fatores de risco identificados nesta amostra foram a presença de estridor pós extubação, avaliado por meio do escore de Westley,e a presença  de doença neurológica prévia. Mais estudos são necessários para avaliar formas de prevenir esta complicação.