Estratégias de ventilação na displasia broncopulmonar grave (Ventilation Strategies in Severe Bronchopulmonary Dysplasia)

Estratégias de ventilação na displasia broncopulmonar grave (Ventilation Strategies in Severe Bronchopulmonary Dysplasia)

Ventilation Strategies in Severe Bronchopulmonary Dysplasia. Gibbs K, Jensen EA, Alexiou S, Munson D, Zhang H.Neoreviews. 2020 Apr;21(4):e226-e237. doi: 10.1542/neo.21-4-e226. PMID: 32238485 Review.

Apresentação: Anna Lopes Jorge R5 UTIP-HMIB/SES/DF. Coordenação: Carlos Moreno Zaconeta. Complementação: Paulo R. Margotto.

É importante reforçar o conhecimento de que  estratégias utilizadas para prevenir a lesão pulmonar em uma criança com SDR geralmente não correspondem às necessidades da maioria das crianças com DBP grave (DBPg) estabelecida e assim, a abordagem também mudará à medida que a doença pulmonar progride. A doença pulmonar em pacientes com DBP é heterogênea e muitas vezes difícil de gerenciar. O lactente típico com SDR tem um padrão homogeneamente não complacente e resistência normal das vias aéreas. Em contraste, uma criança com DBP podem ter diferenças na resistência das vias aéreas e complacência pulmonar em diferentes regiões do pulmões. Embora a ventilação limitada a volume mostrou ser superior à ventilação com pressão limitada no lactente, não há dados para orientar essa abordagem em um lactente com DBPg. Os presentes autores  comumente usam SIMV com volume controlado e pressão de suporte. O objetivo é otimizar a complacência e diminuir a resistência. Nos bebês mais velhos com DBPg, usam-se volumes correntes  maiores na faixa de 8 a 12 mL/kg. Em pacientes com parênquima pouco complacente e com alta resistência, é necessário uma PIP mais alta ( 30 a 40 cm H2O ) para fornecer volumes correntes  adequados. Bebês com DBPg se beneficiarão de frequências menores (<20/min) e tempos inspiratórios mais longos (>0,5 segundos) e suporte pressórico suficiente para que as respirações mandatórias e as espontâneas sejam aproximadas. Dada a heterogeneidade típica da doença frequentemente presente dentro de um único paciente, raramente usamos modo assistido-controlado, que forneceria um único tempo  inspiratório para todas as respirações. Nos traqueostomizados, a decanulação ocorre em uma mediana de 3 anos de idade. Nesses bebês cm DBPg há uma combinação de nova e antiga DBP. Há uma aparência arquitetônica heterogênea com áreas de atelectasia e hiperinsuflação. Assim, esses bebês não devem ser ventilados como se estivessem na fase aguda da síndrome do desconforto respiratório.