Intervenções nutricionais para melhorar os resultados cerebrais em bebês prematuros (Nutrition interventions to improve brain outcomes in preterm infants)

Intervenções nutricionais para melhorar os resultados cerebrais em bebês prematuros (Nutrition interventions to improve brain outcomes in preterm infants)

Nicholas Embleton,  Newcastle, University, United Kingdon

VI Encontro Internacional e Neonatologia, sob Coordenação Geral dos Drs. Rita Silveira e Renato Procianoy (RS), 100% online em 27 de março de 2021

Realizado por Paulo R. Margotto

A nutrição é mais do que nutriente! Os humanos têm cérebro muito grande e tem alta demanda, razão pela qual vejam como é fácil nutrir mal os nossos bebes!

O ambiente da UTI é complexo e o deficiente status nutricional é comum.

Precisamos enfocar muito na questão do cérebro ao nutrir o nosso bebê. Temos apenas um cérebro na vida que tem rápido crescimento. Para cada 10 calorias/kg/dia  a mais  de ingesta energética  na primeira semana de vida  houve  aumento de 4,6 do índice de desenvolvimento mental  de 8,2 para cada  grama extra de proteína. Para cada  10 cal/kg/ dia a mais, 24% a menos de retinopatia da prematuridade.

Uma nutrição fortificada associa-se a melhor maturação da substância branca, em especial o fascículo  longitudinal superior que é importante  para o controle motor, percepção e linguagem.

O leite materno, de preferência, o da própria mãe, tem papel transcendental no desenvolvimento cerebral (maior desenvolvimento da substancia branca, em especial do núcleo caudado, resultando em maior QI aos 16 anos de idade).

Portanto uma nutrição melhor é a chave para a sobrevida e a medida que mais bebês sobrevivem vamos ter que ter cuidado com o cérebro e para isso maximizar o leite própria da mãe, adequada ingesta proteica e de  energia, além da  certeza da oferta dos micronutrientes.

A complexidade do leite humano é impressionante! O leite humano contém leucotrienos, prostaciclinas, tromboxane, muitos aminoácidos e outros elementos, como diferentes fosfolipídios, esfingolipídios, ácidos graxos, nucleotídeos, IGF-1. Nada disso tem na fórmula. Tem mais de 200 tipos diferentes de oligossacarídeos, fatores que de crescimento que podem modular as atividades das bactérias no intestino, além de citocinas.

Todos vocês sabem como é complexa a Assistência Neonatal e todos os dias discutimos temas como  temperatura, antibiótico, CPAP, alto fluxo, ventilação, gases sanguíneos   e a nutrição, muitas vezes acaba sendo esquecida. O foco  é na  assistência cardiorrespiratória.

Temos sim que discutir a nutrição dos nossos prematuros nas nossas visitas. Na UTI não temos monitores que nos dizem  quanto estamos acertando   em dar energia  e proteína e outros nutrientes, ou seja, a  MÁ NUTRIÇÃO É INVISÍVEL