Livro: Neurossonografia Neonatal, 2a Edição, HMIB/SES/DF

Livro: Neurossonografia Neonatal, 2a Edição, HMIB/SES/DF

Paulo R. Margotto.

LINK: https://drive.google.com/file/d/1TFKcSNe7-YKXuFKIZOAHgzhT1lhsFPAU/view?usp=sharing

Os 7 anos que nos separam da 1ª Edição trouxe para essa nova Edição mais experiência no convívio com a ultrassonografia cerebral, um exame exequível na maioria das UTI Neonatais do Brasil, realizado de preferência, por profissionais envolvidos no cuidado dos recém-nascidos críticos, os Neonatologistas. Nesse período tivemos contato com a ressonância magnética com maior frequência, solidificando nossos achados ultrassonográficos, principalmente na encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI). O ultrasssom (US) craniano é uma valiosa ferramenta de triagem no diagnóstico e manejo de neonatos encefalopáticos. A ultrassonografia Doppler seriada é um método útil não invasivo na precoce detecção e follow-up das conseqüências da severa asfixia perinatal. Tem o adicional benefício de ser seguro, econômico e portátil. Avanços em equipamentos e técnicas do ultrassom têm significativamente melhorado suas habilidades de detecção. Na EHI a ressonância magnética é o padrão ouro (provê informações anatômica e funcional), sendo importante na determinação da severidade da doença e prognóstico. Em malformações arteriovenosas, a exemplo da Malformação Aneurismática da Veia de Galeno (MAVG) também usamos a tomografia computadorizada com Reconstrução Sagital com Projeção de Intensidade Máxima (Reconstrução MIP), permitindo avaliar o efeito de massa sobre o 3o ventrículo e ventrículo lateral esquerdo compatível com MVG, associada à importante dilatação dos seios de drenagem. Utilizamos também a angio-ressonância magnética no esclarecimento do achado ao ultrassom de formação sacular com intenso turbilhonamento do fluxo sanguíneo peripontina à esquerda, a despeito do diagnóstico intrauterino de MAVG. O exame complementar confirmou malformação arteriovenosa de alto fluxo, com shunt dural, centrada na cisterna perimesencefálica e peritontina à esquerda, aparentemente proveniente da artéria basilar, determinando compressão do tronco encefálico adjacente. Além das clássicas janelas anteriores, o uso de janelas acústicas posteriores e póstero-lateral ou mastóide, abordadas nessa Edição, aumenta a acurácia diagnóstica do ultrassom cerebral na avaliação da região occipital e fossa posterior. Incluímos um novo capítulo intitulado Potenciais armadilhas na ultrassonografia craniana que mostra as armadilhas freqüentemente encontradas na ultrassonografia craniana e fornece pistas para diferenciar essas imagens enganosas das verdadeiras lesões. A familiaridade com esses recursos ajudará a evitar a prática desnecessária de complicações clínicas e explorações radiológicas. Com muita certeza, eu diria: foram 7 anos de muito aprendizado aqui reunido! Todo esse aprendizado tem sido divulgado para os demais colegas em Neurossonografia Neonatal-compartilhando imagens, disponível em www.paulomargotto.com.br no item Neurossonografia Neonatal. A beleza do ultrassom craniano vai além do exame, pois ao seu lado há quem espera de você um diálogo franco que possa manter a construção de um futuro programado desde a concepção para aquele bebê. Tudo é em tempo real! Devemos saber dialogar com os pais que esperam atentamente uma palavra que os orientem nesses difíceis momentos. Os pais observam todos os nossos gestos ao realizar o exame. Manter a calma e a serenidade são estratégias que aprendi ao longo desses mais de 30 aos que realizamos ultrassons cranianos. Não devemos ficar calados e na surdez ao clamor, emitir friamente laudos. Nestes mais de 30 anos, com certeza, foram várias as razões que nos impulsionam a seguir adiante, na conquista do ideal de ser sempre útil, uma doação constante, na esperança do desabrochar de uma vida sadia, que começa em nossas mãos. Este mágico momento não pode admitir erro, sob o risco de uma cicatriz perene. É certamente emocionante fazer parte desta peça há tantos anos!

Como diz Einstein, “Jamais considere seus estudos como uma obrigação, mas como uma oportunidade invejável para aprender a conhecer a influência  libertadora da beleza do reino do espírito, para seu próprio prazer pessoal e para proveito da comunidade à qual seu futuro trabalho vir a pertencer”