MANEJO DA CONVULSÃO NA ENCEFALOPATIA HIPÓXICO-ISQUÊMICA
Nikki Robertson (Inglaterra). IX Encontro Internacional De Neonatologia e VII Simpósio Internacional De Atenção Ao Prematuro
Realizado por Paulo R. Margotto.
As convulsões são Super ou Subdiagnósticas (a maioria das convulsões eletrográficas são subclínicas [80%] e somente 20% das convulsões eletrográficas são acompanhadas de sinais clínicos. Quando NÃO temos o EEG torna-se muito difícil o diagnóstico das convulsões neonatais. O SNC imaturo e as suas visa imaturas e a incompleta mielinização no contexto da lesão cerebral pode manifestar como eventos paroxísticos não convulsivos. Se tem uma convulsão clínica no córtex motor, você terá uma convulsão clinica. Agora se temos uma convulsão que se origina longe do córtex motor, vamos ter uma convulsão eletrográfica e nada aparecerá em termos de movimentos. Convulsão eletroclínica é quando você tem sinais clínicos definidos simultaneamente acoplados com convulsão eletrográficas. Convulsão eletrográfica: convulsão vista somente no EEG não associada a sinais clínicos. O tratamento de convulsão, particularmente com fenobarbital pode resultar em “ desacoplamento”: convulsão eletroclínicas que se tornam eletrográfica, (mora a hipotermia terapêutica reduz a carga total de convulsões, mas pode aumentar o desacoplamento eletroclínico). As convulsões somente eletrográficas tem efeito no resultado neurológico comparável as convulsões eletroclínicas. Antes da hipotermia terapêutica um aEEG anormal com 6 horas prediz resultado anormal (probabilidade preditiva de 59,9%) Agora, com a hipotermia terapêutica, o valor preditivo máximo é com 48-72 horas (probabilidade preditiva de 95,7%). Assim, temos que esperar até o final da hipotermia para avaliar o desfecho.Durante a hipotermia terapêutica, o número de convulsões teve um pico com 20-24 horas e 50% tiveram convulsões eletrográficas e 1/3 desses bebes tiveram convulsões depois da hipotermia com pior desfecho. Assim se você tiverem um grande número de convulsões durante a hipotermia vocês devem ter uma monitorização mais prolongada com o eletroencefalograma depois do reaquecimento. No tratamento das convulsões, o fenobarbital é o de primeira linha, seguido por difenilhidantoina, levetiracetam e midazolam. As convulsões devido a lesão cerebral como a EHI (convulsões agudas) resolvem-se dentro de 72-96 horas do início. Embora os sobreviventes estejam em risco para epilepsia pós-neonatal de início tardia (convulsões crônicas) essas epilepsias tipicamente se desenvolvem em um período latente de meses a anos. Descontinuar os anticonvulsivantes após a resolução das convulsões e antes da alta não piora o neurodesenvolvimento ou risco de epilepsia. Não foram encontradas diferenças no neurodesenvolvimento funcional ou na epilepsia aos 24 meses de idade entre crianças cujo anticonvulsivante (ASM) foi descontinuado ou mantido na alta hospitalar após a resolução de crises neonatais agudas sintomáticas. Portanto, descontinue os anticonvulsivantes antes da alta!