TOXOPLASMOSE CONGÊNITA

TOXOPLASMOSE CONGÊNITA

Liú Campello Porto.

Capítulo do livro Assistência ao Recém-nascido de Risco, 4a Edição, HMIB/SES/DF, Brasília, 2021

O protozoário Toxoplasma gondii é um parasita de distribuição mundial com as mais altas prevalências registradas na Europa, América e África Centrais(80%)  e Brasil (60%), devido ao clima quente e úmido e hábitos alimentares e de higiene. Na  América Latina, as manifestações clínicas são muito mais prevalentes e severas, especialmente em relação à coriorretinite pela predominância de cepas mais virulentas do parasito (tipos I e III).

No Brasil, mais de 20% da população apresenta coriorretinite por toxoplasmose, sendo a maior causa de cegueira na Améerica Latina .Entre as gestantes, a incidência de infecção é de 1 a 8 por 1000 entre as gestantes suscetíveis e, entre os nascidos vivos, varia entre 1:1.000 e 1:10.000.

A toxoplasmose adquirida caracteriza-se por ser autolimitada e benigna, exceto em pacientes imunossuprimidos. A infecção aguda entre as gestantes poderá resultar em transmissão transplacentária e infecção fetal com graves sequelas neurológicas e oculares de manifestação precoce ou tardia. Porém, diferentemente da maioria das infecções congênitas, a toxoplasmose é tratável e as graves sequelas podem ser evitadas em caso de diagnóstico e tratamento precoces.