Aumento da incidência de enterocolite necrosante associado com a administração de InfloranTM em extremos prematuros
Increased incidence of necrotizing enterocolitis associated with routine administration of Infloran™ in extremely preterm infants.Escribano E, Zozaya C, Madero R, Sánchez L, van Goudoever J, Rodríguez JM, de Pipaon MS.Benef Microbes. 2018 Sep 18;9(5):683-690. doi: 10.3920/BM2017.0098. Epub 2018 Jun 11.PMID: 29888655.Similar articles.
Apresentação: Geovanna Godinho de Sousa Teixeira e Carolina Da Silva Moraes. Coordenação: Paulo R. Margotto.
Há uma ausência de evidências específicas do uso de probióticos em RN prematuros extremos (<28 semanas), que são justamente aqueles de maior risco de enterocolite necrosante (ECN). Embora alguns neonatologistas recomendem o uso rotineiro de probióticos em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTINs), outros manifestam alguma preocupação em relação à qualidade do produto e potenciais efeitos adversos. Na UTI Neonatal dos presentes, todos os recém-nascidos com ≤29 semanas de idade gestacional e/ou peso ao nascer ≤1.250g admitidas na UTI pediátrica receberam InfloranTM (um probiótico contendo cepas de Lactobacillus acidophilus e de Bifidobacterium longum subsp. infantis, ambos a ~ 109 ufc / cápsula), iniciando com 2-5 dias com a primeira alimentação e encerrando com 6 semanas de vida ou até a alta, o que ocorresse primeiro. Essa coorte foi comparada com uma história sem probióticos (2005-2007). Foram estudados 516 RN entre ≥semanas e <28 semanas (346 RN no grupo estudo e 170 NR grupo histórico). A ECN ocorreu significativamente mais (13,3%) no grupo do probiótico versos 5,8% no grupo histórico, mantendo essa diferença mesmo após controlar variáveis de confusão, ou seja aumentou 2,76 vezes! As taxas de ECN necessitando de tratamento cirúrgica foi maior no grupo do probiótico (aumentou 2,39 vezes)! No entanto, houve menos sepse de início tardio no grupo do probiótico (época em que um pacote de prevenção de infecção foi implementado). Outro estudo recente usando o probiótico Lactobacillus rhamnosus GG em RN mais maduros relataram aumento da ECN. Tendo em conta a vulnerabilidade especial desta população, é necessária uma avaliação cuidadosa dos riscos potenciais associada à administração de probióticos em bebês prematuros. São necessários e essenciais projetos rigorosos e recomendações para avaliar eficácia probiótica, particularmente em recém-nascidos de extrema baixa idade gestacional. No recente estudo de Costeloe et al, com 1315 RN entre 23-31 semanas, sem diferenças na ECN, morte e sepse de início tardio. Cuidado com as metanálises recentes: a validade da combinação de ensaios de diferentes probióticos para realizar metanálises deve ser questionado! Muito mais precisa ser aprendido sobre a flora intestinal e suas interações com o desenvolvimento do trato intestinal antes de podermos de forma rotineira manipular o ecossistema microbiano intestinal e após esses esclarecimentos, no futuro talvez venhamos usar probiótico, segundo Joseph Neu.