Categoria: Distúrbios Neurológicos

Live do Hospital Anchieta: O Cérebro do Recém-Nascido com Cardiopatia Congênita Crítica

Live do Hospital Anchieta: O Cérebro do Recém-Nascido com Cardiopatia Congênita Crítica

Paulo R. Margotto

Observamos que as lesões nesses recém-nascidos a termo cardíacos tinham imagens parecidas com a lesão da substância branca dos recém-nascidos prematuros.. O que vemos aqui é a ponta do iceberg, o topo, é um sinal de que há uma anomalia no desenvolvimento do cérebro (Donna Ferriero, 2019)

Caso Clínico: Síndrome de Aspiração Meconial/Encefalopatia Hipóxico-isquêmica

Caso Clínico: Síndrome de Aspiração Meconial/Encefalopatia Hipóxico-isquêmica

Apresentação:       Jamille Coutinho Alves

Coordenação:        Nathalia Bardal

Unidade de Neonatologia do HMIB/SES/DF

▪A presença de líquido amniótico tinto de mecônio é um sinal potencialmente sério de comprometimento fetal e está associado com aumento da mortalidade perinatal.

▪ Muitos autores acreditam que a causa da passagem de mecônio para o líquido amniótico (LA) seja devido à hipoxia que leva ao relaxamento do esfíncter anal.

▪ O comprometimento do bem estar fetal pode levar ao LA tinto de mecônio e este comprometimento pode ser devido à infecção, evidenciado pela corioamnionite. A infecção poderia aumentar a sensibilidade a hipóxia e poderia ser um fator contribuinte de sofrimento fetal durante o trabalho de parto.

Uso da ketamina para intubação traqueal em crianças criticamente doentes é associado com menor ocorrência de efeitos adversos hemodinâmicos

Uso da ketamina para intubação traqueal em crianças criticamente doentes é associado com menor ocorrência de efeitos adversos hemodinâmicos

  • Apresentação:Helena de Oliveira Melo (R3 UTI Pediátrica do HMIB). Coordenação: Alexandre Peixoto Serafim
  • . O uso de ketamina na indução de intubação orotraqueal em pacientes críticos está associada a menos eventos adversos hemodinâmicos em comparação com outros agentes de indução, tanto em crianças com ou sem hemodinâmica instável/ choque pré-existente. Nos complementos: E na Neonatologia: a neurotoxicidade é um sério efeito potencial da ketamina em populações vulneráveis, particularmente os pré-termos e as gestantes, agora, pela primeira vez evidenciada em células neuronais humanas! O uso rotineiro de ketamina para a analgesia nesta população de risco, principalmente para imediata analgesia devido à intubação eletiva de pré-termos na Sala de Parto, não está recomendado até que novos estudos demonstrando segurança da ketamina sejam conduzidos. O bloqueio dos receptores NMDA (é como age a ketamina) por somente poucas horas durante o período fetal tardio ou neonatal precoce pode iniciar uma ampla neurodegeneração apoptótica no cérebro
Asfixia Perinatal

Asfixia Perinatal

Apresentação: Pollyana Alves Gouveia Assunção

Coordenação: Carlos Alberto Zaconeta.

Asfixia perinatal é uma injuria sofrida pelo feto ou pelo recém-nascido (RN) devido à má oxigenação (hipoxia) e/ou má perfusão (isquemia) de múltiplos órgãos. Associa-se a acidose láctica e, na presença de hipoventilação, a hipercapnia. A asfixia pode ser o resultado do insulto crónico, subagudo ou agudo sofrido pelo feto.

Realizar um diagnóstico bem fundamentado de  asfixia confirmando ou refutando a etiologia perinatal  é de extrema importância para a família e para os profissionais, pois um diagnóstico apressado pode acarretar sofrimento familiar e, cada vez com maior frequência,  repercussões médico-legais tanto para obstetras como para neonatologistas.

Contudo, definir asfixia não é simples e isto faz com que seja difícil comparar todos os trabalhos clínicos existentes, uma vez que com freqüência, as definições utilizadas são diferentes. Vários estudos têm evidenciado que o escore de Apgar é insuficiente, como critério único, para o diagnóstico de asfixia perinatal.  Uns  dos critérios mais usados para caracterizar a presença de asfixia são os da Academia Americana de Pediatria que reserva o termo asfixia para pacientes que apresentam os seguintes fatores associados:

  1. Acidemia metabólica ou mista profunda (pH<7,0) em sangue arterial de cordão umbilical;
  2. escore de Apgar de 0-3 por mais de 5 minutos;
  3. manifestações neurológicas neonatais (ex: convulsões, coma ou hipotonia);
  4. Disfunção orgânica multisistêmica (ex:  sistemas cardiovascular, gastrintestinal, hematológico, pulmonar ou renal).

 

Artigo 5.345: Importância da avaliação e treinamento em USG de crânio para a avaliação do bebê prematuro

Artigo 5.345: Importância da avaliação e treinamento em USG de crânio para a avaliação do bebê prematuro

Paulo R. Margotto.

Live do Lançamento da Plataforma Educacional PBSF: INOVAR COM QUALIDADE EM NEONATOLOGIA (29 de julho de  2020).

A beleza do US craniano vai além do exame, pois ao seu lado há quem espera de você um diálogo franco que possa manter a construção de um futuro programado desde a concepção para aquele bebê. Tudo é em tempo real!

  • Devemos saber dialogar com os pais que esperam atentamente uma palavra que os orientem nesses difíceis momentos.
  • Os pais observam todos os nossos gestos ao realizar o exame.
  • Manter a calma e a serenidade são estratégias que aprendi ao longo desses mais de 30 anos que realizamos US cranianos.
  • Não devemos ficar calados e na surdez ao clamor, emitir friamente laudos (às vezes, remoto)

 

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL- Compartilhando imagens: Lesão cerebral no recém-nascido com cardiopatia congênita crítica (Atresia pulmonar com CIV + PCA + estenose aórtica)

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL- Compartilhando imagens: Lesão cerebral no recém-nascido com cardiopatia congênita crítica (Atresia pulmonar com CIV + PCA + estenose aórtica)

Paulo R. Margotto.

Caso Clínico

 

RN de 38 semanas, com restrição do crescimento intrauterino, parto cesáreo (5/3/2020), Apgar de 8/9. Ecocardiografia: Atresia pulmonar com CIV + PCA + estenose aórtica (iniciado Prostaglandina). Aos 28 dias vida: Blalock Taussig, com necessidade de drogas vasoativas no pós-operatório. Anasarca. 4 dias após: fechamento da caixa torácica. Na evolução: dois episódios de sepse com hemoculturas positivas e trombo cardíaco

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL- Compartilhando imagens: Encefalopatia hipóxico-isquêmica: encefalomalácia multicística /atrofia do tronco cerebral, córtex cerebral e corpo caloso

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL- Compartilhando imagens: Encefalopatia hipóxico-isquêmica: encefalomalácia multicística /atrofia do tronco cerebral, córtex cerebral e corpo caloso

Paulo R. Margotto.

RN de parto normal, 39 semanas + 5 das, 3780g, em apneia, ventilado com ambu a 100%, intubado na Sala de Parto, Apgar de 2/4/ e 6 no 10º minuto de vida. Ainda na Sala de Parto, tremores faciais e hipertonia de membros superiores. Hipoglicemia (26mg%). Recebeu fenobarbital e Hidantal. Submetido à hipotermia terapêutica. Apresentou hipertensão pulmonar (usado óxido nítrico inalatório), dobutamina, milrinona e Dormonid. Na evolução: sepse presumida, hemorragia pulmonar e insuficiência renal, com recuperação dessas comorbidades.

 

O Cérebro do Recém-Nascido com Cardiopatia Congênita Crítica (live do Instituto de Pesquisa em Neonatologia Paulo R. Margotto

O Cérebro do Recém-Nascido com Cardiopatia Congênita Crítica (live do Instituto de Pesquisa em Neonatologia Paulo R. Margotto

Paulo  R. Margotto

Live sobre O recém – nascido portador de cardiopatia congênita promovida sobre o Instituto de Pesquisa em Neonatologia Paulo  Margotto IPN-PRM), ocorrida em Brasília no dia 20 de junho de 2020

Em resumo:

1- diagnóstico pré-natal das cardiopatias congênitas críticas

            2 – nascimento em Centros Especializados (UTI Cardíaca)

            3 – estabilidade hemodinâmica e a oxigenação ideal para reduzir o ônus das lesões cerebrais no pré e pós-operatório (evitar hipotensão sistólica na admissão na UTI Cardíaca no pós-operatório, menor pressão diastólica e menor PaO2 nas primeiras 48 horas.        

            4 – estratégias para melhorar o fornecimento cerebral de oxigênio

             5 – cateter na veia jugular deve ser evitado nesta população (risco de trombose venosa cerebral). Se o fizer, no máximo 7 dias

             6 – monitorização eletroencefalográfica peri-operatória 24 horas por 3 dias, antes e após a cirurgia.

              7 – realização do índice de Resistência (IR) pelo ultrassom craniano no pós-operatório

              8 – ressonância magnética no pós-operatório

               9 – alopurinol e nitroprussiato de sódio apresentam potenciais efeitos neuroprotetores

              10-A neuroproteção não deve se concentrar apenas no período perioperatório, mas também no período perinatal, uma vez que lesão cerebral significativa já existe antes da cirurgia.

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL- Compartilhando imagens: Meningite Purulenta / Morte Encefálica

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL- Compartilhando imagens: Meningite Purulenta / Morte Encefálica

Caso Clínico:

Admitido a UTI Neonatal aos 29 das de vida (2/6/2020) em  posição opistótono, com rigidez de MMSS e MMII, fontanela abaulada e tensa, desconforto respiratório. Recebeu fenobarbital e hidantal e hemotransfusão (Htc de 18% e Hb 5g%).

Realizada US no dia 2/6 que mostrou dilatação biventricular (15 mm), incluindo o 3º Ventrículo, com presença de microdebris em ambos os ventrículos. Ao movimentar o crânio, em tempo real, parecia haver uma massa densa se locomovendo nos ventrículos, o que nos fez pensar num quadro de meningite (purulenta).

 

COVID-19 EM RECÉM-NASCIDOS E ASSISTÊNCIA RESPIRATÓRIA: EVIDÊNCIAS ATUAIS E ABORDAGEM PRÁTICA

COVID-19 EM RECÉM-NASCIDOS E ASSISTÊNCIA RESPIRATÓRIA: EVIDÊNCIAS ATUAIS E ABORDAGEM PRÁTICA

XXVII Encontro Internacional de Neonatologia da Santa Casa de São Paulo (Versão Inédita Online).

 Guilherme Sant´Anna (Canadá).

Realizado por Paulo R. Margotto.Neurossonografista das UTI Neonatais do Hospital Santa Lúcia, da Maternidade Brasília e Hospital Materno Infantil de Brasília.pmargotto@gmail.com. www.paulomargotto.com.br.

Entre os destaques: não há confirmação convincente de que haja transmissão vertical da COVID-19 no atual momento, a maior parte dos bebês não apresentam problema algum e a transmissão horizontal precoce é possível. Assim, o desconforto respiratório logo após o nascimento não é causado pela COVID-19 e sim pela prematuridade e outras morbidades. Talvez o problema maior seja nos Profissionais de Saúde que estão trabalhando dentro da UTI e os pais. Quanto à abordagem respiratória: seguir as normas do Programa de Reanimação, com pequenas modificações comentadas a seguir, minimizar a exposição do Profissional (menor número de pessoas na Sala de Parto), encaminhar o RN à UTI numa incubadora pelo caminho mais curto. Quanto à transmissão: ocorre por gotículas de ar que não tem capacidade de ficar flutuando no ar a longa distância (manter a distância entre 1-2 metros), contato com superfícies, aerossóis (vírus pode permanecer viável e contagioso em aerossóis por horas). Os adultos transmitem pela fala, tosse e respiração (no caso do RN, quando chora). Não se conhece a quantidade de vírus que contém essas partículas, porque a carga viral é diferente em cada paciente. O grande problema é quando produzimos aerossol através do procedimento ventilação mecânica, ventilação não invasiva, aspiração oral, nasal e traqueal, cânula de alto fluxo, ambú e máscara. No entanto, esses procedimentos são pobres na produção de aerossóis e os modelos matemáticos demonstram que a chance do Profissional de Saúde pegar a infecção por aerossol é muito baixa. Os Profissionais de Saúde que usaram máscaras cirúrgicas ficaram tão protegidos quando a N95. Não há um quadro típico de SARS-COV-2 em RN. Revisão sistemática de ventilação manual, antes ou depois da intubação, não foi associada a um aumento do risco de transmissão viral. Já a intubação traqueal aumenta 3 vezes mais a chance de adquirir a infecção (essa deve ser realizada pelo colega de maior experiência nesse momento de pandemia) A dispersão  do ar em procedimentos geradores de aerossol no RN de 3Kg, em relação a do adulto, é 23 vezes menor (ao redor de 2 cm!). Assim  a idéia de não querer usar a ventilação com ambú e máscara para evitar a produção de aerossol, não é uma idéia correta, pois, como vimos a dispersão é pequena em adulto e muito menor ainda em recém-nascidos (é importante evitar escape pela máscara! Com operador inexperiente, o escape pode ocorrer em até 40%). Devem ser usados os filtros hidrofóbicos bacterianos/virais na parte expiratória do sistema (não colocar entre o ambú e o paciente, pelo risco do aumento do espaço morte e aumento do CO2, principalmente em bebês <1000g). Em CPAP selo d´agua colocar o filtro antes do ar entrar na água para não espalhar no ar!Lembrar que esses bebês não nascem com coronavirus. A transmissão vertical  é muito rara. Quanto à aspiração, revisão sistemática mostrou que a aspiração de secreção não se associou ao aumento do risco de transmissão.  Existe alguma evidência que se for entubar por estar próximo ao doente, fazer a aspiração de forma contínua. Sempre aspirar o tubo em um sistema fechado.Não há nenhuma evidência que haja novos modos de ventilação para os pacientes positivos ou suspeitos que possa diminuir a produção de aerossóis e melhorar o prognóstico do paciente. É bom você lembrar que o bebê é seu amigo, você é o maior inimigo dele