Categoria: Distúrbios Respiratórios

A experiência de amamentação em crianças com hérnia diafragmática congênita ou atresia de esôfago

A experiência de amamentação em crianças com hérnia diafragmática congênita ou atresia de esôfago

The experience of breastfeeding infants affected by congenital diaphragmatic hernia or esophageal atresia.Salvatori G, Foligno S, Massoud M, Piersigilli F, Bagolan P, Dotta A.Ital J Pediatr. 2018 Jul 3;44(1):75. doi: 10.1186/s13052-018-0509-6.PMID: 29970173.Free PMC Article.Similar articles. Artigo Livre!

Apresentação: Letícia Rodrigues de Moraes,R4 em Neonatologia do HMIB/SES/DF. Coordenação: Carlos Alberto Zaconeta.

A porcentagem de aleitamento materno exclusivo e complementar para crianças operadas para  atresia de esôfago (EA) e  hérnia diafragmática congênita (CDH) é baixa tanto durante a internação quanto após a alta hospitalar.  Estas taxas permanecem baixas após três meses de vida. Crianças com EA são amamentadas em menor frequência em comparação com aqueles com CDH.As principais barreiras à amamentação provavelmente estão relacionadas à cirurgia e ao curso perioperatório. Esse estudo mostra que é necessário melhorar as taxas de amamentação em recém-nascidos submetidos a cirurgia para CDH e EA já durante a hospitalização.

  • Um benefício adicional poderia ser alcançado, acompanhando também a expansão da “iniciativa hospital amigo da criança, dez passos” criado pela OMS para as UTINs [11, 12, 21], onde os bebês são hospitalizados após a cirurgia.
  • Aconselhamento pré-natal adequado, uma sala dedicada para ordenha da mama, método canguru, treinamento de enfermeiros e médicos e supervisão de consultores de lactação com certificação internacional  deveriam ser considerados padrões para os hospitais. Os autores também acreditam que seria útil apoiar a amamentação após a alta, seja com visitas clínicas e por meio de chamadas telefônicas.
Óxido nítrico no tratamento de prematuros com SDR grave e hipertensão pulmonar

Óxido nítrico no tratamento de prematuros com SDR grave e hipertensão pulmonar

Nitric oxide for the treatment of preterm infants with severe RDS and pulmonary hypertension.

Dani C, Corsini I, Cangemi J, Vangi V, Pratesi S.Pediatr Pulmonol. 2017 Nov;52(11):1461-1468. doi: 10.1002/ppul.23843.PMID: 29058384.Similar articles

Apresentação:

Milena Pires R3 Neonatologia/HMIB/SES/DF

Coordenação: Dra Adriana Kawaguchi

A Síndrome do Desconforto Respiratório-doença da membrana hialina (SDR) pode ser agravada pelo desenvolvimento concomitante de shunt extrapulmonar direita para a esquerda devido à hipertensão pulmonar (HP) ou shunt intrapulmonar devido a alterações na relação ventilação-perfusão. Nessa situação o óxido nítrico inalatório (NOi) pode melhorar a oxigenação pelo seu efeito vasodilatador, com diminuição da resistência vascular pulmonar. O estudo foi realizado em um único Centro em RN<30 semanas ou peso ao nascer <1250g, grave na primeira semana de vida, compreendendo 42 RN (28 com HP e 14 sem HP). O ecocardiograma foi realizado entre 12-24 horas. Foram considerados os responsivos ao tratamento com NOi quando apresentavam uma diminuição na FiO2 maior que 30% em 6 horas. Os bebês que responderam foram os que apresentaram maior peso ao nascer, maior FIO2 basal, maior IO (índice de oxigenação) e menor relação Saturação de O2/FiO2. Além disso, 90% dos lactentes que responderam ao NOi apresentavam HP em comparação com 48% dos RN sem HP que não responderam.  A regressão logística multivariada demonstrou que A análise de regressão logística multivariada  FiO2>65%, peso ao nascer>750g e a presença de HP associaram-se independentemente à resposta ao NOi. Nesse estudo a HP ocorreu em 67% dos pacientes com SDR grave. Assim, os autores acreditam  que a terapia com NOi não pode ser recomendada para o tratamento rotineiro de insuficiência respiratória em neonatos prematuros, mas o “uso clínico nessa população deve ser deixado a critério clínico”, para o qual o diagnóstico de HP deve ser considerado.

Nos complementos (links) trouxemos uma revisão seletiva sobe 1) o papel do NOi na prevenção da displasia broncopulmonar-DBP (o NOi não reduz a taxa de DBP em prematuros, independentemente da precocidade da gravidade da doença respiratória) 2) displasia broncopulmonar associada à hipertensão pulmonar (DBP-HP) cuja incidência  varia entre de 8% a 42% (a HP  no 7º dia de vida e a tardia, com 36 semanas pós-menstrual). Quanto à etiologia da HP na DBP provavelmente se deva à lesão precoce no desenvolvimento pulmonar, com  piora da alveolarização e a angiogênese e evidências indicam que o prematuro extremo produz um atraso no desenvolvimento dos vasos pulmonares. A exposição a altas concentrações de oxigênio leva a remodelação e parada do desenvolvimento de pequenos vasos pulmonares, produzindo disfunção vascular e hipertensão pulmonar. Entre os fatores de risco se destacam o sexo masculino, menores idades gestacionais  e peso ao nascer, além de pequeno para a idade gestacional, FiO2>30% aos 10 dias de vida. A ausência de HP aos 7 dias de vida associou-se a um risco muito baixo de HP tardia associada à DBP. Essa é a razão pela qual se especula a realização de ecocadiogramas precoces em prematuros de alto risco para DBP e HP tardia para futuros estudos preventivos e terapêuticos. Maiores valores do CRIB (Índice de Risco Clínico para Bebês) associaram-se significativamente com a maior ocorrência de  DBP-HP e níveis de saturação entre 90-95% versos 88-92%, com menor incidência de DBP-HP na 36ª semana de idade  gestacional pós-menstrual. No tratamento se destaca o uso do sildenafil, bloqueador da fosfodiesterase 5 (pode ter benefício na angiogênese!), mostrando seguro, com benefícios hemodinâmicos e diminuição da mortalidade, apesar de necessitar de mais estudos. Cautela com a ocorrência de hipotensão arterial!Usamos o sildenafil nas doses de 0,5mg/Kg/dose de 8/8 horas, aumentando para 1-2mg/kg/dose de 4/4 horas. Quanto ao NOi, segundo Belik, a nova tendência a dar o óxido nítrico inalatório para prematuros com displasia broncopulmonar  é uma tentativa de evitar esse bloqueio ou inibição do processo de angiogênese;  o óxido nítrico é um estimulador da angiogênese. Então a lógica de dar óxido nítrico por tempo prolongado nessas crianças não é com a finalidade de se obter a vasodilatação, mas sim promover a angiogênese. Encerramos discutindo a importância da ecocardiografia para o uso racional das drogas vasoativas na hipertensão pulmonar neonatal.

Variações no alvo de saturação de oxigênio e Triagem da retinopatia da prematuridade ,Retinopatia da Prematuridade e Critérios de tratamento Na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal: uma pesquisa internacional

Variações no alvo de saturação de oxigênio e Triagem da retinopatia da prematuridade ,Retinopatia da Prematuridade e Critérios de tratamento Na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal: uma pesquisa internacional

Variations in Oxygen Saturation Targeting, and Retinopathy of Prematurity Screening and Treatment Criteria in Neonatal Intensive Care Units: An International Survey.Darlow BA, Vento M, Beltempo M, Lehtonen L, Håkansson S, Reichman B, Helenius K, Sjörs G, Sigali E, Lee S, Noguchi A, Morisaki N, Kusuda S, Bassler D, San Feliciano L, Adams M, Isayama T, Shah PS, Lui K; on behalf of the International Network for Evaluating Outcomes (iNeo) of Neonates.Neonatology. 2018;114(4):323-331. doi: 10.1159/000490372. Epub 2018 Aug 8.PMID: 30089298.Similar articles.

Apresentação: Bárbara Valadão Junqueira, Eduarda Vidal Rollenberg  e Tayane Oliveira Pires. Coordenação:Paulo R. Margotto.

  • A incidência de retinopatia da prematuridade-retinopaty of prematurity (ROP) no recém-nascidos (RN) entre 24-27 semanas, varia em diferentes Centros Neonatais (4,4 a 30,4%). Diferentes práticas de cuidados  e critérios de tratamento estão entre os possíveis fatores contribuintes nessas variáveis observadas. No entanto recentes publicações  sobre os alvos de saturação de oxigênio (SpO2) em prematuros tem feito com que muitos Centros tenham revisto e mudado seus alvo alvos. Na identificação de possíveis fatores contribuintes para a  variação observada nas taxas de ROP graves e tratadas, os pesquisadores analisaram os dados do Centro Internacional para Avaliação de Resultados em Neonatos (iNeo), com participação de 390 Centros de 11 países. Foram especificamente avaliada a saturação limite de oxigênio e qualquer mudança recente, o critério para rastreamento da ROP, os exames iniciais de retina, o uso de fotografias digitais e os critérios de tratamento. Os autores identificaram  uma variação considerável nas metas de SpO2, tanto dentro das Redes quanto entre os países, apesar das recentes mudanças feitas por muitas UTI Neonatais para adotar metas mais altas de SpO2, com o limite superior mais frequentemente estabelecido em 94-95%, e o limite inferior em 90%, além de uma tendência a reduzir os alvos de SpO2. Há também  considerável variação nos critérios para a  triagem  e tratamento para retinopatia da prematuridade dentro das Redes como entre os países.  Em 2015, em comparação com o estudo anterior, menos UTI Neonatais definiram seus alvos como > 95% ou < 85%. Pesquisas colaborativas em andamento são necessárias para identificar e monitorar os efeitos das mudanças nas práticas neonatais e otimizar os resultados para bebês muito prematuros. Nos links uma trajetória de 13 anos sobre esse importante tema na UTI Neonatal: do estudo SUPPORT, cuidados devem ser tomados quanto aos alvos de saturação de oxigênio, uma vez que os baixos níveis podem levar ao aumento da mortalidade (aumento de 1 morte para cada 2 casos de retinopatia severa evitados no grupo com menores alvos de saturação de oxigênio.
  • Segundo Bancalari, a saturação do oxímetro de pulso está nos fornecendo valores que variam 2-3% acima da saturação verdadeira medida pela gasometria arterial. Não há uma resposta clara do porque deste erro, entretanto é mais uma razão para evitarmos saturações muito baixas, pois a saturação do oxímetro pode estar  superestimando a saturação verdadeira, podendo ser que a PaO2 deste RN seja muito mais baixa  que ele esteja tendo e muito baixo do que realmente pensamos estar numa faixa de conforto par este bebê. RN em uso de dopamina, a SpO2 é maior que a Saturação de O2 pela gasometria! Segundo Sola, temos que evitar a HIPEROXEMIA (a causa dessa somos nós mesmos e assim, esse problema está em nossas mãos!). Altos níveis de oxigênio associam-se a severas morbidades, como displasia broncopulmonar,  deficiente crescimento, déficits visuais, paralisia cerebral, desabilidades neurossensoriais e cognitivas, deficiências comportamentais e educacionais, além do aumento do risco de câncer na infância (RR: 2,87;IC a 95%: IC 95% 1.46- 5.66). Segundo Sausgtad, restringir a suplementação de oxigênio na esperança de reduzir a morbidade não tem nenhum benefício importante e tem um risco de mortalidade inaceitável. A mortalidade e enterocolite necrosante (NEC) são significativamente maiores em pacientes com baixa saturação (risco relativo, RR 1,16 e 1,24, respectivamente), enquanto a retinopatia da prematuridade (ROP) é ​​reduzida (RR 0,74), felizmente sem alteração taxa de cegueira.  O “dilema do oxigênio” nos  bebês imaturos não está ainda resolvido, mas parece razoável priorizar a sobrevivência e menos enterocolite necrosante e retinopatia da prematuridade, que muitas vezes é tratável. Portanto, as metas de saturação devem ter como meta 90-94 / 95%. Limites de alarme deve ser apertado, por exemplo 89 e 95%. Bebês com restrição do crescimento intrauterino bebês devem ser mantidos com níveis elevados  dentro desta faixa, tentando evitar flutuações especialmente durante os primeiros 3 dias de vida. Metanálise recente de Askie mostrou que a menor faixa alvo de SpO2 foi associada a um maior risco de morte e enterocolite necrosante, mas um menor risco de tratamento de retinopatia da prematuridade. Entre nós em outubro de 2018, o Dr. Guilherme Sant`Anna (Canada) trouxe-nos a ideia do PROJETO COALA (Controlando Oxigênio Alvo Ativamente),  com alarmes entre 89% e 95%,devendo ser colocado em cada monitor da Unidade. Segundo Sola, o oxigênio é a droga mais usada na Neonatologia, por isto que é difícil modificar os hábitos. A questão é descobrir os erros e não a verdade (Karl Popper). A verdade é mutável. Temos sempre que descobrir os erros na nossa Unidade de Neonatologia e à luz das evidências, corrigí-los diuturnamente.
Óxido Nítrico Inalatório como terapia de resgate em RN prematuro com hipertensão pulmonar severa: relato de caso

Óxido Nítrico Inalatório como terapia de resgate em RN prematuro com hipertensão pulmonar severa: relato de caso

Inhaled nitric oxide as a rescue therapy in a preterm neonate with severe pulmonary hypertension: a case report.Busè M, Graziano F, Lunetta F, Sulliotti G, Du Ca V.Ital. J Pediatra. 2018 Mas 15;44(1):55. dói: 10.1186/s13052-018-0494-9.PMID: 29764471. Frei PMC Article.Similar articules. Artigo Livre.

Apresentação:Maria Eduarda Canellas de Castro/ Coordenação: Adriana Fernandes Kawaguchi.

Os autores descreveram um caso de um recém-nascido pré-termo, nascido com 30 semanas + 1 dia de idade gestacional, com hipertensão pulmonar grave tratada com óxido nítrico inalatório (NOi) por 50 horas sendo extubada em 60 horas. Os autores desse estudo não excluem a possibilidade do ibuprofeno usado no fechamento do canal arterial ter sido a causa da hipertensão pulmonar! O papel do NOi nos pré-termos não está bem claro, no entanto estudos mostraram ser eficaz como terapia de resgate em situações de hipertensão pulmonar grave. Parece que a resposta ao NOi melhora significativamente com o aumento da idade gestacional: neonatos nascidos ≥29 semanas apresentam uma resposta significativamente maior em comparação aos neonatos <29 semanas. Essa terapia não deve ser usada de forma rotineira e quando o fizer, com cautela. Dani C et al sugerem que em uma situação com FiO2 >0,65, com diagnóstico ecocardiográfico da hipertensão pulmonar e o peso ao nascer >750 grama,s independentemente predizem um efeito benéfico do NOi em bebês muito prematuros com doença da membrana hialina. o  NOi Consensus Statement, de 2011 e o 2014 report from American Academy of Pediatrics recomendam o não uso do NOi para esta população (não reduz a mortalidade e nem a morbidade). O uso do NOi off-label (em prematuros) em 2013 nos EUA gerou um custo em torno de 19 milhões de dólares! A hipertensão pulmonar  do pré-termo geralmente é secundária à patologia pulmonar parenquimatosa,explicando o impacto limitado do NOi nestes pacientes. No entanto, existem alguns grupos de prematuros em que a hipertensão pulmonar grave é quase universal, particularmente nos nascidos após prolongado oligohidrâmnio (estes podem responde agudamente ao NOi).Como racionalizar o uso do NOi? Definir os subgrupos de prematuros em que o uso de NOi é mais eficaz  (>=29 semanas) e implementar o Ecocardiograma funcional (esse fornece um diagnóstico definitivo: identifica o RN que tem a hipertensão pulmonar como patologia predominante e que, por isso, mais se beneficia do uso de NOi). Ziegler DS et al relataram aumento significativo  do risco de câncer infantil (4meses-5 anos) com o uso do NOi (8,6 vezes mais). Os resultados do estudo de Manja V (2018) avaliando a tomada de decisões dos Neonatologistas em relação ao uso do NOi nos pré-termos demonstram uma tensão entre evidência e terapia baseada na fisiopatologia.

HIPERTENSÃO PULMONAR NO RECÉM-NASCIDO

HIPERTENSÃO PULMONAR NO RECÉM-NASCIDO

Paul R. Margotto

(Capitulo do Livro Assistência ao Recém-Nascido de Risco, 4a Edição, 2019, em preparação)

Hipertensão Pulmonar Persistente (HPP) é um sério distúrbio cardiovascular no RN e  caracteriza-se pela ausência da diminuição fisiológica da pressão da artéria pulmonar ao nascimento e prolongada exposição do ventrículo direito (VD) a alta pós carga, com conseqüente manutenção de um shunt D-E pelo canal arterial e pelo foramen ovale, provocando hipoxemia refratária a oxigenioterapia.

A grande maioria dos casos é secundária a alta resistência vascular pulmonar (RVP). Nos recém-nascidos, a HPP é quase sempre secundária à desrregulação da RVP.

O VD desempenha um papel essencial no suporte do fluxo sanguíneo pulmonar durante a transição neonatal normal. A capacidade do  ventrículo direito para manter ou aumentar seu desempenho no cenário de configuração de HPP, onde há falha no declínio  pós-natal normal da resistência vascular pulmonar (RVP), é um importante componente da resposta adaptativa. Muita atenção deverá ser dada à performance do VD na terapêutica

A pressão na artéria pulmonar do feto está em torno de 60-80 mmHg caindo para 18-20mmHg (começa a cair a partir da 6ª a 8ª hora de via) ao final do 1º dia de vida e continua caindo por um certo período de tempo. No RN com HPP, a pressão na artéria pulmonar está ao redor de 70-80mmHg, superior a pressão sistêmica, que está ao redor de 50-55mmHg.

Acredita-se que um em cada 500-1.500 nativivos desenvolve HPP e 1 a 4% das admissões na UTI neonatal tem a HPP como diagnóstico principal.

ASSISTÊNCIA RESPIRATÓRIA AO RECÉM-NASCIDO- 2021

ASSISTÊNCIA RESPIRATÓRIA AO RECÉM-NASCIDO- 2021

Paulo R. Margotto, Fabiana Pontes, Renata Araripe, Diogo Pedroso, Adriana Kawaguchi, Maria Eduarda Canellas de Castro,  Jefferson Guimarães de Resende

(Capítulo do Livro Assistência ao Recém-Nascido de Risco, 4a Edição, 2021)

Segundo Sant´Anna G e Keszler M, a ventilação mecânica é uma intervenção médica complexa, intensiva em recursos, associada à alta morbidade. Existe uma prática considerável de variação de estilo na maioria dos hospitais e não é apenas confusa para os pais, mas a falta de um padrão consistentemente alto de ventilação ideal priva algumas crianças dos benefícios dos cuidados de ponta.

Desenvolver um protocolo de Unidade para ventilação mecânica requer pesquisa exaustiva, inclusão de todas as partes interessadas, desenvolvimento cuidadoso do protocolo e implementação cuidadosa após um processo educacional completo, seguido de monitoramento.

Um protocolo para suporte respiratório deve ser abrangente, abordando o suporte respiratório na Sala de Parto, o uso de suporte não invasivo, critérios de intubação, administração de surfactante, modos e configurações específicos de ventilação, critérios para terapia escalonada, protocolos de desmame, critérios de extubação e manejo da extubação

Evidências favorecem o uso de suporte não invasivo como tratamento de primeira linha, progredindo para ventilação de suporte de pressão / controle ou pressão combinada com garantia de volume, se necessário, e ventilação de alta frequência apenas para indicações específicas. A estratégia do pulmão aberto é crucial para a ventilação protetora do pulmão.

Esta iniciativa requer um comprometimento considerável de tempo e dedicação, mas irá reduzir variações desnecessárias, eliminar condutas ultrapassadas, e beneficiar pacientes, pais e o pessoal em treinamento.

UTI PEDIÁTRICA:Frequência de dessaturação e associação com eventos hemodinâmicos adversos durante a intubação traqueal na UTI Pediátrica

UTI PEDIÁTRICA:Frequência de dessaturação e associação com eventos hemodinâmicos adversos durante a intubação traqueal na UTI Pediátrica

Frequency of Desaturation and Association With Hemodynamic Adverse Events During Tracheal Intubations in PICUs.

Li S, Hsieh TC, Rehder KJ, Nett S, Kamat P, Napolitano N, Turner DA, Adu-Darko M, Jarvis JD, Krawiec C, Derbyshire AT, Meyer K, Giuliano JS Jr, Tala J, Tarquinio K, Ruppe MD, Sanders RC Jr, Pinto M, Howell JD, Parker MM, Nuthall G, Shepherd M, Emeriaud G, Nagai Y, Saito O, Lee JH, Simon DW, Orioles A, Walson K, Vanderford P, Shenoi A, Lee A, Bird GL, Miksa M, Graciano AL, Bain J, Skippen PW, Polikoff LA, Nadkarni V, Nishisaki A; for National Emergency Airway Registry for Children (NEAR4KIDS) and Pediatric Acute Lung Injury and Sepsis Investigators (PALISI) Network.Pediatr Crit Care Med. 2018 Jan;19(1):e41-e50. doi: 10.1097/PCC.0000000000001384. PMID: 29210925.Similar articles.Apresentação: Juliana Acyole de Oliveira, R4 UTIP HMIB. Coordenação: Alexandre P. Serafim.

Em um total de 5498 intubações traqueais (IT) em 31 UTI Pediátricas (29 instituições), a dessaturação moderada (SatO2<80%) ocorreu em 19,3% e a grave (SatO2<70% em 12,9% . A menor idade, insuficiência respiratória como indicação para IT, e uso de vagolíticos ou cetamina foram associados com maior ocorrência de dessaturação moderada e grave, assim como o número de tentativas de IT. Houve uma associação significativa e independente entre dessaturações moderada e  grave com  repercussões  hemodinâmicas. Estudo  de um único Centro demonstrou redução substancial na dessaturação de 14% a 2% com a utilização de sonda nasal de alto fluxo a durante a porção apneica do procedimento IT (especula-se que a oxigenação apneica pode ser mais eficaz em lactentes e populações pediátricas, dado que a reserva de oxigênio é normalmente muito menor). A dessaturação durante a IT na UTI Pediátrica é comum, ocorrendo em aproximadamente uma de cada cinco tentativas de intubação. Entre nós, Laura Haydée S Teixeira analisou-se o cenário das intubações traqueais na UTI  Pediátrica do HMIB  no período de dezembro de 2016 a dezembro de 2017:a taxa de ocorrência de eventos adversos foi de 36%, sendo 8,6% eventos severos. Dessaturação menor ou igual a 80% foi o evento adverso mais frequente (18,9%), seguido de intubação esofágica com reconhecimento imediato (6,8%). Na Neonatologia, o número de tentativas de intubação associou-se significativamente com a maior ocorrência de hemorragia intraventricular. Sugere-se que esses bebês sejam  inicialmente intubadas por operadores experientes e que pré-medicações, quando possível,  sejam usadas para aumentar a chance de sucesso

Revisão sistemática rápida mostra que o uso de cânula nasal de alto fluxo é inferior a pressão positiva contínua nas vias aéreas como suporte de primeira linha em neonatos prematuros

Revisão sistemática rápida mostra que o uso de cânula nasal de alto fluxo é inferior a pressão positiva contínua nas vias aéreas como suporte de primeira linha em neonatos prematuros

Rapid systematic review shows that using a high-flow nasal cannula is inferior to nasal continuous positive airway pressure as first-line support in preterm neonates.Conte F, Orfeo L, Gizzi C, Massenzi L, Fasola S.Acta Paediatr. 2018 Oct;107(10):1684-1696. doi: 10.1111/apa.14396. Epub 2018 Jun 1. Review.PMID: 29751368.Similar articles.Apresentação: Ana Júlia Furtado, Paulo Renato Miranda, Raphael Andrade.Coordenação: Paulo R. Margotto

Na metanálise de 6 estudos englobando 1227 RN<37 semanas o tratamento com Cânula Nasal  (CNAF) resultou em uma taxa significativamente mais alta de falha do tratamento do que  CPAPn, no entanto com menores taxas de lesões nasais com a CNAF e sem diferença nas taxas de displasia broncopulmonar entre os grupos. Um estudo comparou CNAF com NIPPV sincronizada, sem diferenças quanto às taxas de falha de tratamento, intubação e displasia broncopulmonar. Estes dados estão em contraste com aqueles obtidos a partir de metanálises de CNAF iniciadas após a extubação, que demonstraram consistentemente que a eficácia é semelhante CPAPn. A maior taxa de falha do tratamento entre bebês recebem CNAF como suporte primário pode refletir sua eficácia reduzida em neonatos com pulmões deficientes em surfactante. A CNAF pode oferecer uma pressão de distensão menos consistente e um pouco menor do que a CPAPN. Uma proporção significativa de crianças que falharam na CNAF não precisou de intubação após o cruzamento para CPAPn  ou NIPP. São sugeridas pesquisas futuras comparando CNAF com CPAPn em recém-nascidos muito prematuros e extremamente prematuros em um cenário semelhante, ou seja, a administração precoce de surfactante via administração de surfactantes menos invasivos (LISA-Less invasive surfactant administration) ou (INSURE-intubação-surfactante-extuvação) seguida pela alocação de pacientes para CNAF ou CPAPn.  Segundo Peter Davis, da Austrália, escolha a CNAF se você tiver (mais confortável, faz com que os enfermeiros e pais fiquem felizes), mas tenha CPAPn de prontidão, pois os bebês que falharem na CNAF PODEM SER RESGATADOS com o uso de CPAPn. Quanto à bronquiolite viral aguda (BVA):  recente estudo de Pouyau R et al em crianças  de 6 meses de idade com moderada a grave BVA mostrou que CPAPn pode ser mais eficiente do que a CNAF (essa mostrou significativa falha após 6 horas) para suporte respiratório inicial em jovens lactentes hospitalizados em uma UTI Pediátrica de moderada a grave bronquiolite viral aguda. Tal como no estudo em neonatos abordado anteriormente, os bebês que falharam na CNAF foram tratados com sucesso com CPAPn (2/3). E o barulho?De acordo com o dispositivo usada na CNAF os decibéis (dB) podem chegar até 91,4 dB e a Academia Americana de Pediatria recomenda <45dB! (CPAPn:73,9-77,4 Db).