Categoria: Infecções Bacterianas e Fúngicas

Antibióticos na primeira semana de vida foram associados com asma atópica aos 12 anos de idade

Antibióticos na primeira semana de vida foram associados com asma atópica aos 12 anos de idade

Antibiotics in the first week of life were associated with atopic asthma at 12 years of age.
Strömberg Celind F, Wennergren G, Vasileiadou S, Alm B, Goksör E.
Acta Paediatr. 2018 Mar 25. doi: 10.1111/apa.14332. [Epub ahead of print]
PMID: 29577417.Similar articles  Suécia.

Apresentação: Camila Prudente, Heloisa Shiratori, Melissa Baqueiro.Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília-6ª Série-Neonatologia.Coordenação: Paulo R Margotto.

´O sistema imune em desenvolvimento interage e é afetado pela microbiota gastrointestinal, que quanto mais diversificada tem sido associada a menores riscos de alergias e asma. A alteração da microbiota, principalmente durante um período de vida vulnerável, como o uso de antibiótico, pode afetar o desenvolvimento do sistema imunológico, alterando o risco de asma e alergia. A indicação mais comum de tratamento com antibióticos para recém-nascidos internados na enfermaria neonatal é suspeita de sepse, que muita vezes ultrapassa a 5 vidas (50% recebem antibióticos sem bacteremia comprovada!). Estes autores suecos evidenciaram que o tratamento com antibióticos durante a 1ª semana de vida foi um fator de risco independente para asma atópica (alérgica), mas não para asma não atópica aos 12 anos de idade (odds ratio ajustada, ou seja, corrigida para fatores de confundimento foi de 2,2 (1,2 – 4,2). Este achado sugere que asma atópica esteja associada à modulação imunológica em uma idade muito precoce. Interessante que nascer pequeno para a idade gestacional (PIG) aumentou significativamente o risco de asma  não atópica (odds ratio de 3,8 com IC a95% de 1,1-13,7) e a amamentação aos 4 meses diminuiu significativamente o risco de asma não tópica (odds ratio de 0,5  com IC a 95% de 0,3-0,95).Antibióticos podem afetar a flora intestinal e, nesse sentido, afetar a maturação do sistema imune e atrapalhar o desenvolvimento da tolerância imunológica. Nos links trouxemos mais evidências:o antibiótico neonatal aumentou o risco de chiado no peito tanto em termo como pré-termo (odds ratio  para 33 semanas foi de  2.9 (95% IC: 1.8–4.7), e para os RN de 37 semanas foi  2.9 (95% IC: 1.7– 4.9), com influência na flora intestinal com 1 mês de idade, predispondo ao eczema e chiado no peito aos 2 anos de idade. O cross-talk “conversa trocada” entre o intestino e o pulmão ocorre em vários níveis, incluindo respostas imunes mediadas por mucosas comuns ambos os tratos gastrintestinal e pulmonar , segundo Aaron Hamvas, por ocasião da sua Conferência na Suécia em 2015. O estudo INCA (INtestinal microbiota Composition after Antibiotic treatment in early life – Composição da microbiota intestinal após o tratamento com antibiótico precoce na vida), de 2018,  mostrou que o uso de 7 dias de antibiótico na primeira semana de vida  aumento significativo aumento de sibilância  e cólica no primeiro ano e fornece uma justificativa para a interrupção precoce de antibióticos em recém-nascidos sem infecção provada ou provável. Quanto  aos efeitos a curto prazo, é o aumento significativo da enterocolite necrosante, uma tragédia neonatal( patologia devastadora e prevenível) com antibioticoterapia empírica prolongada (altera o desenvolvimento fisiológico e imunológico intestinal; prejudica importantes eventos de transição necessários para a homeostase intestinal), além do aumento de infecção por Candida (quando a incidência está acima de 10% torna-se necessária a revisão das políticas do uso de antibiótico na sua Unidade,principalmente o uso empírico!)  Portanto as evidências estão aí, tanto em animais como em humanos, mostrando que existe uma janela crítica precoce na qual os efeitos da disbiose intestinal mais influenciam no desenvolvimento imune e que tenhamos em mente estes conhecimentos para que possamos usar mais racionalmente os antibióticos no período neonatal. Tratamos de pessoas com potencial de vida de 80-90 anos.

ABORDAGEM DO RECÉM-NASCIDO FEBRIL-2019

ABORDAGEM DO RECÉM-NASCIDO FEBRIL-2019

Carlos Moreno Zaconeta , Paulo R. Margotto

Capítulo do livro Assistência ao Recém-Nascido de Risco 4ª Edição, 2019, em Preparação

  • A definição de RN febril é uma criança com menos de 30 dias de vida e temperatura retal ³ a 38ºC.
  • A diferença do lactente e pré-escolar, onde um episódio febril é, na maioria das vezes sinal de um processo benigno, a febre no RN indica prioridade na elucidação diagnóstica e a conduta jamais deve limitar-se ao tratamento sintomático da mesma.
  • Perante um RN que foi de alta saudável e que retorna com febre no ambulatório ou na emergência, o pediatra deve orientar o seu raciocínio para responder às seguintes perguntas:
  • É um caso de febre por baixa ingesta de leite?
  • O paciente tem uma infecção bacteriana?
  • O RN tem uma pneumonia viral/bronquiolite?
  • Trata-se de um caso de infecção por Herpes vírus?
  • É um RN com cardiopatia congênita?
  • Como cada uma destas entidades demandaria por si mesma um capítulo à parte, abordaremos a seguir cada uma delas de forma sucinta.
Voriconazol em Recém-Nascidos

Voriconazol em Recém-Nascidos

Vikas Kohli, Vikas Taneja, Poonam Sachdev, Raja Joshi*.
From Apollo Center for Advanced Pediatrics, Pediatric Cardiology and *Cardiac Surgery Unit, Indraprastha Apollo Hospital, New Delhi 110 044, India
Indian Pediatrics 2008;45:236-238 

Apresentação: Carolina Percília Lucena de Oliveira. 
Coordenação: Paulo R. Margotto

Aspergilose cutânea severa refratária a anfotericina B e o sucesso no tratamento com voriconazol em dois lactentes prematuros com extremo baixo peso

Aspergilose cutânea severa refratária a anfotericina B e o sucesso no tratamento com voriconazol em dois lactentes prematuros com extremo baixo peso

K Frankenbusch1, F Eifinger1, A Kribs1, J Rengelshauseu2 and B Roth1.
1Department of Per¨inatology, University Hospital of Cologne, Cologne, Germany and 2Department of Internal Medicine VI, Clinical Pharmacology and pharmacoepidemiology, University of Heidelberg, Bergheimer, Heidelberg, Germany.
J Perinatol2006;26:511-514.

Apresentação: Bruno Alves Rodrigues. 
Coordenação: Paulo R. Margotto. 
Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS)/SES/DF

Efeito da suplementação de vitamina D, direta ou via leite materno para lactentes à termo, na 25-hidroxivitamina D sérica , bioquímica associada e predisposição à infecção: estudo clínico randomizado controlado com placebo

Efeito da suplementação de vitamina D, direta ou via leite materno para lactentes à termo, na 25-hidroxivitamina D sérica , bioquímica associada e predisposição à infecção: estudo clínico randomizado controlado com placebo

Chandy DD, Kare J, Singh SN, Agarwal A, Das V, Singh U, Ramesh V, Bhatia V.
Br J Nutr. 2016 Jul. doi: 10.1017/S0007114516001756. [Epub 2016 May 17]. Lucknow, India.

Apresentação: Iara Cristina Arruda do Vale, Monique Almeida Vaz, Nathália Telles da Costa. 
Internato de Neonatologia – 6ª Série- HMIB/SES/DF. 
Coordenação: Paulo R Margotto. 
Faculdade de Medicina da Universidade Católica de Brasília

Efeito da suplementação de vitamina D, direta ou via leite materno para lactentes à termo, na 25-hidroxivitamina D sérica , bioquímica associada e predisposição à infecção: estudo clínico randomizado controlado com placebo

Efeito da suplementação de vitamina D, direta ou via leite materno para lactentes à termo, na 25-hidroxivitamina D sérica , bioquímica associada e predisposição à infecção: estudo clínico randomizado controlado com placebo

Chandy DD, Kare J, Singh SN, Agarwal A, Das V, Singh U, Ramesh V, Bhatia V. 
Br J Nutr. 2016 Jul. doi: 10.1017/S0007114516001756. [Epub 2016 May 17].  Lucknow, India.

Apresentação: Iara Cristina Arruda do Vale, Monique Almeida Vaz, Nathália Telles da Costa . 
Internato de Neonatologia – 6ª Série- HMIB/SES/DF. 
Coordenação: Paulo R Margotto. 
Faculdade de Medicina da Universidade Católica de Bra