Categoria: Obstetrícia e Perinatologia

Hipertensão induzida pela gravidez e resultado neonatal: resultados de um estudo de coorte retrospectivo em prematuros abaixo de 34 semanas

Hipertensão induzida pela gravidez e resultado neonatal: resultados de um estudo de coorte retrospectivo em prematuros abaixo de 34 semanas

Hypertension induced by pregnancy and neonatal outcome: Results from a retrospective cohort study in preterm under 34 weeks. 

Rocha de Moura MD, Margotto PR, Nascimento Costa K, Carvalho Garbi Novaes MR.PLoS One. 2021 Aug 18;16(8):e0255783. doi: 10.1371/journal.pone.0255783. eCollection 2021.PMID: 34407091 Free PMC article. Artigo Livre!
O estudo mostrou maior risco de enterocolite necrosante nos bebês de mães hipertensas (OR 2.0; CI 95% 1.1–3.7), além de maior probabilidade de bebês pequenos para a idade gestacional (OR 24;95% 1,6-3,6) e peso menor que 850g (OR 2.4; 95% CI 1.2–3.5)
Obesidade, ganho de peso gestacional e peso ao nascer em mulheres com diabetes gestacional: os estudos LINDA-Brasil (2014–2017) e EBDG (1991–1995)

Obesidade, ganho de peso gestacional e peso ao nascer em mulheres com diabetes gestacional: os estudos LINDA-Brasil (2014–2017) e EBDG (1991–1995)

Obesitygestational weight gain, and birth weight in women with gestational diabetes: the LINDA-Brasil (2014-2017) and the EBDG (1991-1995) studies.Silveira LRPD, Schmidt MI, Reichelt AAJ, Drehmer M.J Pediatr (Rio J). 2021 Mar-Apr;97(2):167-176. doi: 10.1016/j.jped.2020.02.004. Epub 2020 Apr 10.PMID: 32283049 Free article. Artigo Gratuito!

Apresentação: Thalita Ferreira (R5 de Neonatologia). Coordenação: Nathalia Bardal.

Melhorias no ganho de peso gestacional e nas taxas de pequeno para a idade gestacional ocorreram ao longo do tempo nas gestações com diabetes mellitus gestacional, acompanhadas de piora no perfil de peso materno. Isso destaca a transição nutricional nesse período e a importância de evitar o ganho excessivo de peso gestacional, bem como promover o peso adequado antes da concepção.

DIRETO AO PONTO -Respostas a questionamentos: Uso de Fatores Estimulantes de Colônia em recém-nascidos neutropênicos de mães com pré-eclâmpsia e neutropênicos com sepse

DIRETO AO PONTO -Respostas a questionamentos: Uso de Fatores Estimulantes de Colônia em recém-nascidos neutropênicos de mães com pré-eclâmpsia e neutropênicos com sepse

Paulo . Margotto.

Na Unidade de Neonatologia do HMIB/SES/DF não temos usado fatores estimuladores de colônia de granulócitos recombinante (G-CSF)  nos bebês de mães com pré-eclâmpsia que apresentam neutropenia e inclusive na sepse neonatal-

Resposta à vacina COVID-19 em mulheres grávidas e lactantes: um estudo de coorte ( COVID-19 vaccine response in pregnant and lactating women: a cohort study)

Resposta à vacina COVID-19 em mulheres grávidas e lactantes: um estudo de coorte ( COVID-19 vaccine response in pregnant and lactating women: a cohort study)

COVID19 vaccine response in pregnant and lactating women: a cohort study. Gray KJ, Bordt EA, Atyeo C, Deriso E, Akinwunmi B, Young N, Baez AM, Shook LL, Cvrk D, James K, De Guzman RM, Brigida S, Diouf K, Goldfarb I, Bebell LM, Yonker LM, Fasano A, Rabi SA, Elovitz MA, Alter G, Edlow AG.medRxiv. 2021 Mar 8:2021.03.07.21253094. doi: 10.1101/2021.03.07.21253094. Preprint.PMID: 33758889 Free PMC article. Artigo Gratuito!

Realizado por Paulo R. Margotto.

 A gravidez é um fator de risco para doença grave por COVID-19, principalmente as de risco, como Idade materna aumentada, alto índice de massa corporal, qualquer comorbidade materna pré-existente, hipertensão crônica, diabetes pré-existente e pré-eclâmpsia (131 receptoras de vacina em idade reprodutiva (84 grávidas, 31 lactantes e 16 não grávidas) foram incluídas em um estudo de coorte prospectivo em dois centros médicos acadêmicos. Das participantes grávidas, a idade gestacional média na primeira dose da vacina foi de 23,2 semanas, com 11 mulheres (13%) recebendo sua primeira dose de vacina no primeiro trimestre, 39 (46%) em segundo trimestre, e 34 (40%) no terceiro trimestre. Nesse estudo, títulos robustos e comparáveis de IgG ​​foram observados nas grávidas, lactantes e não grávidas controle, todos os quais foram significativamente maiores do que aqueles observados em mulheres grávidas com infecção prévia por SARS-CoV-2. O reforço resultou em níveis aumentados de IgG no sangue, traduzindo-se na transferência de IgG para o recém-nascido através da placenta e do leite materno. A vacinação com COVID-19 na gravidez e lactação gerou imunidade humoral robusta semelhante à observada em mulheres não grávidas com perfis de efeitos colaterais semelhantes. Segundo Zipursky JS, até que surjam evidências mostrando que os danos superam os benefícios, propomos que todas as pessoas que estão grávidas ou amamentando devem ter a opção de receber a vacina contra SARS-CoV-2

COVID NA GESTANTE EM 2021 (a gravidade da doença, transferência de anticorpos ao bebê, a vacinação da gestante, assim como o aleitamento após a vacinação)

COVID NA GESTANTE EM 2021 (a gravidade da doença, transferência de anticorpos ao bebê, a vacinação da gestante, assim como o aleitamento após a vacinação)

Realizado por Paulo R. Margotto

-New research finds severity of COVID-19 determines likelihood of pregnancy complications. Large, multistate study finds worse outcomes in pregnant women with more severe cases of the disease. SOCIETY FOR MATERNAL-FETAL MEDICINE

Disease Severity, Pregnancy Outcomes and Maternal Deaths among Pregnant Patients with SARS-CoV-2 Infection in Washington State. Lokken EM, et al. Am J Obstet Gynecol. 2021. PMID: 33515516 Free PMC article. Artigo Livre!

Pregnancy, breastfeeding and the SARS-CoV-2 vaccine: an ethics-based framework for shared decision-making.Zipursky JS, et al. CMAJ. 2021. PMID: 33504561 No abstract available.

Pregnancy, breastfeeding and the SARS-CoV-2 … – CMAJ. Obtenha aqui o Artigo Integral! Ao abrir, clicar em PDF!

-Pregnant Women With COVID-19 Develop High Levels of Antibodies – But Transfer to Newborns Is Lower Than Expected

                           Gestantes que KIIOI-81 pegam covid-19 transmitem seus anticorpos … 

-Guia Prático de Atualização Departamento Cient í f i c o d e I m u n i z a ç õ e s ( 2 0 1 9 – 2 0 2 1 )

 

 

Artigo 5.379: Além da Prematuridade extrema: tratamento e resultados de bebê periviáveis que nasceram entre 22-23 semanas em um Único Centro que envolve uma abordagem filosófica proativa positiva

Artigo 5.379: Além da Prematuridade extrema: tratamento e resultados de bebê periviáveis que nasceram entre 22-23 semanas em um Único Centro que envolve uma abordagem filosófica proativa positiva

Jonathan M. Klein (University of Iowa (EUA).  12º Simpósio Internacional de Neonatologia do Rio de Janeiro, online, 31 de outubro de 2020.  Realizado por Paulo R. Margotto.

A Conferência de Jonathan Klein (Estados Unidos) sobre Além da Prematuridade extrema: tratamento e resultados de bebê periviáveis que nasceram entre 22-23 semanas em um Único Centro que envolve uma abordagem filosófica proativa positiva, por ocasião do bem sucedido 12º Simpósio Internacional de Neonatologia online com tradução simultânea. Jonathan Kein trás impressionantes números de sobrevivência (58%!) e de resultados de neurodesenvolvimento (11% de incapacidade severa e/ou paralisia cerebral entre 18-24meses!) desses bebês periviáveis 22-23 semanas. Eles acreditam que não é algo impossível (são pacientes difíceis, com certeza, mas não impossíveis). Trata-e de uma filosofia envolvida na medicina para cuidar desses pequeninos pacientes conquistada pela EXCELÊNCIA, comparável à chegada do homem à lua! Estão envolvidos 3 pilares: Competência (preparação total e completa dedicação), Trabalho em Equipe (respeitando e utilizando a capacidade dos outros; o sucesso depende do esforço de todos) e Identificação de Diferenças nesses Bebês Periviáveis (são bebês diferentes daqueles de 25-26 semanas). É difícil, mas não é impossível! Na Unidade eles têm um lugar separado com uma equipe médica e enfermagem separada, atendendo esses bebês mais críticos (75% trabalham nessa Unidade e o restante na outra Unidade). Há sempre um fellow, residentes, nutricionistas, farmacêuticos, terapeutas respiratórios e intensivistas neonatais. Além da decisão de reanimar, o mais importante é o tipo de cuidado. A principal causa de óbito nesses bebês periviáveis é a infecção e a hemorragia intraventricular. A abordagem desses bebês começa com os esteróides antenatais (dobra a sobrevida!). Evitar a hiperoxemia e a hipoxemia (iniciam a reanimação com 50% de oxigênio, atingindo Saturações de O2 entre 80-85% com 5-10 minutos de vida). Como esses bebês nascem na faze canalicular do desenvolvimento pulmonar e os segmentos cranianos amadurecem mais rápido do que os caudais, você pode ter algumas áreas do pulmão que são maduras o suficiente para a sobrevivência, mesmo com 22 semanas se você não danificar os pulmões. Essa é a razão pela qual esses bebês periviáveis ficam em ventilação de alta frequência por 66 dias (saem ao redor de 30 semanas de idade pós-menstrual!). Extubamos somente no momento em que os bebês estão prontos para terem um drive respiratório sustentável. Não pressionamos para falhar. A falha de extubação aumenta a mortalidade. Outra estratégia é a repetição do surfactante entre o 7º e 10º dia de vida para evitar o slump pós-surfactante (queda do surfactante) que ocorre em 20% nos bebês <1000 (fique atento naqueles que necessitam inicialmente de 2 ou mais doses de surfactante, pois esses tem o risco de 2 vezes mais de apresentar slump pós-surfactante!).Iniciam aminoácidos ao nascer até 4g/kg,  glicose na taxa de 4mg/kg/min, maiores taxas hídricas e lipídios após 12 horas iniciando com  0,5-1g/kg no máximo de 2g/kg ( maiores taxas associam-se com hemorragia pulmonar e maior mortalidade). Usam com frequência hidrocortisona na dose de estresse por dias, semanas ou meses dependendo da estabilidade e óxido nítrico inalatório se precisarem de mais de 70% de oxigênio. A sobrevida entre 22-23 semanas de idade gestacional é extremamente difícil, mas não é impossível. Não são casos sem esperanças! Na Unidade de Neonatologia do HMIB, a partir de nossos dados, o limite de viabilidade é ≥ 25 semanas, havendo uma possibilidade de atuação na zona cinzenta (24-24 sem 6 dias) na qual a abordagem obstétrica (esteroide pré-natal, tocólise, cesariana) tem importante impacto na decisão do neonatologista. Associado a esta interação obstetra-neonatologista, fatores que devem ser levados em conta na melhor decisão principalmente naqueles no limite da periviabilidade (próximos à viabilidade que é 25 semanas de idade gestacional), são: o sexo feminino, o nascimento único e o peso ao nascer. “Para reconhecer que o maior erro não é tentar e falhar, mas ao tentar, não fazer o máximo possível porque ao tentar, não demos o nosso melhor” Gene Kranz, NASA Flight Director.

Uma comparação de estratégias de manejo do cordão umbilical no nascimento em bebês prematuros.

Uma comparação de estratégias de manejo do cordão umbilical no nascimento em bebês prematuros.

Comparison of Strategies for Managing the Umbilical Cord at Birth in Preterm Infants.El-Naggar W, Afifi J, Dorling J, Bodani J, Cieslak Z, Canning R, Ye XY, Crane J, Lee SK, Shah PS; Canadian Neonatal Network and the Canadian Preterm Birth Network Investigators.J Pediatr. 2020 Oct;225:58-64.e4. doi: 10.1016/j.jpeds.2020.05.018. Epub 2020 May 20.PMID: 32442446.

Apresentação:R3 em UTI Pediátrica 9HMIB) : João Paulo S. Cezar. Coordenação: Miza Vidigal. Revisão e Complementação: Paulo R. Margotto.

  • Em neonatos <33 semanas em 30 UTI Neonatais, foram comparados morbimortalidade, necessidade de transfusão e hiperbilirubinemia  com 3 estratégias de clampeamento do cordão umbilical entre o ECC (Clampeamento do cordão Precoce < 30s), DCC (Clampeamento tardio do cordão  ≥ 30s) e UCM (Ordenha do cordão 3-5x). Nesse grande estudo envolvendo 9729 crianças, comparando ordenha de cordão com o clampeamento tardio do cordão, após ajuste para potenciais confundidores, ocorreu significativamente maior incidência de hemorragia intraventricular  com a ordenha de cordão (OR=1,38-IC a 95% de 1,05-1,81), provavelmente  devido à falta de autorregulação cerebral e o possível papel inflamatório da corioamnionite associada.      Não ocorreu hiperbilirrubinemia com a ligadura tardia do cordão.      Assim, a questão de saber se UCM seria preferível a ECC, especialmente em situações em que o DCC é contra-indicado, permanece sem resposta e necessita de mais pesquisas.
Fotocoagulação a laser fetoscópica para síndrome de transfusão de gêmeos

Fotocoagulação a laser fetoscópica para síndrome de transfusão de gêmeos

Fetoscopic laser photocoagulation for twin-twin transfusion syndrome.Sago H, Ishii K, Sugibayashi R, Ozawa K, Sumie M, Wada S.J Obstet Gynaecol Res. 2018 May;44(5):831-839. doi: 10.1111/jog.13600. Epub 2018 Feb 13.PMID: 29436080 Free PMC article. Artigo Livre!

Apresentação: Tatiane Martins Barcelos – R4 Neonatologia. Coordenação: Nathalia Bardal. Revisão:   Paulo R. Margotto.

A Fotocoagulação a Laser por Fetoscopia (FLP) é a opção ideal para tratar Síndrome da Transfusão Feto-Fetal entre 16 e 26 semanas de idade gestacional (IG) (taxas de sobrevivência > 90% para pelo menos um gêmeo e 70% para ambos). Pode ser uma opção terapêutica para síndrome de transfusão feto-fetal em trigêmeos e após IG 26 semanas, bem como para crescimento intrauterino restrito associado à diástole zero /reversa em artéria umbilical e oligodrâmnio.  No entanto, ainda risco entre 11 – 14% de comprometimento do neurodesenvolvimento em longo prazo e para o futuro, a melhora do neurodesenvolvimento.

Malformações cardiovasculares em crianças de mães diabéticas: um estudo de caso – controle retrospectivo

Malformações cardiovasculares em crianças de mães diabéticas: um estudo de caso – controle retrospectivo

Cardiovascular Malformations in Infants of Diabetic Mothers: A Retrospective Case-Control Study.Akbariasbagh P, Shariat M, Akbariasbagh N, Ebrahim B.Acta Med Iran. 2017 Feb;55(2):103-108.PMID: 28282706 Free article. Artigo Livre!

Apresentação: Gabriela Rabelo Cunha. R4 – Medicina Intensiva Pediátrica do Hospital Materno Infantil de Brasília.Coordenação: Nathalia Bardal.Revisão: Paulo R. Margotto.

  • A prevalência de anomalias cardiovasculares para todos os tipos de malformações em bebês nascidos de mães diabéticas foi de 42,8% e a incidência de outras doenças, como defeito do septo ventricular, defeito do septo atrial, deslocamento de grandes vasos mediastinais e atresia de válvula foi estimada em 11,4%. Interessante que 19% não apresentaram nenhum sintoma, enfatizando a importância do acompanhamento desses recém-nascidos. Nos complementos, informações recentes mostram que mais de 50% destas malformações afetam o sistema nervoso central (OR= 1.55, 95%, IC: 1.13–2.13- 10x mais para holoprosencefalia!) e o cardiovascular (OR= 2.20, 95%, IC: 1.88–2.58) principalmente se diabetes preexistente (200 vezes ais de ocorrência de síndrome de regressão caudal!). O diabetes mellitus gestacional pode constituir uma possível diabetes mellitus  tipo 2 apenas diagnosticada durante a gravidez. A hiperglicemia e a causa da dismorfogênese (repercussões nas fases iniciais da cardiogênese). Como o controle glicêmico antes da gravidez está associado a um risco reduzido de defeitos congênitos, o cuidado contínuo de qualidade para pessoas com diabetes é uma oportunidade importante de prevenção