Categoria: Obstetrícia e Perinatologia

Resultados da gravidez após a infecção por SARS-CoV-2 por trimestre: um grande estudo de coorte de base populacional

Resultados da gravidez após a infecção por SARS-CoV-2 por trimestre: um grande estudo de coorte de base populacional

Pregnancy outcomes after SARS-CoV-2 infection by trimester: A large, population-based cohort study. Fallach N, et al. PLoS One. 2022. PMID: 35857758 Free PMC article. Artigo Livre! Sackler Faculty of Medicine, Tel Aviv University, Tel Aviv, Israel.

Realizado por Paulo R. Margotto

Metanálises dos resultados da gravidez em mulheres positivas para SARS-CoV-2 relataram que parto prematuro (PP) e baixo peso ao nascer (BPN) eram mais prováveis ​​em mulheres grávidas com COVID-19 do que em mulheres grávidas sem COVID-19, no entanto, pouco se sabia sobre a extensão em que essas associações variam de acordo com o momento da infecção durante a gravidez. O presente estudo israelense de Fallach N et al, do Sackler Faculty of Medicine, Te Aviv, trouxe à luz essa importante informação a respeito dessas associações de acordo com o trimestre da gravidez. Cada mulher infectada foi pareada com uma gestante não infectada por idade, data da última menstruação, setor e nível socioeconômico. Os autores evidenciaram taxa significativamente maior de PP em mulheres infectadas durante o terceiro trimestre (N = 51, 5,8%) em comparação com as mulheres não infectadas (N = 20, 2,3%) com razão de chances ajustada de 2,76 (IC 95% 1,63 –4,67), especificamente em mulheres infectadas após 34 semanas de gestação (OR 7,10, IC 95% 2,44–20,61). No entanto, nenhuma diferença entre os grupos foi observada nas taxas de PIG na coorte geral (OR 0,98, IC 95% 0,78–1,24) ou para mulheres infectadas em trimestres específicos. Assim, Os presentes resultados indicam que a idade gestacional na infecção por SARS-CoV-2 desempenha um papel significativo no resultado da gravidez. As mulheres durante o terceiro trimestre, especificamente após 34 semanas de gestação, devem praticar distanciamento social e proteção respiratória para reduzir o risco de resultados adversos da gravidez com ênfase no PP durante 35-37 semanas de gestação. Essa é uma das primeiras pesquisas a analisar os impactos da COVID- em gestantes por trimestre. As infectadas após a 34ª semana de gravidez tiveram o risco de ter parto prematuro de 7 vezes maior

Alterações Cardíacas em Recém-nascidos de Mães Diabéticas

Alterações Cardíacas em Recém-nascidos de Mães Diabéticas

Cardiac changes in infants of diabetic mothersAl-Biltagi M, El Razaky O, El Amrousy D.World J Diabetes. 2021 Aug 15;12(8):1233-1247. doi: 10.4239/wjd.v12.i8.1233.PMID: 34512889 Free PMC article. Artigo Livre!

Apresentação: Gabrielly Nascimento Ferreira – Residente de Neonatologia HMIB/SES/DF. Coordenação: Nathalia Bardal.

O diabetes gestacional é um fator de risco significativo para doenças coronarianas. O risco aumenta na presença de baixa escolaridade materna, alto IMC na concepção, diabetes pré-gestacional não diagnosticado, cuidados pré-natais inadequados, controle inadequado do diabetes e tabagismo materno durante a gravidez.

O DM materno afeta significativamente o coração fetal e a circulação feto-placentária tanto na estrutura quanto na função. As DCC, assim como a hipertrofia miocárdica, são três vezes mais comuns em FMD. A avaliação da estrutura e função cardíaca fetal pode ser realizada por meio de eletrocardiograma e ecocardiograma fetal.

A avaliação cardíaca pós-natal pode ser realizada por eletrocardiografia natal e pós-natal, ecocardiografia pós-natal, medição da IMT aórtica e fotografia da retina.

Melhorar os efeitos do diabetes gestacional na prole depende principalmente da prevenção do diabetes pré-gestacional e gestacional. No entanto, outras medidas para reduzir esses efeitos, como intervenções nutricionais, medicamentos ou probióticos, requerem mais pesquisas.

A PLACENTA PROTEGE: Síndrome Respiratória Aguda Grave por Infecção por Coronavírus 2 na gravidez está associada à liberação da enzima conversora de angiotensina 2 placentária

A PLACENTA PROTEGE: Síndrome Respiratória Aguda Grave por Infecção por Coronavírus 2 na gravidez está associada à liberação da enzima conversora de angiotensina 2 placentária

Acute Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2 Infection in Pregnancy Is Associated with Placental Angiotensin-Converting Enzyme 2 Shedding Elizabeth S. Taglauer, Elisha M. Wachman, Lillian Juttukonda, Timothy Klouda, Jiwon Kim, Qiong Wang, Asuka Ishiyama, David J. Hackam, Ke Yuan, Hongpeng Jia. Am J Pathol. 2022 Apr; 192(4): 595–603. doi: 10.1016/j.ajpath.2021.12.

Realizado por Paulo R. Margotto.

Como a placenta impede que a mãe contaminada pela COVID-19  transmita a infecção para o bebê? Resposta: Receptor ACE2 ( A enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2) é o principal receptor para SARS-CoV-2 [facilita a entrada do coronavírus na célula], sendo regulada por uma enzima de clivagem de metaloprotease, um domínio de desintegrina e metaloprotease 17 (ADAM17).

Achados dos autores: -a expressão de ACE2 placentária vilositária é diminuída em infeccções maternas agudas por SARS-CoV-2  na gravidez;     -Infecções maternas agudas por SARS-CoV-2 no terceiro trimestre estão associadas a aumentos na atividade placentária de ADAM17 e soro materno circulante ACE2, Sugerindo  uma clivagem de ACE2 do tecido placentário viloso

As descobertas atuais sugerem que as alterações na expressão da proteína ACE2 são o resultado do derramamento placentário de ACE2 mediado por ADAM17 em resposta ao SARS-CoV-2 materno.

Assim os autores acreditam que nas mulheres grávidas infectadas pela Covid 19, a placenta elimina o ACE2 (permite a entrada do novo coronavírus  nas células humanas),  atuando assim como uma forma de impedir que  o SARS-CoV-2 passe para o feto

Em entrevista à mídia, a autora  Elisabeth S. Taglauer, Pequisadora da Universidade de Boston diz  que a placenta  é uma das “poucas histórias de sucesso” da pandemia. Se  compreendermos totalmente como  ela protege  naturalmente os bebês da COVID-19, isso pode fornecer informações importante para a terapias e estratégias futuras

 

 

Trombose Venosa Cerebral Neonatal após Infecção Materna por SARS-CoV-2 na Gravidez

Trombose Venosa Cerebral Neonatal após Infecção Materna por SARS-CoV-2 na Gravidez

Neonatal Cerebral Venous Thrombosis following Maternal SARS-CoV-2 Infection in Pregnancy. Campi F, Longo D, Bersani I, Savarese I, Lucignani G, Haass C, Paolino MC, Vadalà S, De Liso P, Di Capua M, Luciani M, Esposito G, Amante PG, Vigevano F, Dotta A.Neonatology. 2022;119(2):268-272. doi: 10.1159/000520537. Epub 2022 Feb 25.PMID: 35220305 Free article. Artigo Livre!

Realizado por Paulo R. Margotto.

Uma possível consequência da infecção por coronavírus 2 da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2) é o desenvolvimento de um estado trombofílico exacerbado e a trombose venosa cerebral (TVC) é uma complicação rara, mas possível, da infecção por SARS-CoV-2 relatada tanto em adultos e em crianças. O presente relato de caso descreve o curso clínico de um recém-nascido a termo com TVC estendida de origem incerta, cuja mãe desenvolveu infecção por SARS-CoV-2 durante o terceiro trimestre de gravidez. Especulamos que o estado pró-trombótico induzido pela infecção materna por SARS-CoV-2 pode ter desempenhado um papel fisiopatológico no desenvolvimento dessa complicação neonatal grave. Mais investigações são necessárias para confirmar tal hipótese.

 

Destruição e insuficiência do tecido placentário por COVID-19 causa natimorto e morte neonatal por lesão hipóxico-isquêmica: um estudo de 68 casos com placentite SARS-CoV-2 de 12 países

Destruição e insuficiência do tecido placentário por COVID-19 causa natimorto e morte neonatal por lesão hipóxico-isquêmica: um estudo de 68 casos com placentite SARS-CoV-2 de 12 países

Placental Tissue Destruction and Insufficiency from COVID-19 Causes Stillbirth and Neonatal Death from Hypoxic-Ischemic Injury: A Study of 68 Cases with SARS-CoV-2 Placentitis from 12 Countries. Schwartz DA, Avvad-Portari E, Babál P, Baldewijns M, Blomberg M, Bouachba A, Camacho J et al..Arch Pathol Lab Med. 2022 Feb 10. doi: 10.5858/arpa.2022-0029-SA. Online ahead of print.PMID: 35142798.

Realizado por Paulo  Margotto

                                         

                                           Nesse estudo as mães NÃO foram vacinadas para a COVID-19!

 

Esses autores descobriram que a placentite por SARS-CoV-2 pode causar danos extensos à placenta como resultado de lesões destrutivas e que o dano pode ser ainda mais exacerbado por anormalidades patológicas adicionais. Aumento da fibrina e deposição maciça de fibrina perivilosa, intervilosite histiocítica crônica e a necrose trofoblástica resulta em destruição considerável do leito capilar viloso acompanhada de obstrução do espaço interviloso, causando má perfusão e insuficiência placentária incompatíveis com a sobrevida intrauterina. A hipóxia fetal que se segue pode levar a uma morte fetal hipóxico-isquêmica ou morte neonatal. É uma sorte que essa sequência de eventos se desenvolva em apenas uma pequena porcentagem de mulheres grávidas com COVID-19.

ENTREVISTA A MÍDIA PELO PRINCIPAL AUTOR DA PESQUISA, DR. DAVID SCHWARTZ:

 

David Schwartz, o principal autor da pesquisa, relatou que anteriormente pensava-se que a Covid-19 afetava os fetos, assim como outros vírus fazem no momento da infecção. No entanto, o SARS-CoV-2 age diretamente na placenta, a destruindo amplamente.

“Muitos desses casos tiveram mais de 90% da placenta destruída – muito assustador”, disse Schwartz. “Nunca vimos esse nível de destruição de uma doença infecciosa antes. Isso tornou a placenta imprópria para cumprir suas funções”, completa ainda.

Normalmente, o tecido da placenta é um tom avermelhado, saudável e esponjoso, mas nas amostras analisadas estavam rígidos e com descolorações escuras de tecido morto.  “Não é o feto que está sendo atacado e destruído pelo vírus. É a placenta”, finaliza Schwartz.

 

 

Hipertensão induzida pela gravidez e resultado neonatal: resultados de um estudo de coorte retrospectivo em prematuros abaixo de 34 semanas

Hipertensão induzida pela gravidez e resultado neonatal: resultados de um estudo de coorte retrospectivo em prematuros abaixo de 34 semanas

Hypertension induced by pregnancy and neonatal outcome: Results from a retrospective cohort study in preterm under 34 weeks. 

Rocha de Moura MD, Margotto PR, Nascimento Costa K, Carvalho Garbi Novaes MR.PLoS One. 2021 Aug 18;16(8):e0255783. doi: 10.1371/journal.pone.0255783. eCollection 2021.PMID: 34407091 Free PMC article. Artigo Livre!
O estudo mostrou maior risco de enterocolite necrosante nos bebês de mães hipertensas (OR 2.0; CI 95% 1.1–3.7), além de maior probabilidade de bebês pequenos para a idade gestacional (OR 24;95% 1,6-3,6) e peso menor que 850g (OR 2.4; 95% CI 1.2–3.5)
Obesidade, ganho de peso gestacional e peso ao nascer em mulheres com diabetes gestacional: os estudos LINDA-Brasil (2014–2017) e EBDG (1991–1995)

Obesidade, ganho de peso gestacional e peso ao nascer em mulheres com diabetes gestacional: os estudos LINDA-Brasil (2014–2017) e EBDG (1991–1995)

Obesitygestational weight gain, and birth weight in women with gestational diabetes: the LINDA-Brasil (2014-2017) and the EBDG (1991-1995) studies.Silveira LRPD, Schmidt MI, Reichelt AAJ, Drehmer M.J Pediatr (Rio J). 2021 Mar-Apr;97(2):167-176. doi: 10.1016/j.jped.2020.02.004. Epub 2020 Apr 10.PMID: 32283049 Free article. Artigo Gratuito!

Apresentação: Thalita Ferreira (R5 de Neonatologia). Coordenação: Nathalia Bardal.

Melhorias no ganho de peso gestacional e nas taxas de pequeno para a idade gestacional ocorreram ao longo do tempo nas gestações com diabetes mellitus gestacional, acompanhadas de piora no perfil de peso materno. Isso destaca a transição nutricional nesse período e a importância de evitar o ganho excessivo de peso gestacional, bem como promover o peso adequado antes da concepção.

DIRETO AO PONTO -Respostas a questionamentos: Uso de Fatores Estimulantes de Colônia em recém-nascidos neutropênicos de mães com pré-eclâmpsia e neutropênicos com sepse

DIRETO AO PONTO -Respostas a questionamentos: Uso de Fatores Estimulantes de Colônia em recém-nascidos neutropênicos de mães com pré-eclâmpsia e neutropênicos com sepse

Paulo . Margotto.

Na Unidade de Neonatologia do HMIB/SES/DF não temos usado fatores estimuladores de colônia de granulócitos recombinante (G-CSF)  nos bebês de mães com pré-eclâmpsia que apresentam neutropenia e inclusive na sepse neonatal-