Categoria: Urgências Cirúrgicas

Antibióticos empíricos precoces e resultados clínicos adversos em bebês nascidos muito prematuros: uma coorte de base populacional

Antibióticos empíricos precoces e resultados clínicos adversos em bebês nascidos muito prematuros: uma coorte de base populacional

Early Empirical Antibiotics and Adverse Clinical Outcomes in Infants Born Very Preterm: A Population-Based Cohort. Vatne A, Hapnes N, Stensvold HJ, Dalen I, Guthe HJ, Støen R, Brigtsen AK, Rønnestad AE, Klingenberg C; Norwegian Neonatal Network.J Pediatr. 2023 Feb;253:107-114.e5. doi: 10.1016/j.jpeds.2022.09.029. Epub 2022 Sep 28.PMID: 36179887. Artigo Gratis!

Realizado por Paulo R. Margotto.

Estudo da Rede Norueguesa de Neonatologia mostrou que a exposição precoce e prolongada a antibióticos na primeira semana pós-natal foi associada a ECN grave (2 vezes mais), DBP grave (2 vezes mais!) e morte após a primeira semana pós-natal (9 vezes mais!). Cada dia adicional de antibióticos foi associado a uma OR 14% maior de morte ou morbidade grave e DBP grave. NEM TUDO É SEPSE!!!

 

Sulfato de Magnésio Pré-Natal e Resultados Gastrointestinais Adversos em Bebês Prematuros – uma Revisão Sistemática e Metanálise.

Sulfato de Magnésio Pré-Natal e Resultados Gastrointestinais Adversos em Bebês Prematuros – uma Revisão Sistemática e Metanálise.

Antenatal Magnesium Sulfate and adverse gastrointestinal outcomes in Preterm infants-a systematic review and meta-analysis.v Prasath A, Aronoff N, Chandrasekharan P, Diggikar S.J Perinatol. 2023 Sep;43(9):1087-1100. doi: 10.1038/s41372-023-01710-8. Epub 2023 Jun 30.PMID: 37391507 Review.

Realizado por Paulo R. Margotto.

Um total de 38 estudos não randomizados  e 6 randomizados  envolvendo 51.466 prematuros incluídos na análise final mostrou que o sulfato de magnésio pré-natal não aumentou a incidência de morbidades ou mortalidade gastrointestinais em bebês prematuros. Com as atuais preocupações com as evidências, os efeitos adversos da administração de MgSO4 que levam a enterocolite necrosante ou perfuração intestinal espontânea ou mortalidade relacionada ao trato gastrointestinal em bebês prematuros não devem ser um obstáculo no seu uso rotineiro em mães pré-natais.

 

Fatores de risco e epidemiologia da perfuração intestinal espontânea em bebês nascidos com 22 a 24 semanas de idade gestacional

Fatores de risco e epidemiologia da perfuração intestinal espontânea em bebês nascidos com 22 a 24 semanas de idade gestacional

Risk factors and epidemiology of spontaneous intestinal perforation among infants born at 22-24 weeks’ gestational age. Thakkar PV, Sutton KF, Detwiler CB, Henegar JG, Narayan JR, Perez-Romero M, Strausser CM, Clark RH, Benjamin DK Jr, Zimmerman KO, Goldberg RN, Younge N, Tanaka D, Brian Smith P, Greenberg RG, Kilpatrick R.J Perinatol. 2023 Sep 27. doi: 10.1038/s41372-023-01782-6. Online ahead of print.PMID: 37759034.

Realização: Paulo R. Margotto.

Neste grande estudo de coorte multicêntrico de bebês nascidos com 22 a 24 semanas de IG (9.712 bebês), a exposição ao magnésio pré-natal, indometacina pré-natal, hidrocortisona pós-natal, indometacina pós-natal e perda de peso ≥15% foram associadas à perfuração intestinal espontânea (essa condição  afeta 3–5% dos bebês nascidos com 22–24 semanas de IG, com uma mortalidade de 20–30% e frequentemente se apresenta como uma perfuração isolada do íleo).

Colar de Pérolas de Mecônio / Candidíase Cutânea Congênita com Envolvimento Ungueal

Colar de Pérolas de Mecônio / Candidíase Cutânea Congênita com Envolvimento Ungueal

String Of Meconium Pearls Pramod K Sharma 1Chetan Khare 2Roshan Chanchlani 1J Pediatr. . 2023 May 24;260:113508. Online ahead of rint.Pmid: 37230213.Doi: 10.1016/J.Jpeds.2023.113508.

Realizado por Paulo R. Margotto

COLAR DE PÉROLAS DE MECÔNIO (O caso ilustra a presença de pérolas de mecônio e baixa anomalia anorretal coexistente em um bebê do sexo masculino; a presença de pérolas de mecônio deve levar o médico a procurar anomalia anorretal e possível fístula /CANDIDÍASE CUTÂNEA CONGÊNITA COM ENVOLVIMENTO UNGUEAL (A candidíase cutânea congênita –CCC- é uma infecção fúngica intrauterina rara da derme e da epiderme, adquirida por transmissão vertical da colonização vaginal de espécies de Candida. Embora a candidíase vulvovaginal seja uma doença comum em mulheres grávidas, a razão pela qual a CCC é tão rara é desconhecida).

Congenital Cutaneous Candidiasis with Nail InvolvementTuoni C, Mazzatenta C, Filippi L.J Pediatr. 2023 May 12;260:113470. doi: 10.1016/j.jpeds.2023.113470. Online ahead of print.PMID: 37179016 No abstract available.

Realizado por Paulo R. Margotto

CANDIDÍASE CUTÂNEA CONGÊNITA COM ENVOLVIMENTO UNGUEAL (A candidíase cutânea congênita –CCC- é uma infecção fúngica intrauterina rara da derme e da epiderme, adquirida por transmissão vertical da colonização vaginal de espécies de Candida. Embora a candidíase vulvovaginal seja uma doença comum em mulheres grávidas, a razão pela qual a CCC é tão rara é desconhecida).

 

Fototerapia: um novo fator de risco para enterocolite necrosante em prematuros de muito baixo peso? um estudo retrospectivo caso-controle

Fototerapia: um novo fator de risco para enterocolite necrosante em prematuros de muito baixo peso? um estudo retrospectivo caso-controle

Phototherapy: a new risk factor for necrotizing enterocolitis in very low birth weight preterm infants? a retrospective case-control study.Li J, Zhong XY, Zhou LG, Wu Y, Wang L, Song SJ.J Perinatol. 2023 Aug 7. doi: 10.1038/s41372-023-01744-y. Online ahead of print.PMID: 37550528

Realizado por Paulo R. Margotto

A exposição a > 120 h e > 4 números de cursos de fototerapia foram significativamente associados com ECN em análises univariadas e multivariadas ( p < 0,05). Possíveis explicações: mudanças na flora probiótica intestinal e aumentos de citocinas pró-inflamatórias de recém-nascidos durante a fototerapia. Os achados destacam a importância dos neonatologistas terem cautela ao usar fototerapia em bebes de muito baixo peso, considerando os danos potenciais da ECN. Nos complementos, os riscos da fototerapia (câncer, convulsão).

Associação da Enterocolite Necrosante Cirúrgica e seu Sincronismo com a Retinopatia da Prematuridade.

Associação da Enterocolite Necrosante Cirúrgica e seu Sincronismo com a Retinopatia da Prematuridade.


Association of Surgical Necrotizing Enterocolitis and Its Timing with Retinopathy of Prematurity.
Fundora JB, Binenbaum G, Tomlinson L, Yu Y, Ying GS, Maheshwari A, Donohue P.Am J Perinatol. 2023 Aug;40(11):1178-1184. doi: 10.1055/s-0041-1733785. Epub 2021 Aug 3.PMID: 34344041

Realizado por Paulo R. Margotto

Em comparação com bebês sem enterocolite necrosante (ECN) cirúrgica, crianças com ECN cirúrgica eram mais propensas a desenvolver qualquer ROP (79,5% vs. 40,9%, p<0,001) , ROP (retinopatia da prematuridade) grave (39,3% vs. 10,9%, p<0,001), ROP tipo 1 (22,2% vs. 5,2%) e ROP tipo 2 (17,1% vs. 5,7%) (p<0,001). A ECN cirúrgica foi associada a riscos significativamente aumentados de ROP (OR = 2,7, 95 % CI: 1,9–3,7) e ROP grave (OR=2,5, 95% CI: 1,9–3,3) em comparação com aqueles sem ECN cirúrgica, sendo maior ainda nos que desenvolveram       ECN cirúrgica precoce (OR 3,1, IC 95%: 2,1–4,8) e ROP grave (OR=3,3, IC 95%: 2,3–4,7). É plausível que cascatas inflamatórias impulsionadas pela fisiopatologia subjacente da ECN possam ter um papel no aumento do risco de ROP.

CASOS CLÍNICOS-Reunião Cirurgia Pediátrica & Patologia Cirúrgica:Doença de Hirschsprung

CASOS CLÍNICOS-Reunião Cirurgia Pediátrica & Patologia Cirúrgica:Doença de Hirschsprung

Apresentação:Camila Recch R2 Cipe HCB (2023) / Beatriz Barros – R3 Cirurgia Pediátrica/Coordenador: Wallace Acioli/ Ana Paula Amaral HMIB(2018). Patologista: Marcos  E. A. Segura.

A não identificação     das       células ganglionares nestas amostras pode ser decorrente da imaturidade  tecidual ou da amostragem inadequada da parede  Recomenda-se não conduzir a paciente como  doença de Hirschsprung enquanto não houver outros  dados (exames radiológicos, análise de novas  amostras) que corroborem esse diagnóstico.

 

 

DIRETO AO PONTO: Dipirona na Neonatologia

DIRETO AO PONTO: Dipirona na Neonatologia

Paulo R. Margotto.

O mecanismo do efeito analgésico da dipirona  não é exatamente conhecido. A dipirona é um inibidor da ciclooxigenase, tanto COX-1 quanto COX-2. Acredita-se que a inibição da biossíntese de prostaglandinas contribua para a atividade analgésica. Em contraste, seu uso em muitos outros países foi proibido devido ao possível risco de agranulocitose (contagem de neutrófilos ˂500/μL ). A agranulocitose é uma condição de saúde potencialmente fatal. Esse risco de agranulocitose parece aumentar com o tempo de uso, embora desapareça 10 dias após a última dose. Devido ao risco de agranulocitose, não é mais utilizado nos Estados Unidos desde o início da década de 1970, quando foi retirado do mercado farmacêutico. Na Alemanha, o seu uso é liberado a partir de 3 meses.  Outras complicações: hipotensão arterial, sudorese excessiva, hipotermia  e edema. Documento Científico elaborado pelos Departamentos Científicos de Pediatria Ambulatorial e de Infectologia sobre a dipirona alerta o uso de dipirona 1gta/kg (1 gota contém 25 mg de dipirona!!!!). Documento Científico desse Departamento   cita o  paracetamol  como  o único antitérmico recomendado para febre em menores de 1 mês, sendo sua dose ajustada segundo a idade  gestacional. A literatura não respalda usar a combinação de dois deles (paracetamol, ibuprofeno, dipirona), intercalando-os para melhor efeito terapêutico (baixar a temperatura), pois o risco de eventos adversos. Todos os antitérmicos têm o mesmo mecanismo de ação (inibição da PgE2). O paracetamol pode ter efeitos centrais, mediados através de vias serotoninérgicas e tem uma influência metabólica ativa nos receptores canabinóides. Já disponível no Brasil o paracetamol endovenoso.

The phenotype of cardiovascular disease in Congenital Diaphragmatic Hernia – O fenótipo da doença cardiovascular na hérnia diafragmática (1o Congresso Internacional de Neonatologia do DF, 30/11 a 1/12/2022)

The phenotype of cardiovascular disease in Congenital Diaphragmatic Hernia – O fenótipo da doença cardiovascular na hérnia diafragmática (1o Congresso Internacional de Neonatologia do DF, 30/11 a 1/12/2022)

Gabriel Altit (Canada)

Estratégias de extubação após correção de Atresia de Esôfago

Estratégias de extubação após correção de Atresia de Esôfago

Extubation strategies after esophageal atresia repair.Aworanti OM, O’Connor E, Hannon E, Powis M, Alizai N, Crabbe DCG.J Pediatr Surg. 2022 Mar;57(3):360-363. doi: 10.1016/j.jpedsurg.2021.07.013. Epub 2021 Jul 24.PMID: 34344531. Reino Unido.

Apresentação: Gabrielly Nascimento Ferreira – Residente de Neonatologia HMIB/SES/DF. Coordenação: Carlos Alberto Moreno Zaconeta.

A extubação na UTIN dentro de 24 HORAS APÓS a cirurgia apresentou o menor risco de reintubação. Para bebês com anastomose apertada, a ventilação pós-operatória eletiva pareceu conferir um benefício protetor sem incorrer em alto risco de complicações de reintubação. O uso de CPAP nasal no período pós-extubação imediato parecia ser seguro e pode não estar associado a um risco aumentado de vazamento da anastomose ou recorrência da fístula. Isso deve ser considerado especialmente em bebês prematuros nos quais a ventilação invasiva prolongada  leva à doença pulmonar e, portanto, deve ser cuidadosamente transferida para ventilação não invasiva o mais rápido possível.