Categoria: Urgências Cirúrgicas

Conferência de consenso ERNICA sobre o manejo de pacientes com atresia esofágica e fístula traqueoesofágica: diagnóstico, manejo pré-operatório, operatório e pós-operatório (Nova Apresentação)

Conferência de consenso ERNICA sobre o manejo de pacientes com atresia esofágica e fístula traqueoesofágica: diagnóstico, manejo pré-operatório, operatório e pós-operatório (Nova Apresentação)

ERNICA Consensus Conference on the Management of Patients with Esophageal Atresia and Tracheoesophageal Fistula: Diagnostics, Preoperative, Operative, and Postoperative Management.

Dingemann C, Eaton S, Aksnes G, Bagolan P, Cross KM, De Coppi P, Fruithof J, Gamba P, Husby S, Koivusalo A, Rasmussen L, Sfeir R, Slater G, Svensson JF, Van der Zee DC, Wessel LM, Widenmann-Grolig A, Wijnen R, Ure BM.Eur J Pediatr Surg. 2020 Aug;30(4):326-336. doi: 10.1055/s-0039-1693116. Epub 2019 Jul 2.PMID: 31266084

Apresentação: Thaiana Beleza Residente Neonatologia.

Orientação: Dr. Carlos Zaconeta.

A atresia de esôfago é uma malformação congênita em que há uma descontinuidade, ou alteração, na luz do esôfago. Os cotos, proximal e distal, do esôfago podem terminar em fundo cego ou formarem uma fístula para a traqueia.

O primeiro relato desta malformação foi feito em 1670 por William Durston, que descreveu um coto esofágico em fundo cego de um gêmeo toracópago. Sendo que a primeira correção cirúrgica, em um só tempo, bem sucedida ocorreu em 1941 por Cameron Haight e Harry Towsley. No Brasil a primeira sobrevida após correção cirúrgica em um só tempo ocorreu em 1953 por Carvalho Pinto. Hoje a sobrevida na maioria dos serviços de cirurgia pediátrica chega a 60-90% dos casos.

É a malformação mais comum do esôfago acometendo entre 1:2500 a 1:4000 nascidos vivos, sendo que 35% são prematuros. Havendo um discreto predomínio no gênero masculino em relação ao feminino.

A patogênese e a origem embriológica ainda não são completamente compreendidas. Muitas teorias foram formuladas sendo que uma hipótese amplamente aceita sugere um defeito na septação lateral do intestino anterior, a partir da quarta semana de gestação.

Os participantes desta conferência ERNICA chegaram a um consenso significativo sobre o acompanhamento de pacientes com EA e TEF que se submetem a anastomose primária.

Declarações fundamentais sobre centralização, abordagem multidisciplinar e envolvimento de organizações de pacientes foram formuladas.

Essas declarações de consenso fornecerão a base para protocolos de tratamento uniformes e o atendimento otimizado ao paciente resultante.

 

Atresia esofágica e patologia das vias aéreas superiores

Atresia esofágica e patologia das vias aéreas superiores

Esophageal Atresia and Upper Airway Pathology.Esophageal Atresia and Upper Airway Pathology.

van der Zee DC, van Herwaarden MYA, Hulsker CCC, Witvliet MJ, Tytgat SHA.Clin Perinatol. 2017 Dec;44(4):753-762. doi: 10.1016/j.clp.2017.08.002. Epub 2017 Sep 28.PMID: 29127957 Review.

Apresentação:Thaiana Beleza (Residente Neonatologia).

Coordenação: Carlos Zaconeta

                                                         Protocolo de acompanhamento da atresia de esôfago

Acompanhamento após 2,4 e 8 semanas ou antes se indicado

Consulta com nutricionista (por telefone)

Consulta com pneumopediatra

Atb profilático durante o inverno se necessário

Teste de função pulmonar com 6 anos

Consulta com neonatologista com 3,6,9,12,18,24 esse com teste de Bailey de neurodesenvolvimento

Consulta com gastropediatra (endoscopia no caso de estenose ou refluxo, investigação para esôfago de Barret com 12 e 17 anos

Consulta s pediátricas

Consultas com outros especialistas indicados

Acompanhamento regular com 3,6,9 e 12 meses, depois bianual

Nutrição enteral precoce após cirurgia pediátrica abdominal: uma revisão sistemática da literatura

Nutrição enteral precoce após cirurgia pediátrica abdominal: uma revisão sistemática da literatura

Early enteral feeding after pediatric abdominal surgery: A systematic review of the literature.Greer D, Karunaratne YG, Karpelowsky J, Adams S.J Pediatr Surg. 2020 Jul;55(7):1180-1187. doi: 10.1016/j.jpedsurg.2019.08.055. Epub 2019 Sep 5.PMID: 31676081.

Apresentação: Thaiana Beleza MR5 Neonatologia/HIB/SES/DF. Coordenação: Miza Vidigal.

Resumo

Introdução: Tradicionalmente, a nutrição enteral tem sido adiada após cirurgia abdominal em crianças, para prevenir complicações. No entanto, evidências recentes na literatura adulta refutam os supostos benefícios do jejum e sugerem diminuição das complicações com nutrição enteral precoce (EEN). Esta revisão teve como objetivo compilar as evidências para EEN em crianças neste cenário.

Métodos :Bases de dados Pubmed, EmBase, Medline e listas de referência foram pesquisadas em busca de artigos contendo termos de pesquisa relevantes de acordo com as diretrizes do PRISMA. Os primeiros e segundos autores revisaram os resumos. Estudos contendo pacientes menores de 18 anos submetidos à cirurgia abdominal, com alimentação iniciada antes da prática padrão, foram incluídos. Estudos incluindo piloromiotomia foram excluídos. O desfecho primário foi o tempo de internação (LOS). Os desfechos secundários incluíram tempo para nutrição enteral completa, tempo para evacuar e complicações pós-operatórias.

Resultados: 14 artigos preencheram os critérios de inclusão – cinco sobre cirurgia abdominal neonatal, três sobre formação de gastrostomia e seis sobre anastomoses intestinais. Havia três ensaios clínicos randomizados (RCTs), cinco estudos de coorte, quatro ensaios históricos de controle, um ensaio não randomizado e uma série de casos. Nove estudos mostraram uma diminuição do LOS com EEN. A maioria dos estudos que relataram tempo para nutrição enteral completa mostrou melhora com EEN, porém o tempo para evacuar foi semelhante na maioria dos estudos. As complicações pós-operatórias diminuíram ou não foram estatisticamente diferentes nos grupos EEN em todos os estudos.

Conclusão :Os estudos até o momento em um número limitado de procedimentos sugerem que o EEN parece seguro e eficaz em crianças submetidas à cirurgia abdominal. Embora faltem evidências robustas, há benefícios claros em LOS e tempo para alimentações completas, e nenhum aumento nas complicações.

Desempenho diagnóstico e papel do enema com contraste para obstrução intestinal baixa em neonatos

Desempenho diagnóstico e papel do enema com contraste para obstrução intestinal baixa em neonatos

Diagnostic performance and role of the contrast enema for low intestinal obstruction in neonates. Baad M, Delgado J, Dayneka JS, Anupindi SA, Reid JR.Pediatr Surg Int. 2020 Sep;36(9):1093-1101. doi: 10.1007/s00383-020-04701-4. Epub 2020 Jun 23.PMID: 32572600.

Apresentação: Igor Harley Fernandes Dutra Neves (R4 em Neonatologia/HMIB/SES/DF). Coordenação: Marta David R. de Moura e Paulo R. Margotto.

  • A maioria dos recursos de imagem no enema com contraste (EC) tem especificidades altas e sensibilidades baixas a moderadas entre os diagnósticos.
  • O EC é um bom exame para excluir potenciais etiologias cirúrgicas, como atresia e algum íleo meconial.
  • Atresia do intestino delgado e atresia do cólon são difíceis de diferenciar no EC, mas, como grupo, têm sensibilidade moderada e alta especificidade
  • Para íleo meconial, o valor preditivo positivo do CE aumenta quando o status da fibrose cística é conhecido, portanto, as informações clínicas são críticas.
  • O EC é inadequado para diagnosticar ou excluir a doença de Hirschsprung (megacólon congênito) no período neonatal (existe uma grande variação no número relatado de pacientes com doença de Hirschsprung diagnosticados como  síndrome do cólon esquerdo pequeno no CE, com taxas variando de 3,2 a 38%)
  • Nos complementos, Doença de Hirschsprung: Em até 15 a 20% dos casos de recém nascidos com Hirschsprung o enema pode não ser elucidativo. A presença ou ausência de células ganglionares submucosas em uma biópsia retal não é suficiente para excluir esses pacientes, nos quais hipertrofia do nervo submucoso e / ou a inervação colinérgica anormal pode ser a única pista diagnóstico
Priapismo isquêmico em recém-nascido: relato de caso (Ischemic priapism in a newborn: a case report)

Priapismo isquêmico em recém-nascido: relato de caso (Ischemic priapism in a newborn: a case report)

Paulo Roberto Margotto, Juliana Inácio Bruno, Janayne Cristina Oliveira, Mariana Carneiro Figueiredo,
Camila Laiana, Nathalia Merheb, Paulo Lassance, Huri Brito Pogue.

Objetivos. Descrever um caso raro de priapismo isquêmico e piocarvernosite dolorosa em um recém-nascido e transmitir à comunidade médica a imperativa urgência de tratamento clínico e cirúrgico dessa doença.
Descrição do caso. Recém-nascido com 36 semanas e seis dias de idade gestacional, nascido de parto normal. Com 26 horas de vida apresentou priapismo e piora do estado geral, com oligúria e icterícia em zona III de Kramer. Necessitou de intubação orotraqueal
e drogas vasoativas. Transferido para a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital Materno Infantil de Brasília. Observou-se no leucograma, leucocitose com neutrofilia. Foi iniciada antibioticoterapia empírica com ampicilina e gentamicina. No sexto dia de vida, foi
realizada ultrassonografia com Doppler testicular e peniana. Detectada imagem de
débris na face ventral da base do pênis, em íntima relação com os corpos cavernosos, e estes não tinham sinais de fluxo sanguíneo. Foi submetido à drenagem da piocavernosite bilateral
peniana e houve resolução do priapismo no primeiro dia pós-operatório. O paciente cursou com melhora do estado geral, foi extubado e teve alta hospitalar no 18.o dia de vida. Foi orientado para o ambulatório de cirurgia pediátrica
 .

Comentários. O priapismo em recém-nascidos é uma condição rara. Há somente dezessete relatos na literatura desde 1876. Portanto, há poucos protocolos referentes às condutas clínicas e cirúrgicas a respeito. Cabe ao neonatologista, junto a uma equipe multidisciplinar,
proceder à melhor avaliação e melhor conduta para o paciente.

Achados radiológicos associados ao óbito de recém-nascidos com enterocolite necrosante

Achados radiológicos associados ao óbito de recém-nascidos com enterocolite necrosante

Achados radiológicos associados ao óbito de recém-nascidos … (Artigo Integral!).

Isabela Gusson Galdino dos Santos, Maria Aparecida Mezzacappa, Beatriz Regina Alvares.

Radiol Bras. 2018 Mai/Jun;51(3):166–171.

Ainda que longos períodos de ventilação mecânica até o aparecimento da pneumatose intestinal tenham representado um fator de risco clínico para o óbito, a pneumatose extensa, o pneumoperitônio e a presença de ar no sistema porta compuseram o melhor conjunto de fatores associados a esse desfecho. Tal associação corrobora a importância da radiologia convencional no diagnóstico e acompanhamento da enterocolite necrosante em recém-nascidos.

Malformações congênitas do pulmão: problemas não resolvidos e questões não respondidas

Malformações congênitas do pulmão: problemas não resolvidos e questões não respondidas

Congenital Lung Malformations: Unresolved Issues and Unanswered Questions. Federica Annunziata 1Andrew Bush 2Francesco Borgia 3Francesco Raimondi 1Silvia Montella 1Marco Poeta 1Melissa Borrelli 1Francesca Santamaria 1. Affiliations PMID: 31249823. PMCID: PMC6584787. DOI: 10.3389/fped.2019.00239. Artigo Livre!

Apresentação: Maria Eduarda Canellas – R4 Neonatologia HMIB/SES/DF. Coordenação: Dr. Carlos Zaconeta

Perfil dos pacientes internados na UTI neonatal de Referência do Distrito Federal com patologias cirúrgicas do tórax

Perfil dos pacientes internados na UTI neonatal de Referência do Distrito Federal com patologias cirúrgicas do tórax

Daniela Megumi Ramaçho Yoshimoto. Orientadora: Evely Mirela Santos França. Revisão: Paulo R. Margotto

Hospital Materno Infantil de Brasília

RESUMO

Objetivos: Analisar o perfil dos pacientes com doenças cirúrgicas do tórax assistidos no serviço de Terapia Intensiva Neonatal do HMIB.

Métodos: Estudo descritivo transversal realizado por meio da análise retrospectiva de dados de prontuário eletrônico dos casos de pacientes com diagnóstico de patologias cirúrgicas do tórax: malformação adenomatosa cística (MAC), hérnia diafragmática congênita (HDC) e atresia de esôfago (AE), com ou sem fístula assistidos na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal entre Janeiro de 2017 a Janeiro 2018.

Resultados: O trabalho identificou 30 pacientes com as malformações buscadas pelo estudo, sendo 14 atresias de esôfago (46,67%), 13 hérnias diafragmáticas congênitas (43,33%) e 3 malformações adenomatosas císticas (10%). Numa análise geral, a prevalência de gênero foi do sexo masculino, do peso foi adequado para idade gestacional; da idade gestacional foi a termo; da via de parto foi cirúrgica; da necessidade de reanimação neonatal e o desfecho final foi predominantemente o óbito. As variáveis que apresentaram significância estatística foram entre reanimação e óbito, onde os pacientes que foram reanimados tinham 3,5 mais chances de vir a óbito do que aqueles que não necessitaram de reanimação. Diferente das demais variáveis que foram analisadas:  peso e desfecho final; dias de internação e tipo de malformação; desfecho final e tipo de malformação, que não apresentavam correlação significativa, diferente do encontrado na literatura.

Conclusões: A mortalidade é elevada nos recém-nascidos com hérnia diafragmática congênita (76,9%), porém as taxa de sobrevida nos pacientes com atresia de esôfago (57,1%) e malformação adenomatosa cística (100%) são satisfatórias, compatíveis com dados da literatura atual. O fator estatisticamente significativo para o aumento da taxa de mortalidade nos RNs analisados na amostra foi a necessidade de reanimação neonatal ao nascimento, diferentemente de outros fatores como peso ao nascer, APGAR no 1º minuto menor que 7 e o tipo de malformação.