MONOGRAFIA-NEONATOLOGIA (HMIB)-2024:AVALIAÇÃO DO TESTE DE OXIMETRIA DE PULSO COMO TESTE DE TRIAGEM UNIVERSAL EM PACIENTES INTERNADOS EM ALOJAMENTO CONJUNTO EM CENTRO DE REFERÊNCIA DO DISTRITO FEDERAL

MONOGRAFIA-NEONATOLOGIA (HMIB)-2024:AVALIAÇÃO DO TESTE DE OXIMETRIA DE PULSO COMO TESTE DE TRIAGEM UNIVERSAL EM PACIENTES INTERNADOS EM ALOJAMENTO CONJUNTO EM CENTRO DE REFERÊNCIA DO DISTRITO FEDERAL

Lucas do Carmo Souza/Orientador: Nathalia Bardal.

Introdução: As cardiopatias são o grupo mais comum de anomalias congênitas e de maior mortalidade. Com prevalência estimada entre 6-8 a cada 1000 nascidos vivos, são responsáveis por 6 a 10% das mortes infantis, e por cerca de 50% da mortalidade infantil ligada a malformações congênitas. Cerca de 1 a 2 de cada 1000 recém-nascidos vivos apresentam cardiopatia congênita crítica. Em torno de 30% destes recém-nascidos recebem alta hospitalar sem diagnóstico, evoluindo com choque, hipóxia ou óbito precoce, antes de receber tratamento adequado. O teste do coraçãozinho, realizado antes da alta da maternidade, visa diagnosticar precocemente as cardiopatias críticas, a fim de evitar tais desfechos. Objetivo: Descrever os resultados obtidos através da realização da triagem para cardiopatia congênita no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB) e compará-los com os dados da literatura recente. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo de análise de prontuários a partir da coleta de dados do livro dos testes do coraçãozinho do Hospital Materno Infantil de Brasília, no alojamento conjunto, referente ao período de janeiro de 2021 a dezembro de 2022. Resultados: Durante os anos de 2021 a 2022, foram realizados 4.569 testes do coraçãozinho. Entre os testes realizados nove (0,2%) estavam alterados (positivos), e destes, seis (66,7%) apresentaram ecocardiogramas normais (falsos positivos) e somente três (33,3%) corresponderam a cardiopatia congênita, (dois exames com canal arterial sem repercussão hemodinâmica e um com comunicação interatrial). Nenhuma cardiopatia crítica foi diagnosticada nos testes realizados. Conclusão: No presente estudo, o teste da oximetria de pulso apresentou ocorrência de testes falso- positivos (0,2%) semelhante aos dados encontrados na literatura. Adicionalmente, não foi diagnosticado caso de cardiopatia crítica na amostra em questão, contrariando as estimativas encontradas em outros trabalhos já realizados, provavelmente devido às características do serviço de saúde estudado, pois trata-se de Hospital Terciário, com serviço de Medicina Fetal, e tais cardiopatias já teriam sido diagnosticadas intra útero, sem a realização do teste da oximetria no Alojamento Conjunto. Neste contexto, a combinação do diagnóstico antenatal e a disponibilidade de UTI neonatal de fácil acesso pode ter resultado na perda de casos de cardiopatias críticas para a pesquisa, sendo necessário realizar novos estudos incluindo as admissões por cardiopatia crítica na UTI Neonatal que não passaram pelo Alojamento Conjunto e portanto não fizeram o teste da oximetria de pulso.