Resultados em idade escolar após hemorragia intraventricular em bebês nascidos extremamente prematuros

Resultados em idade escolar após hemorragia intraventricular em bebês nascidos extremamente prematuros


Schoolage outcomes following intraventricular haemorrhage in infants born extremely preterm.

Hollebrandse NL, Spittle AJ, Burnett AC, Anderson PJ, Roberts G, Doyle LW, Cheong JLY.Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed. 2021 Jan;106(1):4-8. doi: 10.1136/archdischild-2020-318989. Epub 2020 Jul 30.PMID: 32732377. Australia.

Realizado por Paulo R. Margotto.

Crianças nascidas extremamente prematuras (EP; <28 semanas de idade gestacional (IG)) estão em risco de hemorragia intraventricular (HIV). HIV grau 3 ou 4 reflete patologia mais grave e está associado a deficiências de neurodesenvolvimento subsequentes. O neurodesenvolvimento de longo prazo de bebês com HIV grau 1 ou 2 é menos claro, com resultados conflitantes relatados até o momento. No entanto, a maioria dos estudos tem associado apenas a HIV com resultados iniciais nos primeiros anos de vida, uma idade quando não é possível medir resultados como funcionamento executivo (FE) ou habilidades acadêmicas, que surgem durante a infância. A partir de um estudo de coorte de base populacional no Estado de Victoria, Austrália, envolvendo recém-nascidos sobreviventes com <28 semanas de idade gestacional (n = 546) e recém-nascidos controles a termo (n = 679) de três eras distintas, a saber, aqueles nascidos em 1991-1992, 1997 e 2005 (foi considerado o pior grau de HIV detectado no ultrassom craniano seriado) mostrou, aos 8 anos de idade: as crianças que apresentaram  com HIV grau 1 ou 2 estavam em maior risco de desenvolvimento de paralisia cerebral do que aqueles sem HIV (OR 2,24, IC 95% 1,21 a 4,16). Esse estudo contribui para uma compreensão crescente do impacto negativo da HIV de baixo grau no desenvolvimento motor. Isso enfatiza a importância do acompanhamento de longo prazo e intervenção precoce em crianças com HIV, bem como aconselhamento aos pais Recentes evidências sugerem uma ligação entre HIV graus 2-3 e lesões na substância branca identificadas na ressonância magnética. Se a ligação entre leve HIV e função motora na infância é mediada, mesmo em parte, pela lesão na substância branca neonatal, pode abrir outras oportunidades para minimizar a consequência dessas hemorragias mais brandas. Juntas, essas observações abrem novos caminhos para investigar se baixos graus de HIV também podem ser candidatos para intervenções de reabilitação precoce para melhorar os resultados em longo prazo.