Monografia-Pediatria (HMIB) 2020: Perfil clínico epidemiológico dos casos de infecção por influenza em crianças em um Hospital Pediátrico de Referência do DF
Nathalia Giardi Nagibi, Marcela Santos Correa da Costa
Nathalia Giardi Nagibi, Marcela Santos Correa da Costa
João Paulo Silva Cezar
A meningite bacteriana configura uma emergência pediátrica dado o potencial de óbito e sequelas se não adequadamente tratada a tempo. Este trabalho objetivou
descrever perfil epidemiológico e desfechos clínicos das crianças internadas sob este hipótese diagnóstica em um hospital pediátrico de referência brasileiro no decorrer de oito anos (2011-2019), além de correlacionar desfechos desfavoráveis com os agentes etiológicos identificados e status vacinal, bem como quantificar a taxa de mortalidade da população estudada. Realizou-se um estudo quantitativo, transversal, descritivo,retrospectivo de pesquisa documental em prontuário eletrônico de 71 crianças com este diagnóstico. Descreveu-se o perfil de crianças atendidas com este diagnóstico,bem como os agentes etiológicos e desfechos desfavoráveis agudos. O número pequeno da amostragem interferiu na análise de significância estatística, embora a desatualização vacinal tenha sido marcante. A presença de crises epilépticas prévias ao diagnóstico foi fator de risco com significância para o óbito. Este estudo permitiu um retorno ao serviço quanto a condução das crianças com meningite bacteriana, o que facilitará definições de novas condutas visando melhorias, além de reforçar a necessidade da atualização vacinal. Novos e maiores estudos são necessários para aprofundar o conhecimento sobre esta patologia na população pediátrica brasileira.
Esther de Paiva Mota
Kelly Cris Souza Santos, Mariana de Melo Gadelha
Paulo R. Margotto, Viviana I. Sampietro Serafin.
Capítulo do Livro Assistência ao Recém-Nascido de Risco, Hospital de Ensino Materno Infantil de Brasília, 4a Edição, 2021
PCA não é o mesmo que um canal arterial hemodinamicamente significativo (CAHS). A falta de uma abordagem padronizada para definir CAHS faz o seu impacto clínico e contribuição para morbidades neonatais difíceis de definir. Há falta de um consenso internacional na definição do CAHS.
O achado ecocardiográfico de importante shunt transductal da esquerda para a direita com efeitos hemodinamicamente mensuráveis levando a instabilidade clínica é a base para a definição do CAHS. O fenômeno do CAHS é um continuum de normalidade fisiológica a um estado patológico de doença com instabilidade clínica e efeitos variados em órgãos corporais.
Em resumo, as morbidades associadas ao canal arterial, como hemorragia pulmonar, hipotensão arterial refratária, hemorragia intraventricular, displasia broncopulmonar, enterocolite necrosante levar-nos-iam a conduta simplicista de fechar todos os canais. No entanto, as evidências mostram que os resultados desta conduta podem ser piores com o tratamento agressivo, principalmente com o tratamento cirúrgico precoce, levando ao aumento de enterocolite necrosante, displasia broncopulmonar, além de outras complicações relacionadas ao neurodesenvolvimento. A identificação precoce de canais arteriais hemodinamicamente significativos em recém-nascidos pré-termos extremos (RN<28 semanas), associados a achados clínicos relevantes, possibilita selecionar os recém-nascidos com maior possibilidade de tratamento e com menor risco de morbidades, principalmente, com menores taxas de hemorragia pulmonar e possivelmente, menor incidência de displasia broncopulmonar. No tratamento farmacológico, surge nova opção quando não é possível o uso de antiinflamatórios não-esteroidais (indometacina, ibuprofeno), como o paracetamol, que atua inibindo o sítio da peroxidase do complexo prostaglandina H2 sintetase, sem os efeitos adversos daqueles. No pós-operatório da ligação cirúrgica do canal arterial, o neonatologista deve estar atento às complicações hemodinâmicas associadas a síndrome cardíaca pós-ligação, conhecendo a fisiopatologia para a melhor opção terapêutica. Evidências de vários estudos retrospectivos sugerem que o manejo pode ser modificado com o aumento do uso de tratamento conservador. Uma mudança de paradigma resultou em diminuição do uso de tratamentos para fechamento da PCA em alguns Centros. Esta abordagem cita a falta de melhora nos desfechos respiratórios e neurodesenvolvimento de curto e longo prazo como um argumento. A falta de evidências que apóiam as estratégias terapêuticas destinadas a alcançar o fechamento da PCA levou à adoção generalizada de um tratamento conservador com o objetivo de atenuar o impacto do volume do shunt sem alcançar o fechamento do ducto.
Thaynara Leonel Bueno.
INTRODUÇÃO: Uma grande porcentagem das crianças internadas em UTI Pediátrica necessita de Ventilação Mecânica (VM), portanto o desmame e o sucesso da extubação são sempre um grande desafio. Vários estudos sugerem que a VM leva a atrofia e disfunção diafragmática, principalmente em adultos. OBJETIVO: Avaliar a diferença na espessura da musculatura do diafragma em pacientes pediátricos submetidos a VM, e algumas variáveis possivelmente envolvidas. ESTUDO: Realizado em UTIP terciária com 16 leitos, longitudinal, prospectivo e observacional. MÉTODO: Foram realizadas medidas da espessura do diafragma, utilizando a ultrassonografia, de pacientes submetidos a VM nas primeiras 24horas, em 48horas e no quarto dia. Os dados foram analisados e considerou-se atrofia significante aqueles cuja redução fosse superior a ponto crítico do intervalo de confiança de 95% para a atrofia entre dois tempos. Para a avaliação dos fatores correlatos, utilizou-se o teste t de comparação de médias. RESULTADOS: Obtiveram 36 pacientes, desses 61,1% apresentaram atrofia diafragmática entre o primeiro e segundo dia de VM e 82,4% apresentaram atrofia no quarto dia. Espessura em média do músculo de 1,08mm no primeiro dia. A taxa de atrofia média foi de – 4,8% por dia de VM. CONCLUSÃO: A avaliação ultrassonográfica do diafragma fornece medidas não invasivas da espessura diafragmática e seu grau de atrofia. Os dados mostram atrofia já nas primeiras 48horas de VM, em uma taxa semelhante aos trabalhos em adultos. Além disso, encontramos associação entre o uso de BNM e atrofia, e maior tendência ao afinamento diafragmático na população em uso de corticoide.
Thaynne Almeida Diniz, Luana Kratka de Souza
Nayara Soares Martin da Silva, Natália Spínola Costa da Cunha
Gabriela Santos da Silva.
RESUMO
Falhas de extubação são complicações relativamente comuns em uma UTI Pediátrica, com incidência relatada na literatura variando de 4 a 14% de todas as extubações eletivas, e podem levar a maior morbidade, principalmente relacionada a um aumento no tempo de internação. Fatores de risco já descritos por outros trabalhos incluem estridor pós extubação, fraqueza muscular e tempo de ventilação mecânica. Este trabalho analisou uma amostra de 125 pacientes submetidos a extubação eletiva em um período de 6 meses, com o objetivo de determinar a incidência deste evento na unidade estudada, e descrever os fatores relacionados à falha, por meio de comparação entre os pacientes que tiveram ou não extubação bem sucedida. Tanto a presença de neuropatia prévia quanto escore de Westley elevado tiveram correlação significativa com a ocorrência de falha de extubação.
Os principais fatores de risco identificados nesta amostra foram a presença de estridor pós extubação, avaliado por meio do escore de Westley,e a presença de doença neurológica prévia. Mais estudos são necessários para avaliar formas de prevenir esta complicação.
Lorrany Carneiro Cavalcante Zaltron, Mônica Ferreira Leite, Neulânio Francisco de Oliveira