CASO CLÍNICO: Toxoplasmose Congênita em Mãe Imune

CASO CLÍNICO: Toxoplasmose Congênita em Mãe Imune

Naima Hamidah (HRAN/SES/DF), Paulo R. Margotto (HMIB/SES/DF/Maternidade Brasília).

Chama atenção que segundo o Protocolo de Toxoplasmose Congênita do Ministério da Saúde (BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção à Saúde do Recém-Nascido. Guia para os profissionais de Saúde. Cuidados Gerais. vol 1, Brasília, 2011, p. 195), as gestantes classificadas como imunes, não continuarāo a ser investigadas durante o pré-natal nem receberāo tratamento, pois, classicamente, a toxoplasmose nāo é transmitida ao concepto por gestantes imunes. Nesse, a sorologia para Toxoplasmose no 1º Trimestre mostrou IgG (10,14/ml) + IgM neg, sendo considerada mãe imune; ultrassom morfológico com 23 semanas foi considerado normal e 1 dia antes do nascimento “holoprosencefalia”.  A sorologia do bebê para Toxoplasmose, aos 4 dias de vida  mostrou: IgM positiva    (IgM 26,46) e IgG de 1031,7/ml). Tanto a ecografia como a tomografia mostraram grave destruição cerebral; estudo francês de Valdès V et al explicam a infecção toxoplásmica em um ambiente imunocompetente: (a) maciça re-infestação parasitária em particular após encontros repetidos com gatos ou após ingestões de carne mal cozida; (b) re-infestação com uma cepa particularmente virulenta; (c)  uma recontaminação por uma estirpe parasitária diferente; (d) infecção fetal de focos parasitários uterinos. A Dra. Liu Campelo Porto descreveu 7  casos de Toxoplasmose congênita e mães imune e enfoca a necessidade de rever os protocolos de acompanhamento das gestantes imunes à Toxoplasmose. Especificamente para esse caso não descarta a possibilidade IgM falso negativa no 1º trimestre e para isso seria necessário quantificar o IgG da gestante. Dra. Lícia Moreira (Bahia) também não descarta a possibilidade de exame falso negativo ou a gestante se infectou logo após essa sorologia e contaminou o feto, além da possibilidade de infecção por outra cepa.