Categoria: Distúrbios Respiratórios

Dopamina e Hipertensão Pulmonar Neonatal – Necessidade de um Pressor Melhor? (Dopamine and Neonatal Pulmonary Hypertension-Pressing Need for a Better Pressor?)

Dopamina e Hipertensão Pulmonar Neonatal – Necessidade de um Pressor Melhor? (Dopamine and Neonatal Pulmonary Hypertension-Pressing Need for a Better Pressor?)

Dopamine and Neonatal Pulmonary Hypertension-Pressing Need for a Better Pressor?McNamara PJ, Giesinger RE, Lakshminrusimha S.J Pediatr. 2022 Mar 18:S0022-3476(22)00207-4. doi: 10.1016/j.jpeds.2022.03.022. Online ahead of print.PMID: 35314154 No abstract available.

Realizado por Paulo R. Margotto.

Normalmente, a dopamina intravenosa é o pressor inicial de escolha para a hipotensão sistêmica neonatal, muitas vezes independentemente da fisiologia subjacente e sem a devida consideração de sua variação nos efeitos farmacológicos.

A atenção aos riscos e benefícios é relevante no que se refere à estratégia comumente utilizada para melhorar a eficácia da oxigenação visando níveis “supranormais” de pressão arterial sistêmica na tentativa de reverter a direcionalidade do shunt atrial e/ou ductal pulmonar para o sistêmico (direita – para a esquerda).

A forma mais comum de hipertensão pulmonar  aguda ocorre quando a resistência vascular pulmonar (RVP) permanece elevada após o nascimento  e a derivação ductal direita-esquerda oferece um meca

O estresse pós-carga leva a várias mudanças na mecânica do VD que se tornam progressivamente patológicas. A dopamina, uma droga com ações vasoconstritoras não seletivas em uma variedade de receptores de catecolaminas na circulação pulmonar e sistêmica, tem potencial para impactar negativamente essa fisiologia.

Na presença de hipertensão  pulmonar aguda e/ou vascularização remodelada, a dopamina eleva acentuadamente a pressão na artéria pulmonar sem melhora na oxigenação, podendo ser prejudicial para ambos os ventrículos. Assim, os autores não conseguiram  encontrar nenhuma evidência que sustente a dopamina como vasopressor de escolha no cenário da hipertensão pulmonar aguda. Em vez de se concentrar exclusivamente na pressão arterial, sugere-se uma abordagem focada na otimização da RVP, saúde do VD e melhora do fluxo sistêmico.

Bloqueio Neuromuscular Precoce na Síndrome de Angústia Respiratória Aguda Pediátrica Moderada a Grave

Bloqueio Neuromuscular Precoce na Síndrome de Angústia Respiratória Aguda Pediátrica Moderada a Grave

Early Neuromuscular Blockade in Moderate-to-Severe Pediatric Acute Respiratory Distress Syndrome.

Rudolph MW, Kneyber MCJ, Asaro LA, Cheifetz IM, Wypij D, Curley MAQ; RESTORE Study Investigators.Crit Care Med. 2022 Jan 6. doi: 10.1097/CCM.0000000000005426. Online ahead of print.PMID: 35029869.

Apresentação: Luciana Melara (R4 UTIP)/HMIB/SES/DF; Coordenação: Alexandre Serafim

  • Esta análise secundária do banco de dados RESTORE (Randomized Evaluation of Sedation Titration for Respiratory Failure) mostrou que o BNM precoce esteve associado a uma maior duração da VM e maior tempo de recuperação da insuficiência respiratória aguda em moderada a grave Síndrome de Angústia Respiratória Pediátrica Esta análise ressalta a necessidade de um estudo controlado randomizado em pediatria.
  • Atualmente o Estudo de Bloqueio Neuromuscular da SDRA Pediátrica está atualmente recrutando (NCT02902055).
Monografia (NEONATOLOGIA-HMIB-2022):INCIDÊNCIA E PRINCIPAIS FATORES ASSOCIADOS À FALHA DE EXTUBAÇÃO EM RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS EXTREMOS E/OU EXTREMO BAIXO PESO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL NO DISTRITO FEDERAL

Monografia (NEONATOLOGIA-HMIB-2022):INCIDÊNCIA E PRINCIPAIS FATORES ASSOCIADOS À FALHA DE EXTUBAÇÃO EM RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS EXTREMOS E/OU EXTREMO BAIXO PESO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL NO DISTRITO FEDERAL

Larissa Araújo Dutra da Silveira – Residente em Neonatologia. Orientadora: Dra. Nathalia Falchano Bardal.

  • A definição de falha de extubação foi considerada como a necessidade de reintubação dentro das primeiras 72h, uma definição comum na literatura.
  •  Índice de falha de extubação de 56,1% nos prematuros extremos e/ou extremo baixo peso. 76%  receberam suporte ventilatório invasivo em Sala de Parto. Cerca de 65% das re-intubações ocorreram dentro das primeiras 24h após a retirada da ventilação mecânica.
  •  90% dos pacientes apresentaram anemia com necessidade de concentrado de hemácias durante a internação e a prevalência de sepse tardia foi de 85%
  • A presença de canal arterial patente com repercussão hemodinâmica associou-se significativamente  para falha de extubação . Os pacientes com necessidade de re-intubação apresentaram 2,5 vezes mais chances de evoluir com displasia broncopulmonar, embora não significativo.               

 

Manejo da Hipotensão Sistêmica em Bebês à Termo com Hipertensão Pulmonar Persistente do Recém-Nascido

Manejo da Hipotensão Sistêmica em Bebês à Termo com Hipertensão Pulmonar Persistente do Recém-Nascido

Management of systemic hypotension in term infants with persistent pulmonary hypertension of the newborn: an illustrated review. Siefkes HM, Lakshminrusimha S.Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed. 2021 Jul;106(4):446-455. doi: 10.1136/archdischild-2020-319705. Epub 2021 Jan 21.PMID: 33478959 Free PMC article. Review. Artigo Livre!

Apresentação: Jamille Coutinho Alves. Coordenação: Carlos  A. Zaconeta

A Hipertensão pulmonar persistente do recém-nascido (HPPRN) pode ser caracterizada por uma infinidade de desequilíbrios fisiológicos, como um aumento da razão RVP/RVS, ou devido à disfunção do VE ou aumento do fluxo sanguíneo pulmonar que resulta em aumento da pressão da artéria pulmonar. A hipotensão sistêmica é extremamente comum e deve ser identificada precocemente. A hipotensão sistêmica é quase invariavelmente um componente da síndrome clínica de HPPRN, mas pode ter uma variedade de mecanismos que requerem avaliação e terapia cuidadosos e direcionados. Nos complementos, COMO DEVEMOS INTERPRETAR A PRESSÃO ARTERIAL (PA). É importante olhar para a PA de uma forma mais inteligente que nos diz sobre o paciente e não ficar apenas na PAM (PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA) como todos fazemos. VALE A PENA CONSULTAR. O ARTIGO É LIVRE!!! COMPARTILHANDO, TODOS APRENDEMOS!

Manejo bem sucedido de hérnia diafragmática congênita com ECMO:Primeiro relato de caso no México

Manejo bem sucedido de hérnia diafragmática congênita com ECMO:Primeiro relato de caso no México

Manejo exitoso de hernia diafragmática … – SciELO México (U Garza-Serna, RD Gómez-Gutiérrez, G Quezada-Valenzuela, B Cárdenas-Del Castillo, V Contreras-Cepeda, EA Chávez-García, A Nieto-Sanjuanero).

Apresentação: Larissa Araújo Dutra da Silveira – R5 Neonatologia. Coordenação: Diogo Botelho.

A ECMO é uma terapia  cientificamente comprovada que aumenta a sobrevida desses pacientes; sua implementação é complexa devido ao alto custo de tratamento e treinamento de pessoal que deve ser altamente treinado para gerenciar o circuito no entanto, é definitivamente uma terapia que deve crescer no México para oferecer aos nossos pacientes um tratamento alternativo e expectativa de vida.

Artigo 5.525 (31/12/2021): Ensaio OPTIMIST e o impacto da terapia com surfactante minimamente invasiva

Artigo 5.525 (31/12/2021): Ensaio OPTIMIST e o impacto da terapia com surfactante minimamente invasiva

Peter Dargaville (Austrália). 25º Congresso  de Perinatologia (online), 1-4 de dezembro de 2021.

Effect of Minimally Invasive Surfactant Therapy vs Sham Treatment on Death or Bronchopulmonary Dysplasia in Preterm Infants With Respiratory Distress Syndrome: The OPTIMIST-A Randomized Clinical Trial.

Dargaville PA, Kamlin COF, Orsini F, Wang X, De Paoli AG, Kanmaz Kutman HG, Cetinkaya M, Kornhauser-Cerar L, Derrick M, Özkan H, Hulzebos CV, Schmölzer GM, Aiyappan A, Lemyre B, Kuo S, Rajadurai VS, O’Shea J, Biniwale M, Ramanathan R, Kushnir A, Bader D, Thomas MR, Chakraborty M, Buksh MJ, Bhatia R, Sullivan CL, Shinwell ES, Dyson A, Barker DP, Kugelman A, Donovan TJ, Tauscher MK, Murthy V, Ali SKM, Yossuck P, Clark HW, Soll RF, Carlin JB, Davis PG; OPTIMIST-A Trial Investigators.JAMA. 2021 Dec 13. doi: 10.1001/jama.2021.21892. Online ahead of print.PMID: 34902013

Realizado por Paulo R. Margotto.

O estudo OPTIMIST teve como objetivo examinar o efeito da aplicação seletiva do surfactante minimamente invasiva (MIST- minimally invasive surfactant therapy) em prematuros de 25º – 286 semanas de idade gestacional com Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR) em CPAP com baixa FiO2 na sobrevivência sem displasia broncopulmonar (DBP). O ensaio começou em dezembro de 2011. Os bebês foram recrutados de 33 Centros e 11 países. O recrutamento cessou em março de 2020, com 81% do recrutamento total, devida à pandemia da COVID-19 que levou a cessação da pesquisa em muitos países (o envolvimento inicial de 5187 bebês entre 25 a 28 semanas, após as exclusões, permaneceu no estudo 485 bebês, sendo 241 tratados  com surfactante minimamente invasivo e 244controles). O surfactante foi instilado usando um cateter vascular de calibre 16 (Angiocath, Becton Dickinson) ou um cateter próprio (LISAcath, Chiesi Farmaceutici), marcado para indicar a profundidade de inserção correta além das cordas vocais (1,5 cm para idade gestacional <27 semanas; 2 cm caso contrário). Por meio de laringoscopia direta, o cateter foi inserido na traqueia (máximo de 3 tentativas) e surfactante (200 mg / kg de alfa poractante; Chiesi Farmaceutici) foi administrado em 3 a 4 alíquotas, com uma pausa de 10 segundos entre cada um. O uso de CPAP foi aplicado em toda a extensão, com o objetivo de otimizar a dispersão do surfactante da traqueia promovida pela respiração espontânea.Morte ou displasia broncopulmonar avaliada na idade pós-menstrual de 36 semanas ocorreu em 105 bebês (43,6%) no Grupo MIST e em 121 bebês (49,6%) no grupo de controle; RD, -6.3% [95% CI, -14.2% to 1.6%]: RR ajustado 0,87 [IC de 95%, 0,74 a 1,03]; P = 0,10 ). A incidência de DBP em sobreviventes de 36 semanas de idade pós-menstrual foi reduzida no grupo MIST (37,3%) vs (45,3%) no grupo de controle: Risco Relativo (RR) ajustado 0,83 (IC 95%, 0,70 a 0,98) – P = 0,03), com redução do risco absoluto de 8% e o número necessário para se beneficiar de 12. A necessidade de intubação dentro de 72 horas após o nascimento foi reduzida no grupo MIST (36,5% vs 72,1% no grupo de controle): RR ajustado de, 0,50 [IC 95%, 0,40 a 0,64]; P < 0,001), assim como a incidência de pneumotórax com necessidade de drenagem (4,6% vs 10,2): RR ajustado  de  0,44 [IC 95%, 0,25 a 0,78]; P = 0,005). No grupo MIST, houve menos ventilação mecânica via tubo endotraqueal, menos dias de CPAP, menos dias de ventilação mecânica + CPAP e menos dias de todo suporte respiratório. Este ensaio é, até o momento, o maior estudo para investigar a administração de surfactante em bebês prematuros, uma vez que a necessidade de oxigênio de 30% foi excedida. Revisão Cochrane de ensaios diretos de aplicação de surfactante por meio de um cateter fino ou tubo endotraqueal forneceu fortes evidências em favor do método de aplicação de cateter fino (para morte ou displasia broncopulmonar: RR, 0,59 (IC 95%, 0,48-0,73). Nos Guidelines de Consenso Europeu no manuseio da SDR, a administração  do  surfactante minimamente invasiva é o modo preferencial de administrar o surfactante para bebes respirado espontaneamente, desde que os clínicos sejam  experientes com essa técnica. Nos complementos,  como Fusch (Alemanha), chamamos essa técnica de Mini INSURE. Intubar para fazer o surfactante, deixa muita incerteza na extubação (o chamado INSURE-intubar-surfactante-extubação; o E de extubar fica  muitas vezes faltando! – 10% não são extubados na primeira hora no INSURE!). Ao fazer o surfactante sem a INTUBAÇÃO, o surfactante é aplicado através de uma sonda pela traqueia com bebês em respiração espontânea (seria um mini INSURE). Este método combina os efeitos positivos de CPAP nasal e do surfactante. A ideia é que é mais adequado fisiologicamente inspirar surfactante do que recebê-lo por insuflações com pressão positiva como o procedimento INSURE  segundo Anela Kribs, Alemanha). Em 1977 Björklund LJ et al demonstraram que a ventilação manual, pode causar lesão pulmonar e diminuir o efeito do tratamento com surfactante subsequente. Inflações manuais para expandir os pulmões e facilitar a dispersão do surfactante podem talvez ter efeito oposto e resultar em distribuição desigual do surfactante, diferente do que ocorre durante a respiração espontânea. Não temos usado sedação durante a técnica. Segundo Peter Dargaville (comunicação pessoal), não indica sedação durante  a administração minimamente invasiva do surfactante, pois para  obter o máximo de entrega de surfactante usando essa técnica é melhor que a criança esteja respirando espontaneamente com uma glote funcional.

 

UTI PEDIÁTRICA: Discordância entre drive respiratório e grau de sedação em pacientes criticamente enfermos em ventilação mecânica

UTI PEDIÁTRICA: Discordância entre drive respiratório e grau de sedação em pacientes criticamente enfermos em ventilação mecânica

Discordance Between Respiratory Drive and Sedation Depth in Critically Ill Patients Receiving Mechanical Ventilation.Dzierba AL, Khalil AM, Derry KL, Madahar P, Beitler JR.Crit Care Med. 2021 Jun 9. doi: 10.1097/CCM.0000000000005113. Online ahead of print.PMID: 34115638.

Apresentação: Antônio Batista de Freitas Neto. R4 Medicina Intensiva Pediátrica – UTIP HMIB/SES/DF. Coordenação: Alexandre P. Serafim.

  • Durante a ventilação mecânica é recomendado titular analgésicos e sedativos estimando dor e agitação / sedação, visando sedação leve sempre que possível
  • No entanto, às vezes é prescrita sedação profunda na tentativa de facilitar a ventilação protetora do pulmão ou eliminar a dissincronia paciente-ventilador
  • Em pacientes ventilados mecanicamente, sedação profunda frequentemente presume-se que induz a “respirólise”, isto é, lisa o esforço respiratório espontâneo, enquanto que a sedação leve costuma ser considerada para preservar o esforço espontâneo
  • Uso da “RESPIRÓLISE” em doenças pulmonares

(A respirólise é um efeito colateral não intencional que embora possa tentar ajudar na ventilação, também gera risco de atrofia do diafragma e dificuldade de desmamar da ventilação mecânica [VM])

  • Compreender relação o grau de sedação e impulso respiratório é importante para estabelecer ventilação protetora e minimizar efeitos colaterais da sedação
  • O impulso respiratório pode ser quantificado facilmente à beira do leito usando a pressão de oclusão das vias aéreas

        Pressão de oclusão de vias aéreas: pressão gerada sob as vias aéreas ocluídas durante os primeiros 100 milissegundos (0.1 segundos) de um esforço inspiratório  – medida disponível na maioria dos ventiladores modernos.

Em vez de usá-lo, supõe-se que a sedação profunda suprime o impulso respiratório, enquanto a sedação leve o preserva.

EPISÓDIOS DE APNEIA, BRADICARDIA E DESSATURAÇÕES E O CÉREBRO DO PREMATURO. O QUE É CONHECIDO E DIREÇÕES FUTURAS

EPISÓDIOS DE APNEIA, BRADICARDIA E DESSATURAÇÕES E O CÉREBRO DO PREMATURO. O QUE É CONHECIDO E DIREÇÕES FUTURAS

Wissam Shalish (EUA). Neobrain Highlights no dia 6 de novembro de 2021.

Realizado por Paulo R. Margotto.

Os eventos cardiorrespiratórios, como apneia, bradicardias e  dessaturações  são muito frequentes nos nossos bebês, havendo um predomínio nos bebês de 24-30 semanas de idade gestacional nas primeiras semanas de vida, ocorrendo 6-8 eventos por dia, podendo ocorrer, a partir do dia 5,  660 eventos cardiorrespiratórios/semana (nesse período frequentemente extubamos nossos bebês (cerca de 60% desenvolvem instabilidade  clínica, necessitando de re- intubação). Quanto ao impacto no cérebro (via desequilíbrio  nos neurotransmissores, inflamação, espécies reativas de oxigênio), temo s deficiente neurodesenvolvimento aos 3 anos de idade, podendo ocorrer por via através de outras comorbidades como o aumento da retinopatia da prematuridade (ROP)  e displasia broncopulmonar (DBP). Há certos questionamentos, como a frequência, duração desses eventos e se ocorrem  isolados ou agrupados ou mesmo lesão cerebral pela  hiperoxemia que ocorre seguindo esses eventos  pelo aumento de oferta de O2. O estudo  PRE- VENT envolvendo 5 Centros  com um grande número de prematuros extremos provavelmente vai nos trazer respostas a esses questionamentos. Envolvendo o NIRS, observou-se que a bradicardia isolada teve o menor impacto no cérebro (oxigenação cerebral) e eventos combinados tiveram o maior impacto, particularmente aquelas começando com hipoxemia e associada a bradicardia subsequente, possivelmente relacionada à hipóxia cardíaca (na figura a seguir bradicardia com subsequente hipoxemia). No entanto, há um certa inconsistência entre os autores de como esses eventos afetam o cérebro  ou seja, nem todas as dessaturações do oxímetro de pulso   se traduzem em dessaturação cerebral e assim, isso leva  a questão sobre quais eventos predispõem a dessaturação. Entre os fatores causadores desses evento nem sempre é a idade gestacional, com destaque para os pequenos para a idade gestacional (parecem ter uma carga aumentada para hipoxias intermitentes), predisposição genética e corioamnionite. Outra incógnita: como podemos monitorar esses eventos cardiorrespiratórios? Está sendo desenvolvido o estudo Post-Extubation Asessment of Clinical Stability in Extremely preterm infants: PEACE PILOT PROJECT aplicado na fase de extubação e com o Monitoramento Multimodal nessa população de alto risco. Há também o Projeto DREAM (Detection of Resíratory Events using Acoustic Monitoring in Preterm Infants) a ser iniciado nos  próximos meses e o objetivo principal é determinar a confiabilidade do monitoramento acústico na detecção do fluxo de ar. Portanto, eventos cardiorrespiratórios são comuns e provavelmente associados com o aumento do deficiente neurodesenvolvimento dos prematuros e os futuros estudos vão nos mostrar como aprimorar o monitoramento Nos complementos, excelente Palestra do Dr. Eduardo Bancalari (EUA) sobre os Episódios de Hipoxemia nos prematuros ventilados (estes RN apresentam seguidos episódios de hipoxemia, devido a esta expiração ativa secundária a contração da musculatura abdominal). Confiram as estratégias propostas. Quanto a falta de redução da hipoxia intermitente nos prematuros  após  36 semanas de idade pós-menstrual, Dobson NR et al, recentemente especularam que seja causada causada por insuficiência de concentrações de cafeína devido ao aumento progressivo do metabolismo da cafeína após 36 semanas de idade pós-menstrual e sugere aumento da dose e tempo de cafeína

MONITORAMENTO CEREBRAL NA POPULAÇÃO PREMATURA – QUE INFORMAÇÕES PODEMOS OBTER? ( Brain monitoring in the preterm population-What information can we get? )

MONITORAMENTO CEREBRAL NA POPULAÇÃO PREMATURA – QUE INFORMAÇÕES PODEMOS OBTER? ( Brain monitoring in the preterm population-What information can we get? )

Palestra proferida por Valerie Chock (EUA) ocorrida por ocasião do Neobrain Highlights no dia 5 de novembro de 2021.

Até um pouco tempo atrás havia muitos parâmetros fisiológicos que podíamos monitorar, no entanto, o cérebro era esquecido. Entre os vários dispositivos de neuromonitoramento à beira do leito que nos dão informações sobre o cérebro, temos o EEG de vídeo contínuo, o aEEG (de amplitude integrada) que nos dão informações sobe a atividades elétricas cerebrais (e a Espectroscopia  próximo ao infravermelho (NIRS) que  fornece informações sobre a oxigenação cerebral, como podemos  ver nessas imagens. Quanto ao EEG,  nos cérebros mais saudáveis há  uma  voltagem continua normal  e também uma variação suave que indica esse ciclo de sono e vigília. Quando o NIRS, consideramos um intervalo de saturação cerebral normal (rScO2) com risco de lesão cerebral quando <50% e nessas condições temos que abordar que fatores afetam a oxigenação cerebral, como: o bebês está hipóxico, hipotensivo, anêmico, hipocárbico, severa hemorragia intraventricular, canal arterial hemodinamicamente significativo, doença cardíaca com deficiente perfusão cardíaca? Nos complementos, o NIRS na Encefalopatia hipóxico-isquêmica: Na encefalopatia hipóxico-isquêmica, a saturação cerebral alta e a extração cerebral de oxigênio baixa, reflexo da falha secundária de energia com redução do consumo de oxigênio pelo cérebro muito lesado. alta saturação de oxigênio cerebral por 24 horas associa-se desfecho do neurodesenvolvimento ruim. A saturação de oxigênio cerebral  acima de 90% nesse bebe com severa encefalopatia hipóxico-isquêmica é devida à diminuição da extração de oxigênio pelo cérebro severamente lesado. Para o futuro: podemos analisar diferentes órgãos como os rins, intestino e músculos e podemos pensar no uso funcional do NIRS e aEEG de  forma concomitante com outros procedimentos como a alimentação à beira do leito e finalmente, a sincronização de dados e aprendizados  de máquinas/ algoritmo para a predição dos desfechos.