Categoria: Infecções Bacterianas e Fúngicas

Profilaxia oral com nistatina para prevenir infecção fúngica sistêmica em recém-nascidos prematuros de muito baixo peso: um estudo controlado randomizado / Profilaxia oral de nistatina para a prevenção da colonização fúngica em recém-nascidos de muito baixo peso: uma revisão sistemática e meta-análise de ensaios controlados randomizados

Profilaxia oral com nistatina para prevenir infecção fúngica sistêmica em recém-nascidos prematuros de muito baixo peso: um estudo controlado randomizado / Profilaxia oral de nistatina para a prevenção da colonização fúngica em recém-nascidos de muito baixo peso: uma revisão sistemática e meta-análise de ensaios controlados randomizados

Oral nystatin prophylaxis to prevent systemic fungal infection in very low birth weight preterm infants: a randomized controlled trial.Rundjan L, Wahyuningsih R, Oeswadi CA, Marsogi M, Purnamasari A.BMC Pediatr. 2020 Apr 17;20(1):170. doi: 10.1186/s12887-020-02074-0.PMID: 32303210 Free PMC article. Clinical Trial.

Apresentação: Lucas do Carmo, R4 em Neonatologia da Unidade de Neonatologia do HMIB/SES/DF. Coordenação: Nathalia Bardal.

Abdulrahman Al-MataryLina AlmahmoudRaneem MasmoumSultan AleneziSalem AldhafiriAbdullah AlmutairiHussain AlatramAthbi AlenziMohammed AlajmAli Artam AlajmiHadil AlkahmousFulwah A. AlangariAbdulrahman AlAnziSalihah GhazwaniAhmed Abu-Zaid. Oral Nystatin Prophylaxis for the Prevention of Fungal Colonization in Very Low Birth Weight Infants: A Systematic Review and Meta-Analysis of Randomized Controlled Trials. Cureus 14(8): e28345. doi:10.7759/cureus.28345. Published: August 24, 2022 Artigo Integral!

Realizado por Paulo R.Margotto.

O objetivo foi determinar a eficácia da nistatina oral como agente alternativo para a profilaxia antifúngica entre prematuros de muito baixo peso (MBP) na UTI Neonatal nas primeiras 72 horas de vida que tinham idade gestacional ente 28 a 32 semanas e/ou peso ao nascer inferior a 1500 g. Os critérios de elegibilidade foram preenchidos em 95 bebês: grupo nistatina (n=47) ou grupo controle (n= 48).  Taxas significativamente mais baixas de colonização fúngica foram observadas após 14 dias de intervenção (Hazard ratio [taxa de risco] = 0,475; IC 95% 0,249-0,909, valor p = 0,006) com um número necessário para tratar de 4. Sem diferenças de óbitos ente os grupos (nenhum bebê morreu por infecção fúngica). Não houve relatos de reação adversa a Nistatina oral durante o período do estudo. A ocorrência de Candida não albicans vem crescendo nos últimos anos no Hospital avaliado, provavelmente pelo uso crescente de fluconazol e por falta de Anfotericina B durante alguns períodos. Isso pode ser um determinante na escolha de antifúngico no futuro, pois algumas espécimes são resistentes ao fluconazol. Nos complementos, metanálise (2022) da profilaxia oral com nistatina mostrou significativa diminuição da taxa e colonização fúngica, taxa de infecção fúngica invasiva e menor duração média do uso de antibiótico. Antes de seu uso, são recomendados ensaios randomizados controlados adicionais, de grande porte e de alta qualidade para validar essas conclusões.

Resultados da gravidez após a infecção por SARS-CoV-2 por trimestre: um grande estudo de coorte de base populacional

Resultados da gravidez após a infecção por SARS-CoV-2 por trimestre: um grande estudo de coorte de base populacional

Pregnancy outcomes after SARS-CoV-2 infection by trimester: A large, population-based cohort study. Fallach N, et al. PLoS One. 2022. PMID: 35857758 Free PMC article. Artigo Livre! Sackler Faculty of Medicine, Tel Aviv University, Tel Aviv, Israel.

Realizado por Paulo R. Margotto

Metanálises dos resultados da gravidez em mulheres positivas para SARS-CoV-2 relataram que parto prematuro (PP) e baixo peso ao nascer (BPN) eram mais prováveis ​​em mulheres grávidas com COVID-19 do que em mulheres grávidas sem COVID-19, no entanto, pouco se sabia sobre a extensão em que essas associações variam de acordo com o momento da infecção durante a gravidez. O presente estudo israelense de Fallach N et al, do Sackler Faculty of Medicine, Te Aviv, trouxe à luz essa importante informação a respeito dessas associações de acordo com o trimestre da gravidez. Cada mulher infectada foi pareada com uma gestante não infectada por idade, data da última menstruação, setor e nível socioeconômico. Os autores evidenciaram taxa significativamente maior de PP em mulheres infectadas durante o terceiro trimestre (N = 51, 5,8%) em comparação com as mulheres não infectadas (N = 20, 2,3%) com razão de chances ajustada de 2,76 (IC 95% 1,63 –4,67), especificamente em mulheres infectadas após 34 semanas de gestação (OR 7,10, IC 95% 2,44–20,61). No entanto, nenhuma diferença entre os grupos foi observada nas taxas de PIG na coorte geral (OR 0,98, IC 95% 0,78–1,24) ou para mulheres infectadas em trimestres específicos. Assim, Os presentes resultados indicam que a idade gestacional na infecção por SARS-CoV-2 desempenha um papel significativo no resultado da gravidez. As mulheres durante o terceiro trimestre, especificamente após 34 semanas de gestação, devem praticar distanciamento social e proteção respiratória para reduzir o risco de resultados adversos da gravidez com ênfase no PP durante 35-37 semanas de gestação. Essa é uma das primeiras pesquisas a analisar os impactos da COVID- em gestantes por trimestre. As infectadas após a 34ª semana de gravidez tiveram o risco de ter parto prematuro de 7 vezes maior

Exposição precoce a antibióticos e desfechos adversos em bebês muito prematuros com baixo risco de sepse de início precoce: O estudo de coorte EPIPAGE-2

Exposição precoce a antibióticos e desfechos adversos em bebês muito prematuros com baixo risco de sepse de início precoce: O estudo de coorte EPIPAGE-2

Early Antibiotic Exposure and Adverse Outcomes in Very Preterm Infants at Low Risk of Early-Onset Sepsis: The EPIPAGE-2 Cohort Study. Letouzey M, Lorthe E, Marchand-Martin L, Kayem G, Charlier C, Butin M, Mitha A, Kaminski M, Benhammou V, Ancel PY, Boileau P, Foix-L’Hélias L; EPIPAGE-2 Infectious Diseases Working Group.J Pediatr. 2022 Apr;243:91-98.e4. doi: 10.1016/j.jpeds.2021.11.075. Epub 2021 Dec 21.PMID: 34942178

Realizado por Paulo R. Margotto.

A exposição precoce aos antibióticos em bebês prematuros de baixo risco para sepse de início precoce (aqueles que nasceram após complicações da gravidez mediadas por placenta [distúrbios hipertensivos durante a gravidez ou restrição do crescimento fetal]. Na presente coorte  de estudo compreendeu 648 bebês muito prematuros com baixo risco para EOS, dos quais 173 (26,2%) receberam tratamento antibiótico precoce a partir do dia 0 ou dia 1 da vida, com idade gestacional mediana de 30 semanas e peso médio de 1040g. Lesões cerebrais graves, isoladas ou combinadas com o óbito, foram mais frequentes no grupo de exposição a antibióticos precoces (9,1% vs 4,5% e 16,6% vs 9,9%, respectivamente). Foram encontradas associações associação entre lesões cerebrais graves e exposição precoce a antibióticos (OR, 2,71; IC 95%, 1,25-5,86). A displasia broncopulmonar moderada-grave também foi mais frequente no grupo de exposição a antibióticos precoces, isolado e em combinação com a morte (19,7% vs 10,2% e 28,6% vs 15,4%, respectivamente).  Esses achados foram semelhantes aos do estudo conduzido por Puopolo et  al. Sem associação com morte com morte, sepse tardia e enterocolite necrosante. Os mecanismos fisiológicos subjacentes dessa associação permanecem incertos. Assim, esses resultados questionam se o tratamento precoce com antibióticos é justificado, dado o maior risco associado de lesões cerebrais graves e DBP moderadamente grave

A alimentação com fórmula no início da vida está associada a alterações na microbiota intestinal infantil e a um aumento da carga de resistência a antibióticos

A alimentação com fórmula no início da vida está associada a alterações na microbiota intestinal infantil e a um aumento da carga de resistência a antibióticos

Earlylife formula feeding is associated with infant gut microbiota alterations and an increased antibiotic resistance load.Pärnänen KMM, Hultman J, Markkanen M, Satokari R, Rautava S, Lamendella R, Wright J, McLimans CJ, Kelleher SL, Virta MP.Am J Clin Nutr. 2022 Feb 9;115(2):407-421. doi: 10.1093/ajcn/nqab353.PMID: 34677583 Free PMC article. Artigo Livre!

Realizado por Paulo R. Margotto.

Já é do nosso conhecimento que o uso de antibióticos tem um papel bem estabelecido na formação do resistoma dos bebês e que  o número e a extensão dos tratamentos com antibióticos na infância afetam a abundância dos genes de resistência a antibióticos. No entanto, há conhecimento limitado sobre outros fatores que afetam a carga de resistência aos antibióticos do intestino infantil e entre esses, a alimentação com fórmulas no início da vida, que foi o objetivo desse estudo. O presente estudo  foi desenhado para eliminar o efeito do uso de antibióticos Foram coletados dados metagenômicos de amostras fecais transversais colhidas na idade de 7 a 36 dias de 46 bebês nascidos prematuros entre 27 e 37 semanas de gestação (21 lactentes foram alimentados com fórmula infantil comercial (Neosure), 20 foram alimentados com leite materno com fortificante de leite humano (Similac) e 5 foram alimentados apenas com leite humano (mãe ou doadora). Os bebês alimentados com qualquer fórmula tiveram abundâncias de genes de resistência a antibióticos significativamente aumento de 70%!) em relação aos bebês alimentados apenas com leite materno ou alimentados com leite suplementado com fortificante. Nesse contexto  não foram observadas  diferenças entre bebês alimentados com fortificante em comparação com bebês alimentados apenas com leite materno.  Além disso, não houve diferenças entre fortificantes derivados de leite humano ou derivados de leite bovino. Assim, esses resultados sugerem que, nos casos em que os bebês precisam de nutrição suplementar, a adição de fortificante ao leite humano pode ter menos impacto no potencial de resistência a antibióticos do que a mudança para a fórmula. Enterobacteriaceae (abrigam vários genes de resistência aos antibióticos, incluindo genes SHV que codificam o fenótipo betalactamase de espectro estendido [ESBL] em Klebsiella) foram mais abundantes em bebês alimentados com qualquer fórmula (3 vezes mais) do que em bebês alimentados com leite humano. Em conclusão, esses dados sugerem que uma dieta contendo apenas leite humano nos primeiros meses de vida reduz a carga de genes resistência aos antibióticos ao modular a comunidade microbiana para favorecer bactérias não portadoras de genes de resistência aos antibióticos.

Sofrimento psicológico materno durante a pandemia de COVID-19 e mudanças estruturais do cérebro fetal humano

Sofrimento psicológico materno durante a pandemia de COVID-19 e mudanças estruturais do cérebro fetal humano

Lu, YC., Andescavage, N., Wu, Y. et ai. Maternal psychological distress during the COVID-19 pandemic and structural changes of the human fetal brain. Commun Med 2, 47 (2022). https://doi.org/10.1038/s43856-022-00111-w 

Maternal psychological distress during the COVID-19 … – Nature

Realizado por Paulo R. Margotto.

O objetivo desta investigação foi determinar os efeitos da saúde mental materna no desenvolvimento in vivo do cérebro fetal humano durante a pandemia de COVID-19 avaliado pela ressonância magnética, em GESTANTES SEM EXPOSIÇÃO À COVID-19, comparando dois períodos, durante a pandemia e pré-pandemia. Em cada ressonância magnética, o sofrimento materno foi avaliado usando escalas validadas de estresse, ansiedade e depressão. Estudos mostraram que a exposição pré-natal ao sofrimento psíquico materno resulta em mudanças estruturais e funcionais no desenvolvimento cerebral de crianças pequenas até a idade escolar, incluindo mudanças regionais na área de superfície, massa cinzenta e volumes da amígdala, juntamente com afinamento cortical. Durante a pandemia, foram relatados níveis elevados de depressão, ansiedade, estresse pós-traumático e sofrimento psíquico.  Os escores de estresse e depressão são significativamente maiores na coorte pandêmica, em comparação com a coorte pré-pandemia. Os volumes de substância branca fetal, hipocampo e cerebelar estão diminuídos na coorte pandêmica. A área de superfície cortical e o índice de girificação local também estão diminuídos em todos os quatro lobos. A profundidade do sulco é menor nos lobos frontal, parietal e occipital na coorte pandêmica, indicando girificação cerebral atrasada. Assim os autores sugerem que os efeitos cumulativos na pandemia de COVID-19 aumentaram o sofrimento psicológico materno pré-natal, podendo contribuir ainda mais para o desenvolvimento alterado de estruturas em regiões-chave do cérebro fetal. As potenciais consequências de longo prazo no desenvolvimento neurológico do desenvolvimento cerebral fetal alterado nas gestações da era COVID merecem um estudo mais aprofundado. E mais: informações recentes do Congresso Europeu de Psiquiatria no dia 7/6/2022 mostrando que bebês nascidos de mulheres que tiveram COVID – 19 (21 bebês) apresentaram maiores dificuldades e relaxar e adaptar o corpo quando estavam no colo, além de dificuldades de controlar os movimentos da cabeça e ombros, em relação aos bebês de mães que não tiveram COVID-19 (21 bebês). Essas alterações foram detectadas na 6ª semana após o parto e foram mais acentuadas se a mãe tivesse sido infectada no final da gestação.

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL- Compartilhando imagens: ABSCESSO CEREBRAL

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL- Compartilhando imagens: ABSCESSO CEREBRAL

Paulo R. Margotto.

Trata-se de um lactente de 4 meses de vida, ex-prematuro de 28 semanas e 4 dias (reanimação  ao nascer, surfactante,  sepse precoce, apneias e assistência ventilatória não invasiva).

Ultrassom transfontanelar com 30 dias, sem anormalidades. Ecocardiograma (13 dias) normal. Fundo de olho (2 meses) normal. Hemoculturas mostraram  Staphylococcus  haemophyticus, sensível  à vancomicina e linezolida, Klebisiella pneumoniae/Enterobacter cloacae.

Há 15 dias mãe relata aumento do crânio, porém com bom estado geral e amamentando. Há 10 dias, febre (38,8º C), quando procurou atendimento ambulatorial , sendo iniciado amoxacilina (sem relato de dose). No 6º dia da medicação, voltou a apresentar febre, sendo levado ao atendimento médico, quando foram coletados exames (leucocitose de 30.000) e EAS normal. Iniciado ceftriaxona (100mg/kg/dia).

Dois dias após, vômitos, sonolência, fontanela abaulada, sendo realizado TC de crânio (1/4) que mostrou extensa área hipodensa e com efeito expansivo acometendo grande parte do lobo frontal direito, região insular, núcleo capsular à direita, além de comprometimento ventricular. O ceftriaxona foi mantido. Perímetro cefálico de 40 cm.

Avaliado pela neurocirurgia que fez punção ventricular de alívio, sendo retirado 40 ml de LCR (citobioquímica compatível com infecção do SNC).    

Monografia (NEONATOLOGIA-HMIB-2022): CORRELAÇÃO ENTRE HEMOCULTURA POSITIVA E SEPSE NEONATAL TARDIA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL DO DISTRITO FEDERAL

Monografia (NEONATOLOGIA-HMIB-2022): CORRELAÇÃO ENTRE HEMOCULTURA POSITIVA E SEPSE NEONATAL TARDIA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL DO DISTRITO FEDERAL

Flávia Moura. Orientação: Dra. Evely Mirela Santos França e   Dr. Felipe Teixeira de Mello Freitas

O diagnóstico representa um desafio, uma vez que as manifestações clínicas são variáveis e inespecíficas. Exames laboratoriais podem auxiliar no diagnóstico, mas também são inespecíficos. A hemocultura é “padrão-ouro” para isolamento de patógenos microbianos na sepse, entretanto apresenta baixa sensibilidade e muitas vezes não é possível aguardar o resultado da hemocultura, sendo iniciada a antibioticoterapia empírica diante de um quadro clínico sugestivo. A dificuldade no diagnóstico pode levar ao retardo do tratamento ou ao uso excessivo de antibióticos, permitindo a seleção da flora e resistência bacteriana.

OBJETIVO: Determinar a incidência da sepse neonatal tardia comprovada por hemocultura, em recém-nascidos internados na UTIN do Hospital Materno Infantil de Brasília.

A sepse neonatal tardia comprovada com hemocultura positiva apresentou uma incidência de 38% (32/84), com maior participação de gram-positivos (72%), sendo o fator significativo a cirurgia prévia. No entanto, a maioria dos recém-nascidos não utilizou a ventilação mecânica (65,6%), fez uso de acesso venoso central (87,5%), usou nutrição parenteral total (65,6%), usou antibiótico prévio (84,4%), e não foi submetida a procedimentos cirúrgicos (81,3%).

Fato relevante observado foi o uso prévio de antibióticos em 84,4% dos RN com hemocultura positiva. RN são imunocomprometidos e expostos a situações de risco infeccioso que favorecem o uso de antibióticos. Outro aspecto é a dificuldade no diagnóstico da sepse, bem como à baixa positividade de hemoculturas. A antibioticoterapia, produz alteração na flora e na resistência bacteriana. Uma vez afastado infecção, esses antibióticos devem ser suspensos de forma imediata e se houver a confirmação do agente, o descalonamento de antimicrobianos deve sempre ser feito.

Trombose Venosa Cerebral Neonatal após Infecção Materna por SARS-CoV-2 na Gravidez

Trombose Venosa Cerebral Neonatal após Infecção Materna por SARS-CoV-2 na Gravidez

Neonatal Cerebral Venous Thrombosis following Maternal SARS-CoV-2 Infection in Pregnancy. Campi F, Longo D, Bersani I, Savarese I, Lucignani G, Haass C, Paolino MC, Vadalà S, De Liso P, Di Capua M, Luciani M, Esposito G, Amante PG, Vigevano F, Dotta A.Neonatology. 2022;119(2):268-272. doi: 10.1159/000520537. Epub 2022 Feb 25.PMID: 35220305 Free article. Artigo Livre!

Realizado por Paulo R. Margotto.

Uma possível consequência da infecção por coronavírus 2 da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2) é o desenvolvimento de um estado trombofílico exacerbado e a trombose venosa cerebral (TVC) é uma complicação rara, mas possível, da infecção por SARS-CoV-2 relatada tanto em adultos e em crianças. O presente relato de caso descreve o curso clínico de um recém-nascido a termo com TVC estendida de origem incerta, cuja mãe desenvolveu infecção por SARS-CoV-2 durante o terceiro trimestre de gravidez. Especulamos que o estado pró-trombótico induzido pela infecção materna por SARS-CoV-2 pode ter desempenhado um papel fisiopatológico no desenvolvimento dessa complicação neonatal grave. Mais investigações são necessárias para confirmar tal hipótese.

 

Raciocínio clínico por trás do uso de antibióticos em UTIPs: Um Estudo Qualitativo (Clinical Reasoning Behind Antibiotic Use in PICUs: A Qualitative Study)

Raciocínio clínico por trás do uso de antibióticos em UTIPs: Um Estudo Qualitativo (Clinical Reasoning Behind Antibiotic Use in PICUs: A Qualitative Study)

Clinical Reasoning Behind Antibiotic Use in PICUs: A Qualitative Study. Fontela PS, Gaudreault J, Dagenais M, Noël KC, Déragon A, Lacroix J, Razack S, Rennick J, Quach C, McNally JD, Carnevale FA; Canadian Critical Care Trials Group.Pediatr Crit Care Med. 2022 Mar 1;23(3):e126-e135. doi: 10.1097/PCC.0000000000002886.PMID: 35013080

Apresentação:Jéssica Fagundes Rangel – R5 UTIP HMIB/SES/DF.

Coordenação: Alexandre Serafim.

Complementação: Paulo R. Margotto.

                                                                                 CONTEXTO DESSA PESQUISA

  • O uso excessivo de antibióticos é um problema importante na UTIPs e está associada a toxicidade, resistência e aumento de custos.

.     • Nenhum estudo descreveu como intensivistas pediátricos tomam decisões relacionadas a antibióticos. Entendendo o raciocínio clínico por trás dessas decisões é crucial para desenvolver estratégias para reduzir o uso excessivo de antibióticos neste cenário.

  • Este estudo de teoria fundamentada, portanto, teve como objetivo entender os processos do raciocínio dos intensivistas pediátricos usados na fabricação de decisões relacionadas aos antibióticos para crianças criticamente doentes com suspeita de infecções bacterianas graves

Decisões relacionadas a antibióticos para crianças criticamente doentes são complexas e intensivistas pediátricos usam várias estratégias de raciocínio clínico para diminuir a incerteza em torno da etiologia bacteriana das infecções. No entanto, a gravidade da doença e as preocupações com a segurança do paciente podem anular decisões baseadas em evidências clínicas e levar ao uso de antibióticos. Vários vieses cognitivos foram identificados nos processos clínicos de raciocínio.