Categoria: Infecções Bacterianas e Fúngicas

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL- Compartilhando imagens: ABSCESSO CEREBRAL

NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL- Compartilhando imagens: ABSCESSO CEREBRAL

Paulo R. Margotto.

Trata-se de um lactente de 4 meses de vida, ex-prematuro de 28 semanas e 4 dias (reanimação  ao nascer, surfactante,  sepse precoce, apneias e assistência ventilatória não invasiva).

Ultrassom transfontanelar com 30 dias, sem anormalidades. Ecocardiograma (13 dias) normal. Fundo de olho (2 meses) normal. Hemoculturas mostraram  Staphylococcus  haemophyticus, sensível  à vancomicina e linezolida, Klebisiella pneumoniae/Enterobacter cloacae.

Há 15 dias mãe relata aumento do crânio, porém com bom estado geral e amamentando. Há 10 dias, febre (38,8º C), quando procurou atendimento ambulatorial , sendo iniciado amoxacilina (sem relato de dose). No 6º dia da medicação, voltou a apresentar febre, sendo levado ao atendimento médico, quando foram coletados exames (leucocitose de 30.000) e EAS normal. Iniciado ceftriaxona (100mg/kg/dia).

Dois dias após, vômitos, sonolência, fontanela abaulada, sendo realizado TC de crânio (1/4) que mostrou extensa área hipodensa e com efeito expansivo acometendo grande parte do lobo frontal direito, região insular, núcleo capsular à direita, além de comprometimento ventricular. O ceftriaxona foi mantido. Perímetro cefálico de 40 cm.

Avaliado pela neurocirurgia que fez punção ventricular de alívio, sendo retirado 40 ml de LCR (citobioquímica compatível com infecção do SNC).    

Monografia (NEONATOLOGIA-HMIB-2022): CORRELAÇÃO ENTRE HEMOCULTURA POSITIVA E SEPSE NEONATAL TARDIA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL DO DISTRITO FEDERAL

Monografia (NEONATOLOGIA-HMIB-2022): CORRELAÇÃO ENTRE HEMOCULTURA POSITIVA E SEPSE NEONATAL TARDIA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL DO DISTRITO FEDERAL

Flávia Moura. Orientação: Dra. Evely Mirela Santos França e   Dr. Felipe Teixeira de Mello Freitas

O diagnóstico representa um desafio, uma vez que as manifestações clínicas são variáveis e inespecíficas. Exames laboratoriais podem auxiliar no diagnóstico, mas também são inespecíficos. A hemocultura é “padrão-ouro” para isolamento de patógenos microbianos na sepse, entretanto apresenta baixa sensibilidade e muitas vezes não é possível aguardar o resultado da hemocultura, sendo iniciada a antibioticoterapia empírica diante de um quadro clínico sugestivo. A dificuldade no diagnóstico pode levar ao retardo do tratamento ou ao uso excessivo de antibióticos, permitindo a seleção da flora e resistência bacteriana.

OBJETIVO: Determinar a incidência da sepse neonatal tardia comprovada por hemocultura, em recém-nascidos internados na UTIN do Hospital Materno Infantil de Brasília.

A sepse neonatal tardia comprovada com hemocultura positiva apresentou uma incidência de 38% (32/84), com maior participação de gram-positivos (72%), sendo o fator significativo a cirurgia prévia. No entanto, a maioria dos recém-nascidos não utilizou a ventilação mecânica (65,6%), fez uso de acesso venoso central (87,5%), usou nutrição parenteral total (65,6%), usou antibiótico prévio (84,4%), e não foi submetida a procedimentos cirúrgicos (81,3%).

Fato relevante observado foi o uso prévio de antibióticos em 84,4% dos RN com hemocultura positiva. RN são imunocomprometidos e expostos a situações de risco infeccioso que favorecem o uso de antibióticos. Outro aspecto é a dificuldade no diagnóstico da sepse, bem como à baixa positividade de hemoculturas. A antibioticoterapia, produz alteração na flora e na resistência bacteriana. Uma vez afastado infecção, esses antibióticos devem ser suspensos de forma imediata e se houver a confirmação do agente, o descalonamento de antimicrobianos deve sempre ser feito.

Trombose Venosa Cerebral Neonatal após Infecção Materna por SARS-CoV-2 na Gravidez

Trombose Venosa Cerebral Neonatal após Infecção Materna por SARS-CoV-2 na Gravidez

Neonatal Cerebral Venous Thrombosis following Maternal SARS-CoV-2 Infection in Pregnancy. Campi F, Longo D, Bersani I, Savarese I, Lucignani G, Haass C, Paolino MC, Vadalà S, De Liso P, Di Capua M, Luciani M, Esposito G, Amante PG, Vigevano F, Dotta A.Neonatology. 2022;119(2):268-272. doi: 10.1159/000520537. Epub 2022 Feb 25.PMID: 35220305 Free article. Artigo Livre!

Realizado por Paulo R. Margotto.

Uma possível consequência da infecção por coronavírus 2 da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2) é o desenvolvimento de um estado trombofílico exacerbado e a trombose venosa cerebral (TVC) é uma complicação rara, mas possível, da infecção por SARS-CoV-2 relatada tanto em adultos e em crianças. O presente relato de caso descreve o curso clínico de um recém-nascido a termo com TVC estendida de origem incerta, cuja mãe desenvolveu infecção por SARS-CoV-2 durante o terceiro trimestre de gravidez. Especulamos que o estado pró-trombótico induzido pela infecção materna por SARS-CoV-2 pode ter desempenhado um papel fisiopatológico no desenvolvimento dessa complicação neonatal grave. Mais investigações são necessárias para confirmar tal hipótese.

 

Raciocínio clínico por trás do uso de antibióticos em UTIPs: Um Estudo Qualitativo (Clinical Reasoning Behind Antibiotic Use in PICUs: A Qualitative Study)

Raciocínio clínico por trás do uso de antibióticos em UTIPs: Um Estudo Qualitativo (Clinical Reasoning Behind Antibiotic Use in PICUs: A Qualitative Study)

Clinical Reasoning Behind Antibiotic Use in PICUs: A Qualitative Study. Fontela PS, Gaudreault J, Dagenais M, Noël KC, Déragon A, Lacroix J, Razack S, Rennick J, Quach C, McNally JD, Carnevale FA; Canadian Critical Care Trials Group.Pediatr Crit Care Med. 2022 Mar 1;23(3):e126-e135. doi: 10.1097/PCC.0000000000002886.PMID: 35013080

Apresentação:Jéssica Fagundes Rangel – R5 UTIP HMIB/SES/DF.

Coordenação: Alexandre Serafim.

Complementação: Paulo R. Margotto.

                                                                                 CONTEXTO DESSA PESQUISA

  • O uso excessivo de antibióticos é um problema importante na UTIPs e está associada a toxicidade, resistência e aumento de custos.

.     • Nenhum estudo descreveu como intensivistas pediátricos tomam decisões relacionadas a antibióticos. Entendendo o raciocínio clínico por trás dessas decisões é crucial para desenvolver estratégias para reduzir o uso excessivo de antibióticos neste cenário.

  • Este estudo de teoria fundamentada, portanto, teve como objetivo entender os processos do raciocínio dos intensivistas pediátricos usados na fabricação de decisões relacionadas aos antibióticos para crianças criticamente doentes com suspeita de infecções bacterianas graves

Decisões relacionadas a antibióticos para crianças criticamente doentes são complexas e intensivistas pediátricos usam várias estratégias de raciocínio clínico para diminuir a incerteza em torno da etiologia bacteriana das infecções. No entanto, a gravidade da doença e as preocupações com a segurança do paciente podem anular decisões baseadas em evidências clínicas e levar ao uso de antibióticos. Vários vieses cognitivos foram identificados nos processos clínicos de raciocínio.

Mortalidade por Síndrome Congênita do Zika – Estudo de Coorte Nacional no Brasil

Mortalidade por Síndrome Congênita do Zika – Estudo de Coorte Nacional no Brasil

Mortality from Congenital Zika Syndrome – Nationwide Cohort Study in Brazil.Paixao ES, Cardim LL, Costa MCN, Brickley EB, de Carvalho-Sauer RCO, Carmo EH, Andrade RFS, Rodrigues MS, Veiga RV, Costa LC, Moore CA, França GVA, Smeeth L, Rodrigues LC, Barreto ML, Teixeira MG.N Engl J Med. 2022 Feb 24;386(8):757-767. doi: 10.1056/NEJMoa2101195.PMID: 35196428.

Realizado por Paulo R. Margotto.

Análises de dados do registro nacional brasileiro mostraram que as taxas de mortalidade entre crianças com síndrome congênita do Zika até 3 anos de idade foram mais de 11 vezes maiores do que entre aquelas sem a síndrome. Entre as crianças nascidas vivas com síndrome congênita do Zika, o risco de morte não diferiu materialmente de acordo com o status de microcefalia ou o momento e a presença ou ausência de erupção cutânea relatada pela mãe. O risco de morte entre os bebês menores foi semelhante, independentemente do status da síndrome congênita do Zika; no entanto, as crianças com síndrome congênita do Zika que nasceram a termo ou que tiveram um peso normal ao nascer tinham mais de 12 vezes mais chances de morrer do que suas contrapartes sem a síndrome. Por fim, observamos que as condições classificadas como malformações congênitas, doenças do sistema nervoso e certa doenças infecciosas  eram mais comuns causas de morte entre crianças com síndrome congênita da Zika do que aquelas sem a síndrome.

Esses achados chamam a atenção para a importância da prevenção primária da infecção em mulheres em idade fértil contra picadas de Aedes aegypti.

Efeitos dos antibióticos no início da vida no microbioma e resistoma do intestino infantil em desenvolvimento: um estudo randomizado.

Efeitos dos antibióticos no início da vida no microbioma e resistoma do intestino infantil em desenvolvimento: um estudo randomizado.

Effects of early-life antibiotics on the developing infant gut microbiome and resistome: a randomized trial. Reyman M, van Houten MA, Watson RL, Chu MLJN, Arp K, de Waal WJ, Schiering I, Plötz FB, Willems RJL, van Schaik W, Sanders EAM, Bogaert D.Nat Commun. 2022 Feb 16;13(1):893. doi: 10.1038/s41467-022-28525-z.PMID: 35173154. Artigo Livre!

Realizado por Paulo R Margotto

Os autores detectaram efeitos significativos a longo prazo do tratamento antibiótico de amplo espectro para  SEPSE DE INÍCIO PRECOCE (sEONS) e eles acreditam  que esses dados sugerem que mais ênfase deve ser colocada na redução do número de neonatos que recebem antibióticos de amplo espectro para sEONS e, se necessário, prescrever preferencialmente penicilina + gentamicina, pois esse regime causa menos efeitos colaterais ecológicos

DECLARAÇÃO DE BEBBY BOGAERT, pesquisadora  da Universidade de Edimburgo e um dos autores do estudo

 

“Ficamos surpresos com a magnitude e a duração dos efeitos dos antibióticos. Isso, provavelmente, ocorre porque o tratamento com esses medicamentos é administrado no momento em que os bebês acabaram de receber os seus primeiros micróbios herdados da mãe e ainda não desenvolveram um microbioma resiliente”

 

Envolvimento Neurológico em Crianças e adolescentes hospitalizados nos Estados Unidos por COVID- 9 ou Síndrome Inflamatória Multissistêmica

Envolvimento Neurológico em Crianças e adolescentes hospitalizados nos Estados Unidos por COVID- 9 ou Síndrome Inflamatória Multissistêmica

Neurologic Involvement in Children and Adolescents Hospitalized in the United States for COVID19 or Multisystem Inflammatory SyndromeLaRovere KL, Riggs BJ, Poussaint TY, Young CC, Newhams MM, Maamari M, Walker TC et al. JAMA Neurol. 2021 May 1;78(5):536-547. doi: 10.1001/jamaneurol.2021.0504.PMID: 33666649.

Apresentação :Ana Carolina Accioli. Coordenação: Alexandre Serafim

Neste estudo de 1.695 pacientes com 21 anos ou menos hospitalizados por COVID-19 aguda ou síndrome inflamatória multissistêmica, 365 (22%) tiveram envolvimento neurológico. Quarenta e três pacientes (12%) desenvolveram distúrbios neurológicos com risco de vida relacionados ao COVID-19, 11 (26%) morreram e 17 (40%) sobreviveram com novas sequelas neurológicas.

E TAMBÉM!

  • Neste estudo, o envolvimento neurológico foi comum em crianças e adolescentes com hospitalização relacionada à COVID-19 e é geralmente transitória.
  • Um espectro de envolvimento neurológico com risco de vida raramente ocorreu e foi associado a inflamação mais extrema e sequelas graves.
  • Futuros estudos imunológicos de respostas imunes mediados por células e citocinas em indivíduos jovens podem fornecer informações na patogênese da doença neurológica em COVID-19 e MIS-C.
  • Pacientes com envolvimento neurológico menos grave podem ter sequelas futuras.
  • Acompanhamento a longo prazo dos pacientes pediátricos com envolvimento neurológico relacionado ao COVID-19 é necessário para avaliar os efeitos sobre a cognição e o desenvolvimento.
Destruição e insuficiência do tecido placentário por COVID-19 causa natimorto e morte neonatal por lesão hipóxico-isquêmica: um estudo de 68 casos com placentite SARS-CoV-2 de 12 países

Destruição e insuficiência do tecido placentário por COVID-19 causa natimorto e morte neonatal por lesão hipóxico-isquêmica: um estudo de 68 casos com placentite SARS-CoV-2 de 12 países

Placental Tissue Destruction and Insufficiency from COVID-19 Causes Stillbirth and Neonatal Death from Hypoxic-Ischemic Injury: A Study of 68 Cases with SARS-CoV-2 Placentitis from 12 Countries. Schwartz DA, Avvad-Portari E, Babál P, Baldewijns M, Blomberg M, Bouachba A, Camacho J et al..Arch Pathol Lab Med. 2022 Feb 10. doi: 10.5858/arpa.2022-0029-SA. Online ahead of print.PMID: 35142798.

Realizado por Paulo  Margotto

                                         

                                           Nesse estudo as mães NÃO foram vacinadas para a COVID-19!

 

Esses autores descobriram que a placentite por SARS-CoV-2 pode causar danos extensos à placenta como resultado de lesões destrutivas e que o dano pode ser ainda mais exacerbado por anormalidades patológicas adicionais. Aumento da fibrina e deposição maciça de fibrina perivilosa, intervilosite histiocítica crônica e a necrose trofoblástica resulta em destruição considerável do leito capilar viloso acompanhada de obstrução do espaço interviloso, causando má perfusão e insuficiência placentária incompatíveis com a sobrevida intrauterina. A hipóxia fetal que se segue pode levar a uma morte fetal hipóxico-isquêmica ou morte neonatal. É uma sorte que essa sequência de eventos se desenvolva em apenas uma pequena porcentagem de mulheres grávidas com COVID-19.

ENTREVISTA A MÍDIA PELO PRINCIPAL AUTOR DA PESQUISA, DR. DAVID SCHWARTZ:

 

David Schwartz, o principal autor da pesquisa, relatou que anteriormente pensava-se que a Covid-19 afetava os fetos, assim como outros vírus fazem no momento da infecção. No entanto, o SARS-CoV-2 age diretamente na placenta, a destruindo amplamente.

“Muitos desses casos tiveram mais de 90% da placenta destruída – muito assustador”, disse Schwartz. “Nunca vimos esse nível de destruição de uma doença infecciosa antes. Isso tornou a placenta imprópria para cumprir suas funções”, completa ainda.

Normalmente, o tecido da placenta é um tom avermelhado, saudável e esponjoso, mas nas amostras analisadas estavam rígidos e com descolorações escuras de tecido morto.  “Não é o feto que está sendo atacado e destruído pelo vírus. É a placenta”, finaliza Schwartz.

 

 

CONEXÃO CÉREBRO-INTESTINO (gut-brain connection in the preterm infant)

CONEXÃO CÉREBRO-INTESTINO (gut-brain connection in the preterm infant)

Palestra proferida por Nicholas Embleton (Inglaterra), ocorrida no Neobrain Brasil Highlights em 6/11/2021, online.

Realizado por Paulo R. Margotto.

Os prematuros estão cada vez mais complexos e temos que reconhecer a nossa capacidade de influenciar os resultados no cérebro por meio de uma melhor aplicação da nutrição. A maior necessidade de energia está no cérebro. O eixo cérebro-intestino influencia as funções intestinais e por sua vez, o intestino também influencia o desenvolvimento do cérebro. A nutrição desempenha um papel importante no desenvolvimento do cérebro desde a concepção até os 3 anos de idade. A prevenção de doença e da tempestade de citocinas é muito enfatizada pelo leite materno da própria mãe, reduzindo a enterocolite necrosante, a sepse, a retinopatia da prematuridade e a displasia broncopulmonar. Somos cheios de micróbios. 80% das células produtoras de anticorpos estão no intestino. Assim, o intestino é a parte mais importante do sistema imunológico. As células microbianas superam as células humanas em 2:1. Temos na verdade 100 vezes mais genes microbianos do que genes humanos. Portanto os humanos podem ser considerados “superorganismo” envolvidos em muitos processos metabólicos e imunológicos. O desenvolvimento humano seria impossível sem os micróbios (juntos esses micróbios pesam mais ou menos 1,5 kg que é o mesmo peso do cérebro!). A evolução humana pode ser pensada como um cabo de guerra em que temos que controlar os micróbios benéficos e excluir os micróbios nocivos. A colonização precoce é o evento chave da vida. Anaeróbios são mais abundantes na vida precoce. E. coli, Bifidobacterias, Bacteroides são espécies pioneiras que mantém o ambiente sustentável e isso é promovido pelo leite humano que afeta, através dos seus componentes, a microbiota do intestino. Isto nos leva a Hipócrates que sempre reconheceu que todas as doenças começam no intestino, o Tubo da Vida. Então, o que é o EIXO Cérebro Intestino? É uma via de sinalização bioquímica e neural bidirecional que afeta vários sistemas (nutrientes e metabólitos e comunidades microbiais do intestino que por meio do sistema nervo entérico manda essa sinalização para o sistema nervoso central que pode afetar aspectos de motilidade, ganho de peso, comportamento, ansiedade, estresse, fome, equilíbrio mediado por peptídeos e hormônios que podem afetar o humor, o comportamento e o estresse. Dados significativos agora em adultos associam estresse, ansiedade e até psicose à composição de micróbios intestinais. Sabemos que nas pessoas que desenvolvem a Doença de Parkinson apresentam 10 anos antes distúrbios intestinais que resultam em constipação. Aqui um breve exemplo do eixo cérebro – intestino quanto ao padrão de sono. Os bebês amamentados ao seio apresentam melhores padrões de sono do que os alimentados com fórmulas para recém-nascidos a termo, devido aos níveis de triptofano no leite materno (a melatonina que regula o sono e sintetizado a partir do triptofano!). Artigo de 2021 (Áustria), publicado há 2 meses, mostra como o desenvolvimento da microbiota intestinal impacta no sistema imune associado ao dano cerebral (o supercrescimento de Klebsiella no intestino é altamente preditivo de dano cerebral e está associado a um tônus ​​imunológico pró-inflamatório). Esses resultados sugerem que o desenvolvimento aberrante do eixo intestino-microbiota-imune-cérebro pode conduzir ou exacerbar lesão cerebral em neonatos extremamente prematuros e representa um alvo promissor para novas estratégias de intervenção. Esses achados sugerem que novas medidas terapêuticas direcionadas ao eixo intestino-microbiota-imune-cérebro podem ter potencial para proteger bebês prematuros da lesão da substância branca cerebral. Portanto, o crescimento do cérebro é rápido, requer alta quantidade de nutrientes, os micróbios são muito importantes no desenvolvimento do cérebro, lesão e reparo. Os componentes funcionais do leite humano são importantes (nunca serão replicados em fórmulas; o leite fresco da própria mãe é preferível ao leite de doadora). Existem várias maneiras de melhorar a saúde do intestino. Esse é um trabalho chave de Equipe. O eixo cérebro intestino terá um maior foco de pesquisa nos próximos 10 anos.

 

Uso profilático de fluconazol em pré-termos extremos colonizados por Candida spp

Uso profilático de fluconazol em pré-termos extremos colonizados por Candida spp

Camila Arfelli Cabrera et al. Uso profilático de fluconazol em pré-termos extremos (2016)

Apresentação: Thaiana Beleza –MR5-Neonatologia/HMIB. Coordenação: Nathalia Bardal

O uso de fluconazol profilático em recém-nascidos de extremo baixo peso COLONIZADOS  pode minimizar o número de casos de candidíase invasiva e, consequentemente, reduzir a letalidade por este agente nesta população

No Complementos: A mudança do perfil de Candida com o uso  profilático de fluconazol

O aumento da incidência de resistência antifúngica, especialmente o fluconazol, justifica seu uso criterioso como agente profilático em hospitais