Duração ideal do vídeo-eletroencefalograma contínuo em lactentes a termo com encefalopatia hipóxico-isquêmica e hipotermia terapêutica

Duração ideal do vídeo-eletroencefalograma contínuo em lactentes a termo com encefalopatia hipóxico-isquêmica e hipotermia terapêutica

Optimal Duration of Continuous Video-Electroencephalography in Term Infants With Hypoxic-Ischemic Encephalopathy and Therapeutic Hypothermia.Mahfooz N, Weinstock A, Afzal B, Noor M, Lowy DV, Farooq O, Finnegan SG, Lakshminrusimha S.J Child Neurol. 2017 May;32(6):522-527. doi: 10.1177/0883073816689325. Epub 2017 Jan 23.PMID: 28112011.Similar articles.

Apresentação:Lorena Andrade R4 Neonatologia. Unidade de Neonatologia do HMIB/SES/DF. Coordenação: Carlos A. Zaconeta

O diagnóstico clínico de convulsões neonatais não é confiável, pois as convulsões em recém-nascidos podem ser subclínicas e, portanto, difícil de identificar com precisão; o vídeo-eletroencefalograma contínuo (video-EEG) continua sendo o padrão-ouro para avaliar a função cerebral e registro de crises eletrográficas em neonatos com EHI; o objetivo do estudo foi determinar a duração ideal do vídeo-EEG em 35 RN com EHI que foram submetido à hipotermia terapêutica (HT) de corpo inteiro,  a fim de detectar novas atividades convulsivas e padrões anormais nesses pacientes; alterações ictais do EEG foram observadas em 9 pacientes (26%-6 foram convulsões subclínicas [66,7%] pelo EEG e 3,  convulsões clínicas), sendo observadas crises focais em 4 pacientes (44,4%) e crises multifocais em 5 pacientes (56,6%); em 6 pacientes (17%) as convulsões foram detectadas no EEG inicial, em 2 pacientes (6%) nas primeiras 24 horas e 1 paciente (3%), no reaquecimento (72-78 horas); nenhuma nova ocorrência de crise foi documentada após as primeiras 24 horas e antes do reaquecimento; o exame neurológico  foi anormal em 5 (56%) lactentes no grupo convulsivo com alterações  importantes e  anormal em 11 pacientes (42%) no grupo sem convulsão; esses resultados possibilitaram os autores recomendar o monitoramento contínuo EEG durante todo o período de HT caso haja presença de atividade de base anormal e caso o EEG inicial e video-EEG contínuo de 24 horas forem sem alterações e havendo sua interrupção, ele deve ser retornado no período de reaquecimento; apesar de não haver diferenças significativas na ressonância magnética (RM) entre os grupos, o grupo da convulsão apresentou leucomalácia e restrição difusa; entre as limitações, natureza retrospectiva, pequeno número de pacientes e importante perda no seguimento; nos complementos, a ênfase dos cuidados no processo de reaquecimento pelo maior risco de hemorragia intraventricular-HIV (a HT e o reaquecimento podem causar flutuações no fluxo sanguíneo cerebral, nos pacientes com risco de HIV; abordamos também a nossa conduta nas convulsões durante a HT, evitando o uso de midazolam (risco de hipotensão), principalmente se em uso inotrópicos, além de complicações no super-resfriamento (resfriamento inadequadamente controlado), como desenvolvimento de escleredema, eritema cutâneo e  acrocianose; hemorragia pulmonar; insuficiência renal; aumento da viscosidade sanguínea e coagulação intravascular disseminada; hipoglicemia; perturbações da acidose e dos eletrólitos; aumento do risco de infecções e distúrbios cardiovasculares significativos (ciclos inadvertidos de super-resfriamento seguidos por reaquecimento rápido potencialmente poderia levar à instabilidade cardiovascular e emergência ou reemergência de convulsões), assim como a possibilidade do uso da hipotermia terapêutica depois de 6 horas, principalmente para os recém-nascidos transportados que podem perder a janela terapêutica de 6 horas. Agradecemos ao Dr. Sérgio Veiga, Neurologista Pediátrico do HMIB pelas explicações.